Escócia x Reader ♥ Allistor x Reader

Clareira

Conseguias ouvir os teus batimentos cardíacos acelerados. Estavas nervosa e ansiosa. Olhavas de vez em quando para o espelho. Estavas linda, até parecias uma noiva. Espera lá! Tu eras uma! Quem seria o sortudo? Allistor Kirkland!

O casamento iria acontecer num lugar com um valor sentimental para ambos: numa clareira localizada nos confins de um parque.

Quatro dos momentos mais marcantes da tua vida tinham-se passado lá: o vosso primeiro beijo, o vosso reencontro, o pedido de namoro e o pedido de casamento.

Fechaste os teus olhos e, com ternura, começas a lembrar desses momentos.

♥♥♥♥

Primeiro Beijo

Tu e Allistor, teriam na época 8 anos, brincavam sozinhos naquela clareira como sempre o fizeram. Allistor parecia-te diferente. Aparentava querer contar-te algo. Arcaste coragem e decidiste perguntar.

– Allistor, o que tens? Estás em baixo!

– Podes... Fechar os olhos?

Pela primeira vez na tua vida, tinhas ouvido insegurança na voz dele. O que terá passado? Esse não é o Allistor que conheço!, pensaste, lembrando de todas as competições que tinham para conseguir andar primeiro no baloiço ou para escorregar no grande escorrega.

– Claro!

Fechaste os olhos. Começaste a sentir a respiração do Allistor na tua cara, mas mantiveste os olhos fechados. De seguida, os lábios deles pressionavam contra os teus. Abriste os olhos, corada.

– Prometa-me que jamais sentirás algo por outras pessoas que não seja eu! Que este lugar será o nosso lugar e que ninguém encontre-o!

– E-Está bem, Allistor.- afirmaste, sorrindo ainda corada.- Mas, na forma que dizes até parece que vais mudar e...- foi aí que reparaste o que ocorria.- V-Vais-te mudar?! Pa-Para onde?!

– Para a Inglaterra...

– Porquê?!

– Porque os meus pais divorciaram-se.- respondeu de uma forma tão triste que te fez arrepender de ter perguntado.

– D-Desculpa por perguntar.

– Não faz mal.

Allistor ficou mal ao ver os teus olhos (C/O) prontos a chorar. Foi aí que se lembrou de uma coisa. Pegou na tua mão e te puxou para perto uma árvore. No seu bolso, trazia uma navalha que tirado às escondidas da cozinha.

– P-Porque tens isso? É perigoso!

– Eu sei, mas queria fazer uma coisa que vi num filme ontem!

Ele cravou na árvore a lâmina e começou a talhar um coração com uma seta. Dentro dele colocou “Allistor x (T/N)”.

– Agora ficaremos juntos, mesmo estando separados!

Sorriste. Ficaram a falar e a brincar até ser a hora da despedida. Se choraste? Claro que sim, mas o que podias fazer?

♥♥♥♥

Reencontro

Andavas sem rumo pelo parque que ficava ao lado da tua casa. Conhecias aquele lugar melhor que a tua própria palma da mão. Olhaste com particular interesse para os baloiços que não eram usados no momento. Quando eras criança, os baloiços eram bem populares, sempre havendo confusão para os usarem. Claro que também participavas nessas confusões, mas tinhas um motivo especial: irritar o teu melhor amigo na época.

– Allistor...- sussurraste com saudades do mau humor dele.

Decidiste ir para o teu esconderijo especial. Dirigiste-te até à parte mais baixa do parque, onde possuía um pinhal abandonado. No meio dele, havia uma clareira com um lago. Aquele lugar fazia-te lembrar de momentos que passaste com Allistor.

As brincadeiras, os pequenos piqueniques, as risadas, as leituras de pequenos livros, o vosso primeiro e último beijo...

Coraste ao recordar aquele beijo, mas não deixaste de sorrir como uma idiota.

Fora o vosso último encontro naquele esconderijo, mas ficara bem marcado na tua mente e, talvez, na dele.

– Como estará aquele obcecado pelo Monstro do Loch Ness?- perguntaste a ti mesma, deitando-te por baixo de uma árvore.

– Não sei se devia ficar ofendido, (T/N).

Uma voz rouca e masculina pronunciou-se. Com o susto, os teus batimentos cardíacos aceleram. Viraste o teu rosto para o rapaz, que teria a tua idade. E que rapaz! Cabelos ruivos avermelhados, que ao vento, balançavam, olhos verdes escuros que olhavam fixamente nos teus olhos (C/O) e um sorriso matreiro que sempre esteve na tua memória.

– Allistor...

– O próprio!

Ele sentou-se ao teu lado e olharam-se fixamente nos olhos. Nenhum dos dois piscava os olhos. Os teus olhos começaram a ficar secos, forçando-te a piscar. Allistor riu e tu bufaste irritada.

– Ganhei outra vez!

– Como consegues?!- perguntaste com uma irritação fingida.

– É um segredo!

Voltaste a bufar, mas sorriste. Abraçaste as tuas pernas e apoiaste a tua cabeça nos joelhos, virada para o Allistor. Como tinha crescido. Já não tinha aquele ar de diabrete que levantava as saias das moças (ele só tinha feito uma vez isso a ti e levou com uma chapada na cara). Agora, estava adulto, maduro e sexy.

– Alguma novidade? Como foi viver em Inglaterra?

– Bom, ganhei 3 irmãos e, tirando o facto de alguns deles amarem chatear-me, foi bom.

– 3 logo de uma vez? Ouh! Como se chamam?

– O mais novo é o David, o do meio é Arthur e o mais velho é William. No entanto, eu sou o mais velho de todos!

– Eu quero conhecê-los! Se te chateiam, devem ser da minha laia!

– Só até os conheceres.

– E por quanto tempo ficarás por aqui?

– Eu espero que seja até ao fim da minha vida.

Sorriste esperançosa. Começaram a falar sobre coisas banais e coisas que aconteceram convosco durante a separação. Ficaram a rir até às barrigas doerem. Mas não comentaram nada sobre aquele beijo ou daquele coração gravado na árvore.

♥♥♥♥

Pedido de namoro

Allistor estava atrasado! Primeiro, chamou-te com urgência e agora deixava-te pendurada? Bufaste irritada. Aborrecida, agachas e pegas em pedras, atirando-as para o lago e ver qual ia mais longe chapinhando. De repente, ouves sons nos arbustos. Assustaste e olhaste para lá. Não viste nada, só... Uma mensagem na árvore? Aproximaste, para a ler melhor.

Olha para cima, leste mentalmente e fizeste como pediu. Reparaste que em cima estava o coração com o teu nome e do Allistor. A árvore tinha crescido, assim como vocês os dois. Sabias que o sentimento que sentia naquela altura só aumentou durante este tempo todo?, continuaste a ler, sem acreditar no que lias. Aceitarias ser..., não precisaste ler mais, pois Allistor apareceu e abraçou-te por trás.

– Aceitarias ser a minha namorada, (T/N)?- ele sussurrou ao teu ouvido, deixando-te corada.

Murmuraste um “sim” entre lágrimas, que escapavam dos teus olhos por causa da emoção.

– Oh, não chores lassie!

– Já te disse para não chamares-me isso.- reclamaste, ao limpar as lágrimas.

Allistor beijou-te e tu correspondeste, timidamente. Aquele seria o vosso segundo beijo.

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Pedido de casamento

Tinham-se passado anos. Tu e Allistor completariam 8 anos de namoro. Muito tempo, certo? Claro que discutiram várias vezes, mas como estavam habituados desde crianças, resolviam as coisas rapidamente. Nas discussões mais graves, um acabaria por ceder e comprar algo para o outro (Allistor comprava-te chocolates ou um peluche e tu compravas ingredientes para preparar deep-fried Mars bar, um doce escocês que era um dos únicos que o alegrava). De qualquer forma, acabaram de ter um encontro e Allistor dissera que tinha uma surpresa para ti na clareira.

Para a tua surpresa, a clareira estava iluminada por lanternas de papel.

– Allistor...- começaste a ouvir uma música calma e o teu ruivo olhava para ti, com a mão estendida.

– Vamos dançar e eu não aceito um não como resposta.

Sorriste e pegaste na mão dele. Ambos aproximaram-se do rádio que emitia a música. Ele colocou as mãos na tua cintura e tu rodeaste o pescoço dele com os teus braços. Começaram a dançar lentamente.

– Sabes uma coisa, Allistor?

– O que, (T/N)?

– Este tipo de música não combina connosco. Não tens uma mais mexida?

Allistor sorriu (aquele sorriso matreiro que tanto adoravas ver!) e colocou outra música. Depois de dançarem, estavas exausta.

– Há muito tempo que não danço tanto...- olhaste para o Allistor, que mexia no bolso das calças.- O que foi?

– Já vais ver.

Ajoelhou-se e pegou numa caixinha vermelha. Abriu-a e revelou uma aliança.

– (T/N) (T/A), aceitas casar comigo?

– O Allistor que conheço nem precisava de perguntar.- sorriste, os teus olhos (C/O) molhados demostravam que ias chorar.

Allistor levantou-se e pegou na tua mão, colocando a aliança no dedo anelar e beijou-te.

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Casamento

Até ao momento, só tinhas 4 momentos marcantes naquele lugar. Porque não criar um quinto momento? Seria perfeito!

Como estavas dentro de um tipo de tenda (para te preparares e para o noivo não te ver), ouviste o fecho a abrir. Olhaste para a entrada e vias dois gémeos de 2 anos a correr em tua direção.

– Tia!~

– Hahaha... Ainda não me tornei “tia” oficial e já me estão a chamar disso?

– Alfred, Matthew! Não deviam ter entrado sem autorização!- ouviste a voz da mãe daqueles dois.

– Olá Lola.- cumprimentaste.

– Bonjour! Como está a noiva?

Lolita Kirkland era mulher de Arthur, tinha cabelos loiros presos num coque e olhos azul-violeta. Já os irmãos, apesar de gémeos, possuíam algumas diferenças. Alfred era loiro (tendo um ahoge para cima) e tinha olhos azuis. Matthew tinha cabelos um pouco maiores e ondulados (também tinha um ahoge para baixo, ondulado) e olhos violetas.

– Um pouco nervosa, claro.

– Relaxa-te, ma chère! Também fiquei assim no meu.

– Eu estive lá para ver o Arthur a gaguejar.

Disseste rindo, lembrando que foste tu quem a ajudou com o vestido e maquilhagem. Sentias até inveja por ela e Arthur terem-se casado mais cedo do que tu, afinal: tu não eras mais velha?

Ouviram outra vez o fecho a abrir e viram um ruivo de olhos verdes e sardas a entrar.

– Aaah! Aqui estão o menino das flores e o menino das alianças!

– Tio!~- exclamaram os gémeos, que correram até ao ruivo.

– E bater na tenda? Não se faz, David?- Lola perguntou, brincalhona.

– Ainda a deitava ao chão, Lola!- David continuou na brincadeira.- Hey (T/N), estás linda! O Allistor tem muita sorte!~

– Obrigada, David.

– Bom, vou ter que raptar estes meninos para praticar mais um pouco a parte deles! O William aparece aqui depois verificar se tudo está como planeado! We’re out!- disse ao sair a correr.

– Sempre apressado.

Ambas riram. Ficaram a conversar por algum tempo, até chegar Arthur.

– Aqui estás tu! A cerimónia vai começar, bloody hell.

– Não se diz “oi” à noiva?- Lola perguntou, segurando um riso.

– Ah, olá.- ele disse, corando de vergonha por não ter reparado em ti.

– Hey!

Claro que não o culpaste. Ele só tinha olhos para a sua francesa.

– Bom, eu e o Arthur vamos indo, espera até o William chegar!

Dito isso, Lolita entrelaçou o seu braço ao do seu marido e ambos saíram da tenda. Demorou somente minutos até o moreno de olhos verdes chegar.

– Estás pronta para o momento da verdade?- questionou ele.

– Nasci pronta!

Ele sorriu e entregou-te o seu braço, agarraste-o e ele te acompanhou até a entrada da clareira. Conseguiste ainda ver o Matthew a espalhar as pétalas, timidamente. Ah, e o Alfred parecia tão sério, mas quando te viu, ele sorriu. Ele queria acenar, mas tinha uma missão de herói: proteger as alianças!

Olhaste para Allistor. O teu coração acelerou ao ver o olhar maravilhado dele. Decerto, coraste.

Finalmente, chegaste ao lado dele. Giraste a cabeça e lançaste um sorriso encantador a ele.

O padre começou a falar e às suas benditas perguntas, a resposta fora positiva. O padre dá a autorização para ambos se beijarem. Assim o fizeram.

– Eu amo-te.- disseste, após do beijo.

– A loue ye mair!

– Oh, tu queres uma competição, querido?

– Talvez queira.- ele sorriu na maneira matreira, nunca cansavas de olhar para aquela faceta.

Foi ouvido um “outra vez não” dito por quase todos que estavam presentes. Vocês riram. Lançaste o buque que calhou na (N/MA), ela deu um sorriso vitorioso e levantou o polegar para ti.

Agora, tu e o Allistor entraram no carro, sem ninguém reparar, e foram para a vossa lua de mel.

– Tio William!- chamou o Alfred.- O tio Allistor e a tia (T/N)?

– Eh... Parece que fugiram.

– Porquê é que fugiram, tio?- Matthew perguntou, inocentemente.

– Ora, eles foram fazer coisas de crescidos!~- David se meteu na conversa.

– Bloody hell, o que estão a dizer aos meus filhos?!- um raivoso Arthur bradou.

David e William riram, enquanto os gémeos ficaram confusos.