Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 29
Capítulo 28: O abismo na forma de um herói


Notas iniciais do capítulo

Yo! Bem, antes de começarem, eu tenho algumas coisas a dizer
Primeiro: O motivo da minha não postagem de capítulos, tem haver com o fato do meu computador ter quebrado no dia anterior ao natal. Ou seja, eu fiquei sem poder postar nada. Estou em um pc remoto aqui (parentes), pra poder postar o cap seguinte ao anterior (dã)
Segundo: Eu tinha três capítulos prontos no pc, e mais um feito a mão. Com o meu pc quebrado, não pude postar nenhum deles, porém continuei fazendo outros capítulos a mão, o que me gerou mais alguns deles. Ou seja: estoque tá cheio
Terceiro: O Computador ainda não voltou do conserto, então não faço a mínima de quando poderei postar o próximo capítulo

Enfim. Curtam o cap =D



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...

A bruxa encarava o dissipar da fumaça. Tentava entender como, subitamente, a aura do jovem recém-derrotado estava de pé, completa, porém vazia de espirito, como se toda a mágica contida nela fosse pálida como a pele de um vampiro

A aurora banhava a arena de batalha com sua beleza, porém naquele momento, mais parecia a um deus assistindo a um embate de titãs

Ela queria acabar logo com aquilo. Sua caça por aldeões não era por razões inúteis, e não queria gastar nenhum deles em uma batalha com um moleque

Toda a cinzenta fumaça da explosão de seu clone ilusório, agora, voava baixo, deixando a mostra todo o tronco do garoto. Mas não era isso que interessava, e sim, seus olhos. Dois círculos escarlates que jaziam em uma superfície negra. A bruxa, sorrindo, só podia ter certeza de uma coisa

– Você não é a mesma pessoa né?

Estavam arregalados. Vidrados, até ele fecha-los completamente. Suspirou, trazendo ar aos pulmões com força. Quando voltou a abri-los, sua expressão já era normal... pelo menos, mais humana, mas não igual a sempre

Um sorriso foi a resposta

– Você é um espirito diferente, guardado dentro desse recipiente aí... agora, vendo sua aura uma segunda vez, entendo-te

Enquanto ela proferia seus dizeres, o ser no corpo de Finn encarava as próprias palmas das mãos, como se as visse pela primeira vez. Apertou-os com força, e voltou a encarar a bruxa

Das duas espadas que no chão jaziam após a queda do jovem, a vermelha continuava completa, porém a dourada se desfazia. Não como quando Finn não a queria usar mais, e ela se dissipava. Desta vez, se desintegrava

– Bem, para o seu azar, você tá limitado. Creio que isso não vá demorar nada

Estendendo os braços, raios saíram, partindo na direção desejada

Em um velosíssimo movimento, o jovem sacou a lâmina do chão e voltou à posição anterior, segurando o ataque com a face da lâmina. Com um arregalar de olhos da bruxa, ele jogou a corrente elétrica sem esforço, e encarando-a, avançou

Como podia ele alcançar o ápice sem mais nem menos, questionava a mulher. Arrastando um dos pés, tomou um épico impulso e partiu

O fio da espada passou reto, quase acertando, mas sua oponente lhe acertara com um golpe no estômago. Não um simples golpe, mas um impulsionado com magia, que o arremessou

Chocando-se diversas vezes, ele interrompeu o movimento batendo com as costas no chão. Novamente, suspirou, e levantando, encarava o próprio corpo novamente

A bruxa quase fora pega de surpresa. Não esperava que ele atingisse o ápice tão rápido, e se ele continuasse deste jeito...

Ela estendeu ambos o braços. Um estalo, e raios seguiam por ambas suas mãos, que era envolvida pela luz azul. Seus olhos amarelados encontraram os escarlates de seu adversário, arregalados pela surpresa de uma potente magia

Porém, o resultado foi abaixo do esperado. Conforme a escuridão do lugar era iluminada pelo show de luzes dos ataques mágicos da mulher e pela aurora, os corvos continuavam a ser os espectadores mais atenciosos. Seus olhos, grudados no ser que tomara conta do corpo do garoto. Este, que nem sequer demonstrava ser afetado pelo golpe. Sua expressão fechada ainda pairava sobre ela. E em sua mente, o que havia. A mínima preocupação com a eletricidade nem tomava conta de sua consciência

Baixo, ele disse

– Difunda mais sua eletromancia com a magia potente que tens. O elemento básico mal faz cócegas

Ela, surpresa, parou o golpe no instante seguinte. Não sentira nada? Nem um pingo de dor? Sua expressão dizia que não, e sua aura nem afetada era. A bruxa podia vê-la intacta, como se nada houvesse acontecido. Quem diabos era esse espirito?

Arregalando os olhos novamente, a feiticeira se vira na pior situação imaginável. Olhando uma segunda vez, sua energia ganhava cor. Em vez de pálida, se tornou escarlate. Pulsava com tremendo poder. Não era possível. Era um turbilhão incontrolável de pura vermelhidão. Abismável. Surpreendente. Terrível

Desesperador

Uma brisa passou, que refrescou-os. Os cabelos castanhos da bruxa voaram levemente, iguais aos do jovem

Aos poucos, alguns fios foram vagarosamente tornando-se negros

O que era aquilo? Sua aura havia tomando ligeiramente a forma de uma caveira

Ao final da breve ‘’metamorfose’’, os fios que caíam-lhe pelo rosto e sobre os olhos eram todos negros, e uma mecha inteira fora tomada no canto esquerdo

– Merda... – Ela sussurrou

Em um estalo de dedos, uma sombra surgiu. Outra, e outra e novamente até que dez fossem completas. Corpos humanoides pequenos e médios, completamente negros se estendiam a volta da bruxa

Ela juntou as mãos, e em um berro que encheu todo o local, os seres se liquefizeram, rodeando a mulher

Ele apenas observava. Sabia exatamente o que eram aqueles. A paz dos aldeões fora perturbada, e lá estavam eles. Mortos pelas mãos de uma feiticeira

Mas o líquido negro de todos os humanoides, que corria ao redor da mulher, era uma arma. Um experimento. Levando as mãos atrás da cintura, ela tirou um frasco, e abrindo-o, bebeu do conteúdo dentro

Sangue. Olhando de relance, a cor vermelha escarlate do líquido. Os seres liquefeitos em sombras a sua volta, e a sensação em seu corpo, o choque que por ele passou, o arrepio na espinha. Sangue das trevas. Sangue de um ser das sombras, mas não um qualquer

– Por que você só não foge? Creio que não goste do verdadeiro hospedeiro desse corpo. Podia simplesmente ignorar a batalha

Um silêncio. Em um movimento, ele arrancou a ombreira única de aço, e a deixou a cair. Logo depois, pela gola, rasgou a camiseta azul, permanecendo apenas com a preta de mangas compridas, as arreganhando

– Você realmente sabe muito. Mas te falta uma área específica: acreditar nas coisas incríveis que você sabe que existem... sua irmã é assim, já você

Ele a encarou por um momento. Em seus olhos, o desgosto era visível, e irritava a bruxa inimaginavelmente

– Sua pergunta é inútil. Não preciso responder algo que você já sabe. Apenas note, imbecil

Em meio ao que a cercava, uma linha negra avançou em altíssima velocidade

O jovem desviou-se apenas mexendo a cabeça. A mira havia sido sua testa . A irritação a fez errar algo que poderia ter no mínimo o arranhado

Com o braço estendido, outras linhas mais grossas atacaram. Girando o corpo, ele desviava-se de tudo

Abaixou-se, e uma passou por cima. Girou para direita e fintou à esquerda. Uma vindo em seu coração foi partida ao meio pela espada vermelha, e outras aproveitaram o atraso do momento, trespassando sua perna e ombro. Ele estava preso

Com um sorriso vitorioso, ela comandou as linhas para ataca-las. Eram sombras vivas. O experimento era perfeito. Sua chance de vitória era acima dos horizontes. Com aquele sangue em si, a sensação de poder era grandiosa. Nero era realmente tão poderoso?

As sombras o estacaram, passando pelo estômago, canela, antebraços, costelas, ombro, coxa, e duas pararam a frente de seu coração e no meio de seus olhos, milímetros de seus alvos

Ela queria vê-lo gritar. Era um desperdício gastar um frasco do sangue e dez daquelas vidas sem isso. Se a bruxa não poderia ter esse garoto com vida, não o deixaria vivo. Já não era mais hora de tentar muda-lo de lado. Ela entendera que com este, não havia papo

Mas o grito não se fez ouvir. Em seu lugar, um sorriso

Por que? Por que a aura dele não se alterava? Por que não se focava? Por que não se desordenava como deveria? Por que ele não gritava? Como ele podia resistir tanto?

Ignorando a todos os ataques, ele se mexia lentamente. Ele se mexia com os braços e pernas perfurados. Ele se mexia para frente. Seu peito e face eram perfurados

Ela arregalava os olhos. Era um suicida!

– Tola...

Em um movimento, todas as sombras se ‘’quebraram’’. Com o peito estufado e os cotovelos para trás, sangue vazava por todos os lugares perfurados. Porém, não nos dois lugares que o matariam de vez. Não em seu tórax nem pela testa. Nem feridas haviam lá

Como, ela se perguntava. Não tinha resposta. Repentinamente, sua árvore, a casa, parecia mais fria do que costumava. O frio da morte que se preparava para pega-la quando menos esperava

O verdadeiro perigo começara quando Nero entrara no jogo. E quando Absalom veio logo depois, ela sabia que, se não conseguisse seu objetivo, esse dia chegaria. Mas ela conseguiu. Conseguiu pegar o que queria. E logo quando conseguira o sangue deste primeiro, pensava ela que estava segura. Ela tinha certeza que estaria. E de repente, um qualquer aparece e a derrota?

Não. Ele não era um qualquer. Mas Fedra sabia que era tarde demais. Talvez se o tivesse matado logo no começo... talvez tivesse a chance. Pensava que este jogo seria mais simples e fácil quando tudo estivesse pronto. Mas esse novo jogador inesperado quebrara tudo

Arregalando os olhos, ela entendera. Entendera tarde demais como sempre. Assim como entendera tarde demais o quanto sua irmã era afoita, e o quanto o povo das sombras era incrível. Naquele jogo, ela não era a rainha. Era um peão. Olhando para o jovem a sua frente, sabia de quem era a culpa. Ela era a isca de um jogo maior. E suas suspeitas finalmente se funilaram em direção a verdade

– Malditos! Eu os amaldiçoou! Você Absalom! E você também

Victor!

Em uma última tentativa, ela firmou os pés no chão, e tomou poder para a sola de seus pés. Ao inferno com esses imbecis que lhe pregaram peças

Sem que ela visse, ele apareceu a sua frente. Seus olhos escarlates, ladeados por fios negros e loiros de cabelo, encaravam-na nos olhos. Sua roupa preta estava rasgada em diversos pontos, onde cortes sangravam. O mesmo para suas pernas. Mas apesar disso, com nada ele se importava. Esse não era Finn. Não poderia ser. Este era a escuridão que habitava em seu consciente. Este é aquele que o fez pensar em silenciar a comandante daqueles homens na floresta. Esse era um male contido dentro dele

Em um movimento, ele a acertou. Cabeça com cabeça. Sua testa acertara a dela com tremenda força. E ele, concentrado, sorriu. Abaixo dos pés da mulher, o chão se rachou. Tudo tremia com a força imposta na magia concentrada da bruxa, que era impedida pela cabeçada do jovem

Quando recuou, os olhos da mulher jaziam totalmente vesgos, e a única ponta de sua consciência manteve-se para ouvi-lo dizer

– É tão ridículo... magia de propulsão para se tornar mais rápida e forte

Ele puxou-a pelos cabelos, elevando-a a seu olhar

– Você não é nada disso. Nem consegue mascarar inutilidade. Reverter isso é tão simples, e olha... nocauteou-se por conta disso

Soltou-a, batendo com o rosto contra o tronco

Os corvos gralhavam, ainda observando-os, enquanto ele, de cabeça erguida, via a aurora no céu escuro. Não tinha muito tempo. Logo ele recobraria a consciência. Mas pensando bem, fora um bom começo

Ele sorriu para o além, sabendo que logo voltaria


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Notas finais do capítulo

Yo!
Primeira aparição do ser interior
O que acharam?
Desculpa pela demora



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