Astrid e Soluço Vikings & Piratas escrita por Apenas Criativa


Capítulo 8
Não se deixe Fraquejar


Notas iniciais do capítulo

Galera, eu poderia explicar o motivo da demora, mas de que iria adiantar. Vocês me perdoando estaria bom para mim.
Meu pedido de desculpas é este capítulo que ficou bem emocionante. Soluço foi pendurado na parede por facas - morrendo de rir aqui - leiam e vejam essa parte.
Ah! E eu sei que algum de vocês estavam querendo muito o próximo capítulo, mas não a ponto de me darem a Joana Castro que está sempre dando dicas, me ajudando muitissimo a escrever e dando idéias cada vez mais maravilhosas aqui.
Mandem seus agradecimentos a ela por MP porque ela esta merecendo. (aqui no Nyah ela é chamada por EvilQueen, ela tem alguns cometários por aqui)
Aproveitem o capítulo!



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A espada girou rodopiando e cortando o ar, fazendo um corte na bochecha de Ignis e parando bem ao lado de sua cabeça, cravada na porta. Quem a havia lançado era Astrid.

– Seu grande idiota! Como pode deixar que a Inglaterra entrasse aqui? O que você estava fazendo seu porco marinho? – Ela andou até ele com os olhos bem abertos, porém tão frios e amedrontadores que fariam até mesmo um dragão sair correndo. Seus punhos se fecharam ao lado do corpo e de seus lábios carnudos um sorriso maléfico apareceu. Ela não parou de andar quando chegou bem perto de Ignis. O bastante para ouvir sua respiração. Astrid o encarou enquanto levantava um punho e quando todos achavam que ele iria levar uma surra ela retirou sua espada que permanecia ainda cravada na porta ao lado da orelha de Ignis Caelum que permaneceu sério e só parou de olha-la nos olhos quando ela havia levantado o punho pouco tempo atrás. Ele deu o mesmo sorriso maléfico para ela – Você tinha planejado isso mesmo seu cão do mar, pensa que eu não sabia?

– Confesso que achei por um minuto que a Capitã Hofferson tinha se deixado recuar. Agora me diga como foi que escapou dessa vez? Pelo tempo de uma forma realmente louca.

Todos os piratas ali no Grande Salão riram. Astrid sorriu.

– Conto para vocês depois seu bando se sapos do pântano.

O Grande Salão voltou ao silêncio. Os vikings assistiam aquela cena com tal interesse, mas se preocupavam mais com as novas notícias da Capitã Hofferson. Ela se pôs séria e calma, porém com a cara da morte em mente. Subiu na mesa principal do Grande Salão que possuía uma forma retangular (como se fosse uma prancha), ali ela podia andar e falar de forma que todos pudessem ouvi-la em alto e bom som. Ela encarou Stoico que já preocupada com a segurança de tudo:

– Por Odin! Conte-nos logo o que está acontecendo! Quais são as novidades! – Ele disse em tom calmo e sereno. Como se dissesse “escolha logo um livro para sairmos daqui”.

Ela sorriu pela fraqueza que o homem demonstrou. Ice estava logo ao lado de Ignis bem distante da mesa de onde a Capitã Hofferson estava de pé, porém de modo visível o bastante ara perceber que segurava o punho de sua espada e demonstrava seu olhar confiante para Astrid. Aquele olhar para as duas significava “Agora que as coisas vão mudar para nós e para eles diz!”. A Hofferson se pôs a falar:

– Primeiramente, peço desculpas pela Inglaterra ter levado o seu filho – Soluço se encolheu sentado ao lado do pai com um sorriso sem graça – Mas estava sendo planejada a participação deles nesta guerra, mas não era tão certo assim...

– Por que eles queriam nossos dragões? – Perguntou Valka a interrompendo.

– No começo suspeitei de ser algo haver com exportações e importações. Fazendo com que os dragões trabalhassem como escravos, mas só agora estão claras as suas reais intenções. Eles querem não só escraviza-los o quanto puderem, mas também descobrir o quão podem ser útil. Dissecar cada espécie para descobrir ingredientes para novos remédios ou aprender como funciona seu fogo para fabricarem armas com mais perfeição e ainda colocar em extinção aquilo que não servir ou estiver com alguma deficiência. Querem usa-los para guerras e fazer deles o mundo todo.

Valka ficou séria. Olhou de um lado para o outro com os olhos muito perdidos, ela se levantou ficando de costas para a pirata e depois virou sua cabeça um pouco para o lado mantendo os olhos fixos no chão:

– Você os vem protegendo?

– Com a minha vida – Respondeu Astrid para Valka.

– Desde quando?

– Desde que colocaram essa idéia na cabeça daqueles imbecis.

– Diga-me o tempo, por favor...

– Três anos e poucos meses.

– Eles chegaram a ver um dragão?

– Eu não permitiria uma coisa dessas. Conseguimos afasta-los de um ninho de dragões ao sul – Respondeu Astrid cruzando os braços – Mas se virem, poucos irão viver para contar essa história.

– Mas isso é um absurdo! – Questionou Stoico batendo o punho na superfície da mesa de madeira – Vamos ter lutar e esconde-los ao mesmo tempo?

– A questão é bem maior que essa meu caro Stoico. Isso vai passar a incluir muito mais do que os dragões...

– O que quer dizer com isso? – Interrompeu Stoico.

Astrid respirou fundo e começou o seu discurso.

– Meus caros piratas, vikings, dragões e... uns e outros. Como todos já sabem, eu e Soluço fomos arrastados para a Inglaterra, deixando bem claro que era parte do nosso plano, e nesse contra tempo finalmente descobrimos a qual grande batalha que estará por vir. Eu, Ice e Ignis bolamos esse plano ao chegarmos e tenho de dizer que se não nos aliarmos será o fim de três gerações piratas e um viking. O que está acontecendo é simplesmente o começo do fim. Por incontáveis anos, nós piratas navegamos com um mundo na palma da nossa mão... O nosso tempo está acabando meus caros bucaneiros. A Inglaterra planeja começar uma extinção aos piratas de todos os sete mares e, se for preciso, se aliar a guerra ao lado de nossos inimigos. Não poderemos ser mais livres, não poderemos saquear, não poderemos ser quem somos por causa deles. E isso é justo meus caros marujos de água salgada?

– Não! – Todos eles gritaram.

– Vamos deixar que eles nos digam quem devemos ser?

– Não!

Ice e Wendy estenderam o polegar para cima em sinal de “cara, não sei como você faz isso”.

– Quem nós somos?

– Piratas

– Eles pensam que podem controlar quem somos, mas eu digo que não! Isso é quem somos! Eles dizem que somos loucos? Erraram! Somos insanos! Sejamos livres!

– Sim!

– Justiça! – Ela ergueu as espadas no ar formando um “x” – Que eles não matem mais um dos nossos! Vamos por um basta nisso! Quem está comigo?

Todos afirmaram.

– Pois que assim seja! Uma revolução começa aqui e agora!

Stoico criou um brilho no olhar ao vê-la discursar daquele jeito. O mesmo brilho de uma criança que ganha um doce. Ela havia começado sozinha uma revolução. Uma líder havia se posto ao lado da viking que era a garota. Stoico sempre quis aquilo no filho e ver ali uma esperança em meio a vazio lhe dava uma paz indescritível.

– Astrid tem razão – Gritou Ice subindo na mesa ao lado da garota – Seguiremos nossas próprias regras e, quando essa guerra acabar, nenhum de nós terá de sofrer ou ser perseguido. Faremos um novo Caribe. Vamos navega rumo à luz! Que nos queimem com fogo, que nos afoguem com a chuva o que quer que aconteça aqui nós permaneceremos!

– Já chega de ser caçado. Vamos por um fim nisso! – Gritou Astrid – Seremos hoje o amanhã! - Todos os piratas comemoraram – Quanto aos vikings, devemos informar que além da Inglaterra teremos a presença de muitos perigos, mas se falarmos não acreditariam em nós.

Astrid e Ice se entreolharam. Ice notou algo de diferente no olhar de Astrid, a possibilidade dela falhar ou se rebaixar naquela guerra que, talvez, ela estivesse repetindo os passos de outros antes dela. A capitã Aaron sentiu peso de mil tempestades. Quem poderia deter aquela guerra? Quem poderia deter Astrid Hofferson? Quem poderia salvar aquela guerra além dela? Estava tudo nas mãos de Aaron. Ice sabia o que fazer, ela tinha de tirar a descendente de Angélica dali, era um momento delicado, ela sabia, a terra natal de Astrid, cercada de lembranças, algumas doidas e outras que podia perigosas naquele momento.

Então ela virou-se para a Hofferson e sussurrou:

– Astrid, eu sei que é difícil para você, mas eu tenho de lhe contar, a cada segundo que você passa aqui, a cada rosto que você vê, percebemos que, talvez, já esteja na de ignorar o que a anciã disse e provar que a profecia está errada. Poderíamos apenas resolver os problemas com o filho de Alvin e deixar a nossa guerra por nossa conta. Não podemos envolve-los nisso! Seria doloroso para todos. E eu não vou permitir que você fraqueje.

Astrid respirou fundo e prossegui com seu discurso.

– Ignis, trace uma rota que surpreenda o filho de Alvin. E, a propósito, qual o nome desse infeliz?

Ignis estava de braços cruzados apoiado na porta, ele olhou fixamente nos olhos de Ice e a Ice afirmou com a cabeça e de seu lábios frio, por trás da expressão seria naquele momento, ele disse:

– Estrangulador... O nome desse infeliz é Estrangulador. Eu poderia traçar uma rota, mas levaria um tempo, cerca de dois dias, até lá teremos de treinar, muito, nosso estilo de luta.

Astrid cruzou os braços e afirmou com a cabeça.

– Quanto a vocês vikings, Stoico, recomendo que voltem aos seus afazeres e aguardem o nosso contado. Ignis, acha que vamos precisar de guerreiros?- a jovem capitã perguntou fitando o capitão no recinto.

– Suponho que sim. Nossas tropas são fortes e grandes, mas só as tropas dos inimigos é o dobro da que temos, isso sem contar com as dos piratas- respondeu Ignis ainda serio.

– Podemos mandar nossos melhores guerreiros para ajudarem, não íamos ficar de fora nisso mesmo- Stoico comentou ansioso.

Os piratas riram.

– Por que estão rindo?- perguntou Soluço confuso.

– Não querendo ser rude, Stoico, mas sua forma de luta não seria exatamente a melhor coisa para nós- Ice disse recuperando o fôlego, mas ainda sustentando o sorriso divertido nos lábios.

Quando o viking foi retrucar, Astrid o interrompeu.

– Não, não seria uma boa ideia. Talvez com o filho de Alvin, mas não com o pirata!

– E o que querem que façamos? Só sabemos está forma de luta!- Valka falou um pouco nervosa.

– Não nos leve a mal, Valka, por favor- pediu a capitã loira, fazendo os piratas calarem-se com um gesto de mão- Mas é sua forma de luta não seria apropriada, principalmente par uma luta desse porte.

Ignis caminhou até Ice e fitou Astrid com um sorriso.

– Só falta você dizer que vamos os treinar, capitã Hofferson- comentou o jovem com um sorriso brincalhão.

Ice e Astrid sorriram cúmplices.

– Sabe, Caelum, até que você não é tão imprestável assim- comentou Ice se colocando ao lado de Astrid.

O pirata esbugalhou os olhos.

– Não podem estar falando serio! Foi um brincadeira, não podemos os treinar em tão pouco tempo- Ignis falou sem demonstrar desespero, mesmo que sua voz praticamente jogasse na cara de todos ali.

– Sim, podemos. O que acha, Stoico? Podemos treina-los e deixa-los preparados para a batalha- a loira sugeriu sorrindo de canto.

– Não sei não, capitã Astrid. Não seria melhor que...- o líder dos vikings começou, mas fora interrompido.

– Podemos lhes mostrar algo de nossa capacidade, afinal, vocês tem de saber no que estão se metendo- Ice disse de uma forma tranquila, como se falasse como o dia estava.

– Que tipo de apresentação?- Soluço não aguentou e perguntou.

Astrid o olhou por alguns segundos e tornou a fitar os lideres da aldeia voltando tomando a palavra:

– Podemos fazer isso na arena. Tenho certeza de Ice me ajudaria a fazer está apresentação, certo Ice?

– Certíssima. Onde fica essa tal arena? Podemos fazer isto agora mesmo- Ice disse levando a mão a espada que se encontrava guardada ao lado de sua cintura.

– Vamos todos para lá então- Stoico disse, mesmo parecendo hesitante.

Todos levantaram-se e começaram a sair do grande salão, seguindo os lideres da aldeia e os capitães. Ice e Ignis iam um pouco atrás de Astrid, pois a mesma ia lado a lado com os chefes.

– Você sabe, não é?- Ice ouviu a voz do jovem ao seu lado invadir seus ouvidos em um sussurro.

– Posso saber do que eu sei?- respondeu sem tirar os olhos de Astrid e no mesmo tom que o rapaz.

– Não se faça de desentendida, capitã Aaron, isso não combina com você- Ignis respondeu dando um leve sorriso de canto e olhando pelo canto do olho para Ice.

– Não quero falar disto agora, Caelum, e mesmo que quisesse, não acho que este seja o lugar, nem a hora apropriada para falarmos deste assunto. Então, se me permite, tenho algo a planejar com a capitã Hofferson- Ice disse seria apertando o passo e alcançando Astrid.

A capitã Hofferson, por sua vez, se encontrava pensando no que fariam para que os vikings vissem sua capacidade, por mais que soubesse que Ice com certeza já tinha algo em mente, temia que fosse algo muito perigoso e, mesmo que gostasse do perigo, aquilo poderia ser ruim.

Olhando para tudo aquilo, a paisagem, as pessoas saindo de suas casas e seguindo a multidão, a arena aproximando-se, não teve como conter as lembranças e muito menos as palavras da capitã Aaron. Sabia que a mesma podia está exagerando, assim como sabia que podia ter razão. Aquele lugar já estava mexendo com ela e aquilo estava a deixando exasperada.

Apenas uma lembrança realmente mexeu com ela naquele momento, o dia em que seus pais se foram, o dia em que conhecera a pirataria e o dia em que deixaria tudo aquilo a procura de uma família ou apenas algo que a fizesse bem. Angélica fora sua família durante longos 12 meses, mesmo que depois disto tenha vindo a falecer. Não podia deixar de pensar em tudo o que vivera até ali, mesmo que tentasse.

Foi tirada de seus pensamentos por uma mão pequena e gélida. Olhou para a dona da mão e deu o seu melhor sorriso.

– O que tem em mente?- Ice perguntou olhando fixamente a arena.

– Diga-me você, foi você quem aceitou a ideia daquele cão sarmento- Astrid respondeu olhando observando as pessoas irem para seus lugares- Tripulação, não quero nenhum de vocês dentro da arena, fui clara, seus ratos imundos de esgoto?- gritou para a tripulação, os mesmos foram juntar-se aos vikings.

– Acho que podíamos fazer assim- Ice falou sorrindo e contou o seu plano para Astrid em seu ouvido enquanto a mesma escutava tudo com atenção.

Enquanto as duas capitãs dialogavam, Soluço se posicionou ao lado do pai. Sentiu algo lhe empurrar de leve e olhou, dando de cara com grandes olhos verdes e uma língua enorme para fora.

– Oi, amigão- falou sorrindo e fazendo carinho no queixo do garoto- Ficou preocupado comigo? Eu sei, eu sei, deveria ter ido falar com você- disse.

O dragão lhe deu uma lambida o melando inteiramente e, depois, deu um sorriso sem dentes.

– Ah, obrigado, eu realmente estava precisando de um banho- Soluço falou rindo e se limpando da baba.

– Nunca pensei ver algo assim, não de tão perto- uma voz disse atrás de Soluço.

O jovem vikings virou-se e fitou o capitão a sua frente, o mesmo tinha um sorriso divertido.

– Um Fúria da Noite. Incrível ver um desses assim, já ouvi falar, mas nunca tinha visto um deste- Caelum disse sorrindo para o dragão.

Banguela mostrou os dentes e o capitão, que riu da ação do jovem dragão.

– Banguela, ele é amigo- Soluço disse e olhou para o capitão- Não devia estar com Ast... digo, capitã Astrid e a capitã Ice?- perguntou.

– Não, Ice e Astrid devem está com um pouco de raiva de mim, principalmente Astrid, mas não estou lá por este motivo. Vou ficar observando para ver a reação de vocês, vikings- o garoto disse e sorriu de canto- Espero que não fiquem tão surpresos, meu docinho e Astrid são ótimas no que fazem- foi a ultima coisa que disse antes de sair do local.

O que deixava Soluço intrigado era como Ignis referia-se a Ice e a Astrid, era como se eles fosse amigos de infância, o que o deixava com raiva, já que Astrid não queria que a chamassem de “Astrid”, não por aquelas pessoas, não por seus marujos ou os marujos de outros navios, mas permitia que os dois capitães a chamassem pelo nome. Isso o deixava irritado e frustrado.

Fitou a arena junto com Banguela e montou no dragão, mesmo que não fosse voar. Quase teve um treco ao ver capitã Hofferson vendada com apenas uma adaga e capitã Ice com uma espada grande apontada para Astrid.

– Silencio- gritou Stoico calando a todos.

– Obrigada, Stoico- Ice disse sorrindo- Vejam, caros Vikings, capitã Hofferson está vendada e se manterá vendada até que terminemos nossa apresentação.

– Ice irá jogar algo em mim e eu terei de desviar, pelo o que ela me disse, se eu não fizer, morro- Astrid completou e abriu um sorriso.

– Enlouqueceram? Se ela não enxergar não vai poder desviar- Soluço gritou desesperado e colocando ao lado de seu pai- Pai, faça algo, impeça isso- pediu preocupado.

– Capitão Ignis- Astrid chamou.

Ignis caminhou até Soluço e o segurou com as duas mãos o tirando de perto do pai.

– O que vai fazer?- Stoico perguntou preocupado.

– Não se preocupe, não vou matar seu descente nem que quisesse- Ignis respondeu sorrindo.

De dentro das vestes, o capitão tirou uma adaga e prendeu com força a lamina entre a roupa de Soluço e a parede.

– Me solta- Soluço mandou tentando puxar a adaga com a letra “I” gravado no punho.

– Não- o capitão respondeu e deu as costas ao viking enquanto gritava- Podem começar, Astrid, Ice.

Na arena, Astrid suspirou e, mesmo sem ver, fez que sim com a cabeça.

Ice suspirou e deu um paço para trás e lançou a espada na direção da loira. Todos na arena prenderão a respiração . Entretanto, a espada passou zumbindo ao lado de Astrid quando a mesma deu um paço para a esquerda. Pela direção que a espada ia, pegaria em cheio o coração de Astrid.

– Muito bem, Ice, passou perto- Astrid disse e voltando para o lugar- Tente agora algo mais preciso- pediu.

– Mais preciso do que uma espada cravada no seu coração acho meio impossível- Ice brincou- Não se preocupe- disse.

Ice acocorou-se e puxou, de dentro das botas de couro pretas, uma adaga de lamina media. Recompôs-se e mirou na jovem Hofferson com precisão o a testa da mesma. Respirou fundo e sorriu maliciosa.

– Vamos lá, Astrid- murmurou para si mesma.

Ice lançou a adaga e observou Astrid puxar uma espada de dentro das vestes com rapidez e chocar a mesma contra a adaga, que voltou na direção da Aaron. A capitã Aaron deu um mortal para trás chutando a adaga com a ponta do pé de volta para a Hofferson, essa que defendeu-se novamente com a espada, mas a mandou para uma direção que não fosse a Aaron, que ainda estava agachada no chão olhando. A adaga foi jogada para um canto onde tinham algumas caixas, ela se tacou na abertura de uma e a abriu, dando passagem para um monte de armas caíssem no chão.

Astrid tirou a venda e olhou para onde viera o barulho e então para a Aaron, fez uma cara de confusa ao ver Ice ficar em pé e limpar a poeira das mãos nas vestes.

– Uou, como fizeram isso? Foi tipo: aaaah, e depois, uuuuu, e depois buuuuum- comentou cabeça dura animado.

– E não se esqueça do Vushhhhh- completou cabeça quente na mesma animação que a do irmão.

Os vikings entravam na arena animados, mas os piratas se encontravam no mesmo lugar com cara de tédio, afinal, faziam aquilo quase sempre.

Ignis caminhou até Soluço e puxou a adaga, soltando o viking.

– Vá, vá com os outros- mandou voltando para o lado dos companheiros marítimos.

Soluço correu para dentro da arena e tentou passar pela multidão que estava animada tentando falar com a capitã Hofferson e a capitã Aaron.

Quando finalmente as alcançou, viu que as duas capitãs falavam com Stoico e Valka, não se intimidou e aproximou-se delas.

– Isso foi loucura- exclamou abrindo um sorriso- Mas muito legal. Como fizeram aquilo?

Astrid o olhou e sorriu de canto.

– Isso se chama treino, caro Soluço- respondeu e fitou Stoico- Concorda agora em nós treinarmos seus guerreiros, Stoico?- perguntou.

– Mais é claro, Astrid... digo, capitã Astrid. Quando pretendem começar?- Stoico respondeu animado.

As capitãs se entreolharam e sorriram.

– Podemos começar ainda hoje, mas antes eu, Ice e Ignis temos de nos reunir para resolvermos algo. Aproposito, Stoico, é bom você vir também- Astrid falou e olhou sobre o ombro de Stoico- Soluço, Banguela está lhe procurando- avisou e fitou Ice- Nos encontramos no grande salão.

Astrid girou nos calcanhares e saiu da arena começando a caminhar na direção do grande salão. Mesmo sabendo que estava sendo seguida, continuou a andar.

– Astrid, Astrid espera- ouviu o grito de Soluço e desacelerou o passo.

Soluço a alcançou sendo seguido por Banguela, que tinha algo a boca. Astrid deduziu ser um peixe.

– Posso falar com você?- perguntou sorrindo.

– Já está falando, não é mesmo?- respondeu a capitã rindo secamente.

– Como você sabia a direção que aquela espada estava indo? Não, melhor, como sabia como defender-se de uma adaga? Vocês já tinham planejado isto tudo?- Soluço perguntou rapidamente.

Astrid riu e parou de andar olhando para Soluço.

– Primeiro, eu não sabia, mas eu não tenho apenas os olhos como sensor de direção, é para isto que serve os ouvidos. Segundo, eu ouvi o som da adaga sendo puxada, pela demora que o som fez, pude notar que era uma adaga, então puxei a espada para me defender, não previ que iria cair em Ice. Terceiro, não, não tínhamos planejado nada, Ice planejou tudo enquanto íamos para a arena- Astrid contou e voltou a andar- Agora, tenho de me encontrar com seu pai, Ignis e Ice. Com licença- falou antes de apertar o passo.

– Espera- chamou Soluço- E você vai ensinar isso a nós, vikings?- perguntou animado.

– Sim e não. Pode ser que quem ensine seja Ice ou Ignis, se ele concordar, o que não acho que seja difícil se uma pessoa em especial pedir- a capitã respondeu e deu um sorriso, voltando a andar.

Soluço ficou fitando as costas da capitã hesitando em ir atrás dela ou montar em Banguela e dá um volta em Berk, mas um empurrão em seu quadril lhe fez olhar para o Fúria da Noite atrás dele, que apontava com a cabeça para a capitã.

O viking não esperou nem mais um segundo e correu na direção da capitã a alcançando ficando na sua frente.

– Posso lhe fazer uma proposta, Astrid?- perguntou um pouco nervoso.

CapitãAstrid e pode sim, mas seja rápido, ainda tenho umas coisas para falar com Ice antes da reunião- a capitã disse cruzando os braços.

Soluço respirou fundo e disse:

– Eu sei que posso ter exagerado lá na floresta, mas é que eu não pude evitar e você deve saber disso – Ele coçou a nunca – Eu quero te conhecer, do jeitinho que você é... Se preferir somos melhores amigo agora.

A Hofferson fitou a mão do viking por alguns segundos, o que deixou Soluço apreensivo, mas o surpreendeu ao ver a pirata apertar sua mão e sorrir.

– Melhores amigos - ela rindo e olhou por cima do ombro do jovem- Nossa, tenho que ir. Tchau, Soluço- ela disse e saiu correndo na direção do grande salão e deixando Soluço com um sorriso fitando o horizonte.

Banguela tinha um sorriso sem dentes e a língua para fora encarando o treinador.

– Vamos dá uma volta, amigão- Soluço disse montando no dragão- E nada de falar sobre isso- pediu já voando.

Astrid corria o mais rápido possível na direção em que dois capitães estavam e, pelo o que notou, os dois brigavam. A capitã apontava o dedo fino e pálido na cara do jovem loiro que tinha um sorriso divertido nos lábios.

– Opa, opa, opa- Astrid disse chegando perto deles e se colocando entre os dois.

– Rato de esgoto nojento, cão sarmento dos infernos, eu devia degolar você ou tortura-lo até a morte- Ice esbraveja fazendo Ignis rir.

– O que foi que você fez?- Astrid perguntou rindo da cara vermelha de Ice.

– Nada demais. Vamos?- Ignis respondeu dando de ombros.

– Vamos- Astrid disse começando a caminhar ao lado de Ice e Ignis, a Aaron fitava o horizonte com um olhar mortal. Astrid caminhou para mais perto do Caelum- O que foi que você disse para ela esta tão nervosa?- perguntou aos sussurros.

– Eu apenas disse a verdade, Astrid, mas ela não aceita- Ignis disse e fitou a Hofferson- Um dia, ela vai ver que eu estou certo- e com isso, ele apertou o passo para abrir a porta do grande salão para dos duas- Damas primeiro.

– Obrigada- Astrid disse entrando na frente.

– Exibido- Ice murmurou passando por ele.

Ignis riu e acompanhou as jovens. Dentro, tinham apenas Wendy, Brisa, Stoico e Valka os esperando. Os piratas tomaram seus lugares e olharam para Stoico.

– E então? O que tinham para nos dizer?- Stoico perguntou ansioso.

– Precisamos traçar rotas que surpreendam os inimigos, para o filho de Alvin, Ignis vai traçar- Astrid contou apontando com a mão para o jovem loiro.

– Ou ele pode acabar com tudo e traçar uma rota direto para o inimigo- Ice balbuciou irritada. Brisa sentou-se ao seu lado.

Wendy fez o mesmo e sentou-se ao lado da sua capitã. Ignis apenas riu do comentário de Ice e revirou os olhos.

– Sabe que é verdade, Ice, uma hora ou outra você vai perceber- Ignis respondeu e desviou de uma adaga.

– Dá para vocês pararem?- Astrid pediu prendendo o riso- Então, Stoico, nós podemos lhes ensinar nosso estilo de luta? Quando começamos?- fitou o líder fixamente.

– Claro, amanhã mesmo. Hoje vamos reunir os guerreiros e vocês podem começar amanhã. Nossa, em nome de Thor, estou tão ansioso- Stoico disse rindo- E então, que tipo de rota você acha que eles podem pegar, capitão Caelum?- perguntou voltando-se para o loiro.

Um viking entrou o grande salão e pôs na mesa frutas, peixes, torradas e geleias, logo depois, se retirou. Ignis e Ice esticaram a mão para pegar a torrada, mas o rapaz recuou ao ver a mão da jovem capitã.

– Acho que eles podem vir pelo sul, o filho de Alvin não é lá tão inteligente, mas sabe que tanto quanto eu que o sul é o melhor lugar para atacar- Ignis disse encarando o líder da aldeia - Tem um mapa?- perguntou.

Brisa estendeu um mapa para sua capitã, que fez um “espera” com a mão.

– Só um minuto- Ice disse dando uma dentada na torrada com geleia.

Todos a olharam com as sobrancelhas erguidas.

– Pegue o mapa é importante, precisamos da sua colaboração Ice – Disse Valka.

– O que?- perguntou a Aaron confusa - Era o mapa ou a geleia, não tinha como escolher- disse como se fosse obvio.

O pirata Caelum deu um sorriso de canto enquanto a capitã Astrid revirava os olhos.

– Me dê aqui, Brisa, por favor- Ignis estendeu a mão para a garota assustadora ali presente.

A loira fitou sua capitã, que assentiu dando de ombros. Brisa deu para Ignis o mapa, o mesmo o abriu sobre a mesa e apontou para um local nele.

– Está vendo? É provável que o Estrangulador venha por aqui, se colocarmos uma tropa no leste e uma no oeste, podemos os pegar de surpresa- Ignis começou a falar enquanto apontava.

– Mas eles não veriam as tropas?- Valka perguntou.

– Não se os escondessem. Podemos os esconder pela floresta, Alvin terá de chegar em terra firme e se vai vir mesmo pelo sul, as tropas podem se esconder pelas arvores e podemos os pegar desprevenidos- sugeriu Ice olhando para o mapa.

– E quanto os piratas?- perguntou Stoico.

Ice fitou Astrid por alguns segundos.

– Não se preocupem com eles, deles nós, eu e Ice, vamos planejar o ataque e a defesa- Astrid disse e encarou Ignis- Planeje e trace uma rota e planeje onde os guerreiros vão se esconder. Outra coisa, você vai ensinar o nosso estilo de luta comigo e Ice aos guerreiros vikings?- perguntou.

Ignis ficou olhando para Astrid por um tempo.

– Astrid, sabe que não tenho paciência para isso- exclamou.

– Deixa de ser idiota! Você vai ensinar e pronto- Ice disse ameaçadoramente para Ignis, esse que apenas osrriu.

– Só por que você pediu com jeitinho- Ignis disse fazendo Ice revirar os olhos e os demais ali rirem.

– Ótimo, acho que por hoje chega- Astrid disse se levantando- Wendy, mantenha-se à frente e mande que os marujos preparem-se, quero que todos treinem para amanhã - mandou e Wendy assentiu, saindo - Ice, podemos conversar no seu navio?

Ice fitou a capitã confusa, mas assentiu e levantou-se.

– Brisa, vá à frente, avise as bucaneiras que quero todas reunidas para o jantar. Não conte nada sobre isto antes que eu chegue lá - Ice mandou olhando para Brisa, essa que fez que “sim” com a cabeça e retirou-se- Astrid, o que acha de caminharmos? Estou precisando esticar as pernas- sugeriu.

– Claro, vamos lá. Com licença- a Hofferson falou se retirando seguida da Aaron.

As duas começaram a andar na direção em direção a floresta em silencio, cada uma submersa em pensamentos. Ice sabia o que Astrid queria conversar, mas não queria falar sobre isto, não naquele momento. Astrid pensava em como falar aquilo para Ice e sabia que talvez não fosse a hora apropriada, mas precisava falar, assim como sabia que Ice precisava falar algo com ela.

– Ice, você sabe que Cavery não vai desistir de me perseguir- a Hofferson começou quando viu que já estavam distante o suficiente da aldeia- Vamos terminar isto aqui, certo? O que acha disto tudo?

As duas passeavam por umas arvores robustas e verdes.

– Astrid, não sei se notou, mas Cavery não é mais da minha família, apesar de intitular-se um Aaron, ele não é mais um de nós. Eu sou a ultima e única descendente dos Aarons, então, eu não ligo se vamos terminar com isto aqui... entretanto, não com o meu sangue que me preocupo- Ice disse fitando o nada.

– Com quem se preocupas?- Astrid perguntou mesmo sabendo a resposta.

– Me preocupo com você, Astrid. A cada segundo que passa aqui, é como se mil facas em brasa fossem cravadas em você. A cada rosto que você vê, o tempo que passa aqui... o tempo em que passa com Soluço. Astrid, você sabe que lhe considero muito mais que amiga, porém não posso ignorar o fato de que você está correndo o risco de fraquejar - Ice disse seria e, agora, fitando a Hofferson - Não vou permitir que isto aconteça.

Astrid olhou para Ice um pouco confusa.

– Eu não... Não sei do que está falando, Ice. Sou a mesma capitã Astrid Hofferson de sempre, ainda sou... - mas foi interrompida.

– Não, Astrid, você não é a mesma. Esta mudando, e dá para ver isto no seu olhar. Pode está correndo risco de cair feio, pode não aguentar ver sua terra natal ser destruída. Astrid, será que não entende? Precisa ao menos passar alguns dias fora, precisa ir embora... Precisa ficar longe dos vikings- Ice disse em um tom preocupado.

Astrid a olhou e abaixou de leve a cabeça pensando em tudo o que acontecera em poucos dias. Sua cabeça invadiu-se de perguntas: será que Ice estava certa? Será que os vikings estivessem realmente a fazendo mal? Será que fraquejaria em algum momento e desistiria de tudo?

– Ice, se, e apenas se, você estiver certa, eu não posso evacuar. Não agora- murmurou fitando a única pessoa que simbolizava “família” para ela naquele momento.

– Não disse que era para evacuar, eu disse que tem de afastar-se um pouco ou ao menos ficar alguns dias longes daqui, apenas para por a cabeça de volta no lugar, pensar um pouco. Vamos lá, Astrid, lembre-se de quem você é agora. Uma líder- Ice falou em um tom de serenidade e fitou o por do sol ao horizonte.

– Eu sei quem eu sou. Sou a capitã Hofferson, a capitã da tripulação mais temida dos sete mares, eu sou a capitã do navio Olho de Dragão e eu sou uma pirata- Astrid disse um pouco irritada com a Aaron- Por que isso agora?

– Porque eu vejo como você age perto deles, pode não notar, mas é mais gentil que com seus tripulantes- Ice respondeu.

– Isso de novo, Ice? Já disse que os marujos devem mostrar respeito, foi como Angélica me ensinou o que aprendeu com. - Astrid começou a falar gesticulando.

– Minha mãe, eu sei, eu sei. Mas isso não o “x” da questão, apesar de achar que deveria trata-los com um pouco mais delicadeza. Talvez um passeio até a Espanha não lhe fosse tão mal. Poderíamos ir em Raius mesmo - capitã Aaron disse e sorriu sacana- Ou pode ficar e sentir as mudanças agirem em sua cabeça. Seja como for, vou com meu dragão (Raius) até uma ilha aqui perto e depois vou para o meu navio. Nos vemos amanhã, capitã Hofferson?

Astrid a olhou e assentiu sem dizer uma só palavra, Ice sorriu e começou a caminhar na direção que vieram. Astrid, por outro lado, continuou o caminho em que fazia, queria pensar um pouco, colocar as ideias em ordem e pensar em tudo o que Ice dissera.

Não podia negar que aquele lugar estava realmente mexendo com sua cabeça, já mais desconfiaria de si mesma, já mais faria alguém desconfiar dela. Algumas ideias surgiram em sua mente e pensou em andar um pouco pela praia, que ela descobriu está perto.

Chegou na praia e olhou para os lados, encontrou uma rocha grande. Caminhou até lá e sentou-se em cima dela, flexionou as pernas à frente dos joelhos e apoiou os cotovelos nos mesmo . Fitou o por do sol e as lembranças invadiram sua mente: Angélica lhe ensinando a usar espada, a olhar uma bússola, ler mapas, entre outras coisas. Lembrou-se de seus pais, os quais tentava a anos não pensar, e lembrou-se, além de tudo, de sua infância em Berk, de quando lutava contra dragões, de quando tinha a quedinha por Soluço.

Ali, olhando para o reflexo do sol na água limpa do mar chegou a uma conclusão: precisava resolver tudo e voltar para o mar antes de tudo o que construiu fosse por levado por mais uma tempestade novamente.

A capitã Hofferson levantou-se da rocha e caminhou para um lugar qualquer, apenas se deixou levar pelo corpo. Imersa em lembranças que nem notou que estava indo para uma clareira dentro da floresta. Tinham arvores ao redor e alguns arbustos bem grandes. Tirou de dentro das vestes suas espadas.

– Um pouco de treino talvez ajude- murmurou para si mesma.

Jogou a espada na direção de uma arvore que quebrou um galho e foi lançado em sua direção. A capitã deu um mortal para o lado desviando, mas o galho chocou-se contra uma arvore e fez cair alguns galhos um pouco grandes, a capitã cortou um a um que caia em sua direção com a espada. Começou a correr na direção de uma das arvores e, com a ajuda da espada que estava presa ali, pulou para um dos galhos puxando junto a espada. Guardou as espadas e tirou um arco e algumas flechas de dentro das vestes.

Seu arco era grande, ela o carregava atravessando as costas e a aljava tinham em torno de cinquenta flechas. Tirou a primeira flecha e mirou em uma folha que caía. Suspirou e soltou a flecha acertando. Com um pulo, desceu do galho da arvore e mirou em um tronco enquanto caia, soltou a corda do arco e acertou o alvo caindo de pé.

Ouviu um som atrás de si e sorriu.

– Mesmo depois de cinco anos, você não aprende que é feio espionar as pessoas- Astrid disse se virando e encarando o garoto magricela e o Fúria da Noite a sua frente.

– Desculpe, não queríamos atrapalhar o seu... hã, treinamento?- Soluço disse nervoso.

Astrid riu.

– Não atrapalhou, só estava colocando as ideias em ordem e... Pensei que um treino me ajudaria com isso - A garota respondeu em um tom divertido.

– Então, como conseguiu cair do tronco e ainda sim acertar o tronco caindo em pé?- Soluço perguntou sentando no chão enquanto Banguela deitava-se ali.

Outra lembrança veio na mente de Astrid, quando ela seguiu Soluço até onde ele estava com Banguela. Lembrou-se do medo que sentiu ao ver aquele dragão ali e sentiu-se nostálgica ao comparar o hoje com o de cinco anos atrás.

– Cada um tem o seu jeito de lutar, no meu seria concentração, mira e autocontrole. Acho que Ignis ensinará isto a vocês - disse enquanto andava pelo local pegando a flecha.

– Capitão Ignis aceitou nos ensinar? Como?- Soluço perguntou parecendo divertido.

– Pois é! Ele aceitou. Ice colocou moral nele- Astrid disse fitando uma maçã em uma arvore- Estou com fome, aceita uma maçã? - perguntou.

– Claro- o viking respondeu e ouviram o dragão rugir- E parece que o Banguela também, se não for incomodo.

– Nada- Astrid disse.

Posicionando o arco e uma flecha, mirou e atirou. Caíram exatamente três maçãs ali perto. Guardou o arco e pegou as maçãs, logo depois, sentando-se frente de Soluço.

– Obrigado- Soluço disse pegando duas maçãs e dando uma para Banguela.

– Então... O que fazia na floresta uma hora dessas?- Astrid perguntou dando uma mordida na maçã.

– Ah a gente deu uma paradinha... - Contou mordendo a maça.

A capitã assentiu. E o silencio reinou ali, parecia que nenhum dos dois tinham mais nada para falar, nem mesmo como a noite caia ou como aquela imagem no céu era bonita. Nenhum dos dois parecia ter assunto.

Astrid olhou para Soluço e viu que ele a fitava.

– Sou uma paisagem agora?- perguntou com um sorriso sacana.

– Não, desculpe, não foi minha intenção... quero dizer, não que não seja bonita, não é isso... quer dizer, você uma capitã e não deveria ser tão conservada assim... não que um líder tenha de ser velho, não é isso... ah, cara, eu sou um idiota! - Soluço disse tudo rápido e deu um tapa na própria testa.

Astrid riu baixinho.

– Eu... nós vamos indo. Nos vemos amanhã na arena, certo?- Soluço disse ficando de pé e montando no dragão, que já estava em posição de voo.

– Por que não? - Astrid concordou perguntando.

– Hã, quer uma carona até o seu navio?- Soluço perguntou estendendo a mão.

A Hofferson fitou a mão e sorriu.

– Seria ótimo- Afirmou aceitando a mão.

Soluço puxou a pirata para cima de Banguela, a mesma passou os braços por sua cintura, o que fez o rapaz corar, mas a capitã se manteve.

– Vamos lá, amigão- Soluço disse.

Banguela abriu as asas e correu, logo estavam no céu, voando entre aquela mistura de cores - vermelho, laranja, rosa, amarelo, azul - e por cima da imensidão do mar sendo iluminado pela Lua. Passaram por algumas rochas, das quais desviaram e logo localizaram o navio pirata “Olho de Dragão”.

– Obrigada pela carona, Soluço- Astrid falou ficando em pé no dragão.

– Espera! O que vai fazer?- Soluço perguntou preocupado.

– Vejo vocês amanhã.- foi a ultima coisa que a capitã falou antes de pular do dragão em direção a uma das velas do navio.

Esticou os braços e, quando viu que dava, segurou em uma das cordas presas ao mastro. Soltou-se da mesmas parando de pé no meio do convés.

Os piratas no convés a encararam.

– O que estão olhando? Voltem ao trabalho ratos de porão! - mandou caminhando para sua cabine, mas não sem antes da uma olhada para o céu.

Soluço ainda estava lá.

Ela fez uma reverencia com um sorriso travesso e ele acenou.

Ela virou-se novamente, mas algo não a fez deter de fitar novamente o céu estrelado para ver o viking.

Banguela havia sumido, assim como o viking. A Hofferson voltou-se para a cabine e a adentrou, fechando a porta com força.


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Notas finais do capítulo

Só eu ri quando o Soluço foi pendurado na parede? Ou eu rio fácil das coisas?
Me digam o que estão achando da Ice e me deem suas suspeitas sobre Ice e Ignis e seus mistérios misteriosos. Gente, postei nas pressas então deve ter uns errinhos, farei uma revisão futuramente. Não esqueçam dos agradecimentos a Evil Queen ok? Até logo! (Porque estou cheia de idéias)