– Quem é você?- Abismada pela falta de educação do garoto, Luisa perguntou.

– Brian Sheppard. E o seu nome é?- o garoto moreno, de cabelos negros e olhos castanho esverdeados sorria para Luisa, que permanecia parada, encarando-o. A garota então se afastou dele sem dizer nada. Antes que pudesse tocar a maçaneta da porta, algo segurou seu ombro. – Espere.

– Me deixa em paz garoto enxerido. – A loira conseguiu se esquivar e saiu pela porta do café, rapidamente. Brian a seguiu por quase um quarteirão inteiro até alcança-la novamente.

– Ei! Ei! Espere. Me.. desculpe. Eu não deveria ter lido seu diário. Não daquela forma... enfim, podemos começar de novo?

– Começar o que? Primeiro que aquilo não é um diário e segundo que você é um garoto muito curioso com a vida dos outros. Por favor, procure outra pessoa para bisbilhotar, sim? Já tenho problemas demais pra me aparecer um louco que fica enfiando o nariz onde não é chamado.

– Eu pedi desculpas, tá legal? – mas Luisa continuou andando, ignorando o garoto, que falava sozinho. Depois de dar mais umas voltas, antes de chegar em seu apartamento minúsculo, Luisa de certificou que o garoto não a estava seguindo e entrou no prédio certo.

– Que garoto estranho, vir bisbilhotando minha vida. – tentando esquecer os acontecimentos, Luisa dormiu.

“ Havia uma estrada de terra, o sol estava perto de se pôr e Luisa se via com um vestido azul claro, de tecido leve e longo, com alças finas. Seu cabelo preso e Hermione e outra garota também estavam lá, como ela. Ela se viu em uma encosta de uma colina verde e vibrante. Draco, Rony e muitas outras pessoas estavam lá também, mas Luisa só se importou ao ver Harry, com um terno preto e gravata da cor de seu vestido. Luisa sabia: era o dia do casamento dele. Com outra. Com Gina. “

Luisa acordou atrasada para o curso de fotografia. Ela sabia que não daria tempo de pegar o metro nem o ônibus então se arrumou com um passe de magica e aparatou em um beco que ficava próximo da escola. Saiu correndo e conseguiu entrar a tempo. Luisa adorava o curso. Havia tanta coisa interessante naquelas maquinas fotográficas. O zoon, as variadas lentes, luz, cores contrastantes, era um mundo incrível que ela estava conhecendo.

Assim que saiu do curso, a garota foi para a agencia de empregos. Sabia que sua avó não era rica nem poderia bancar sua estadia em Londres por muito tempo, entao queria um emprego de meio período.

– Achamos algo que se encaixa no seu perfil. Eles ficaram interessados em você e tem uma entrevista hoje mesmo nesse endereço. Indico que vista algo mais elegante para a primeira entrevista.- a mulher de aproximadamente 30 anos dizia, olhando Luisa de cima abaixo e avaliando sua roupa.

– Ah está bem senhora Ross. – rapidamente a loira saiu da agencia e procurou um banheiro feminino em algum café. Ela detestava usar magia em publico mas teria que fazer isso para trocar suas vestes.

– Ainda bem que consigo expandir minha bolsa e colocar coisas aqui dentro. Praticamente meu guarda roupas inteiro esta aqui. O que devo vestir...- Analisando as suas vestes, Luisa pegou uma calça jeans justa, uma camiseta listrada e um blazer azul marinho. Trocou suas botas por uma sapatilha e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo.

– Assim devo estar mais “apresentável”, não acha senhora Ross?- zombava a garota quando deu uma ultima olhada no espelho e gostou do que viu. Luisa correu para o local da entrevista, uma livraria antiga e escura. Na placa de madeira antiga e desgastada só estava escrito: Livros. Pensando no salario, Luisa entrou. Na porta havia um sino que tintilou quando ela entrou. Um senhor de cabelos brancos e meio careca apareceu detrás de uma pilha de livros que estava segurando. Luisa ajudou-o pegando alguns e colocando em um balcão.

– Oi mocinha o que deseja?

– Vim para a entrevista de emprego.

– Ah sim, sim. – o velho homem colocou os outros livros no balcão e ofereceu uma poltrona velha para que Luisa se sentasse. Ele então se sentou na outra que havia entre uma mesinha e começou a tossir.

– O senhor está bem?

– Estou minha querida. É só a poeira dos livros do estoque. Por isso preciso de alguém que cuide da minha livraria. Está na família há muitas gerações. O homem tossiu mais algumas vezes.

– Vovô? O senhor está bem? Precisa descansar. – uma voz masculina vinha detrás de uma estante e Luisa não pode ver de quem era.

– Tá tudo bem.- disse em voz alta - Meu neto é muito exagerado. Bem, você gosta de livros?

– Ah sim, adoro.- era mentira. Luisa não gostava tanto de leitura, mas gostou do clima daquela livraria velha e empoeirada e imaginou que o trabalho não seria tão cansativo.

– Qual o seu preferido?

– Gosto de livros de ciências. Teorias e hipóteses cientificas.

– Hum...- o homem ficou observando Luisa, que estava nervosa e tentava sorrir- interessante. Me diga alguma teoria que você já leu.

– Bem, tenho uma edição de um livro de física quântica. Há uma teoria de Morphail sobre viagens no tempo e um cientista chamado Einstein que descobriu a teoria da relatividade.- rapidamente a garota disse o único livro que conhecia sobre ciências.

– Oh, então você gosta de teorias sobre universos paralelos? Tenho um romance que aposto que gostaria de ler. – o senhor se levantou mas começou a tossir fortemente. Luisa levou a mao ao bolso da calça, onde pensou em conjurar um chá, mas o dono da voz que ela havia escutado apareceu.

– Vovô! O medico disse pra não se esforçar nem ficar aqui na livravia, vamos. Vou te levar em casa.

– Voce! O que faz aqui? Me perseguindo?- Luisa se levantou assustada. Era o garoto que havia lido seu caderno na cafeteria.

– Eu trabalho aqui. – o homem havia se recuperado e perguntou:

– Entao vocês se conhecem? Ah! Por que não disse logo garotinha? Pode começar amanha mesmo o serviço.- O jovem levou o homem para os fundos e depois de alguns minutos voltou.

– Bem, garota do destino, parece que vamos trabalhar juntos heim?- Brian disse, cruzando os braços.

– Acho que não. Peça ao seu avô desculpas por mim, mas não posso trabalhar com um enxerido como você. – Luisa legou sua bolsa e estava andando em direção á saída quando Brian segurou seu ombro.

– Por que tenta fazer isso? Eu não quero saber de você, garoto.

– Mas vai recusar um bom salario e meio expediente só para não conviver comigo?