A Mais Doce Melodia escrita por Leli Meminger


Capítulo 2
Capítulo 2- First Impression


Notas iniciais do capítulo

E aí? :3



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Bella

Acordei cedo no meu último dia em Forks.

Abri as cortinas e fui até a varanda do meu quarto, dando uma longa, e talvez última, olhada na floresta perfeita a minha frente. Dei um longo suspiro e deixei uma única lágrima escapar. Como eu sentiria falta daquilo. Antes que eu pudesse piscar, fui envolvida em um abraço forte.

– Vai dar tudo certo, Bells. - a Rose sussurrou em meu ouvido. - Eu vou estar contigo.

Essa era a única coisa reconfortante da história toda: Rosalie Hale, minha melhor amiga, estaria lá comigo.

Quando recebi a noticia de que iríamos morar em Londres, nossa cidade natal, surtei, literalmente, e fugi para a casa dela, que desabou em lágrimas junto comigo. Meus pais tomaram a decisão sem ao menos me perguntar se era o que eu queria. Só por que me pai simplesmente decidiu voltar a trabalhar na sede da sua empresa, que ficava em Londres, não significava que eu teria que sacrificar toda a minha vida perfeita em Forks. Pelo menos aquele era o meu ponto de vista, o qual eu defendia com unhas e dentes. A troco de nada.

Mas, uma semana depois, faltando dois dias para a minha vida acabar, eu estava sentada em minha cama, exercitando o meu sotaque britânico, que não estava impecável, para passar o tempo ( já que teria que usa-lo bastante agora), quando a maluca da Rose entrou em meu quarto com tudo, quase derrubando a porta, e começou a gritar e pular em minha frente, e quando eu finalmente consegui fazer com que ela se acalmasse e sentasse, ela me contou que meus pais haviam convencido os dela a deixarem que ela fosse com a gente para Londres. Foi minha vez de surtar .

Ficamos pulando juntas como criancinhas em cima de minha cama, e eu quase me esqueci que odiava o fato de ter que ir embora.

************

Quando coloquei os pés em solo londrino a primeira coisa que fiz foi vestir o casaco grosso que estava em minha bolsa. Apesar do sol, que travava uma batalha intensa com as nuvens, achando algumas poucas brechas para passar, estava tão frio como eu nunca havia visto antes.

A Rose enlaçou seu braço no meu e tremeu de leve.

– Acho que vai ser difícil me acostumar a isso. Mas eu já estou adorando. - ela murmurou animada.

– Claro. - resmunguei enquanto andávamos até a Mercedes preta e reluzente que nos esperava com o motorista segurando a porta para nós.

Entramos e me aconcheguei ao lado de Renne e da Rosalie, e pedi imediatamente que Charlie ligasse o aquecedor.

– Você vai ter que me levar pra conhecer todos os lugares maravilhosos daqui, Bella. - a empolgação da Rose estava me deixando com mais mau humor ainda.

– Amiga. - minha voz saiu arrastada e cansada. – Eu fui embora daqui com cinco anos. - lembrei-a.

– E daí? Você voltou aqui muitas vezes para visitar a sua avó. E ainda tem aquela sua amiga legal, a Alice. A gente podia ligar pra ela e marcar...

Me desliguei totalmente do que ela dizia. Normalmente eu não ligava muito para o falatório habitual da minha melhor amiga, mas naquele momento tudo estava me irritando profundamente, inclusive aquilo.

– Ok, Rose, ok. - a interrompi antes que uma veia explodisse na minha cabeça. Eu sabia que não era justo com ela, afinal ela tinha sacrificado muita coisa pra vir ficar aqui comigo, mas eu me desculparia e a recompensaria depois. Naquele momento tudo o que eu queria era silêncio e paz pra absorver que eu realmente estava de volta a Londres.

********

Era sábado, meu terceiro dia em Londres.

Para recompensar a Rosalie pelo meu mau humor e por ter passado o dia todo trancada no quarto em uma crise de revolta em nosso primeiro dia aqui, eu havia prometido que iríamos conhecer alguns dos melhores lugares da cidade e alguns shoppings, é claro. Mas acabei acordando cedo demais, algo como 10 horas, e como ela normalmente nunca acordava depois do meio-dia nos fins de semana, decidi me arrumar (http://weheartit.com/entry/24990129) para ir em um Starbucks.

Deixei um bilhetinho colado na testa da Rose, como de costume, peguei a chave do meu carro novo, meu xodó (http://weheartit.com/entry/22871457) e saí de casa, que estava silenciosa por sinal, já que meus pais haviam saído cedo.

Dirigi devagar, ainda me habituando ao lado do motorista, que era ao contrário do EUA. Eu conhecia o suficiente a cidade para conseguir achar um Starbucks em menos de quinze minutos. Estacionei em frente a um pub que tinha quase em frente e desci. Tudo o que eu queria era tomar meu café tranquilamente, pensar um pouco na vida e depois ir buscar a minha amiga.

Mas o que eu consegui? Bom, o que eu consegui foi um idiota que acha que pode invadir o carro das pessoas por que é famoso. E lindo. Mas isso não vem ao caso.

Estava pensando na minha absurda falta de sorte enquanto dirigia para longe do Starbucks, como o idiota-famoso-gostoso havia me pedido, quando ele começou a tentar puxar assunto.

– Então... Qual o seu nome? - perguntou. Lhe lancei um olhar mortal, que sumiu assim que vi a carinha fofa que ele fazia. Suspirei.

– Isabella Swan.

– Hmm. Vou te chamar de Bella. – ele pensou um pouco antes de dizer.

– Não me lembro de ter lhe dado esse direito. – minha irritação voltou quase que instantaneamente. – Nossa, tudo bem então. Educadinha. – seu tom era zombateiro. Quase tive um AVC.

– Olha, na boa, eu já estou fazendo um enorme sacrificio dando carona pra um metidinho que acha que é dono do mundo. Então, por favor, só fale para onde quer ir e não me dirija mais a palavra. – tudo bem, nada educado, eu sei.

– Nossa, que sorte a minha entrar justamente no carro da pessoa mais educada do mundo. – aquilo em sua voz, por um acaso, era irônia? Que vontade de matar aquele garoto, sério.

– Como se tivesse sido bastante educado invadir o carro dos outros né? Me poupe garoto.

– Foi por necessidade. Mas to vendo que teria sido melhor enfrentar um bando de fãs malucas tentando me agarrar. – seu tom de voz agora beirava o meu. Olhei-o pasma.

– Você ainda esta botando banca? Quer que eu te jogue pra fora desse carro agora? - fiz uma cara tão psicopata que acho que ele pensou que eu era realmente capaz de cumprir a ameça, e se calou imediatamente.

Passamos uns cinco minutos em silêncio, enquanto eu dirigia devagar, e como ele não dizia para onde queria ir, eu entrava em rua e saia em rua. Já estava começando a ficar com medo de me perder.

Liguei o rádio e estava tocando I Love You, da Avril. Comecei a cantarolar baixinho, e percebi seu olhar em mim, me fitando com certa curiosidade.

– Perdeu alguma coisa aqui? – Não. É só que... Deixa pra lá. – ele suspirou e voltou a olhar pela janela. Revirei os olhos e voltei a cantarolar.

Ele estendeu a mão em direção ao aquecedor e murmurou:– Ta frio aq...

– NÃO TOQUE NO MEU CARRO! – eu berrei, e ele pulou de susto, recolhendo a mão o mais rápido que pode.

Sua cara de susto foi impagavél, não consegui me controlar e comecei a rir escandalosamente.

– Você. Tem. Problemas. – ele ainda estava de olhos arregalados, ao mão sobre o peito, se recuperando. Aquilo me fez rir ainda mais. Sua expressão se tornou chateada e ele fez um biquinho indignado.

– Des... Desculpa. – consegui finalmente falar, com um pouco de falta de ar depois de rir durante um bom tempo. Ele revirou os olhos e virou o rosto. Respirei fundo.

– Sério, me desculpe. É só que esse carro é o meu xodó. Ninguém toca nele.

– Já percebi. Você, além de mau educada, é totalmente possessiva. – suas palavras eram afiadas. – Tenho pena de quem convive com você.

– Você não tem o direito de falar assim comigo! Você nem ao menos me conhece! – dessa vez ele já estava preparado para meu tom de voz.

– E você também me conhece muito não é? Você também não tem o direito de achar que eu sou metido e que acho ser o dono do mundo!

– Normalmente é assim que a maioria das celebridades são. – minha voz saiu fraca. Ele estava certo, eu havia sido injusta. Mas nem a pau que ia admitir isso.

– Eu não sou como as outras celebridades. Eu e meus amigos demos muito duro pra chegar aonde estamos agora. Diferente de você, que só parece ser uma garotinha rica e mimada, que tem tudo o que quer e que ninguém pode ir contra sua vontade sem que você dê uma crise. – ele falou, sua voz tão fria e afiada, que teria sido melhor que ele tivesse gritado aquelas palavras.

Arfei, sentindo como se tivessem me espetado no coração. Aquilo tinha me abalado, de verdade. Ninguém nunca tinha falado daquele jeito comigo, e lágrimas ameaçaram trasbordar dos meus olhos. Olhei pra frente, tentando esconde-las.

Edward

Mas que menina mais chata, caramba. Se eu soubesse que seria assim tão divertido quando entrei naquele bendito carro, teria me entregado para as fãs de bom grado.

Ela era linda, tinha que admitir. Seus olhos eram de um chocolate tão suave que não tinha como não se perder neles. Mas seu jeito mimado e dona do mundo estava me deixando louco. Então não aguentei quando ela me comparou com as outras celebridades e explodi, jogando a verdade em sua cara com a voz baixa e fria, de uma jeito que eu sabia que deixava as pessoas abaladas:

– Eu não sou como as outras celebridades. Eu e meus amigos demos muito duro pra chegar aonde estamos agora. Diferente de você, que só parece ser uma garotinha rica e mimada, que tem tudo o que quer e que ninguém pode ir contra sua vontade sem que você dê uma crise.

Me arrependi na mesma hora. Ela mordeu os lábios com força, e sua expressão cortou meu coração. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela virou o rosto, achando que estava escondendo de mim. Mas eu não podia voltar atrás, sua reação era mais uma prova do que eu tinha acabado de dizer, e mesmo que eu só a conhecesse a menos de uma hora, sabia que ela merecia ouvir aquilo.

– Me diz logo onde eu tenho que te deixar, pra eu não ter que olhar na tua cara nunca mais. – sua voz, apesar de estar meio embargada por causa das lágrimas que ela havia tentado conter, estava cheia de raiva e ressentimento.

Me senti um monstro por tê-la deixado daquele jeito. “Para, Edward, deixa de ser idiota, você mal conhece essa garota.” Me obriguei a pensar, mas não estava me convencendo.

Expliquei a ela onde eu morava, não estavamos muito longe. Os garotos com certeza já se perguntavam o por que da minha demora, e eu teria que explicar tudo a eles. Já imaginava o Emmett me enchendo o saco. Começou a tocar uma música da 30 seconds, e a Bella voltou a cantar baixinho. Sua voz era linda, me deixava fascinado e eu não conseguia parar de fita-la enquanto ela fazia isso. Tentei ser mais discreto dessa vez, não estava afim de brigar com ela e deixa-la mal de novo.

Caramba, o que será que estava acontecendo comigo?

– É aqui? - ela perguntou, fria, me tirando de meus devaneios. Olhei ao redor e percebi que estavamos em frente a minha casa.

– É sim. – eu não sabia mais o que falar. Pensei um pouco, ela já estava ficando impaciente. Por fim falei, praticamente em um sussuro:

– Hmm. Obrigada.

– Não tem que agradecer. Basta você nunca mais aparecer no meu caminho, e estaremos quites. – ela não olhou pra mim nenhuma vez enquanto dizia aquelas palavras afiadas. O que foi uma pena, por que eu queria ver seus olhos uma última vez.

– Não se preocupe com isso. – falei no mesmo tom de voz. – O que eu puder fazer, eu farei.

– Acho bom mesmo. – fiquei olhando para ela por um longo tempo. Eu não queria me afastar. Mas que droga! Ela suspirou, fazendo questão de demonstrar o quanto estava impaciente.

– E essa é a hora que você sai do meu carro e some da minha vida.

– Como queira.

Saí do carro, batendo a porta com força atrás de mim, e me afastei a passos largos. Parei na porta de casa, ouvindo seu carro se afastando e me virei, fiquei o observando até ele sumir de vista, e sentindo um aperto surgir em meu peito. “Não, não!” pensei. “Ela não!”

Bella

Deixei aquele metido nojento em casa e sai praticamente voando pra minha. Cheguei depois de uns vintes minutos e mal estacionei o carro na entrada e a Rose abriu a porta, me lançou um olhar mortal e veio praticamente correndo até mim.

– Onde é que você se enfiou menina?! – ela me pegou pelos ombros e me sacudiu. – Pelo amor de Deus, Bella. Eu quase tive um treco, você disse que ia voltar rápido e...

– Calma Rose! Deixa eu falar.

Saí arrastando ela pra dentro de casa. Já estava começando a esfriar ainda mais. Subi correndo pra o meu quarto (http://weheartit.com/entry/4897278 ), com a doida gritando atrás de mim. Tirei minhas botas e joguei em um canto, sentei na cama e me envolvi com o edredom.

– Sim, agora a senhorita poderia, por favor, me explicar o porquê dessa demora toda? - perguntou impaciente.

Suspirei e comecei a contar tudo o que tinha acontecido, sem deixar nenhum detalhe de fora. Ela me encarava, boquiaberta, e às vezes soltava gritinhos de espantos. Terminei de falar tudo e me joguei de costas na cama, esperando seu comentário.

– Bom. – ela começou, arrastando a palavra. – Isso foi completamente estranho. Primeiro entra um famoso no seu carro, e aí vocês começam a brigar que nem um casalzinho, então vocês praticamente juram que nunca mais vão cruzar o caminho um do outro.

– Exatamente.

– Como você esta se sentindo agora? - ela perguntou, preocupada. Ela sabia que tinha alguma coisa errada comigo. Coisa de melhores amigas.

– Eu não sei dizer. – senti um nó se formar em minha garganta. – É completamente confuso, e tudo parece muito surreal. Ele é um metido e arrogante, me deixou profundamente irritada...

– Mas...? - ela me fitou com aqueles olhos verdes de águia, e não tinha como mentir com ela me encarando daquele jeito.

– E que, apesar disso tudo... – comecei, fitando o teto. – Ele é lindo, sincero e talvez tenha mexido um pouco comigo.

– Um pouco? Sabe o que isso parece? Aquelas birrinhas de crianças da quinta série que vivem implicando um com outro, e no final esse sentimento acaba virando amor.

Olhei pra ela, incrédula, e ela tinha um sorriso confiante no rosto. Fiz uma careta e voltei a encarar o teto. Por mais que eu não quisesse admitir, talvez fosse exatamente aquilo. Mas eu não iria ficar pensando nisso, afinal de contas eu nunca mais encontraria Edward Cullen em minha vida. Ou assim eu pensava.


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Notas finais do capítulo

Beijos.



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