-Ah, eu quero meu pirulitoooooo – Ele se sentou emburrado no chão da sala, era tão fofo...

-Eu não tenho dinheiro, já disse... Mas você não tem o de uva guardado Maya?

-Mas eu quero o de tuti-frutti! – Ele se levantou e saiu batendo pé da sala.

-Por Kami, eu mereço... – Me sentei e continuei lendo o meu jornal, afinal, em uma tarde chuvosa de domingo, era o máximo de interessante que eu conseguia pensar. Não o máximo, mas enfim, ignore isso.

-AAAAAAAAAH! – Pulei da poltrona com o grito, o que teria sido dessa vez?

-Maya?! ‘Cê tá bem? – Eu ia me dirigindo ao quarto quando ele me aparece na porta, com a minha carteira na mão. Merda.

-Eu sabia que tu tinhas, porque tu mentiste pra mim? – Ele fez uma carinha de choro enquanto com as mãos mostrava o dinheiro na minha carteira. – Se não queria me dar, era só ter me dito... – Uma lágrima lhe escapou dos olhos, levando consigo a maquiagem, deixando um rastro negro e rosa no seu rosto perfeito. – Eu vo-ou guardar isso no lugar... – Ele ia se virando para ir embora, mas eu o impedi.

-Hei... Cê tá chorando man? Ah... – Eu o abracei, e ele continuou estático. Ele era sempre tão sensível, e eu sempre tão insensível, que merda! – Gomen... Vai mesmo querer o pirulito?

-Há, o que você acha... – Ele disse sorrindo sarcástico.

-Eu ainda pergunto... E se... – Eu realmente iria falar aquilo? Eu só podia estar ficando louco... – Eu te der algo mais doce?

-Hã? – Ele me olhou confuso, ele era tão inocente *-* Levantei seu queixo delicadamente e encostei minha boca na sua. Senti-o puxar rápido o ar pelo susto, mas mesmo assim, não se afastar de mim. Com toda delicadeza cabível em mim eu pedi passagem e ela logo foi cedida, e nós nos derretemos em um beijo doce e calmo. Seus movimentos eram lentos e tímidos, suas mãos no meu rosto, me tocando como se eu fosse de vidro, como se o delicado dali fosse eu... Nos separamos pela maldita falta de ar. Ele estava todo vermelho e encarava o tênis preto, enquanto tirava e ponha a mão dentro do bolso da bermuda.

-Maya-chan, não é pra ficar com vergonha oras! – Disse rindo, me sentando na poltrona e o trazendo junto pra se sentar no meu colo.

-Você... É doce... Ai-chan... – Ele disse, deitando com a cabeça no meu pescoço e me abraçando. Passei um braço pela sua cintura, e enlacei minha mão na dele.

-Doce de leite, acabei de comer! – Ele riu e meu deu um tapa leve na coxa, desenlaçando nossas mãos pra puxar o meu queixo pra baixo, me fazendo fitar seus lindos orbes mel.

-Maya-chan ama muito Ai-chan... – Ele disse, me dando um selinho.

-Ai-chan também ama muito Maya-chan... – Eu disse, sorrindo e dando mais um selinho.

-Eu sei, não vive sem Maya-chan! – Ele disse rindo da minha cara, e se levantando. – Eu ainda quero pirulito! – Disse batendo pé no chão.

-Será que você não se cansa não?! – Eu disse me levantando e indo pegar minha carteira, lhe entregando alguma quantia não contada por mim. Ele olhou pro dinheiro na minha mão, o pegou e o jogou no armário atrás de si. Passou seus braços pelo meu pescoço, e roçando sua boca na minha, ele disse:

-Não é esse tipo de pirulito que eu quero Aiji... – Corei instantaneamente ao ouvir aquilo, mas ao sentir sua boca encostar-se à minha mais uma vez, eu apenas deixei-me levar, afinal, tem algo melhor do que passar um domingo chuvoso com quem se ama?