_ Chegamos! – anunciou Grissom satisfeito enquanto parava o carro diante de uma linda casa branca de dois andares, com uma belíssima varanda.

Compondo aquele maravilhoso cenário, havia um gracioso jardim com diversos espécimes de plantas muito bem cuidadas. Aquela vista combinava com ele. Que biólogo não tem por sonho ter seu cantinho para suas adoráveis plantas e seus encantadores insetos?

_ Vamos? – ele a interpelou, orientando-a por qual caminho deveriam seguir – Quero que conheça a casa.

Seguiram por uma trilha feita por pedras irregulares. Sara estava encantada com aquela bela casa. Embora trabalhassem juntos há muito tempo, ela nunca antes havia ido a casa dele. Por dentro Sara pensava que se a fachada da casa era maravilhosa assim, como seria então por dentro?

Diante de uma espetacular porta trabalhada em madeira, Grissom abriu-a, porém não deixou que Sara entrasse ainda.

_ Espere! Não é assim que entraremos – afirmou Grissom.

_ Não? E como entraremos? – Quis saber Sara curiosa.

_ Como somos recém – casados – ele pronunciou dando ênfase na última palavra – entraremos assim!

Sem que Sara pudesse pensar ou protestar, Grissom pegou-a no colo, e adentrou a casa juntamente com sua esposa, lembrando – se de começar a entrar com o pé direito. Superstição ou não, não custava nada garantir que tudo desse certo.

Ao entrar na casa, Sara ficou maravilhada com o ambiente. Tudo ali era perfeito. Era simples e aconchegante. A decoração era típica de um homem solteiro, entretanto, tudo muito organizado. Isso era de se esperar em Grissom. Ela olhou a sua volta, aprovando o que vislumbrava. O piso era de madeira.

A sala de estar era grande e composta por um jogo de sofá de couro e uma poltrona também de couro. Uma mesa de centro com tampa de vidro descansava em meio aos sofás, em cima de um grande tapete cinza. Em frente ao sofá maior, havia uma grande estante de mogno cheia de livros sobre Entomologia Forense e Biologia e havia ainda um belo aparelho de som.

À direita da sala de estar ficava a sala de jantar que era composta por uma mesa de tampa de vidro e quatro cadeiras.

Colada à sala de jantar estava a cozinha com seus eletrodomésticos em inox. Ali havia tudo o que se podia precisar.

_ É linda Grissom! – exclamou Sara maravilhada com o que via.

Ele sorriu timidamente. Estava feliz porque ela estava gostando da casa que passariam a partilhar a partir daquele momento.

_ Venha, vamos conhecer o andar superior.

Grissom tomou a mão de Sara na sua, guiando-a na excursão através do novo lar. Subiram as escadas que se encontravam do lado esquerdo da sala de estar. Passaram por um corredor que continha fotos de Grissom em diferentes fases de sua vida. Havia fotos de quando ele era criança, com sua mãe, com alguns amigos que ela não conhecia. Fotos da época da faculdade e da formatura. Ela percebeu o quão pouco conhecia da vida pessoal de Grissom, seu marido. E entristeceu-se por perceber que ali não havia uma única foto dela. Tratou de afastar esse pensamento.

Grissom parou diante de uma porta. Abriu-a devagar e fez com que Sara entrasse no ambiente.

_ Este é o seu quarto. Espero que goste – ele disse com ansiedade para saber se ela havia gostado do quarto, assim como havia gostado do andar inferior.

Ao entrar Sara pode ver uma suíte ampla e cômoda, com paredes brancas, uma cama de casal espaçosa, um grande guarda- roupa embutido, uma mesinha de cabeceira com um abajur ao lado da cama e uma grande TV.

_ Tem toalha limpa no guarda-roupa caso você queira tomar um banho – Grissom avisou.

Ela assentiu. Estava perdida em seus pensamentos.

Metódico. Essa era uma das palavras que definiam Grissom. Ao entrar naquela casa, passou a observar atentamente. Agora ela seria sua também. Pelo menos durante aquele ano em que ficariam casados. Se alguém lhe tivesse dito que sua vida passaria por tantas mudanças em um tão curto espaço de tempo, ela não teria acreditado. De um momento para outro se via casada com Grissom e ia morar com ele.

O acordo era claro. Cada um se esforçaria ao máximo para fazer com que o casamento desse certo. E se ao final de um ano eles percebessem que não funcionaria ambos entrariam com o pedido de divórcio.

De sua parte, Grissom também estava envolto em seus pensamentos. Ele não fora totalmente sincero com Sara. Ele não lhe disse que não estava em seus planos divorciar-se. Ele a amava muito e se Deus havia permitido que eles se casassem mesmo não estando em sã consciência, era porque tinha algum propósito. Ele faria de tudo para que permanecessem casados. Tentaria a todo custo conquistar o coração de Sara. Lembrou-se da condição feita por sua esposa. Esposa! Aquela palavra tinha um lindo som. Ela aceitaria manter o casamento com a condição de dormirem em quartos separados. Ele conseguiu cumprir essa parte. Por sorte sua casa era grande e tinha dois belos quartos. Se bem que não seria incômodo nenhum se tivessem que dividir o mesmo quarto, pelo contrário, seria um imenso prazer.

Será que conseguiria manter sua promessa? Ele se perguntava a todo o momento. Será que conseguiria manter-se afastado daquele corpo moreno, delgado e lindo que era a verdadeira personificação da tentação? Ele sabia que faria de tudo para cumprir sua palavra, entretanto, acordos podiam ser burlados. Grissom riu para si mesmo ante este pensamento. Com certeza procuraria um meio de levá-la para a cama, de provar aquele corpo maravilhoso que tanto desejava.

Observou Sara. Ela estava muito quieta. Em que estaria pensando? Procurou quebrar o silencio instalado ali.

_ Gostou da casa? – ele indagou com bastante interesse. Queria saber a opinião dela sobre o lar que agora dividiriam.

_ Sim. Gostei bastante – ela respondeu indecisa e maravilhada ao mesmo tempo – Sua casa é linda Grissom! Você tem um excelente gosto.

_ Nossa casa Sara – ele afirmou docemente, fazendo-a lembrar de que a partir de agora a casa também pertencia a ela – Nossa casa. Não se esqueça de que agora este é seu lar também. Seu novo lar. Fique a vontade para a mudança que desejar e decorá-la como quiser, para dar um toque feminino.

Ela corou e assentiu. Grissom se preparou para sair e deixá-la descansar.

_ Vou deixá-la descansar. Se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, o meu quarto é aqui ao lado. Ah! Ia me esquecendo! Daqui a pouco trago uma camisa para você poder dormir.

Disse isso e saiu, deixando-a em um estado de completa ansiedade. Tinha certeza de que aquele período seria longo, que demoraria a passar.