_Leon? – foi á única coisa que consegui dizer, estava muito constrangida. Como ele se lembrou de mim, ou de minha imagem? – O que faz por aqui? – perguntei normalizando minha consciência.

_Vim tomar um café – disse com um sorriso de tirar o fôlego. Sorri mais pelo seu sorriso do que pela situação. – E você? O que faz aqui? – perguntou-me.

_Eu também, vim tomar um café... – falei tímida. Levei meus olhos até os seus, e deparei-me com um par de olhos verdes, não verdes esmeraldas, mas um verde amarronzado, totalmente distinto, eram lindos.

_Está acompanhada? – Leon perguntou sorrindo gentilmente para mim. Fiquei surpresa com sua pergunta, e acho que fiz uma expressão estranha, pois o mesmo riu de mim. – Não pense o pior de mim, por favor. Perguntei isso, porque pensei que podíamos tomar um café juntos, conversando normalmente, como... Amigos!

_Amigos... Sei... – achei estranho o fato, mas sorri demonstrando sinceridade. – Estou sozinha, então será uma honra ter você como um acompanhante, melhor dizendo, amigo. – falei e automaticamente rimos.

Ficamos conversando sobre assuntos aleatórios. Descobri que Leon, era um advogado, de muito bom grado. Era conhecido por aí com Dr. Vargas. Além de bonitão, ele é super, mega, ultra, inteligente. Sério, ele parecia ser bem realista e verdadeiro, sorri ao perceber isso nele.

Logo Marco chegou com nossos cafés. Sorri agradecida á ele, um ótimo garçom e amigo também. Entregou-nos, e percebi também que Leon Vargas era muito educado, além de lindo de morrer. Oh Deus! Esse homem arranca suspiros de qualquer uma...

_Hum... Estava uma delícia! – exclamei enquanto mordia o último biscoitinho de chocolate. – Surpreendo-me cada vez mais com este lugar.

_Concordo – disse ele olhando para mim. – Gostei da tarde de hoje. Adorei passar este pequeno tempo com você, confesso que foi uma das melhores tardes de minha vida. Obrigado Violeta. – Leon continuou com um sorriso no rosto.

_Digo o mesmo Leon, adorei está tarde também. – Falei o olhando nos olhos. – Obrigada. – falei meio baixo. – Agora tenho que ir. Tenho que voltar para casa, amanhã o dia não será nada fácil. Trabalho em dobro. – falei desanimada.

Ele riu e eu chamei o Marco, para pagar a minha conta. O garçom se aproximou da mesa, e eu saquei minha carteira da bolsa, mas antes de tirar o dinheiro dali, uma mão grande, com um toque delicado e meigo, me impedi de realizar este ato.

_Pode deixar que eu pago Violeta – ele disse com um suave sorriso nos lábios.

_Claro que não... – falei rindo. – Não faz sentido, eu pago, fui eu quem gastou então sou eu quem precisa que pagar. – continuei.

_Faço questão – falou firme, mas ao mesmo tempo meigo.

Sorri encantada com tamanha educação e gentileza que ele me mostrava. Guardei a carteira novamente em minha bolsa, totalmente rendida. Leon pagou nosso “lanchinho” e eu apenas observava o seu lado humilde.

_Não tinha necessidade Leon – falei o olhando com carinho. – Você é um verdadeiro príncipe, estou encantada, obrigado por me proporcionar esta ótima tarde. – continuei olhando dentro dos seus olhos, que estavam ainda mais lindos.

_Obrigado a você... E isso não foi absolutamente nada. Gosto de tratar bem as mulheres lindas e gentis. – falou olhando-me de um jeito esquisito. Senti meu rosto inteirinho queimar. – Não precisa se senti envergonhada, porém... Você fica extremamente linda vermelha.

_Pare com isso Leon... – falei pondo as mãos em meu rosto. Realmente eu estava me sentindo muito sem graça. – Vamos? Tenho que ir para casa.

_Tudo bem, eu te acompanho. – falou naturalmente se levantando juntamente comigo.

_Não precisa. – falei. – Não moro muito longe daqui, mas obrigada pela gentileza. – disse indo até ele e ficando na pontinha dos pés, pois o mesmo era alto, e como disse ante, tinha um físico forte. Dei-lhe um beijinho na bochecha e logo me afastei.

_Insisto. – falou num tom mais firme e segurando minha mão delicadamente. – E será uma honra acompanhar a senhorita, mais bela, até o seu lar. – disse todo meigo. Sorri.

Concordei, afinal não iria guerrear com ele... Leon pegou em minha mão, com um cuidado imenso. Guiou-me para fora da cafeteria, e assim que saímos, começamos a caminhar de mãos dadas, como um casal, ri sozinha ao pensar nisso. Eu não falei nada sobre essa suposta “ousadia” de pegar em minha mão, por que eu estava gostando de como ele estava me tratando.

O caminho até a minha casa foi tranqüilo. Trocamos pouquíssimas palavras, só os sorrisos que ele me dava, já eram o suficiente. Assim que chegamos ao meu portão, parei de caminhar, e olhei para minha humilde casa.

_Chegamos – suspirei pesadamente prevendo o que já me aguardava: outra briga idiota com a Francesca.

_Está tudo bem? – o escutei falando e logo sentindo sua mão soltar da minha, me fazendo olhar rapidamente á ele. – Parece meio desanimada...

_Não é nada de mais Leon, apenas... Nada – falei forçando um sorriso. – Quer entrar? – perguntei, gostaria ser educada com ele também, pois Leon me proporcionou uma tarde maravilhosa.

_Bom, se não for muito incomodo, eu gostaria de entrar com você, apenas para beber um copo de água, se não se importar. – falou com um sorriso no rosto, me olhando com um brilho lindo naquele par de olhos perfeitamente lindos.

_Não será incomodo nenhum, Leon. Será um prazer. – falei olhando dentro dos olhos dele. – Só peço que não se assuste com o ser que você vai encontrar lá dentro, por favor. – Leon riu, mas era sério.

Peguei minhas chaves e abri o portão vagarosamente, e logo indo em direção á porta. Leon estava todo o tempo acompanhando os meus passos e me seguindo. Abri á porta, e dei de cara com a sala, como sempre. As janelas e cortinas estavam abertas, me causando certa surpresa, pois Francesca nunca as abria. A sala estava, em termos, organizada. Dei espaço para o Leon entrar, o mesmo fez.

_Sente-se – falei.

Leon sentou-se, e assim que ele fez isso, uma figura vulgar aparece na sala. Francesca. Seus cabelos lisos estavam soltos, e iam até o fim de suas costas, bem pretos, lindos por sinal. Sua roupa era apenas um tomara que caia vermelho, um short jeans extremamente curto, ou como eu diria uma “calcinha jeans”, e um salto enorme, enorme mesmo, vermelho. Ela estava maquiada, com certeza iria sair.

Assim que seus olhos encontraram Leon, ela esboçou um sorriso “sedutor” para o mesmo. Olhei para Leon, que tinha o olhar vidrado nela. Tenho quase certeza que os homens são todos iguais, e que pensam as mesmas coisas. Seus olhos caminhavam o corpo de Francesca, parecia que ele estava examinando cada lugarzinho...

...