Odd's in your favour escrita por MyG


Capítulo 12
Uma conversa com Gale


Notas iniciais do capítulo

E ai povo, voltei, capitulo novo, cada vez mais perto do resgate *-* Boa leitura!



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Três dias se passam, sem que possamos sair do abrigo.

Eu só tive contato com Enobaria até o final de ontem.

Quatro bombas caíram nesse tempo.

Quando você acha que o ataque acabou, um novo tremor abala sua confiança. Agora tenho certeza que não ficaremos soterrados, porém, que ficaremos presos aqui embaixo no mínimo mais alguns dias.

Conclui que a capital não quer destruir por completo o distrito treze, eles querem apenas nos parar por um tempo. Tirar os tordos das telas de Panem.

Dentro do abrigo, a cooperação é a ordem do dia. Nós aderimos a um rigoroso cronograma para as refeições e exercícios, tomar banho e dormir. Pequenos períodos de socialização são concedidos para aliviar o tédio.

É a primeira vez que vou até Katniss. Sua área está bem movimentada, devido ao gato.

É realmente divertido, o ver correr atrás da luz da lanterna, sem nunca conseguir a pegar.

Eu e Katniss conversamos um pouco sobre como estamos, mas ambas sabemos que os danos emocionais, nesse momento são muito maiores que os físicos.

A deterioração de Peeta e Cato, nos abalou.

Mas não podemos falar sobre isso agora.

Não com tantas pessoas ao nosso redor.

Eu converso com a irmã de Katniss, Prim. Ela é um doce de pessoa, realmente.

Sua mãe também apareceu nos raros períodos que eu estou lá e até mesmo Enobaria resolveu se socializar conosco.

No final da terceira noite, depois que todos se deitam, eu decido que não vou conseguir dormir.

Caminho, sendo guiada pelas luzes de emergência até a área de Katniss, mas ela não está lá.

Onde ela poderia estar? Reflito um pouco e chego a conclusão que ela deve estar com Gale.

Demora um tempo ate eu acha a área designada a Gale, praticamente no outro lado da caverna, porém ela também não está lá.

Já estou virando as costas e voltando a andar ate minha área quando a voz de Gale ecoa em um murmúrio atrás de mim.

– Clove? – Viro-me novamente e encontro com Gale, agora sentado em sua beliche.

– Am.. Oi Gale.

– O que faz aqui?

– Me desculpe, não queria te acordar, eu estava procurando Katniss.

– Por que não foi na área dela?

– Eu fui, mas ela não estava, achei que estivesse aqui. – Vejo ele franzir as sobrancelhas.

– Deve estar no Finnick então. – Oh! O Finnick.. Por que não pensei nele antes?

– Ah! Obrigada Gale, eu tinha me esquecido dele. Vou lá. – Viro-me para sair dali e ir ate a área de Finnick quando Gale me chama novamente.

– Clove! Espera! Tem certeza que não quer conversar? – Giro nos calcanhares e analiso um pouco, não vejo uma razão para Gale querer conversar comigo tão repentinamente.

– Am.. Pode ser. – Eu caminho lentamente ate a beliche, me sentando ao seu lado. – Podemos começar conversando sobre o porquê desse interesse repentino em conversar comigo. – Vejo ele se encolher um pouco.

– Katniss. – Ele começa lentamente. – Ela está com Finnick.

– Eles são amigos, não são?

– Eu sei, porém, eu sou muito idiota sabe? Eu pensei que ela viria procurar a mim se precisasse conversar, não Finnick.

– Você está com o ego machucado... É isso?

– Não exatamente.

– Gale, não estou entendendo onde você quer chegar.

– As coisas entre mim e Katniss mudaram muito desde os primeiros jogos e o aparecimento de Peeta. – Ele suspira. – Não sei o que fazer para elas voltarem a ser como eram.

– Olha, eu não sou a melhor pessoa para se pedir conselhos ou desabafar, mas, até onde me é possível entender e opinar, nada voltara a ser como era Gale. Olhe para tudo ao nosso redor. Antes não existia os jogos, não existia uma guerra... Vocês não estavam contra o governo e Katniss não estava abalada como está hoje.

– As vezes eu daria tudo para voltar no tempo, para nada disso ter acontecido entende?

– Não é só você. Minha vida no dois não era um mar de rosas, era uma rotina cansativa, eu era uma pessoa isolada, mas eu acho que me manter no meu mundinho, com os olhos fechados para as demais coisa, seria muito melhor do que passar por tudo que passei e estou passando.

– Você se refere as arenas, a Cato, Ethan, ou ter se tornado o tordo? – Esta pergunta me trava por alguns segundos.

– A tudo. Se a primeira arena não tivesse acontecido, o resto também não.

– Pense pelo outro lado Clove, sem isso, você nunca teria conhecido Cato.

– Penso, muitas vezes que teria sido melhor assim. Sabe, sem envolvimentos amorosos.

– Não somos nós que escolhemos isso, simplesmente acontece.

– Está falando por experiência própria? – Isso faz Gale ficar em silencio, ele olha para a luz de emergia e por fim, um sorriso triste aparece em seu rosto.

– Nem sempre, o que acontece com a gente, acontece com os outros. – Eu assinto positivamente e observo as luzes também.

– Quanto tempo você acha que ainda ficaremos aqui?

– Eu não sei, Coin só vai nos liberar quando tiver certeza que estamos seguros, e isso pode demorar dias.

– Ficar aqui embaixo me deixa claustrofóbica. A única vez além dessa que fiquei embaixo da terra, foi na Noz do distrito dois, e mesmo assim só durou vinte minutos.

– Eu até consegui me adaptar bem ao distrito treze, é bem diferente do doze sem duvidas, mas eu gosto.

– Bom, eu ainda prefiro o dois. Não somos monstros sem coração como vocês pensam. Na verdade, lá existem pessoas como todos vocês, trabalhadores. Que lutam todos os dias para por a comida na mesa, não quer dizer que por que somos capachos da capital, não tenhamos que batalhar por nossas coisas e que não passamos por dificuldades.

– Na verdade, sempre vi o dois exatamente assim. – Gale ri. – É meio difícil não aceitar que vocês ganhem tudo de mão beijada.

– Bom, mas é exatamente isso que acontece. – Gale se cala novamente, ele me analisa por algum tempo.

– Soube que sua mãe está aqui. – Engulo em seco.

– Sim.

– Como ela veio parar aqui?

– Eu não sei.

– Onde ela está?

– Eu não sei. – Ele volta a me olhar curioso.

– Eu sei muito pouco sobre você Clove, mas tenho certeza que você e sua mãe não se dão bem.

– Ela não tem um bom histórico como mãe Gale. – Eu suspiro. – Eu acho que vou voltar para minha área. Devemos fazer isso mais vezes. – Comento quando já estou de pé.

– Tudo bem Clove, quando quiser, já sabe onde me achar.

– Igualmente Gale.

Dou um pequeno aceno com a mão e volto para a área que é designada a mim, imaginando o dia eu finalmente retornarei a superfície.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Aprovado? Essa amizade da Clove com o Gale.. Não sei de nada.



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