Anoitecer escrita por Letícia de Pinho da Silva


Capítulo 7
Capítulo 7 - O assalto




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Sigo pelos corredores com os Cullens, tento não pensar muito no olhar odioso de Rose sobre mim.

— Com Bella também foi assim. – diz Edward – Agora são amigas.

— Espero que não estejam falando de mim. – diz Rose.

— Não, não! Claro que não! Edward invadiu minha mente.

— Eu posso resolver isso. – Bella concentra-se em mim, sinto minha mente protegida.

— Odeio quando você faz isso. – reclama Edward com um ruído.

— Temos que proteger nossas mentes de você. – diz Fredy rindo. Por um momento imagino como deve ser ler os pensamentos de Fredy, as cenas de amor entre ele e Bella que provavelmente passam pela cabeça dele.

— Seu medo por nós já passou? – pergunta Jasper – Bella não teve medo.

— Se você está perguntando se ainda estou com medo de vocês pularem em meu pescoço charmoso, sim, ainda tenho medo. Mas tento esconder o medo para não parecer tão idiota.

— Você seria idiota se não tivesse medo de vampiros.

— Se todos forem iguais a vocês, acho que os únicos no mundo que devem temer vampiros são os cervos.

— Nem todos são vegetarianos. – diz Alice.

— Bom, aqui é a biblioteca, - abro a porta do recinto, deixando eles entrarem naquele lugar cheio de poeira e livros velhos – imagino que vampiros com cem anos de experiência não precisem estudar para provas de sexta-feira.

— Edward só precisa ler a mente dos alunos e do professor para saber a resposta correta. – Emmet cutuca o irmão.

O último lugar para onde os levo é até o ginásio, Emmet logo pega a bola de basquete e começa a jogar com Jasper, fazendo movimentos nada humanos. Alice os xinga e a partida de basquete assume um tom mais humano.

— Não há muito o que conhecer da escola. Cidade pequena, escola pequena. – digo para eles.

— Forks não era diferente. – responde Bella – Mas sei que aqui as coisas vão ser diferentes, sem confusão, legais, talvez Edward pare de sofrer...

— Eu não sofro. – ele trinca os dentes – Jennifer, gostaria que eu te levasse até o trabalho? – ele toca meu braço e sinto sua mão gelada sobre minha pele, mas não afasto. Gosto daquela sensação, por mais frio que seu corpo fosse, seu toque era quente sobre minha pele.

— Jenn, precisamos conversar. – a voz de Brandon me faz pular de susto, não percebi sua aproximação, quando me viro em sua direção vejo que ele está mais perto do que eu imaginava.

— Claro Brad. Já volto pessoal.

Brandon coloca a mão em meu cotovelo e me arrasta para fora dali o mais rápido possível.

— Algum problema? – começo a ficar assustada.

— Eu não confio neles Jenn. Eles são todos estranhos, e essa história de família adotiva, namoro entre eles, morar na floresta. Você se perdeu e a aonde foi parar? Na casa dos Cullens.

— Coincidência divinva?

— Não existem coincidências Jenn.

— Está querendo dizer que eles fizeram eu me perder na floresta, me manipularam até chegar a casa deles para o que? Me assaltar? Roubar meu rim e meu fígado?

— Não... É só que... Alguma coisa neles não me parece certa, principalmente em Edward.

— Nada para você parece certo. Eu tenho que trabalhar Brad. – começo a dar as costas para ele, pronta para voltar para Edward e sua carona, mas ele me impede.

— Eu a levo, não quero lhe ver sozinha com esses estranhos.

— Ok pai.

Não tive escolha, fui sequestrada por Brandon. Sei que com sua audição vampiresca Edward provavelmente ouviu que tive que partir. Brad me deixou em frente a loja de discos onde trabalhava, com a promessa de me dar uma carona para casa. Levo uma bronca de meu chefe por estar atrasada, depois de murmurar desculpas em vão, ele sai da loja, me deixando sozinha entre os CDs.

Coloco uma música para tocar, meu chefe Gregori não gosta de nada que não seja rock, então aproveito sua falta para tocar algo mais dance. Escolho a música Welcome to the jungle de Neon Jungle, o título soa engraçado para mim, que me perdi em uma floresta e acabei conhecendo Edward por causa disso. Cantarolando a música começo a desembalar as mercadorias novas, e guardá-las em seus respectivos lugares. Ouço o sininho da porta, indicando que um cliente entrou, viro-me com seu sorriso mais sedutor e me deparo com uma arma.

Dois homens encapuzados veem em minha direção.

— Começa a colocar todo o dinheiro na sacola! Agora! – deixo os CDs que estavam em minha mão cair, sei que o álbum novo de Ariana foi perdido para sempre quando a capinha estatela no chão, jogando o disco para fora.

— Si-si-im. – gaguejo e vou correndo para o caixa, mas um dos homens acha meu movimento suspeito e me segura, jogando-me contra uma das prateleiras.

— Vai de vagar mocinha.

Abro a gaveta do caixa. O outro homem está recolhendo os discos e colocar em uma sacola de lona. O que fica de olho em mim está nervoso, seu dedo paira sobre o gatinho, qualquer movimento em falso e BUM! Adeus Jennifer.

— O que você está fazendo? – pergunta ele quando eu tento levantar a gaveta do caixa – Pare com isso! Está chamando a polícia é?

— Não! Não! – tento explicar que havia dinheiro ali em baixo, mas ele não acredita em mim, ele começa a puxar o gatilho e...

De repente não está mais em minha frente, em seu lugar está Edward. Ele bateu com tanta força no homem que ele ficou desacordado. O outro dispara, acertando o ombro de Edward, me encolho atrás do balcão e grito. Meu grito é abafado pelo som de luta. Uma mão toca meu ombro.

— Está tudo bem Jenn.

Abro os olhos, não percebi que os havia fechado com tanta força. Pulo nos braços de Edward, ele acabara de salvar minha vida inútil. Choro sobre o seu ombro, enquanto sua mão sobe e desce pelas minhas costas.

— Está tudo bem. Eu estou aqui, nada de ruim vai te acontecer.

Aquela simples promessa foi o que me acalmou. Pouco tempo depois a polícia e uma ambulância chegaram. Carlisle desce correndo do veículo branco, o jaleco esvoaçando atrás de si.

— Vocês estão bem? – pergunta ele, mas seu olhar analisa apenas a mim.

— Estou. Edward foi baleado.

Calisle nos conduz até a ambulância, onde me envolve em um cobertor, ele dispensa os ajudantes, que vão cuidar dos bandidos, de acordo com ele a bala passou de raspão, mas sei que não foi isso que aconteceu. Observo enquanto ele tira a bala do ombro do filho.

— Acho que você deveria levar a Srta. Fanning para casa. – observa o Sr. Cullen – Ela deve estar muito assustada, conversarei com o xerife para pegar seus depoimentos somente amanhã.

— Obrigada doutor. – digo.

— Por favor, me chame de Carlisle.

Edward me conduz até seu carro, a viagem é silenciosa, sinto o pânico arder em meu peito.

— Como você sabia que eu precisava de ajuda? – pergunto a ele assim que chegamos em casa.

— Alice teve uma visão. Pedi para ela monitorar seu futuro, aquele homem iria puxar o gatilho e você... – ele aperta com força o volante.

— Eu... Obrigada Edward, você salvou a minha vida. Nem sei como agradecer.

— Permaneça viva, só isso já basta para mim. – sorrio para ele.

— Obrigada. – abro a porta do carro.

Começo a caminhar em direção a minha casa, espero ouvir o barulho do motor ligando, mas não acontece. Penso nos pesadelos que terei a noite, até imagino aqueles caras invadindo minha casa para acabar o que haviam começado. O pânico ameaça sair pela minha boca e sinto que meu coração vai explodir de medo

— Edward! – o chamo, quando olho para trás ele está fora do carro, parado ao lado da porta aberta – Você pode dormir comigo hoje?


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Notas finais do capítulo

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