Enchanted

Tomei uma lufada de ar. Como ELE pode ser meu professor? Eu não entendo! Ele parece ter vinte quatro anos como ele já pode ser professor de faculdade?

– Eu peço desculpas pela minha demora, realmente não foi minha intenção. Bem eu serei o professor de vocês durante este semestre. Então, alguma dúvida?- ele falou. Sua voz era rouca lhe dando um ar sexy.

– Sim, o senhor não é muito novo pra ser professor de Universidade?- Glimmer perguntou e ele soltou uma risada rouca super sexy. Tudo nesse cara é sexy?

– Quantos anos acha que eu tenho senhorita?

–Rambith, senhorita Rambith. E te dou no mínimo vinte e dois. - ela fala e ele gargalha.

– Eu estou bem então... Eu tenho vinte e oito. - todos começaram a conversar espantados.

– Bem? Ele está perfeito e muito gostoso pra vinte e oito!- Glimmer murmurou no meu ouvido. Dei uma risada forçada em resposta, não sei por que, mas o modo como ela falou me deixou desconfortável.

– Eu terminei a escola aos dezesseis e logo depois ganhei uma bolsa pra essa Universidade foram cinco anos mais cinco de pós- graduação e mestrado, e estou terminando meu doutorado. - Ele disse. Ele além de bonito é inteligente, esse homem tem algum defeito?!

– Não é fácil, mas vale a pena o esforço, vocês também chegarão lá, mas pra isso precisamos estudar, por isso vamos ao trabalho. - continuou. Logo depois começou a explicar alguma coisa sobre a matéria, mas minha mente não estava ali, estava no bebê. Se pra ele foi difícil sem bebê, imagine eu, que vou ter um bebê. Não se se eu irei aguentar, mas eu não quero desistir, é muito difícil, mas isso garantirá um futuro melhor pro meu filho. Porque parece que é tudo tão vazio dentro de mim? Tão perdido? Tudo tão falso e velho, eu queria somente poder rir verdadeiramente.

E Eu olhava para meu lindo professor e somente pensava que eu queria ser como ele. E como eu queria conhece-lo. Será que ele era tão bonito por dentro como era por fora? Provavelmente sim.

– Bom, por hoje é só, estão dispensados. - ele disse e depois virou- se pra mim. - menos você senhorita...

–Everdeen, Katniss Everdeen. - eu disse. Quando todos já haviam saído, eu me aproximei da sua mesa. - Aconteceu algo senhor Mellark?

– Quando estivermos só nós dois, pode me chamar de Peeta? Senhor até parece que eu sou um velhote rabugento. - eu ri da careta que ele fez.

– Tudo bem, e me chame de Katniss eu só tenho dezoito! Mas então Peeta, o que eu fiz?

– Nada de mais, é que eu notei você muito dispersa na aula, e deve saber que eu dou nota por participação, se você não for uma aluna participativa, nós vamos ter um problema.

– Não, eu sou, é que eu estou com uns problemas pessoais. - falei e ele assentiu.

– Eu entendo, mas esses problemas podem interferir na sua carreira acadêmica então sugiro que tente esvaziar sua mente desses problemas, pelo menos na sala de aula, não traga o problema pra sala de aula, eu vi seu histórico, você é uma aluna exemplar, não deixe esses problemas te prejudicarem.

– Sua sugestão é válida, mas é difícil me afastar dos problemas.

– Eu imagino.

– Olha, eu não te conheço, mas sinto que posso confiar em você. Recentemente descobri que estou grávida... - falo e ele parece pasmo.

– Meu Deus Katniss! Eu não imaginava, mas você é tão novinha...

– Eu sei, mas o que já foi, está feito. Eu estou lidando bem com a situação, fazer isso dar certo sozinha é difícil, mas eu tenho minha família.

– Como assim sozinha? O pai do bebê...

– Ele não quis assumir, mas sinceramente, eu o prefiro bem longe de mim e do meu filho. - falei com certa raiva.

– Admiro você, na sua idade, muitas meninas tentariam alguma besteira, mas você está lidando bem com isso. O que precisar, eu estarei aqui.

– Eu sei que sim e agradeço por isso, se me der licença, preciso ir tenho aula.

– Sim claro. Mas só uma coisa, não desista você tem talento, só precisa de força de vontade.

– Eu não vou desistir, preciso garantir um bom futuro pro meu filho, e também quero realizar meus sonhos.

– Elogiável! Agora toma aqui, esse é meu cartão, se precisar de algo, não hesite em ligar. - ele me entregou seu cartão e eu sorri agradecida.

– Antes de eu ir, só mais uma coisa. Obrigada por me ouvir, você é um bom amigo. Estou encantada em conhecer você.

–Você também. - ele disse e eu sorri. Saí dali o mais rápido que podia. Eu não estava conseguindo controlar o meu coração que estava batendo rápido no meu peito. Mas que diabos!?

– Niss? Você está bem, está pálida... - minha amiga Madge pergunta.

– Não, eu acho que vou vomitar. - ela pegou uma lixeira e colocou na minha frente, coloquei tudo pra fora, Madge segurou meus cabelos no alto da cabeça, e esfregou minhas costas. Logo eu já tinha colocado todo o meu almoço pra fora, Madge me dá um lencinho, e eu limpo a boca.

– Vem vamos beber água. - assinto somente. O bebedouro ficava do outro lado do corredor, e foi fácil chegar até lá, o que era impossível quando estamos em intervalo. Graças a Deus que estavam todos em suas salas. Bebi minha água um pouco trêmula, mas melhorou minha garganta que doía devido ao esforço.

– Obrigada Maddie. - falei.

– Nada, esse bebezinho está dando muito trabalho em?! Vamos à enfermaria, ela vai te dar um atestado pra próxima aula. - assenti.

– Sério, estar grávida é mais difícil do que parece. Ontem eu vomitei tanto que eu achei que ia vomitar meu estômago. E o pior é que depois que eu vomitei eu comi todo o macarrão com queijo que tinha na geladeira.

– Ah, então foi você que comeu todo meu macarrão?- ela fez cara de brava e eu ri.

– OPS!- rimos. Logo chegamos a enfermaria, a enfermeira Meredith me recomendou ficar um pouco deitada, para recobrar as forças. Depois de muita insistência da Maddie e da Meredith, eu aceitei, mas mandei a Maddie ir pra aula e mandei-a avisar pro Gale. Ela se foi e eu deitei depois disso eu só lembro dom bom e conhecido, mundo dos sonhos.

***

–Katniss! Katniss querida, acorde. - uma voz melodiosa me chamou e eu acordei, me deparei com os olhos azuis da Meredith me fitando com preocupação.

– Oi?! O que houve? Por quanto tempo eu dormi?- perguntei me sentando na maca e coçando os olhos.

– Umas duas horas, mas não se preocupe, eu fui à sala dos seus professores e disse que você estava indisposta.

– Obrigada Meredith, mas agora eu preciso mesmo ir.

– Tudo bem pode ir leve esse suco e biscoito precisa de algo no estômago. - me entregou um suco em caixinha e uns biscoitinhos de água e sal.- Ah, e parabéns pelo bebê!- ela falou e eu parei no meio do caminho pra porta me virei, sorri e disse:

– Obrigada Meredith, de coração. - ela sorriu.

Saí da sala, me perguntando pra onde eu iria, eu não tinha mais aulas, meu irmão ainda tinha aula e eu tinha vindo de carona com ele, e as meninas iam sair com seus namorados depois da aula, então eu teria que ir a pé. Comi meu lanche devagar e depois andei até a grande porta de entrada cumprimentando aqueles que eu conhecia e sorrindo pra outros. Quando cheguei do lado de fora, e a leve garoa que caia logo se transformou em uma chuva forte e pesada, andei rapidamente pela calçada, e é quando eu vejo um carro Preto bem atrás de mim, não reconheço por isso ando mais rapidamente com medo de ser um desses idiotas querendo me sequestrar.

– Katniss! Sou eu Peeta, entra eu te dou uma carona. - olhei para o lado vendo que era mesmo o Peeta, mas eu não queria aceitar, poxa ele é meu professor!

– Não precisa é aqui perto, obrigada!

– Entra, está chovendo, você não pode ficar resfriada, pode fazer mal para o bebê!- ele disse.

– Não precisa!- insisti. Ele saiu do carro e abriu a porta do carona pra mim.

– Vem, não será incômodo algum. - falou e eu cedi, entrei no carro e ele fechou a porta pra mim. Olhei pra esse ato e pensei: mais uma na lista de perfeições de Peeta Mellark. Essa vai ser a carona mais longa que eu já recebi.