Realidade ou Devaneio? escrita por Ailish, zoronami_fc


Capítulo 4
Segundo Dia


Notas iniciais do capítulo

AVISO IMPORTANTE!

Pra quem só começou a ler esta fic agora, ou esta lendo ela novamente, estou avisando que editei algumas coisas do CAP 1 até o CAP 4!

Então sinto informar pra quem está lendo e chegou até aqui, os proximos CAP 5 E 6 ainda NÃO FORAM ATUALIZADOS!

Então... vocês que sabem se vão ou não ler, eu gostaria que esperassem pois, até quarta feira ambas estarão atualizadas e prontas para ser lidas!

Obrigada pela atenção.



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Uma silhueta formou-se entre as laranjeiras, uma mulher surgiu como num passe de mágica se materializando na frente do espadachim. Zoro deu um pequeno passo para trás em proteção, afinal, não fazia a mínima idéia de quem era aquela pessoa.

 

"- Quem é você?" – Perguntounuma voz grave, estava pronto para lutar se precisasse.

 

Uma mulher de cabelos rosados desceu a sua frente, ela mantinha um pequeno ar radical, usava uma blusa xadrez verde e uma simples calça jeans, um cigarro pendia entre os lábios, ela deu uma pequena volta em torno do espadachim, soltou um largo sorriso.

 

"- Você sabe quem eu sou."- A mulher falou divertida, mesmo morta ela não parecia estar tão intrigada como o espadachim, ele franziu a sobrancelha e perguntou cético.

 

"- Sei?"

  

"- Sabe sim, pelo menos já ouviu falar de mim, sou a mãe adotiva de Nami, Bellemere."

  

Zoro mantinha a boca aberta, como era possível, ele estava diante da mãe de Nami, pequenos flash de Arlong Park foram revividos em sua mente, ele lembrara algumas coisas que a navegadora havia comentando, então era ela que foi morta perante a garota e a irmã. O moreno não sabia o que falar, e nem o que fazer, ele gaguejou qualquer coisa que veio a mente.

 

"- N-não imaginava que você fosse assim." – Sentiu-se um verdadeiro idiota, não era bem essa pergunta que ele desejava formular, mas foi à primeira coisa que veio ao cérebro, Zoro permaneceu tenso esperando algum xingamento.

 

"- Eu sei que meu visual é um pouco radical, mas não precisa se assustar, garoto." - Ela sorriu coçando a cabeça, não aparentava estar nem um pouquinho intimidade, pois quem estava intimidando era ela própria. Aproximou-se de Roronoa tocando-lhe pelo ombro, num gesto amigável.

 

Zoro quase deu um pulo quando sentiu a mão da mulher envolve-lo, ela estava o tocando, como era possível? Normalmente tudo que ele encostava não se tinha o toque, simplesmente sensações não existiam, mas com ela foi diferente, ele ainda mantinha os olhos arregalados, mas aos poucos foi se descontraindo na presença da mulher.

 

"- Acho que tenho as minhas vantagens por estar morto, consigo ver as pessoas que já partiram." – Agora ele havia dito algo com mais sentido, estava mais sereno, isso era bom, como era prazeroso poder falar com alguém novamente.

 

"- Hahahaha, isso é verdade, mas...não é bem assim, você sabe muito bem." – Ela ainda sorria mais o tom de voz havia ficado um pouco sério, apesar de ser uma brincadeira, ela estava certa.

 

Ela se afastou sentando-se sobre o gramado do navio se acomodando rapidamente, sinalizou para que Zoro fizesse o mesmo. Ele sentou-se timidamente ao lado da mulher, ele se perguntava como ela poderia ser tão...legal, sim ele estava gostando da companhia dela.

 

"- Todos estão com as mentes distorcidas desde a sua morte, a tripulação toda esta abalada, principalmente a minha filha." – Ela não deixava de fitar o rapaz, como era divertido poder conhecer um dos amigos de Nami, era muito atípico tudo aquilo, mas era uma oportunidade única, queria aproveitar o tempo ali com ele.

 

"- Ela se culpa demais, eu não morri por causa dela, e sim por que eu decidi que era o certo, tsc... essas mulheres são complicadas." – Zoro cruzou os braços confuso, ele ainda não achava um fundamento convicto para Nami se culpar, ora, ela não havia feito nada fora do normal, brigar, extorquir e ser escravo, ela sempre fazia isso com ele.

 

"- As pessoas são complicadas, e não somente as mulheres, no fundo somos todos iguais, o que diferencia é a vontade de cada um." – Ela agora fitava o céu pontilhado de estrelas, estava tão bom ali, ela sabia que ele não faria nenhum comentário sobre o que falara, ela conhecia o tipo de personalidade que dominava Zoro.

 

Zoro deitou-se sobre o gramado, apoiou as mãos atrás da cabeça, filosofou por alguns minutos o que Bellemere havia dito, ela estava certa, se perguntava se a mulher o achava machista, pensamento bobo. Por fim estava fitando o céu assim como a mulher, mas moveu seu olhar para Bellemere, que soprava uma fina fumaça pra o céu.

 

"- Afinal o que você faz aqui?"

  

"- Nami me chamou até aqui, quis saber como ela estava pessoalmente."

  

Zoro voltou fitar as estrelas do céu, como assim? Nami podia chamar e invocar mortos? Ele arrepiou-se com a idéia, era melhor perguntar mesmo.

 

"- Como ela chamou você aqui?"

  

"- Através das orações, ela estava lamentando muito a sua perda, ela implorava que algo a acolhesse, isso me deu forças para descer até aqui para ver se consigo "emanar" meu amor de mãe para ela, sabe, para não sentir-se sozinha."

  

"- ..."

  

Amor de mãe. Zoro não sabia o que aquilo significava, ele não se lembrava de ter tido pais ou qualquer pessoa, quando criança andava perambulando pelas ruas, roubava comida de tendas e assim passou a viver, até ser acolhido pelo dojo ao qual não ficou muito tempo, Zoro havia sido criado pela solidão e o sofrimento. Agora ele não tinha mais o que dizer para a mulher, Nami estava sofrendo por sua causa, ele nunca desejou ver alguém infeliz, ele gostaria de ser que nem o vento, imperceptível, não queria magoar ninguém, não ser um peso, para ele já seria de bom tamanho estar entre eles. Afinal ele sempre havia sido uma pessoa neutra.

 

"- Afinal, você veio ver Nami, mas o que fazia nas laranjeiras?" – Tentou mudar de assunto para tentar amenizar a tensão dor ar e de seus pensamentos o passado não importava mais.

 

"- Estava vendo se Nami estava as cuidando direito."

  

''- E ela está?"

  

"- Sinceramente... não, estão completamente secas, hahahaha."

  

A mulher sorriu para Zoro, ele não conseguiu deixar de retribuir o sorriso, ambos ficaram ali por alguns minutos sorrindo um para o outro, quando Bellemere faz uma pequena pausa.

 

"- Você é um rapaz muito bonito, fico feliz em saber que minha filha tem essa sorte, sem falar da sorte de todos aqui possuírem um coração tão caloroso."

  

Zoro não sentiu vergonha em escutar aquelas palavras, simplesmente sentiu-se feliz com o comentário da mulher. Sem falar que já havia ganhado elogios semelhantes de várias mulheres ao decorrer da vida, ele nunca ligava para estas coisas. Essa era a oportunidade perfeita em pedir ajuda, agora com Bellemere ele finalmente poderia ser guiado, poderia finalmente tentar falar com Nami.

 

"- Olha, eu preciso de sua ajuda, eu preciso conversar com a Nami nem que seja por alguns segundos, o que eu preciso fazer?" – Ele sentiu-se tão direto falando aquilo, mas não importava, era a resposta que mais queria em sua vida.

 

Bellemere se pôs em pé, Zoro fez o mesmo, ambos ficaram fitando-se, ela suspirou sorridente. Até que enfim ela havia escutado a pergunta que mais quisera ouvir dele,ela já tinha a resposta pronta dentro da mente.

 

"- Filho, você tem que acreditar do fundo do seu coração, acreditar muito, desejar com todas as forças, você tem que emanar sua energia ate ela, tudo o que a gente deseja com fé é realizado, acredite, e se Deus lhe deu essa chance de poder voltar, abrace a isso com todas as forças, você não foi aceito nem no céu nem no inferno pois seu lugar é aqui." – Ela falava tão confiante, tão certa, para Zoro ela estava sendo como a luz na escuridão.

 

"- Eu tentarei, mas meu tempo é curto aqui." – Murmurou, mas Bellemere se aproximou de Zoro o puxando num abraço caloroso.

 

"- Acredite não é mais curto do que o meu, garoto, cuide de Nami ela precisa de você, diga que eu a amo muito, mande esse abraço por mim."

  

Pela primeira vez Roronoa teve a sensação do que é ter um abraço maternal, ele nunca havia passado por uma experiência assim, gentilmente ele retribuiu, 19 anos sem saber o que era um amor materno, aos poucos o calor foi desaparecendo, a mulher estava sumindo há sua frente.

 

"- Oe, você não tem que ver Nami?"

  

"- Eu não tenho mais tempo, foi um prazer ter te conhecido, não esqueça... diga a Nami que eu a amo."

  

Bellemere desapareceu, ele olhou as mãos em busca de algo, alguma explicação, algum vestígio da mulher, fechou os punhos com força, ao horizonte o céu mantinha uma coloração lilás, daqui algum tempo o sol iria nascer só agora ele notara que o tempo passou rapidamente. O tempo sempre voa ainda mais sobre boa companhia.

 

"- Não posso me render, Kuina... Bellemere, valeu."

  

Zoro caminhou calmamente até o dormitório feminino, Nami estava dormindo, era um leve sono, qualquer barulho poderia acordá-la. Robin estava na cama ao lado lendo com auxilio da luz de um lampião, as gaivotas aos poucos começaram a fazer seus tipos barulhos anunciando que um novo dia estava chegando. Zoro espiou pela porta, a arqueologa havia largado o livro sobre a cômoda, olhou para Nami fazendo leves caricias nos cabelos alaranjados, uma expressão triste estampou seu rosto, Zoro comovido sentou-se no chão do quarto, estava mais decidido do que nunca manter o contato com a garota, ele fechou os olhos escorando-se na parede do navio, ele iria esperá-la despertar.

 

- - -

 

Nami foi acordada por leves batidas na porta do quarto, Sanji adentrava segurando uma bandeja prateada e dentro dela um prato com vários quitutes matinais, algumas frutas e um copo de suco de laranja fresquinho, tudo era delicadamente talhado com corações.

 

- Nami-san está acordada? – Ele falou num tom calmo, e com um leve sorriso no rosto, talvez um agrado pudesse tirar a garota da entristecedora rotina de dormir e ficar sentada na cama.

 

Nami sentou-se na cama, e sorriu tristemente para o cozinheiro, ela realmente estava feliz com o que o loiro havia feito por ela, mas ela estava tão acabada que não conseguia mostrar sua gratidão. Zoro que estava encostado contra a parede do quarto, acabara de despertar do seu cochilo, cochilo?Como assim havia dormido, e El não devia ter feito algo desse tipo.

 

" Mas como diabos eu dormi?!"

  

A primeira coisa que ele fez foi olhar para Nami, mas seus olhos se estreitaram ao verem Sanji colocando a bandeja sobre a cômoda, e logo se sentando na cama junto da navegadora.

 

- Como está hoje? – Ele perguntou preocupado, alguma coisa ele queria fazer para ajudá-la.

 

- Estou ainda tentando me conformar... Ah... Sonhei com minha mãe.

Roronoa congelou-se ao escutar aquilo, então Bellemere havia conseguido invadir os sonhos da filha. Zoro agora mantinha um súbito desejo de poder entrar nos sonhos da garota, talvez assim fosse mais fácil de ambos se comunicarem.

 

" Nami, você pode me ouvir?" – Ele tentou mais uma vez chamar a atenção da garota através da fala, mas a navegadora ainda se mantinha conversando com Sanji, como se ninguém estivesse a chamando. O loiro deu uma tragada no cigarro, dessa vez não o deixou pendido entre os lábios como de costume, agora segurava com os dedos, longe de Nami para que a fumaça não a incomodasse.

 

- Nami-san, você está abalada com tudo o que está acontecendo, é obvio que estes tipos de pensamentos começam a vir à tona, mas eu quero que você escute uma coisa...

 

Sanji delicadamente pegou a mão de Nami a segurando forte, tentando passar uma impressão de segurança, a garota simplesmente o fitava, talvez fosse bom em ter alguém disposto a ajudá-la, mas no fundo ela só queria fugir de tudo e de todos, ter a mente revigorada.

 

- Eu estarei sempre aqui... Não irei te abandonar, prometo ficar ao seu lado mesmo que isto custe a minha vida.

 

- Obrigada, Sanji-kun. – Nami estava agradecida, não somente Sanji, mas todos ali seriam capazes de dar a vida para proteger um companheiro. Ela se perguntava se Zoro tentou salvar alguém e acabou morrendo, era tão típico dele salvar os mais fracos.

 

"Ei, cozinheiro de merda, pare de falar essas asneiras, Tsc...!" – Zoro caminhava irritado pelo quarto olhando aquela cena, aquilo era demasiadamente meloso para os seus olhos, os fechou não querendo ver aquela baboseira, ta, ele sabia que aquilo não era uma baboseira, mas não suportava ver aquilo. Fechou os tentando se concentrar em Nami, de algum jeito ou de outro ele iria chamar a atenção dela.

 

- Mellorine estarei sempre a sua disposição.

 

Sanji aproximou-se mais da garota envolvendo-a num abraço apertado, ele queria muito poder afogar todas as magoas e tentar fazê-la enxergar que assim ela só estava se machucando e entristecendo os amigos. Nami não conseguia mostrar nenhuma reação, seus olhos ainda se mantinham vazios vagados para o nada. Zoro estava nervoso com tudo aquilo, Sanji aos poucos transpassava uma barreira invisível que somente Zoro conseguia ver, ciúmes.

 

" COZINHEIRO DE MERDA, NÃO ESTÁ VENDO QUE EU VIM AQUI PARA FALAR COM ELA!"

 

Sanji a beijou na bochecha, o corpo de Nami emanava tristeza e angustia, ela se mantinha tão frágil em seus braços, ele realmente não tinha nenhum pensamento em querer abusar da fragilidade da garota, na verdade ele só queria vê-la melhor. O cozinheiro sempre foi movido a impulsos quando se trata de garotas, para ele estava difícil agüentar, mesmo debilitada Nami possuía o dom de mexer com as pessoas a volta.

 

- Estou aqui para te amparar em qualquer momento, não agüento mais ver a minha dama nesse estado, por favor, Nami-chan.... Volte a viver...

 

Ela não disse nada, aos poucos seus olhos foram ficando marejados, para dizer a verdade Nami não ligava para o que Sanji fizesse, pois os pensamentos dela estavam longe de mais para alcançar a realidade.

 

Fechou os olhos, afinal o agora não importava, estava tão pressa no passado, sua mente voava tão longe, tão distante, sentia-se embargada de emoções passadas. Aos poucos as lembranças estavam se tornando tão reais, como nos dias dos acontecimentos. Lembrou-se de quando sua mãe morreu, como sofria sozinha pelo mundo roubando dinheiro para pagar a liberdade de seu povo, as noites frias que passava pelas ruas sempre tinham o dom de destroçá-la, mas um dia o sol sorriu para ela, encontrou pessoas que estenderam a mão sem ao menos querer saber do seu maldito passado.

 

Sua mente foi vagando mais e mais além, parando agora na atual tristeza, Nami havia ficado tão surpresa do modo em que Zoro embarcou em sua vida Zoro, ele a salvou da morte mesmo não sabendo quem era ela, mesmo não sabendo se ela era a errada ou não, talvez ele tivesse o dom de escolher as pessoas. Apesar de ele ser conhecido por todo o mundo e possuir má fama, ela sempre conseguiu ver o pequeno calor que habitava o pulsante coração de aço.

 

Como ela se odiava por não ter aproveitado melhor os momentos com ele, se pudesse comprar o tempo, ela o faria para voltar a trás, ela só queria uma nova chance em manter acessa aquela importante amizade. Mas nada que fizesse poderia trazê-lo de volta, ela havia perdido Zoro.

 

O nível de desespero da navegadora foi crescendo rapidamente dentro de seu corpo, o coração sempre oscilava quando aquelas palavras apareciam em sua mente "Perdido Zoro para sempre.", somente o nome dele vagava na imensidão de sua mente.

 

" Ei...EI! Pode parando por ai seu ero-cooker....Nami, faça alguma coisa, você nunca cedeu para ninguém... VOCÊ NUNCA SE RENDEU PARA NINGUÉM! " – Enquanto Nami lutava internamente, Zoro lutava contra sua inutilidade perante Sanji e Nami.

 

Ele estava enjoado em ver aquele momento, tentou mais uma vez colocar em sua cabeça que aquilo não importava, afinal tanto Nami como Sanji já eram adultos e sabiam o que estavam fazendo, mas a idéia de Sanji tentar se aproximar da garota o enlouquecia.

 

Zoro não queria ficar lá para ver, mas seus pés simplesmente não se moviam, na verdade ele não queria se mover, agarrou Sanji pelo o braço tentou o puxar dali, mas era impossível. Um pequeno pingo de inveja florescia em sua alma, inveja e ciúmes, possuía um gosto que ele nunca havia experimentado, um gosto tão amargo, doía forte no coração. O cozinheiro ergue o rosto de Nami com a mão livre do cigarro, ele aos poucos foi se aproximando dos lábios trêmulos da garota.

 

"PORQUE DAIBOS VOCÊ NÃO ME ESCUTA... A VIDA É SUA, EU SEI... MAS EU NÃO MORRI INTEIRAMENTE PARA VOCÊ FICAR FAZENDO BESTEIRA... EU SEMPRE TENTEI TE PROTEGER E AGORA NÃO POSSO FAZER ISSO... QUEM VAI PROTEGER VOCÊ?! NAMI ACORDE!"

 

Zoro virou-se ficando de costas para os dois, estava extremamente irritado começou a socar as coisas que estavam no quarto, era simplesmente em vão, mas ele precisava de algo para descontar a angustia e o desespero que o dominava. Bateu bruscamente na mesa, mas para sua surpresa, o vaso de flores que estava em cima caiu, espatifando-se no chão. Sanji e Nami levaram um susto, o loiro não teve nem tempo de encostar nos lábios da garota, afastou-se furtivamente.

 

- Que merda foi essa?! – Sanji levantou-se da cama olhando para o vaso partido, Nami olhou para as flores esparramadas pelo chão, os cacos de vidro cintilavam contra a luz do sol que adentrava através da janela, agora os olhos furtivos mantinham total imagem do quarto.

 

- Zoro...? – Nami murmurou olhando para o nada, Sanji não entendia ao certo o que estava acontecendo com ela, à mente do loiro girava diante dos acontecimentos, se arrependia amargamente do que havia feito.

 

O espadachim permanecia surpreso ainda fitando o vaso, ao escutar Nami pronunciar seu nome moveu o olhar intenso para ela.

 

"- Nami..."

 

- Nami-chan, isso deve ter sido as ondas do mar mexendo o navio... Ele não está mais aqui. – Sanji assentiu entristecido, bem que ele queria que o amigo estivesse ali o irritando, apesar de que se Zoro realmente estivesse ali o loiro já estaria morto.

 

" CALA A BOCA SEU RETARDADO!" – Zoro já estava muito perturbado e quando finalmente conseguiu chamar a atenção de Nami, quando finalmente ela começa a perceber a presença dele, vem o cozinheiro, sem nenhuma má intenção, a fazê-la desacreditar que era ele. Zoro queria partir Sanji ao meio, para ver se ele deixava de ser tão idiota e tarado.

 

A navegadora sentou-se na cama segurando as próprias mãos com força, talvez ela estivesse ficando maluca, e já estaria imaginando coisas, mas aquilo era tão real, nunca algo havia caído sozinho da mesa, era muito atípico, e nada havia tremido somente o vaso caiu. Ela não estava maluca, por enquanto não, tinha certeza disso assim como ela escutou o próprio nome sendo pronunciado por ele, outra hipótese não poderia ser, tinha que ser ele.

 

- Sanji-kun, pode me deixar sozinha? – Ela foi extremamente educada com ele, obvio que ela havia se magoado, mas por conhecer o amigo por hora iria deixar assim. O cozinheiro caminhou silencioso até a porta, segurando os cacos de vidro, estava muito envergonhado de seus atos.

 

- Me desculpe por antes Nami-san.

 

Ele fechou a porta deixando-a sozinha, a navegadora suspirou, sentiasse de alguma forma aliviada. Ficou de pé e começou a andar calmamente pelo quarto observando atentamente a sua volta, Zoro não desgrudava os olhos dela por nenhum segundo.

 

"Vamos, diga que pode me ver!"

 

Ela parou próxima da janela, fazia algum tempo que não sentia a luz do sol em sua pele, já havia esquecido o calor que ele proporcionava, ficou por algum tempo ali.

 

- Zoro, você está aqui? – Por fim ela falou, estava se achando uma louca, mas não estaria perdendo nada.

 

"- É obvio! Veja-me... TSC... isso está me incomodando por demais."

 

- Zoro, se você está aqui me mande algum sinal, alguma coisa, por favor. – As lágrimas não paravam de rolar pela face, ela estendeu os braços na esperança de que algo acontecesse.

 

- Por favor, faça algo, eu lhe imploro, não posso estar ficando louca!

 

O espadachim não sabia ao certo o que fazer, chamar não estava funcionando (como sempre), bater nos móveis também estava sendo em vão, ele olhou para os braços estendidos da garota, caminhou parando frente a ela.

 

" TSC! Eu não sei mais o que fazer... então...aff... ainda bem que você não pode ver isso." – Com os braços firmes ele a envolveu num abraço, Zoro permaneceu assim por alguns instantes, ele achou que nada havia acontecido. Quando ia se retirar notou que a garota baixava os braços em gestos mecânicos, os pelos do braço da ruiva se arquearem, ela arfou num pequeno sussurro.

 

- Que frio é esse me envolvendo...?

 

"Frio . . . mas estou aqui."


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Notas finais do capítulo

Continua...



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