4 de maio de 2013:

Brincadeira idiota de escola. Meus colegas estavam me jogando de um para o outro,como se eu fosse uma bola em um jogo de passes.Tudo estaria bem, se elenão estivesse na roda. Como esperado, fui jogada em seu colo,mas, diferente do que todos (inclusive eu) esperavam que ele fizesse,ele me segurou em seus braços, não continuou me jogando. Em meio aos “huuums” de meus colegas, sussurrei um “me solta” então, ele me largou e me virou de frente para seu rosto, nossos olhos se encontrando por um longo momento, ou pelo menos foi o que pareceu para mim. Saí da sala em silêncio e corri para as escadas. “Aquele olhar deve ter sido coisa da minha cabeça” pensei, “ele não quer nada comigo, passou meses sem sequer olhar para mim, muito menos daquele jeito”. Mas, algo dentro de mim tinha certeza que aquele olhar tinha sido especial. Só o tempo vai dizer.

4 de maio de 2012:

“Amg, ele aceitou, falou pra vc encontra ele na escada em meia hora”. “Ai, meu Deus” pensei, ao ler a mensagem, “ele aceitou. Nunca pensei que ele realmente fosse aceitar!”. Mesmo surpresa, fui á escada no horário marcado, e lá estava ele com aquele sorriso bobo no rosto. “Oi” eu disse, minha voz um pouco trêmula, “Oi” ele disse, me puxando para perto, tão perto que eu pude sentir seu coração batendo. Não pude encará-lo muito tempo. Sorri, olhando para nossas mãos entrelaçadas. Ele puxou meu queixo de leve e… me beijou. E me beijou de novo e de novo, e foi como se o tempo tivesse parado para nós. E foi o momento mais especial da minha vida.

14 de junho de 2012:

Fui até a sala dos professores, falar com o professor de historia e ele estava lá, conversando com o mesmo. Sorriu pra mim. Tudo estava normal entre nós, ele não percebera o que eu sentia por ele, muito menos sabia que eu jamais esqueceria aquela semana de maio…

Falei o que queria com professor, o sinal para o fim do intervalo tocou, nos despedimos do professor e fomos subir para a aula. Ao chegar a escada, ele disse, sorrindo “esse é o nosso lugar”, eu apenas sorri, sabia que aquele lugar não significava tanto pra ele quanto significava pra mim. Chegamos a porta da sala dele e nos despedimos, mas, ele segurou a minha mão, me olhando de um jeito diferente.Primeiro,não compreendi o olhar,mas no momento que entendi,não hesitei e o beijei.Foi como se estivéssemos caindo em um abismo e só ele podia me salvar, só eu podia salvar ele, só aquele beijo nos salvaria.

4 de setembro de 2012:

"Amg,ele pediu pra vc encontrar com ele na escada,disse que tem uma coisa séria pra te dizer". Por um momento, fiquei paralisada.Senti que não podia ser nada bom.Nós não ficávamos há uma semana e agora ele queria conversar sério? Nova mensagem, “acho q ele vai te pedir em namoro!". Ao ler essa mensagem,me acalmei, “eu adoraria", pensei, já imaginando nossa primeira foto juntos. Desci as escadas, cheia de esperanças. Então, ele disse “precisamos conversar", seu rosto extremamente sério, uma expressão nada promissora. “Sobre o quê?", perguntei,"não vou mais ficar com você" ele disse, passando o braço pela minha cintura, como que para me sustentar,mesmo eu não estando caindo.Não literalmente, porque foi como se eu estivesse no abismo novamente, só que dessa vez,sozinha.

09 de outubro de 2012:

Não teve aula ontem.Ainda bem.Eu estava resfriada até a morte.Mesmo assim, precisava vê-lo,precisava saber se ele tinha realmente esquecido o meu aniversário. Não podia ser verdade, ele não podia me desprezar tanto assim, não depois de todo aquele tempo de amizade e mais…Então,ele apareceu no corredor,ignorando minha presença."Oi" eu disse,"oi",ele respondeu,me olhando como se eu tivesse me materializado na frente dele."Ontem foi meu aniversário" eu disse.Ele fez cara de “Ah,esqueci",me abraçou friamente e continuou andando como se eu não fosse nada. Nunca devia ter me humilhado desse jeito.

20 de dezembro de 2012:

Ele entrou na minha sala. Não nos falamos desde aquele dia. Na verdade, ele passou a ignorar a minha presença depois daquele dia.Mas,era o último dia de aula e, mais uma vez, tentei ignorar toda a grosseria que ele dirigia a mim e falei com ele como se ainda fossemos amigos. Só serviu para me jogar mais fundo no abismo.Ainda bem que era o último dia de aula."