Addiction escrita por Catherine


Capítulo 3
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Obrigada novamente à Babs, que foi a única a comentar e à Frozen Queen por favoritar a fic :)
Espero que gostem !



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Natasha encarou Steve, sem sair. Mas que porra faz ele aqui? A pergunta martelou na sua cabeça tanta vez, que se sentiu incumbida de perguntar. O Capitão sorriu, divertido pelo seu ar confuso, e apoiou um dos braços na lateral do carro, aproximando o rosto da janela.

– Eu vivo por aqui Nat.

Podia jurar que a boca dela se tinha aberto num enorme O.

– Mas que fazes tu aqui?

– Passear – Respondeu, sem pensar muito.

Steve ergueu as sobrancelhas antes de soltar uma gargalhada – Estavas a passear às dez da noite, parada dentro do carro, à porta do meu prédio?

– Coincidência. Só achei que este era um bom lugar para estacionar.

Ele avaliou-a durante uns minutos, e suspirou – Que tal subires e bebermos alguma coisa?

Natasha pensou na proposta durante uns longos minutos antes de decidir que não tinha nada a perder e que ainda não se encontrava em condições de conduzir. Tirou as chaves da ignição e esperou que Steve se afastasse para puder sair e trancar o veículo.

– Tudo menos chá – Disse, enquanto o seguia.

Steve pensou que estivesse a ter visões quando viu Natasha parada do lado de fora do seu prédio. Esfregou os olhos, enquanto se inclinava mais para a janela para ter certeza de que era realmente ela. Bem, não havia como confundir aqueles cabelos vermelhos. O que ela fazia ali? Será que tinham uma missão? Mas se tinham, porque Fury não o tinha avisado ainda? Confuso, pegou um casaco e desceu, caminhando até ao automóvel.

Natasha tinha a cabeça inclinada para o volante, e por momentos, pensou que ela tivesse adormecido. Que sitio estranho para dormir. Notou que a respiração dela estava descompassada e bateu no vidro, chamando a sua atenção. Veio a descobrir que não havia missão nenhuma como tinha originalmente imaginado, e que Natasha estava ali parada porque tinha ido “passear”. Obvio que não caiu na história dela, mas resolveu não se intrometer. Convidou-a para subir, mal pensando muito no que fazia, quando lhe ocorreu que ela era uma mulher. Parecia errado que estivessem sozinhos no mesmo espaço, mas ali estavam deles, sentados na sua cozinha, enquanto ele lhe estendia uma caneca de café, completamente corado pela sua ousadia.

– Então, o que aconteceu? Podes confiar em mim Natasha.

Deu um gole no café, reparando que precisava de mais açúcar – Senti-me mal e quis parar, deve ser o sono – O Capitão não pareceu muito convencido, mas não lhe fez mais perguntas, ao que ela agradeceu. O silencio instalou-se sobre eles, e Nat deu por si a pensar em Bruce. Estaria bem sozinho? Balançou a cabeça, apagando as perguntas da sua cabeça. Se acontecesse alguma coisa, Jarvis de certeza que avisava Tony.

– Está mesmo tudo bem?

– Tudo Capitão, só preciso de uma boa noite de sono.

Ele fitou-a com um olhar preocupado - Não estás em condições de conduzir.

– Isso sou eu que decido – Contestou.

– Podes sempre dormir aqui – Levantou os olhos da caneca, surpresa, e encontrou o rosto extremamente vermelho do Capitão América. Gargalhou, vendo-o corar ainda mais – Quero dizer, podes dormir no meu sofá, ou na cama, eu não me importo de passar a noite na sala.

Em que estavas a pensar seu idiota? Natasha olhava-o com um sorriso divertido no rosto, e ele sentia a sua cara prestes a pegar fogo. Devia estar mais que corado, mas tinha falado pensado na sua segurança e só depois se dera conta do duplo sentido da frase. A Viúva devia pensar que ele era um tarado. Durante uns momentos, a ruiva não disse nada, dando alguns goles no café antes de responder.

– Tudo bem, não me importo de dormir no sofá.

Por essa ele não estava à espera.

Quando Tony chegou à Torre de manhã, não havia sinais de luta ou calcinhas de aranha perdidas pelos cómodos, o que o decepcionou um pouco. Esperava chegar e encontrar uma ruiva adormecida no chão da sala, contudo, tudo o que viu foi Thor, estranhamente na mesma posição que o tinha deixado no dia anterior. Será que morreu? Agarrou numa das jarras de Pepper e aproximou-se dele, cutucando-o com ela. Thor babou um pouco, mexendo-se e murmurando alguma coisa que Tony não entendeu.

– Deve estar em coma – Brincou Bruce, aparecendo na sala.

– É ele e a tua vida sexual – Banner pareceu não gostar da piada, resmungando algo e indo para a cozinha. Tony sorriu, decidido a implicar com ele um pouco mais, e seguiu-o – Então, como foi ontem com a nossa Viúva favorita?

– Um desastre. E podes parar de falar como se fossemos ter alguma coisa?

– Porquê? É muito mais divertido assim.

O telemóvel tocava à dez minutos quando Natasha resolveu atender, irritada demais com o barulho. Esticou-se para fora do sofá, bagunçando o cabelo enquanto caminhava descalça até á cozinha, onde tinha deixado a mala na noite anterior.

Natashalieeeeeeee! – Gritou a voz do outro lado, demasiado animada para o seu gosto.

– Stark.

Que fria, é assim que tratas o teu adorado Tony?

– Não consigo decidir se queres continuar a ser o Homem de Ferro, ou só um monte de ferro.

Ouviu uma risada do outro lado, parecia que pelo menos um deles se estava a divertir – Não passaste a noite em casa, onde estás?

– Andas a seguir-me?

Perguntei ao teu porteiro, antes de ligar para ti.

Tirou uma nota mental para se lembrar de avisar o homem de que Tony Stark não era de confiança. Ponderou se deveria dizer onde estava ou não, mas por fim, achou que não tinha nada a esconder – Dormi em casa do Capitão – Ouviu algo a partir-se do outro lado, e vozes abafadas – Tony?

Que coisa feia Natashalie, a trair o verdão com o Capicolé.

Mordeu o lábio, controlando-se para não soltar um palavrão – Dormi no sofá Tony, não fizemos nada, tenho de avisar a Pepper sobre a tua mente suja.

Ela sabe, e adora.

– Vai-se lá saber como.

Mas então, que achas de almoçarmos juntos hoje?

– Tony Stark está a chamar-me para um encontro? – Brincou ao mesmo tempo em que procurava algo para comer nos armários de Steve e tentando não fazer barulho para não o acordar.

Lamento destruir os teus sonhos de ter um encontro comigo querida, mas o Bruce também vai, e o Thor, se ele acordar do coma. Podes chamar o Capicolé se ele quiser.

Pensou em dizer-lhe que não, lembrando-se do olhar de Bruce na noite anterior, mas por outro lado, não estariam sozinhos, era uma boa oportunidade de conviverem um pouco todos – Tudo bem.

Bruce parou na entrada do laboratório, quando ouviu Tony falar com Natasha. O Hulk parecia agitado só de ouvir a voz dela, estava com a mão na porta, preparando-se para sair quando a ouviu. “Dormi em casa do Capitão”. Na sua mente, o Hulk rosnou, antes de Bruce perder momentaneamente o controle e quebrar o vidro. Tony virou-se na sua direção, surpreso, encontrando o Doutor ofegante e a pingar sangue da mão direita.

– Está tudo bem? – Sussurrou-lhe.

– Foi um acidente.

– De certeza?

Tony? – Bruce aproveitou a deixar para sair, agradecendo a Natasha por falar naquele exato momento. Não queria dar explicações a Tony se nem mesmo ele entendia o que se estava a passar.

O almoço foi uma confusão. O mais confuso que podia ser quando se estava acompanhada de Tony Stark e mais três heróis. Thor, com o cabelo pintado de rosa – Natasha nem queria saber como ele tinha ficado assim – e Tony pareciam os únicos animados. O Capitão parecia confuso com as piadinhas do Stark sobre Natasha ter dormido em sua casa e ainda não tinha entendido o que ele queria dizer com as suas referencias a congelados. Bruce olhava para Steve como se preferisse que o almoço fosse o Capitão e ela mantinha-se calada, sem ter certeza do que falar.

– Então Capicolé, como é a Viúva? Selvagem ou um gatinho?

Natasha virou-se para ele rapidamente, desejando poder matar com o olhar. Steve parecia genuinamente confuso, o que chegava a ser engraçado – Acredito que a Natasha seja educada Tony.

Oh céus, ele não tinha entendido.

– Isso quer dizer é um gatinho? – Perguntou, rindo. Thor soltou uma gargalhada sonora, Natasha não tinha certeza se era porque tinha entendido a pergunta de Tony ou simplesmente por achar piada. Apostou na primeira após dele lançar sorrisos e olhares significativos na sua direção. Ótimo, mais um para gozar com a sua situação.

Bruce estava mais calado que uma estátua, se isso fosse possível.

– Tony, já chega – Disse, querendo parar com a brincadeira.

Ele virou-se para Steve, ignorando-a – Vou querer saber de tudo, a Tasha não conta nada. Então, e como foi descongelar por inteiro Capicolé?

O som de um copo a partir calou-os. Bruce levantou-se, arrastando a cadeira e desaparecendo na direção do elevador. Natasha lançou um olhar furioso na direção de Tony – Espero que estejas satisfeito – Disse, antes de se levantar e ir atrás de Banner.

– Passa-se alguma coisa com o Dr. Banner? – Perguntou, olhando para a direção em que Bruce e Natasha tinham desaparecido. Tony encolheu os ombros, sorrindo, e continuou a comer.

– Ciúmes, Capicolé.

– Lady Natasha não parecia contente.

– Relaxa Thor, o Capicolé acabou de me ajudar no meu plano.

Não gostou do sorriso presunçoso no rosto do Stark – Que plano?

– Aproximar o verdão da Viúva, claro.

Levantou-se furioso, mal acreditando no que ouvia – Achas que podes manipular a vida das pessoas dessa maneira? Não sou um boneco que podes usar para fazer ciúmes ao Banner e a Natasha não merece que a empurres para um monstro.

As palavras saíram da sua boca antes mesmo de saber o que tinha dito.

Deu um passo para trás, surpreso, quando o olhar de Tony caiu sobre ele, repreendendo-o.

– E agora quem está com ciúmes, Capitão?

Natasha parou no andar de Bruce e o seu coração quase pulou pela boca. Tinha-o seguido um pouco sem pensar, mas a cada segundo que passava ficava mais nervosa. Espreitou para dentro quando as portas abriram e avançou para dentro, passado primeiro pela pequena sala de estar da suíte.

Bruce estava sentado na cama com a cabeça apoiada nas pernas. Sentiu-a no quarto e todo o seu corpo ficou tenso. Natasha deu um passo em frente, ganhando coragem.

– Vai embora! – Parou abruptamente quando ele gritou, levantando o rosto para a olhar.

Os olhos brilhavam numa coloração verde e durante uns momentos, Nat pensou mesmo em virar e sair a correr. Deu passos decididos na direção dele e esticou a mão para lhe tocar no rosto. Bruce ficou imóvel, antes de se afastar bruscamente dela.

– Por favor, Natasha, vai embora – Suplicou, caminhando até um canto do quarto e abraçando o próprio corpo que tremia, sem a olhar. Nat sentiu o coração despedaçar-se com a cena, ele parecia perdido.

Ignorou o pedido dele, agiu por instinto e abraçou-o.

Não conseguia dizer qual deles estava mais surpreso com o gesto quando Bruce se virou, mas Natasha não conseguiu ignorar o facto de que os seus olhos tinham voltado a ficar castanhos.


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