Na sopa de letrinhas

Ele passou a tarde toda fazendo e refazendo sopas, até conseguir uma mistura suave e cremosa, de uma cor de âmbar que lembrava certos olhos. Com cuidado, despejou pequenas letrinhas de macarrão, organizando-as até que formassem a palavra “Daisuki”.

Quando Yukito chegou, o jantar já estava na mesa muito bem enfeitada com velas, seu incenso preferido na sala ao lado. Sentaram para jantar quando o telefone tocou.

-Yuki, o que aconteceu com a sopa? – Touya perguntou ao voltar.

-Eu comi. Estava ótima – elogiou feliz – Mesmo com aqueles pedacinhos de macarrão desintegrado.

Touya se odiou por não ter lembrado que o macarrão podia se desfazer.

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No livro de química

Ele estava ansioso, mal podendo esperar o momento em que Yukito devolveria o livro de química que tinha pedido emprestado. Passara dois dias escrevendo a mesma frase até encontrar a caligrafia perfeita, e tinha escrito em cada página “Aishiteru, Yuki”.

-Touya?

Ele sorriu para o menino, o coração acelerado.

-Eu sinto muito – Yukito começou com tristeza – Mas Nakuru me seguiu ontem e me fez derrubar seu livro no rio. Mas eu comprei outro – e sorriu oferecendo o novo objeto.

Naquele momento, Touya queria muito matar alguém.

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No fim do dia

Eles caminhavam tranquilamente, o último teste fora feito e agora eles tinham direito às férias de verão. Touya estava desapontado, ele tinha se esforçado tanto para revelar seus sentimentos de uma maneira criativa, mas nada dera certo…

-Olha Touya! – Yukito chamou apontando para o belo pôr do sol logo à frente.

-Nossa – o moreno se surpreendeu, era realmente bonito, quase mágico – Yuki, Koishiteru.

O menino pálido sorriu, olhando com devoção e ternura seu amigo.

-Isso sim eu posso aceitar. Koishiteru, Touya – revelou, mostrando que vira as duas declarações anteriores.

Ao invés de ficar indignado, o moreno sorriu. Na verdade, aquela também era a única declaração que ele podia aceitar.