A Noiva escrita por Felipe Melo


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Gente obrigado pelos comentário... Eu estou pensando em Tornar A Noiva uma triologia.. Comentem se gostarem da idéia.. além de comentarem sobre a história claro.. E vc leitor fantasminha comenta também.. Me incentiva muito os comentários de vcs... por favor comentem.. e não se esqueçam de comentar sobre a ideia...



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Capitulo Dez
(A Morte é um ciclo natural da vida. Nele encontramos um equilíbrio perfeito).

Camila chorou por mais um zilhão de horas. Eu fiquei atônita. Como ela podia ter sumido depois de pedir permissão para desistir? Será que os matadores da Ordem tinham sumido com ela?
Fiquei mais ou menos cinco minutos parada pensando onde minha amiga estava. Pedi para que Camila dormisse aqui em meu quarto essa noite. Despediria-me de minha mãe amanhã. Agora tinha que encontrar Carmela e fazer um interrogatório a ela. Duvidava muito que ela sabia algo a respeito.
– Sabe que Melina deve estar longe- disse Camila quando chegou ou deve estar...
– Por favor, Camis não termine a frase. Melina é louca, mas tenho certeza que deve estar bem. Só deve ter ido mais cedo e não avisado ninguém.
– Você sabe que ela não faria isso Liz. Ela se despediria de nós...
– Deixe-me apenas perguntar a Carmela. Ela com certeza...
– Pergunte ao mundo todo. Mas algo me diz...
Antes que ela continuasse falando deixei-a no quarto. E corri para fora do castelo. Havia duas áreas. Perto do salão principal havia a torre da Elite. Onde os governantes e organizadores do torneio ficavam. Sabia que Carmela devia estar ali.
– Vejo que devia estar em seu alojamento ai esta ela o que está fazendo aqui?
– Carmela- disse eu- eu estava procurando à senhora.
– Procurando-me? Por acaso tenho cara de babá adolescente?
– Não senhora. Mas uma amiga minha sumiu. E ela pediu permissão esta tarde para sair do torneio.
– Aonde a senhorita quer chegar?
– Quero chegar ao ponto que depois que ela veio pedir permissão. Sumiu. Isso é muito suspeito.
– Está insinuando que a Ordem tem algo haver com isso?
– Não senhora. Mas estou insinuando que minha amiga sumiu. E quero respostas.
– Não sou eu que comando tudo. Investigaremos senhorita Smith.
– E quando vão fazer isso?
– Amanhã de manhã. Se não perceber está escuro, não temos como procurar ao redor do castelo.
Não esperei que ela continuasse com o discurso e corri de volta. Se a Ordem não iria procurar Melina, eu ia. Pensei em chamar Felipe, mas isso traria problemas a ele. Afinal ele era empregado daqui, não podia colocá-lo sempre em meus problemas.
Resolvi ir ao quarto onde Mel dormia. Para minha sorte não havia ninguém lá. Entrei e encontrei os pertences de Melina intocados. Abri uma gaveta, e não havia nada ali. Abri seu guarda roupa e vi um de seus casacos favoritos. Toquei-o e lágrimas subiram aos meus olhos. Minha amiga sumiu...
Cai no chão de joelhos com o casaco e comecei a chorar furtivamente. Como minha vida havia mudado. Eu estava me colocando em perigo, e muitas vezes nem percebia. Peguei o casaco dela e tratei logo de colocá-lo no lugar, foi quando um papelzinho caiu.
Peguei o papel, e pensei que fosse um bilhete. E ali escritos estavam 346-0. Virei o papel e ali estavam escritos meu nome. O que aquilo queria dizer? Parecia mais um código de identificação. Peguei a blusa e a levei para meu dormitório.

– Isso está ficando muito estranho - disse Camila - não é feitio de Melina deixar bilhetes. Muito menos de sumir.
– E acha que eu não sei? Mas precisamos desvendar o que é essa numeração.
– Devemos levar esse bilhete pra Ordem. Eles saberão o que fazer.
– Pra que? Pra eles darem a importância que deram ontem?
– Tem razão. Mas que vai nos ajudar?
– Não podemos confiar em ninguém aqui. A não ser uma pessoa que conheço.
– E quem é o mega mente?
– Felipe. Ele trabalha aqui desde que nasceu. Pelo menos foi o que entendi.
– Tem certeza Liz?
– Absoluta. Vamos levar o bilhete. Agora.

Mais uma vez eu estava no estábulo esperando Felipe voltar. Camila ficou um pouco receosa, mas logo esse medo sumiria. Tínhamos pouco tempo, o toque de recolher seria dali a vinte minutos. Não tardou muito, pois logo ouvimos o baque suave da porta e o relinchar de Faísca, cavalo dele.
– Elisabeth - disse ele - quem é sua amiga?
– Felipe - disse eu - essa é Camila. Viemos aqui para pedir sua ajuda.
– Ajuda? Posso saber para quê? Olha não sou muito bem para elogiar vestidos, muito menos para falar de Thomas. Aliás, não gosto de falar de macho nenhum, agora se o assunto for mulher...
– Cala a boca - disse eu - nossa amiga sumiu. E não sabemos onde ela foi parar. Só sabemos que ela foi pedir permissão pra sair do torneio, e sumiu.
– Sumiu? Cara, isso não faz sentindo.
– Nós não sabemos - disse Camila - é tudo muito suspeito. Não há como sumir aqui. É tudo muito vigiado.
Ninguém falou nada por um longo tempo. Ficamos nos encarando. Acho que já era hora de comentar sobre o bilhete.
– Achamos um bilhete. Você reconhece esses números?
Felipe os analisou atentamente. Depois me entregou o bilhete de volta.
– Não posso ajudar meninas. Não reconheço esses números.
– Você era nossa última esperança.
– Então é isso. Bem eu posso ajudar vocês.
– Como? - disse Camila - você não sabe nada sobre os números.
– Tenho uma amiga que trabalha na biblioteca secreta.
– Biblioteca secreta? - disse eu - isso está cada vez mais estranho.
– Onde acha que a Ordem guarda seus documentos secretos? Garanto que não é na biblioteca daqui do castelo.
– Isso é lógico - disse Camila - mas onde fica isso? Aqui no castelo?
– Fica na torre norte. E é cercado por guardas. O turno dela termina às três da manhã. Vou copiar os números em um pedaço de papel, e entregar pra ela. Talvez ela saiba.
– Obrigada disse eu.

Voltamos ao salão e para nossa surpresa, todas as meninas estavam acordadas e bem no salão. Muitas pareciam assustadas. Elas olhavam para frente e algo estava diferente.
– Tiffany - disse eu - o que está havendo?
– Oh Elisabeth - disse ela - a Ordem nos deu um chamado urgente. Disse para esperamos aqui em baixo.
Todas se calaram. Carmela entrou com Victor, Thomas e mais alguns oficiais. Todos carregavam uma maca. E nele um corpo. Meu coração estava disparado. Minha cabeça começava a doer. Não. Não.
– Queridas - disse ela - está noite será inesquecível para muitas de vocês. Mas queremos avisar que o castelo é seguro. Não tenham medo. Mas hoje à noite, encontramos...
Nem mesmo Carmela agüentou, ela começou a chorar. Victor afagou seus ombros e continuou.
– Carmela estava querendo dizer, que chegou a nós uma queixa de que uma jovem sumiu. Procuramos em todas as partes do castelo, mas quando um soldado patrulhava um poço, acharam o corpo da jovem lá.
Meu grito deve ter ecoado pelo castelo todo. Minhas pernas de repente não eram tão fortes. Minha voz era substituída por um choro terrível. A dor no meu coração era aplacada pelo ódio. Quem fez aquilo com minha amiga? Lembranças se jorravam em minha mente agora. Eu gritei, as meninas choravam muito também. Camila estava sendo socorrida, ela desmaiara. Senti as mãos de Carmela.
– Levante-se Liz - disse ela chorosa - a vida continua. Creio que sua amiga não ia querer que você chorasse.
Mas era inútil. Eu não tinha forças para levantar. Será que ela não entendia que mais que uma amiga, Melina era minha irmã? Gritei mais uma vez.
– Leve o corpo dela. Convoque a mãe dela, diga que arcaremos com as despesas. essa era a voz de Victor acho.
– Elisabeth - disse Thomas - venha. Eu a levarei para o quarto.
Seria idiotice eu bater nele agora? Mesmo assim fui inconsciente e peguei a mão dele. Para minha surpresa ele me pegou nos braços e me levou para meu quarto. Eu estava machucada demais para brigar, e me aninhei em seus braços. E deixei que a dor e o medo me levassem só por uma vez nos braços de Thomas Salazar.


Um instinto atormentador dizia para que eu não acordasse. Que algo ruim me esperava se eu abrisse os olhos. Mas antes que minha mente registrasse, eu já sabia. Abri os olhos e o desespero foi tomando conta de mim. Para minha surpresa minha mãe estava no quarto com a mãe de Camila.
– Liz -ela veio até mim e me beijo na testa - eu lamento muito.
– Onde está Patricia?
– A mãe de Melina está lá embaixo no funeral. Ela está arrasada.
– Mãe precisa fazer um favor para mim. Diga a Patricia que quero falar com ela.
– Tudo bem. Você vem?
– Já estamos descendo.

O salão principal virou um festival de cores preto e branco. Todos ali choravam. Minha amiga estava em um caixão de vidro. Patrícia sua mãe chorava ao lado do caixão. Foi impossível não deixar que as lágrimas rolassem. Vi todos ali, Thomas, Victor, Carmela, Felipe e até mesmo outros oficiais que não conheço.
Fui em direção ao caixão e abracei fortemente Patricia. Ela sempre fora tão companheira com a filha. Melina e ela eram como irmãs. Olhei para o caixão e minha amiga estava sorrindo. Parecia até que estava dormindo. Chorei muito. Deixei que ali junto com ela todas as nossas lembranças passassem.
– Liz - disse Felipe - é hora de se despedir.
– Não... Felipe ela não morreu...
Foi quando três homens pegaram o caixão e nós seguimos o rumo deles. Chegamos a um cemitério chique cheio de flores, olhei ao redor e logo à frente eles colocavam o caixão de minha amiga na cova. Foi quando algo me chamou a atenção. Victor e seu filho usavam um colar cada um com uma numeração. Ele usava um Três e Thomas um Quatro. Pensei na numeração de Melina 346-0. E tudo batia.
Saímos do cemitério com uma sensação estranha. Uma parte de mim faltava. Mas não se esqueceria de contar a Felipe e nem a Camila sobre a numeração. E logo lembrei que tinha que falar com Patricia.
Corri até ela.
– Patricia - disse eu - sei que é cedo, mas podemos conversar?
– Claro Liz - disse ela - Mel amava muito você. Desculpe.
– Ela é sua filha - disse eu - eu que peço desculpas. Mas por acaso Mel não disse nada ou agiu estranho perto de sua...
– Não Liz - disse Patricia - Melina sempre foi muito discreta. E não aparentava nada. Mas me estranha muito o modo como ela morreu. Minha filha jamais se mataria.
– Foi o que eu pensei. Obrigada Patricia.
– Ah Liz - disse ela - ela disse algo sobre a segunda prova ser algo relacionado à morte.
Deixei Patricia e continuei andando. A morte de minha amiga não seria em vão. Pensei no segundo desafio. Se antes eu pensava em desistir, a ordem estava enganada. Eu ganharia esse desafio, e mais, desvendaria o mistério da morte de Melina. Elisabeth Smith seria a noiva.


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Notas finais do capítulo

- Comentem... Boa Leitura... Beijos da Liz e Do Autor..