Depois de algum tempo decidi ir ver como minha mãe estava, me levantei e fui até seu quarto. Ela estava no meio das cobertas, ela soluçava e chorava... Era doloroso vê-la assim! Decidi deixa-la sozinha, ela precisa organizar as ideias. Decidi ir para a biblioteca da minha casa. Sempre vou pra lá quando quero fugir dessa dura realidade aqui em baixo. Subi as escadas, entrei na biblioteca e tranquei a porta.

Me sentei na poltrona antiga de meu pai, e do nada comecei a ouvir vozes, ver pessoas... Eu estava ficando louca! Elas gritavam em meus ouvidos pedindo socorro, eu gritava de dor. Até que arremessei contra a parede o abajur, ele se despedaçou em mil pedacinhos, então percebi que eu estava louca! Me sentei no chão e desabei no choro, as vozes voltaram, e agora mais fortes. Ela gritavam “Você é louca!” eu preciso sair daqui! Ouço portas batendo, vidros sendo quebrados... O que está acontecendo comigo?!

Então minha mãe acompanhada do meu padrasto abre a porta e me encontra ali, chorando entre cacos de vidro e gritando por socorro. Eles me levaram para meu quarto, eu não conseguia me acalmar...

–Por favor mãe! Fique aqui! –eu disse entre soluços.

–Eu não vou te abandonar! –ela disse segurando minhas mãos frias.

–Nem eu! –disse Jeff concordando.

–Você tanto faz! –eu disse o desprezando

Ele saiu do quarto como se nada tivesse acontecido. Adormeci com minha mãe acariciando meu cabelo, acordei já era uma da manhã, como pude dormir tanto assim?

Minha mãe estava do meu lado na cama, ela estava acordada me observando, as vozes pararam e as pessoas também! Me senti mais calma. Acordei no outro dia as seis e quinze fda manhã, eu estava me sentindo bem. Levantei troquei de roupa e fui para a escola. Me sentei no mesmo lugar de sempre e fiquei observando os professores dando bronca nos alunos. Acho que ninguém nem sente minha presença nessa maldita escola!

–Amber Belshoff! –disse o professor de matemática.-

–Eu?! –eu disse espantada.

–É a chamada! –disse uma garota que estava ao meu lado.

Depois de uma aula imensa e tediosa, decidi ir ao banheiro. Me encarei no espelho,eu percebia que eu estava diferente, talvez mais triste... Não sei explicar. Até que ouço uma voz:

–Amber, Amber... Não negue que você é louca! –a voz assustadora dizia em meus ouvidos.

–O-o que você quer de mim? –eu respodi.

–Que você admita! –ela gritou.

–Porfavor! Me deixe em paz, porfavor! –eu disse chorando.

–Nunca! –a voz gritou em meu ouvido, me fazendo arrepiar.

Comecei a chorar loucamante, eu não sabia o que eu estava fazendo ali. Eu jogava as coisas contra a parede tentando me livrar dessa voz, mas não conseguia.

Até que alguém ouve meus gritos e me leva para um outro lugar.

–Eu juro que vi! –eu disse entre soluços.

–Mas não tinha ninguém no banheiro! –disse Megan a garota que me ajudou.

–Eu não sou louca! Eu sou normal! –eu disse gritando e chorando ao mesmo tempo.

Depois de descutir quem estava certa, ela me levou para a secretaria aonde ligaram para meu padrasto vir me buscar. A diretora teclou o número várias vezes, até que meu padrasto atendeu, não demorou muito para ir para casa.

–Eu não sou louca! –eu disse olhando pra meus pulsos.

–Todos acham que você são! –era a voz novamente.

Peguei a lâmina e comecei a me auto mutilar. A voz dizia várias vezes: “Isso!” “Você é uma inútil!” “Louca!” eu chorava e sentia dor, mas aquilo me aliviava por dentro.