A semideusa escrita por Queen of Disaster


Capítulo 5
Capítulo 5- Os últimos dias no Acampamento


Notas iniciais do capítulo

Oi meus lindos e lindas, aqui está mais um capítulo para vocês.
Leiam as notas finais, é MUITO IMPORTANTE...



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P. V. O Melany.

Acordei cedo, o sol nem havia nascido, tomei banho e coloquei uma blusa de mangas compridas preta com uma cruz no centro, um short preto e um all-star, peguei minha luva de esqueleto e coloquei no meu cinto caso eu precisasse da espada, botei as luvas que eu estava ontem que não cobriam os dedos, peguei também o violão.

Sai do meu chalé e comecei a andar pelo Acampamento em direção à praia. Chegando lá me sentei em uma pedra perto do mar, comecei a tocar algumas notas e escutei passos ao longe que se aproximavam, fingi não ter ouvido nada e vesti a luva de esqueleto. Os passos estavam a poucos centímetros agora, apertei forte a luva e ela se transformou em espada, me virei e pus a espada na garganta da pessoa, quando olhei quem era me surpreendi.

Era o garoto da noite passada, suspirei e o soltei, fiz com que a espada voltasse a ser luva e peguei meu violão. Comecei a caminhar para longe dele e quando estava perto de uma árvore fui imprensada contra esta, esse menino não desiste?

–Você não me disse seu nome- ele falou perto de meu ouvido.

Suspirei, apertei a luva e ela tornou a ser uma espada, fiz com que ele me soltasse e fiz com que ele caísse, coloquei a ponta da espada em seu pescoço e disse:

–Melany, filha de Hades e neta de Apolo. Você é?

Ele olhou para mim com um olhar de medo e surpresa, sorri de lado com pura ironia, o que? Ele achou que eu era fraca e indefesa?

–Leon, filho de Ares... Mas como você é filha de Hades e neta de Apolo?

–Não te devo satisfações e para um filho do deus da guerra você está bem fora de forma- zombei do idiota.

Retirei a espada de seu pescoço, me virei e sai andando. Ele realmente era muito idiota. Olhei para meus pulsos onde ele tinha segurado, estavam roxos. Minha blusa era de mangas compridas, mas não protegiam até ali, eu estava com muito ódio...

–MELANY- gritava Annie.

Quando me aproximei ela deu bom dia e quando ela olhou para meus pulsos quase teve um ataque de nervos, eu expliquei tudo a ela e esta ouviu tudo atentamente, quando terminei ela disse que ia matar Leon, eu disse que ele não valia o esforço, mas ela não escuta. Ela falou tudo sobre Leon, que ele era O pegador, que ele MUITO bom com espadas, era o terceiro melhor no rank geral, eu sabia o meu lugar, eu era a segunda melhor no rank geral, só perdia para Clarisse.

Depois de tomar café da manhã fui para meu local de todos os dias, o campo de treinamento, eu estava lutando com espadas e ganhando todas as batalhas até que aparece aquele maldito filho de Ares e me desafia.

P. V. O Leon

Aquela filha de Hades me paga, depois que ela foi embora voltei para meu chalé, tomei um banho e coloquei a blusa do acampamento junto com uma calça e, é claro, a jaqueta de couro sem mangas para dar meu estilo!

Tomei café tranquilamente e alguns dos meus irmãos brincavam por que eu ainda não tinha conquistado a filha de Hades, ela era um desafio à altura. Inteligente, habilidosa, bonita, teimosa, é uma presa realmente interessante.

Mas ela não é como as outras, não curte o estilo bad boy e tal, ela me desafia. Com toda certeza vai ser difícil, mas não tem nada nem ninguém que eu não consiga e ela não é exceção à regra, só que vou ter de usar um estilo como ela usa comigo, desafiador.

Fiquei sabendo que ela é a segunda melhor em espadas, pois bem eu irei desafiá-la. Sai do refeitório e fui para o campo de treinamento, ela batalhava com todos e ganhava sem quase nenhum arranhão, resolvi tentar a sorte.

Ela me encarou na sua frente com o mais puro ódio, eu só acho que meu pai deve gostar muito dela, ela estudava cada movimento que eu fazia e quando dei meu primeiro golpe ela desviou e contra atacou, ela era rápida.

A batalha durou um tempo indeterminado, mas ela saia menos machucada do que eu, eu sabia que iria perder dito e feito, ela ganhou. Ela colocou a espada no meu pescoço e me derrubou, colocou um pé em cada um de meus braços me prendendo no chão, depois foi declarado sua vitória.

Levantei-me e cumprimentei ela que me lançou um olhar de desprezo e continuou lutando com outros, essa garota ainda vai me deixar louco!!!

P. V. O Melany

Ele até que não manda mal em espadas, mas nem sai tão machucada. Depois que terminei de batalhar com ele continuei a batalhar com outros que me desafiavam, venci todos por causa de meus intensos treinos com Annie apesar dela dizer que eu tinha o dom naturalmente.

Depois de muito batalhar Percy apareceu e quase me expulsou de lá dizendo que eu já estava machucada o bastante, eu não queria ir, mas ele insistiu muito e só os deuses sabem o quão Percy é irritante quando quer, fui praticamente arrastada para a enfermaria onde cuidaram de meus diversos cortes e machucados obtidos em meus combates.

Após muito tempo fui liberada, Percy então notou meus pulsos roxos que obviamente não tinham vindo de batalhas com espadas, afinal haviam marcas de dedos ali, ele perguntou quem fora e tentei mentir, mas ele desconfiou e acabei contando, sua reação foi à mesma de Annie.

Demorou muito para convencer Percy que não foi nada e que Leon era insignificante, mas consegui então fomos ao chalé de Atena procurar por Annie, a encontramos lendo um livro e ao seu lado estava seu boné mágico dos Yankees.

Percy pediu a ajuda de Annie em me manter longe dos campos de batalha pelo resto do dia, bufei. Eu gostava de estar lutando ou então ficar no escuro, no silêncio ou então tocando meu violão será que era tão difícil me deixar quieta num canto?

Annie riu da preocupação de Percy e disse que era só me dar um violão, um local silencioso e escuro que eu ficava longe de encrenca, tive de concordar era a mais pura verdade. Percy se sentiu idiota por não ter lembrado disso, revirei meus olhos e me despedi dos dois indo em direção ao chalé de Apolo.

Tomei um banho e coloquei uma calça preta, uma blusa de mangas compridas preta e um tênis da mesma cor, peguei meu violão e comecei a tocar algumas notas sem formar uma música certa. Eu estava do jeito que eu gostava: no escuro, sozinha e tocando.

Distrai-me tocando e não percebi o tempo passar até que a concha tocou avisando ser a hora do jantar, coloquei minhas luvas de couro que não cobrem os dedos e minha jaqueta sem mangas, guardei meu violão e fui em direção ao refeitório, pensei ser melhor não levar minha espada-luva.

Entrei e fiz as oferendas para meu pai e para Apolo, meu avô, logo me assentei na mesa de Apolo numa área mais isolada procurando silêncio que era algo que eu não conseguia encontrar.

Logo que terminei de jantar segui para meu chalé, de repente senti uma mão em minha boca e outra em minha cintura me puxando para a área da floresta, me debati nos braços da pessoa eram braços muito fortes.

Quando olhei para quem me segurava uma raiva passou por todo meu ser, aquele idiota filho de Ares, Leon. Ele tinha um sorriso cínico no seu rosto, muita raiva se passou e me debati em seus braços, mas ele era mais forte. Droga!

Ele começou a me arrastar para a floresta, cada vez mais adentro. Estava quase ficando apavorante, quase... Ele me imprensou contra uma árvore, esse cara não muda nunca! Arhg.

–Eu vou te soltar, mas não grite ok?- falou ele.

Eu apenas assenti com certa raiva. Ele achou mesmo que eu ia gritar? Ele é mesmo muito idiota e convencido! Dá ódio, aquele idiota. Ele foi afastando a mão de minha boca um pouco hesitante, até que sua mão que antes estava em minha boca agora estava em meus braços me mantendo mais grudada à árvore.

–O que você quer, idiota?- perguntei.

–Também senti muito sua falta meu anj... –falou ele irônico.

–Se for me chamar de anjo pode desistir.

–Ok, anjo– ele passou os olhos por mim de cima a baixo- você está linda esta noite, é tudo pra mim anjinho?

Ele dava ênfase toda vez que me chamava de anjo, idiota. Meus pulsos começaram a doer onde ele segurava, eles não haviam cicatrizado, mas eu não ia dizer que ele me machucava, sem chance.

–Pra você? A única coisa que eu tenho para você é a minha espada- falei.

Ele deu um sorrisinho cínico e eu me amaldiçoei mil vezes por ter deixado minha espada no chalé, diferente da espada de Percy a minha luva não voltaria para mim caso eu precisasse.

Leon parecia se divertir com a raiva que se passava em meus olhos, mas ele não devia brincar com uma filha de Hades, não mesmo. Dei uma rápida olhada onde estava e não reconheci o local com precisão, então fugir estava fora de cogitação, notei que no cinto de Leon tinha uma espada, era tudo que eu precisava agora só faltava me soltar dele.

–Está pensativa anjinho, não se preocupe que não vou te machucar.

Pensei em entrar no jogo dele, afinal não ia conseguir nada jogando ofensas ao vento, isso só iria diverti-lo e esse não era o meu objetivo, não mesmo.

–Mas você está me machucando... Meus pulsos- falei suavizando meu tom.

Bastava ele afrouxar um pouco que eu cuidava do resto, ele afrouxou somente o necessário para não machucar, mas não para eu me soltar. Aquilo não me machucava de verdade, só havia um pequeno desconforto.

Olhei para meu braço: meu braço era muito branco e dava para ver facilmente minhas veias, no meu pulso estava à mão de Leon em um aperto forte que deixava a área completamente roxa, a única cor perceptível em meu braço.

Eu tinha que me livrar dele, comecei a por a cabeça para funcionar já que ele não iria colaborar mesmo... É isso. Em seu rosto ainda havia uma expressão divertida e ele apertava mais fortemente meu pulso, começava a doer. Sorri e o chutei entre as pernas.

No mesmo instante em que chutei ele caiu de joelhos no chão se contorcendo de dor, peguei em meus pulsos e eles estavam roxos, agora havia uma dor agonizante.

Demorou um pouco, mas consegui sair da floresta e fui em direção ao meu chalé, mas parece que os deuses não quererem me dar paz porque Percy corria e gritava em minha direção, eu não queria ser rude com ele, mas meu humor agora não estava querendo ajudar. Olhei para ele de maneira fria para que ele percebesse que eu não estava querendo conversar, mas ele era muito lerdo para entender.

–Oi, eu queria falar com você, é importante...

A frase morreu no ar quando ele olhou para meus pulsos que estavam roxos e inchados, a cor não passaria despercebida em minha pele que é muito branca. A expressão mudou para raivosa e preocupada.

–Você tem que dizer para Quíron, se não disser eu digo e tem de ser AGORA.

Ele tinha uma expressão que daria medo em qualquer um, mas eu não tinha medo de Percy, aceitei porque realmente Leon estava ficando irritante e um pouco perigoso.

Percy foi comigo para a Casa Grande para garantir que eu iria mesmo, ele acreditava que eu iria desistir e ele até que tinha razão.

Chegando lá Quíron e o Sr. D estavam tendo uma conversa animada pela parte de Quíron, já pela parte do Sr. D parecia um pouco melancólica. Notaram nossa presença e o Sr. D perguntou o que queríamos, contei tudo que Leon havia feito desde a primeira vez que o encontrei até o chute que havia nele há pouco tempo.

Sr. D tinha expressão indecifrável, mas ele parecia estar com um pouco de raiva, preocupado e horrorizado, haviam outros sentimentos em seu olhar, mas era confuso. Quíron tinha uma expressão de total surpresa, descrença.

–Srta. Black... Eu... Nem sei o que dizer- falou Quíron.

–Tome providências, castigue o garoto- falava Percy.

–Não é tão simples, Peter- falou Sr. D- Srta. Black eu temo que deva aguentar isso até o fim do verão, são apenas mais nove dias, mas caso aja outro “ataque” não hesite em nos informar.

–Agradeço a preocupação, mas agora só desejo minha cama e uma boa noite de sono, se me derem licença eu irei me retirar- falei.

Sr. D elogiou meus modos e reclamou que Percy não agia da mesma forma, ri internamente e fui para meu chalé. Os meus pulsos doíam muito e quando cheguei em meu quarto utilizei alguns remédios que tinha, fiz bandagens e depois me deitei pensando em ter um sono tranquilo, mas hoje não era meu dia de sorte...

Eu estava de frente para um rio, logo o reconheci das histórias da mitologia, era o rio Estige. Soprava um vento frio, mas eu não o sentia. No rio havia um ser encapuzado, ele estava banhando a lâmina no rio como se estivesse dando os últimos retoques na arma mais poderosa do mundo, tinha certa cautela com a lâmina, tentava não tocá-la tocava apenas o cabo.

O ser encapuzado retirou a lâmina da espada completamente da água, era uma lâmina enorme com cerca de oitenta centímetros de comprimento, era incrível e parecia ser muito perigosa. Eu já estava encantada com a espada que nem percebi o garoto, era ele, o garoto do meu sonho anterior do outono-inverno.

O garoto pegou a espada do ser encapuzado e agradeceu logo o ser se dispersou no ar. O garoto embrulhou a espada em um pano com muito cuidado, correu os olhos pelo local e focou em mim abrindo um sorriso andando em minha direção.

–Oi, quem é você?- ele perguntou.

Ele não lembrava de mim, talvez não fosse o garoto do sonho anterior, mas parecia tanto com ele... Eu tinha certeza que era ele...

–Mel

Foi à única coisa que saiu de minha boca, ele sorriu para mim e repetiu meu nome um pouco pensativo, era como se pensasse se aquilo era nome de gente.

Ele ia pronunciar seu nome, mas então minha visão começou a ficar turva como se eu estivesse desmaiando então... Acordei.

Eu estava suando muito, quem era ele? Quem poderia ser? Minha única pista é que ele esteve no Rio Estige, que pista...

*-*

Passaram-se oito dias desde o meu sonho, amanhã eu iria para minha nova casa, o submundo. Pode até achar que tive um calafrio e um sentimento ruim, mas não, eu senti um sentimento bom e quase que acolhedor.

Não parei para pensar sobre isso, afinal hoje era meu último dia no acampamento amanhã eu iria embora. Levantei e corri para o banheiro, fiz minha higiene matinal e coloquei uma calça preta confortável, a blusa do acampamento, um agasalho preto de mangas compridas, fechei o agasalho de maneira que não dava para ver a blusa, coloquei meu all-star, pequei minha luva de esqueleto e vesti, logo já estava indo para o refeitório.

Depois do café da manhã fui para meu chalé, peguei meu MP3 que estava na minha mochila junto a um fone de ouvido, peguei um caderno e alguns lápis. Coloquei tudo dentro de uma bolsa, peguei algumas comidas e coloquei na bolsa também, havia conseguido com os filhos de Hermes. Peguei a mochila e sai do chalé.

Fui para a praia, subi em uma árvore e fiquei no galho mais alto de uma maneira que eu não cairia. Pendurei minha mochila e peguei meu MP3 junto aos meus fones, escolhi algumas músicas e depois peguei meu caderno desenhei algumas coisas bem simples como algumas pessoas do acampamento, paisagens que lembrava da Argentina, algumas paisagens do Acampamento, entre outros.

Senti falta de meus “pais”, será que Jessica e Alex sentiam a minha falta? Pensei em enviar uma mensagem de Íris para eles e resolvi fazer, procurei em minha bolsa e encontrei uma dracma, juntei minhas coisas na bolsa e desci.

Fui no meu chalé e lá encontrei um prisma, corri para a praia e fiz um arco-íris, lancei a dracma.

–Oh deusa íris, aceite minha oferta- o arco-íris tremulou- Jessica e Alex, casa dos Black, NewYork.

Demorou um pouco, mas logo apareceu a imagem de Jessica e Alex no sofá de minha antiga casa abraçados, eu estava prestes a gritar seus nomes para falar com eles, mas notei que eles falavam sobre mim e não haviam notado minha presença.

–Alex, eu acho que deveríamos ligar para a Mel. Sinto falta dela- falava Jessica.

–Cale-se Jessica, finalmente nos livramos daquela garota problemática idiota- falou Alex raivoso.

–Falando desse jeito até parece que ela não é sua sobri... –falou Jessica.

–Não diga isso, ela não é nada minha. É uma aberração e esta com a sua espécie, deixe-a no canto dela.

Espécie? Aberração? Não, aquilo não podia ser verdade... Alex quem eu amava tanto, eu pensei que ele me amava, ele me tratava com tanto carinho como amigo, irmão, pai, tio... Tudo... Não, aquilo não podia ser real. Como ele podia dizer que não queria ser meu parente? Me chamar de aberração? E Jessica nem me defendia.

–Só a tratava daquela maneira por respeito à Clary e medo do que aquela aberração poderia fazer contra nós- continuou Alex- agora podemos viver uma vida comum e tranquila Jessi. Anime-se e esqueça aquela garota.

–Tudo bem Alex, ela não vale a pena- concordou Jessica.

Uma raiva subiu por todo o meu corpo e parecia que estava tudo pegando fogo, minha visão estava quase que vermelha pelo ódio. Gritei e eles olharam para mim com um olhar de surpresa e medo. Jessica tentava se explicar, mas eu já estava cheia de mentiras, agitei minhas mãos e a mensagem se foi.

Cai de joelhos no chão, nenhuma lágrima caia, eu não me sentia triste apenas com raiva, com MUITA raiva. Tinha pena da pessoa que tentasse aparecer em minha frente. Levantei e fui para meu chalé, joguei minhas coisas no meu quarto e me troquei: short curto e preto, blusa preta com o desenho do bidente de Hades na cor branca, bota de cano curto e minha espada, amarrei meus cabelos em um rabo-de-cavalo e caminhei para o campo de treinamento com espadas.

Parecia que todos percebiam meu ódio, estavam com medo de se aproximar ou perguntar qualquer coisa, os que se atreviam a me desafiar saiam com muitos ferimentos graves e eu intacta. Comecei a treinar com os bonecos de treinamento, muitos saiam sem cabeça ou um dos membros. Os campistas mais jovens tinham medo de se aproximar, notei que um campista saiu apavorado e logo voltou com Clarisse.

Clarisse notou o meu ódio, mas nem olhava para ela porque estava muito ocupada tirando a cabeça de um boneco. Senti uma mão em meu ombro e estava pronta para dar um golpe pois ainda estava em meus reflexos de batalha.

Era Clarisse, ela interceptou meu golpe com sua lâmina, lutamos de igual para igual. Clarisse não pegava leve e notava a minha fúria, ela sabia que eu só queria descontar minha raiva em algo ou alguém e ali estava ela, arriscando sair gravemente ferida ou até mesmo inconsciente, mas ela estava ali sendo a pessoa mais maravilhosa do mundo.

Nunca concordei sobre o que muitos diziam de Clarisse, que ela era malvada e por vezes irracional, até mesmo quando ela parecia estar fora de si ela se demonstrava forte e, ás vezes, sábia. Ela era a única que me compreendia e isso era a melhor coisa em nossa amizade, não precisávamos contar fatos tristes ou felizes para compreender uma à outra, apenas trocar um olhar.

Clarisse lutava bravamente, mas saia muito machucada. Eu estava a atacando cegamente e não prestava atenção no que eu fazia até que ela caiu no chão com um machucado na perna. Ali me toquei do que estava fazendo e parei, me abaixei ao seu lado e levantei-a, conduzi minha amiga até a enfermaria onde poderiam cuidar dela.

Ela tinha machucados por todo o corpo, cortes profundos e arranhões superficiais, tive ódio de mim mesma por fazer aquilo com ela por um simples momento de raiva, me desculpei incessantemente até que ela falou:

–Hey, já estive em momentos assim e até piores, isso o que você fez foi apenas uma demonstração do seu ódio, acredite, eu já fiz isso milhares de vezes. Não se desculpe o.k?

Assenti relutante e ajudei em alguns curativos, logo entra Chris com cara de preocupação, mas quando ele olhou para Clarisse a sua expressão se suavizou, ele veio ao meu lado e se sentou perto da namorada.

–Eu não tinha dito pra você não arranjar encrenca- ele disse.

–A culpa não é dela. Eu fiz isso, eu a machuquei. Ela só tentou me ajudar. Se for culpar alguém, culpe a mim. Tudo isso é minha culpa- falei cabisbaixa.

–Mel, eu já disse que não é culpa sua. Não é culpa de ninguém e daqui alguns minutos eu já estou naquele campo lutando de novo- falou Clarisse.

–Receio que não Clarisse- falou um dos “enfermeiros”- seus ferimentos foram graves e você terá de ficar em repouso pelo resto do dia, mas amanhã já pode lutar.

Depois de seu informativo e Clarisse gritar dizendo que estava bem, o “enfermeiro” saiu. Ela estava com raiva, mas não me dirigia olhar de ódio e sim de curiosidade e compreensão. Clarisse e Chris ficaram insistindo para que eu contasse o motivo da minha raiva.

–Tá bom... Eu conto- contei sobre a mensagem de Íris e tudo que eu escutei- bem, foi isso o que aconteceu... Desculpem, mas eu vou para meu chalé...

–Mel espera- falou Clarisse- eu estou aqui se precisar.

–Obrigada Lisse.

Sai correndo de lá, não fui pro meu chalé, acabei correndo para a floresta. Corri sem me cansar, até que cheguei a uma enorme construção de pedras, o Punho De Zeus. Sentei ali e descansei, o céu estava estrelado e muito bonito, mas parecia que havia algo fora do lugar e vi que era eu. Eu não pertencia àquele local, não ao Acampamento Meio-Sangue. Sei que não. Acabei adormecendo.

Era um local branco e muito bem iluminado, eu já havia estado ali, era o Olimpo. Este era um dos corredores, este levava aos aposentos de Afrodite. Ouvi passos ao longe e me escondi atrás de um vaso.

–Mas ela não parecia demonstrar nenhuma ameaça- era Ares.

–Serio mesmo querido? Depois do que fiz com ela todos ficaram hipnotizados por sua beleza, mas não é só com sua beleza com que devemos nos preocupar. Mel tem poderes que ela mesma desconhece- era Afrodite.

–Entendo. Mas fazer com que meu filho se apaixone por ela não é o melhor plano, querida e logo agora depois da guerra quando estamos nos reerguendo- falou Ares.

(Narradora: PARA OS QUE NÃO ESTÃO ENTENDENDO, A MINHA ESTÓRIA SE PASSA LOGO NO FIM DE “O ÚLTIMO OLIMPIANO” E NÃO HÁ UMA SEGUNDA GRANDE PROFECIA, BJS E CONTINUEM SUA LEITURA).

–Você não entende. Não fiz com que Leon se apaixonasse por ela, ele fez isso por si e só aproveitei. O amor pode ser uma arma mais perigosa do que a mais afiada lâmina...

Depois das Palavras de Afrodite acordei assustada. Ela estava usando Leon para algo, mas para o que? E que poderes são esses? Esses sonhos só me fazem ter mais e mais dúvidas.

Levantei e já era noite, bem na hora em que a concha tocou. Corri para a fogueira onde estavam todos reunidos já comendo, notei lá no canto uma pequena menina de no máximo uns oito anos, logo descobri de quem se tratava, Héstia.

Sentei ao lado da deusa que não pareceu surpresa em me ver ali, sorriu para mim num ato caloroso e apenas retribui da forma mais animada que consegui que não foi muito.

–Você parece com seu irmão, pequena- falou a deusa.

–Acho que devo agradecer Lady Héstia já que pelo o que soube meu irmão é muito forte- me curvei diante dela.

Tivemos uma conversa agradável e parecia que ninguém notava a pequena divindade ali, todos passavam sem nem ao menos olhar para ela, os poucos que nos notavam me davam um olhar do mais puro medo e um certo olhar de respeito à deusa.

Depois de uma conversa tranquila fui me deitar, nada comi e não senti fome. Minha noite foi uma das mais tranquilas, sem sonhos e mensagens que me deixavam confusa. Apenas dormi.


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Notas finais do capítulo

Lembrando novamente que NÃO há uma segunda grande profecia, é como se quando Rachel tivesse sido nomeada oráculo ela não tivesse dito nada. E não acontecerá nada do Heróis do Olimpo, apenas irei usar alguns personagens de lá


Amaram? Odiaram? Digam o que pensam



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