After Collision escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Um futuro alternativo de Collide. Sempre que falamos sobre a fanfic pensamos no Renji e Byakuya com um filho :v dai resolvi... bem, leiam.
Escrevi agora a noite, somente para não deixar passar a tradição de escrever uma história para Nyuu em seu aniversário desde que nos conhecemos.
Beijos linda, te amo.
(Não foi revisado, sorry )



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Ichigo abriu a porta do apartamento, desculpando-se pelo atraso. Ele passou pela sala, puxando a gravata e falando sobre como o trânsito estava ruim.

Uma, duas, três explosões fizeram Ichigo retornar para a sala. Grimmjow sequer havia se movido do sofá e estava lá xingando os personagens do videogame. O ruivo girou os calcanhares e retornou para o quarto. Decidiu tomar um banho e se arrumar para o compromisso que eles tinham aquela tarde.

— Falou alguma coisa? — Grimmjow olhou para trás, mas estava sozinho na sala. Ele balançou os ombros e deu um sorriso. — Vem com o papai que eu vou te explodir gracinha de monstro.

Quando Ichigo retornou para a sala, já pronto, encontrou Grimmjow bebendo cerveja e matando mais monstros.

— Vamos nos atrasar. — Ele falou pacientemente, indo até a cozinha para pegar uma garrafa de água mineral. — Me lembra de comprar mais água, já está acabando.

— Tem água na torneira, no filtro, no banheiro. Para que comprar mais? — Grimmjow respondeu da sala, fazendo Ichigo balançar a cabeça negativamente. Sabia que Grimmjow estava ouvindo-o mas apenas ignorava.

— Já está pronto?

— Terminando essa fase, vai esquentando o carro.

— Não precisamos esquentar o carro ou girar manivelas. — Ichigo sabia que Grimmjow não sairia de casa tão cedo. — Comprou o presente?

— Comprei. — Grimmjow apontou para o canto da sala, onde havia um embrulho bem grande. Ichigo estava preocupado em deixar essa tarefa para ele, mas nos últimos dias estava tão atarefado, que não houve alternativas.

— O que é? A caixa é grande e pesada. — Ichigo sacudiu o embrulho mas decidiu não fazer novamente pois houve um barulho estranho lá dentro.

— Comprei uma Sniper – 667 de longo alcance, com viseira e colete. — Ele riu. — O moleque vai pirar.

— O que é uma Sniper... — Ichigo suspirou. — Não me diga que é uma arma.

— É uma arma. — Algumas explosões depois, Grimmjow largou o controle do videogame sobre a mesa de centro. — O que é?

— Você comprou uma arma para uma criança de nove anos?

— Claro, junto com duas granadas e um machado. — Grimmjow procurou seus pertences, chave, celular e carteira. Ichigo estava parado ao lado da porta, esperando por ele. Também esperava por uma explicação, o que obviamente não aconteceu.

Decidiram ir no carro de Grimmjow. Enquanto ele dirigia, Ichigo olhava algumas vezes para trás, preocupado com o presente. Não somente com o presente, mas com o rumo que sua vida estava seguindo.

As coisas estavam indo bem entre eles e no trabalho, Ichigo não tinha do que reclamar. Mas um assunto em especial começava a perturbar sua cabeça. Tudo começou alguns meses atrás quando Lisa teve seu primeiro filho com Shuuhei. Não parou por aí, Karin também anunciou sua gravidez no mês passado e agora eles estavam indo para o aniversário de Kyoshi Kuchiki.

Ichigo olhou para Grimmjow, que cantava o refrão de uma música, enquanto dirigia. Talvez fosse o momento certo para tocar naquele assunto.

— Está animado para a festa? — Ichigo perguntou, na esperança de que pudesse encaixar o assunto no meio da conversa.

— Tá brincando? — Grimmjow fez uma careta. — Aquelas crianças entediadas com palhaços e mágicos sem graças. Tenho é pena delas.

— Na verdade, Renji me disse que esse ano Kyoshi escolheu todas as atrações da festa.

— Finalmente. Porque servir canapé de salmão para crianças é pura maldade.

Ichigo riu.

— Se fosse seu filho, aposto que brincariam com uma Sniper – 667 de longo alcance.

— Pode apostar que sim.

— E você acha que isso é possível? — Ichigo olhava para a tela do celular, como quem não quisesse nada com a conversa.

— O que? — Grimmjow olhou para ele, mas logo voltou a atenção na direção.

— Você ser pai.

Eles se olharam por alguns segundos em silêncio, até Grimmjow cair na gargalhada.

— Eu não vou te engravidar. — Ele falou, balançando a cabeça, ainda rindo.

— Não seja idiota. — Ichigo guardou o celular no bolso. — Eu sei que a gente já falou sobre isso algumas vezes, mas eu pensei que pudéssemos conversar seriamente sobre o caso.

— Você está falando sério? Quer ter um filho?

— Sim. — Ichigo respondeu. — Quero dizer, é uma das coisas que eu desejo.

— A gente não pede um filho de presente de natal.

— Não fale comigo como se eu fosse o maluco desse carro. Você sempre foge do assunto quando eu começo a falar. Qual é o seu problema?

Grimmjow tirou um maço de cigarro do porta mala do carro.

— Você não estava parando de fumar? — Ichigo sabia que não ia ser fácil fazer ele parar com o vício, mas estava acreditando que ao menos Grimmjow tentava.

— Estava. — Grimmjow ascendeu o cigarro. O caminho restante foi percorrido em silêncio.

O aniversário de Kyoshi seria realizado em um salão de festas. Após chegarem à festa, Ichigo e Grimmjow se separaram.

Grimmjow procurou alguma coisa para beber, mas encontrou apenas sucos, refrigerantes e alguma bebida que não fez muito sucesso. Provavelmente uma escolha saudável de um dos pais do aniversariante.

Falando neles.

— O que aconteceu? — Renji perguntou após cumprimentá-lo. — Ichigo está com uma cara de funeral. E você caçando algo para beber é um péssimo sinal.

— Onde estão as bebidas? Depois que você virou pai desaprendeu a dar festas.

— Não é minha festa. É a festa do meu filho de nove anos, eu preciso lembrar?

— Não, não precisa. Acho que todo mundo decidiu me falar sobre filho hoje. — Grimmjow enfiou as mãos nos bolsos da calça, calçando seu maço de cigarro. — Você se importar se…

— Sim. Eu me importo. — Renji deu uns dois tapinhas nos ombros de Grimmjow. — Vem, eu vou te pagar uma cerveja.

Felizmente havia um bar próximo do salão. Renji e Grimmjow entraram no bar e foram em direção ao balcão. Eles pediram cerveja e uma porção de amendoins.

Renji falava sobre algumas atividades de Kyoshi, enquanto Grimmjow jogava amendoins para dentro da boca. Quando notou que ele não dava a mínima para o que dizia, decidiu arrancar de uma vez o que estava incomodando.

— Ichigo quer ter um filho. — Grimmjow falou sem precisar ser pressionado.

— E isso é um problema?

— Depende. — Grimmjow ainda tomou um gole de cerveja, antes de continuar falando. — Se ele engravidar uma mulher, pode ser um problema.

— Você sabia que um dia isso viria a acontecer. É normal querer constituir uma família. Eu estou muito feliz com a minha.

— É, é. Eu tô sabendo. — Grimmjow passou os longos dedos pelos fios azuis, ouvindo o depoimento de Renji como pai, marido, dono de casa, cozinheiro…

— Agora chega de drama. É o aniversário do meu filho e eu quero aproveitar.

— O que? Você vai brincar no pula-pula?

— Não duvide de mim. — Renji pagou a conta e na saída do bar Grimmjow acendeu um cigarro, desafiando-o a pular mesmo. — Eu não quero envergonhar Kyoshi na festa dele.

— A paternidade te transformou em um chato.

Eles retornaram para o salão e encontraram Byakuya na companhia de Ichigo e Shuuhei.

Grimmjow notou que todos seguravam um copo com uísque, ele olhou para Renji. Estava claro de que Kuchiki Byakuya não passaria quatro longas horas de sua sexta feira na companhia de crianças sem boas doses de álcool. Ninguém conseguiria.

— Não seja cético. — Renji contestou.

Quando eles se aproximavam, Byakuya falava de trabalho, mas logo foi convencido por Renji de que não era hora nem local pra aquilo. Lisa logo juntou-se a eles após trocar a fralda do bebê. Ela permitiu que Ichigo o segurasse por alguns minutos.

— Você é bom nisso. — Ela comentou. — Vai ser um ótimo pai.

Ichigo riu sem graça olhando para Grimmjow. Ele devolveu o bebê para Lisa e depois acompanhou Renji quando ele o convidou para um jogo.

— Então esse é o seu segredo, Kuchiki? — Grimmjow perguntou, servindo-se de uísque.

— Desculpe? — Byakuya não compreendeu o que ele queria dizer com aquilo.

— Beber uísque para aturar tudo isso.

Byakuya olhou para seu copo e depois direcionou o olhar para Grimmjow.

— Eu não diria aturar, mas aproveitar. — E antes que Grimmjow iniciasse uma conversa cheia de alfinetadas, Byakuya virou-se para ele. — Ichigo me fez algumas perguntas sobre adoção. Vocês estão pensando em ter um filho?

— Ele falou é? — Grimmjow virou todo o conteúdo do copo na boca. — Tivemos uma conversa no carro. Ele disse que queria e eu falei não.

— Entendo. — Byakuya viu seu filho se aproximar com uma arma na mão. — O que é isso?

— É a Sniper 667 de longo alcance que eu ganhei do tio. Vamos jogar?

— Eu não sei se é adequado você ter uma arma como essa.

— Pai. É só um laser inofensivo, além do mais eu estou usando colete. — Kyoshi bateu na mão de Grimmjow, num cumprimento que apenas os dois se entendiam. Depois o garoto correu para brincar com os amigos.

— Você deu uma arma para meu filho?

— Não seja estraga prazer. O moleque curtiu. — Grimmjow sorriu, não podia negar que era divertido. Desde que conheceu Kyoshi, quando ele foi adotado aos quatro anos, vinha acompanhando seu desenvolvimento. E agora tinha a filha histérica de Shuuhei, obviamente puxou Lisa, com aqueles gritinhos agudos quando chorava, mas depois ela dormia como uma pedra.

— É uma mudança muito grande. — Byakuya falou. — Mas as recompensas também são muito grandes.

Grimmjow nada disse. Não havia o que falar. Kyoshi tirou-o de seus pensamentos, o garoto puxou-o para brincar com a Sniper 667. Após isso, Grimmjow cobrou o desafio que fez para Renji no pula-pula. A vergonha não foi maior do que as gargalhadas das crianças.

A volta para casa foi silenciosa. Ichigo abriu a porta do apartamento e dirigiu-se para o quarto, fechando a porta. Grimmjow retomou seu jogo, sentando-se no sofá. Já era tarde da noite quando ele terminou o jogo e foi tomar um banho.

Saiu do banheiro com uma toalha amarrada na cintura e outra secando os cabelos. Olhou Ichigo sentado na cama, com seus óculos de leitura, segurando um livro.

Grimmjow não parou de pensar em um só segundo durante aquele dia. Diferentemente do que Ichigo deveria pensar, não o ignorava, mas não precisava contar isso para ele.

Pulou na cama, fazendo-a sacolejar. Após uma reclamação, Ichigo retomou a leitura.

— Você vai continuar com esse silêncio até quando?

Ichigo retirou os óculos e colocou sobre a mesa de cabeceira, também fechou o livro.

— Eu só não quero iniciar uma nova discussão. — Ichigo deitou, puxando o lençol, cobrindo o corpo.

— Então eu venci?

— Você acha que sim.

Grimmjow largou a cabeça no travesseiro, olhando para o teto, ouvindo a leve respiração de Ichigo e provavelmente as palavras estavam presas em sua garganta, prontas para saltarem. Mas ele merecia créditos por manter aquela lei do silêncio – não tão silencioso assim.

— Eu não sou bom, Ichigo. — Grimmjow levou o braço até acima da cabeça. — Eu não seria um pai como o Renji.

— Mas eu não quero que seja como ele. Veja como você e Kyo se dão bem.

— Não é a mesma coisa. Nós nos vemos algumas vezes na semana, não seria a mesma coisa com uma criança morando aqui.

Ichigo deitou a cabeça no peito de Grimmjow e recebeu a mão dele em suas costas.

— Eu não estou falando para trazer uma criança amanhã para morar aqui. Apenas... quero pensar no assunto, mas quero fazer esses planos com você.

— Hmm…

— Hmm?

— E que planos são esses? — Grimmjow alisou os dedos na pele quente de Ichigo, trazendo-o para mais perto dele.

Ichigo abriu um sorriso e começou a falar sobre as pesquisas que fizeram nas últimas semanas, fazendo Grimmjow ter certeza de que ele estava mesmo se preparando para aquela conversa há algum tempo.

Como o dia foi cheio de surpresas, o desfecho não seria diferente. Embora tivesse dormido enquanto Ichigo tagarelava, mas havia um ponto a seu favor… e assim que acordasse, ele descobriria qual seria e com certeza iria usar como argumento na próxima discussão.




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Notas finais do capítulo

Fofinho



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