Naomi se esforçou para se concentrar em manter sua pose de durona — era impossível diante daquele homem — a morena sentiu suas mãos tremerem, as colocou sobre seu colo para que ele não notasse, ela não conseguia se lembrar da última vez que ficara daquela forma — tão sensível — era como se suas sensações estivessem tão exposta quando em um anuncio no jornal matinal. Nem se quer tocou no copo de água que pedira, estava tão perdida quanto uma agulha em um palheiro.

— Depois daquela noite que te vi no Yard — ele pausou encarando-a dentro de seus olhos — Não consigo tirá-la de minha mente.

Naomi sentiu seu coração saltar dentro do peito — era tudo que desejava —, mais desviou seus olhos para o canto e arfou.

— Não deveria! — respondeu de forma seca, se odiando por dizer aquelas palavras duras — Nunca daríamos certo, não vê. O que fiz não tem perdão e se eu estivesse no seu lugar nunca mais desejaria me encontrar, deve voltar para sua antiga vida e esquecer o que aconteceu logo vai encontrar uma pessoa legal e esquecera o que passamos... Quero dizer o que aconteceu.

Charles arqueou a sobrancelhas, confuso.

— Não quero esquecer nada e muito menos encontrar outra pessoa — respondeu encarando-a — Já encontrei e ela está bem na minha frente.

Naomi permaneceu calada tentando manipular alguma mentira para afastá-lo de vez, mas sabia que se o fizesse nunca se perdoaria por se auto sabotar — merecia ser feliz —, por outro lado temia passar por tudo que passou no passado, todavia aquele não era Michael Bolton e, sim, Charles Bradbury, o inglês antiquado de pensamentos poeticamente corretos.

— Não sei se posso ser essa pessoa, Charles — grunhiu — Brinquei com seus sentimentos e está me pedindo para repensar, talvez não exista "nós" nesse contexto.

— Então por que mentiu e foi aquela noite no Yard? — questionou.

— Não sei — respondeu.

— Apenas dois motivos para isso e você sabe muito bem — disse categoricamente — A primeira por que estava arrependida do que fez ou por que não conseguiu me tirar da mente. Deve parar de negar a realidade.

Naomi sentiu a garganta secar, estava na cara que amava aquele homem mais que tudo, era como se não conseguisse respirar, mais algo a impedia — orgulho — estava na hora de deixar os velhos hábitos para trás e seguir em frente.

E ele havia admitido que estivera errado no modo como se comportara quando viu Michael no quarto dela —- o que mais ela queria — Charles pousou sua mão sobre a dela emitindo uma onda elétrica através daquele toque.

— Não estou negando, apenas estou... Estou com medo de magoá-lo novamente — respondeu enquanto desviava seus olhos para o canto, relutante contra as lagrimas — Depois daquela noite chuvosa não consegui tirá-lo da minha mente, do meu corpo, era como se pudesse senti-lo dentro de mim. Deus! Não sabe o quanto me torturei em saber que iria partir por minha causa, depois de anos pude sentir o que é ser amada por alguém.

Charles permaneceu calado observando-a — estava linda aquela noite — seu bom senso era mais prudente. Não deixaria aquela mulher escapar novamente, ele segurou a mão dela fazendo a encará-lo dentro de seus belos olhos azuis.

— Eu te amo se realmente não quer me magoar me diga que sente o mesmo por mim — ele pausou por alguns minutos — Depois pode me pedir para ir embora ou para o inferno.

Naomi se levantou e fechou os olhos por um minuto, ao reabrir os olhos se assustou ao vê-lo parado alguns centímetros dela. Mas uma voz soprava em seu ouvido. Não deixe que ele vá, você ama esse homem então peça que fique.

Antes que pudesse respondê-lo, Charles se inclinou e a beijou, atento ao modo como ela abria os lábios para recebê-lo e corresponder — de forma apaixonada —, era como se tivesse que lutar consigo mesma, e não estava disposta, a morena segurou a nuca dele enfim se entregou ao beijo, apaixonada.

Não deixaria que ele partisse novamente, não sem antes lhe dar a prova de quando o desejava. Charles envolveu a fina cintura dela, aprofundando o beijo, uma pequena plateia aplaudiu.

Naomi sorriu ainda com os lábios próximos ao dele, sentiu seu rosto ficar vermelho por causa dos olhares curiosos em ambos.

— Acho melhor irmos para outro lugar — sussurrou Charles com a voz rouca no ouvido de Naomi.

Naomi assentiu, encarou-o por alguns minutos, ele reconheceu a chama do desejo nos olhos dela. O mesmo desejo corria descontrolado por todo o seu corpo. Ambos caminharam rapidamente na direção da saída, Charles havia contratado um

chofer particular. Em questão de minutos ele abriu a porta da bela Mercedes de cor preta para que Naomi pudesse entrar, era um veiculo que dava privacidade para seus passageiros, uma tela preta separava os do olhar curioso do motorista.

Charles puxou Naomi para seu colo enquanto seus lábios, praticamente, devoravam os dela, ela se afastou por alguns minutos e mordiscou o lábio inferior dele. Provocou-o até que ele abrisse a boca e o beijou. O ambiente parecia girar.

— Não sabe o quando desejei que esse momento acontecesse novamente — grunhiu de forma ofegante entre os beijos — Quando esse desejo me corroeu por dentro.

Naomi sorriu ainda com os olhos fechados — até aprecia um sonho —, mas assim que abriu os olhos pode ver que tudo era real, só de imaginá-lo possuindo-a novamente sentiu seu corpo tremer de prazer, sem vacilar a morena desceu sua mão na direção da calça onde o generoso membro de Charles estava aprisionado e massageou, fazendo o encostar se no macio banco de couro da Mercedes e arfar de desejo.

Ele seria só dela aquela noite, esse pensamento a fez sorrir satisfeita enquanto sentia sua intimidade pulsar violentamente entre as pernas.

— Irei recompensá-lo essa noite, Sr. Certinho — murmurou nos ouvidos de Charles enquanto massageava de forma lenta e torturante — Será só meu a noite toda — um sorriso malicioso curvou os lábios borrados de Naomi devido aos beijos ardentes.

Os olhos de Charles abriram-se de forma lenta, enquanto sentia o êxtase preencher todo seu corpo, logo os fechou ansioso pela promessa.