Troublemaker escrita por Charlotte Keller


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoas?

Agora a vida da Beatrice está um pouco mais clara, mas ainda há algumas coisas que não entendemos... Mas quem poderá compreender totalmente essa garota?



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CAPÍTULO 5

Acordei na manhã de sábado com o sol entrando pela janela e batendo diretamente no meu rosto. Rolei para o outro lado da cama, mas não adiantou muita coisa. Fiquei deitada por mais alguns minutos até que tomei coragem para, pelo menos levantar da cama.

Espreguicei-me lentamente e fui ao banheiro. Fiz uma trança embutida frouxa e abri meu closet. Dentre aquele monte de roupas, escolhi um vestido bufante branco tomara-que-caia. Completei o look com uma sapatilha preta. Dei uma última olhadela no espelho, então arrumei minha cama, colocando em cima dos travesseiros, o livro que estava lendo.

Desci as escadas pulando vários degraus, e notei que a casa estava totalmente vazia. Provavelmente os empregados ainda não tinham chego. Isso significaria que eu havia acordado antes das oito horas da manhã.

Entrei na cozinha e vi que havia um pequeno mimo do meu pai: um enorme alfajor de chocolate ao leite, só esperando para ser mordido por mim.

Sorri comigo mesmo, pensando no dia especial que era hoje. Peguei na geladeira uma jarra de suco de laranja e servi-me de um copo. Peguei algumas torradas que achei em um dos armários, uma maçã enorme, mais uma fatia de melão e comi o meu café da manhã. Deixei o alfajor por último, e o comi feliz da vida.

Voltei para o meu quarto, onde uma pilha bagunçada de cadernos, livros e trabalhos me esperavam de braços abertos. Com um suspiro e um resmungo iria começar minha bela manhã de sábado estudando.

Peguei parte daquela pilha e sentei no batente da janela, que era um metro recuado para fora, e nesse espaço havia um banquinho vermelho acolchoado com duas almofadas da mesma cor.

Comecei estudando as matérias que eu mais tinha dificuldade e mais preguiça de estudar, como inglês, física e biologia. Estudar só essas três coisas já tomou toda a minha manhã. Pelo menos, para o meu consolo, consegui terminar todos os trabalhos.

Uma das empregadas fez questão de trazer o almoço em meu quarto, e por mais que eu brigasse e falasse que poderia almoçar na cozinha, a senhora de sessenta anos que eu chamava carinhosamente de “ama” e cuidava da limpeza da nossa casa, brigou comigo e falou que não era para eu descer, pois estava cuidando do andar térreo.

Fiquei irritada com ela, mas acabei obedecendo. Dedicaria minha tarde às demais tarefas.

Comecei fazendo alguns exercícios de álgebra, e até que estava indo bem, mas lentamente meus pensamentos começaram a divagar. Comecei a rabiscar a folha em branco que estava à minha frente.

Tantas coisas que mudaram de uma hora para outra... Virei o jogo com o babaca do Miguel, e estou intrigada com o moreno de olhos azuis que eu sequer sei o nome...

De repente, me peguei pensando nele, sentado em sua maravilhosa Ducatti preta, com o capacete no colo. Um sorriso brincava em seus lábios e uma de suas mãos se estendia convidativamente para mim.

Seu rosto era como um borrão, mas só o seu corpo fazia com que valesse a pena. Um abraço seu deveria ser tão...

Pulei assustada quando ouvi uma batida na porta.

– Pode abrir! – Falei, enquanto tentava afastar aqueles pensamentos indevidos.

Era Mya, uma das funcionárias da empresa de papai. Ela era uma garota muito bonita, com seus vinte e poucos anos, cachos ruivos e olhos verdes. Tinha começado como secretária alguns meses antes de nos mudarmos para cá, e segundo meu pai, era competente no que fazia.

– Beatrice, seu pai acabou de ligar. É para a senhorita se arrumar, pois em aproximadamente uma hora ele estará aqui.

– Obrigada Mya e, por favor, pode me chamar de você.

Ela deu um breve sorriso, e com um aceno, retirou-se.

Levantei do banquinho e estiquei os braços acima da cabeça e expirei o ar levemente. Organizei minha pilha de cadernos (agora bem menor) e comecei a desfazer minha trança. Penteei o cabelo ondulado com os dedos e joguei-o por cima dos ombros.

Tirei as sapatilhas e afundei meus pés no carpete azul. O resto do chão era de madeira de jatobá polida e fria. Concentrei meus pensamentos no dia de hoje, e fui para o banheiro.

As paredes eram de ladrilhos azul-cobalto e o balcão da pia de um mármore branco. Pendurei o vestido e liguei o chuveiro.

Quando estava quente o suficiente entrei de cabeça. Lavei meus cabelos e meu corpo, gastando um bom tempo para massagear meus ombros, que estavam tensos.

Que droga.

Meus pensamentos insistem em voltar naquele garoto. Isso é tão irritante.

Desliguei o chuveiro e depois de vestir meu roupão, fui para o closet. Dei uma olhada. Não fazia a menor ideia de onde meu pai estava pensando em me levar. Poderia ser em qualquer lugar do país. É sério.

Optei por uma calça jeans azul-escuro, uma boot preta com salto agulha, uma camisa lilás com decote canoa e um anel que era um dragão contornando o dedo anelar.

Sequei meus cabelos o suficiente para que não ficassem pingando deixei-os soltos. Terminei passando delineador e rímel preto.

Dei uma voltinha na frente do espelho e fiquei satisfeita com o resultado. Simples e bonita.

Poucos minutos depois, meu pai entrou no quarto. Ele usava um terno preto e elegante, com o paletó jogado por cima dos ombros.

– Nossa! Será que eu me vesti adequadamente? – Perguntei olhando para mim mesma.

– Tsc. Está mais do que perfeita, querida! – Ele deu um beijo galante na minha mão e puxou-me delicadamente para fora do quarto. – Eu é que tenho que começar a comprar outras coisas além de ternos...

Parei por um momento e ajeitei sua gravata, que estava um pouquinho torta.

– Posso saber aonde vamos? – Perguntei enquanto alisava a sua camisa cor verde-água.

– Se eu lhe contar, vai perder toda a graça, senhorita.

E segurando-me pela mão, conduziu-me para os andares inferiores. Ele parecia levemente apreensivo, o que me deixou inquieta.

– Mas antes de qualquer coisa, quero que você saiba que eu pensei muito antes de fazer isso. E espero de coração que goste do presente.

Olhei desconfiada para ele, que sorria de orelha a orelha.

– O que você fez?

– Nada de mais. – Papai deu de ombros e continuou andando.

Acompanhei-o de perto, até chegarmos na garagem, que estava totalmente escura e com as luzes apagadas. Estava muito estranho.

– Venha aqui. – Ele me arrastou para algum lugar, e parecia que ele sabia exatamente para onde estava indo. – Fique aqui.

Papai me deixou parada em algum lugar e escutei seus passos que se afastaram rapidamente.

– Feche os olhos. – Ele ordenou.

A luz repentina me obrigou a fechá-los. Demorei alguns segundos para me acostumar, e senti as mãos do pai em meus ombros.

– Pode abri-los. O que achou do presente?

Lentamente, comecei a observar o que estava na minha frente. Minha voz sumiu e meus joelhos fraquejaram. O que eu vi era, simplesmente, a coisa mais perfeita e estupidamente cara que eu queria na minha vida.

Era um Bugatti Veyron, mas não um qualquer. Era um Bugatti Veyron Mansory Linea Vincero. Nada mais, nada menos que um dos carros mais velozes do mundo. E era extremamente bonito. Todo o capô era de um preto cromado, com as laterais de um azul-escuro, que não era muito chamativo(se é que esse carro pode não ser chamativo). Esse era um carro que faria o trânsito parar, ainda mais, porque custava mais de um milhão de dólares.

–P-p-pai... – Estendi a mão e toquei cautelosamente no capô. Não tinha como ser verdade. – É sério?

– Por que não? – Ele colocou um molho de chaves na minha mão. – Eu sei que você gosta desse carro desde que foi lançado. – Ele fechou minha mão em cima das chaves. – E é todo seu, querida.

– Isso é brincadeira, não é? - Perguntei atônita.

– Não. – Ele sorriu e colocou as mãos nos bolsos.

Suspirei, trêmula, ainda sem acreditar.

– Feliz aniversário, Beatrice Keller.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Isso sim que é um baita presente! Ha ha ha!