Quem é você, Tiffany? escrita por Mellynnaa


Capítulo 11
Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa! Sério, achei esse capítulo muito fofo. Gente, a May é incrível, sério. E Stuart não está chato nesse capítulo! pula* grita* rodopeia* samba*
Obrigada por todos que estão lendo. 10 capítulos com 60 - e um - comentários é realmente MUITA coisa. Obrigada por tudo ;)
Boa leitura!



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A vida muda; coisas acontecem, e eu não queria me conformar com isso.

Algumas semanas haviam se passado desde a última mensagem de Tiffany, clara e objetiva. Ela realmente não falaria mais comigo, e eu estava preocupado. Não ter notícias dela estava sendo uma tortura para mim.

Passei boa parte dos dias que se seguiram trancado em meu quarto, olhando para o nada. É incrível como as coisas puderam mudar tanto de uns tempos para cá. Antigamente, tudo parecia ser... Diferente. E agora está distante. Muito distante.

Alguém bate na porta enquanto estou olhando ainda para a parede a minha frente.

– Stuart? – May coloca a cabeça para dentro e se aproxima. – Parece que não está em um dos seus melhores dias.

– Nunca estou ultimamente, na verdade – falo, e ela ri com um suspiro. – As coisas mudaram tanto. O que está acontecendo comigo?

Eu não conseguia me sentir mais como o Stuart. Eu não era o Stuart. Durante todo esse tempo observando fixamente a parede, pude perceber o quanto mudei. Addie não dava notícias. Tiffany não dava notícias. Todos estavam se afastando de mim agora. E eu entendia, porque se fosse outra pessoa, também se afastaria.

– Sabe, algumas coisas na vida acontecem propositalmente. Talvez, só talvez, tudo o que esteja acontecendo agora seja necessário – disse ela, fazendo-me rir debochadamente.

– É claro, porque para que haja mudanças é necessário repetir um ano inteiro na escola.

– ISSO não deve ter sido proposital. Existem as conseqüências também, se é que as conhece.

Olhei para ele, e por um momento, vi Tiffany em seus olhos, do jeito que eu a imaginava. Meu coração se apertou, e minha respiração acelerou. No outro olho, vi Addie, com seu sorriso tímido e sua beleza única. Isso não era uma disputa.

– Estou confuso sobre tudo – falei, passando as mãos em meu rosto. – Não sei mais quem sou eu. Desconheço totalmente esse novo Stuart.

– Porque não tenta descobrir mais sobre si mesmo? – disse ela. – Mamãe está um pouco estressada ultimamente. E... – ela não terminou a frase. De repente, May vomitou no chão, ao lado da minha cama. – Oh, meu Deus, me desculpe! Me desculpe, Stuart!

– Está tudo... Bem – falei, olhando para o vômito no chão. – Vou pegar algo para limpar. Espere um minuto.

Desci as escadas na maior velocidade que pude. Grace estava na cozinha, falando sozinha. Cutuquei seu ombro, tirando-lhe de suas distrações. Ela caiu para trás, gaguejando algo que não quis ouvir.

– May vomitou. Preciso de um pano. Agora – falei para ela, batendo os pés no chão, impaciente.

– May? Vômito? O que?

– May vomitou. Preciso de um pano para limpar. Agora – repeti ainda mais impaciente. Ela não havia entendido. Bufei e peguei o primeiro pano que encontrei jogado em qualquer lugar.

Limpei cuidadosamente o vômito no chão, e em seguida, joguei uma blusa minha para ela. Por algum motivo, ela chorava. Eu nunca vira May chorar. Ela sempre foi a mais forte de nós, e agora, havia desabado por um simples vômito. Tudo estava estranho, não apenas comigo, mas com todos.

– May, não precisa chorar. Já está tudo limpo. Ainda consigo dormir nesse quarto normalmente, não se preocupe – falei para ela, beijando sua bochecha.

– Acha realmente que estou chorando porque vomitei no seu quarto? – ela riu. – Sabe, quando éramos pequenos, eu vomitei na sua cama uma vez. Você tinha ido viajar com o vovô e a vovó, e eu havia ficado em casa com a mamãe e o papai. E bem, eu resolvi mexer nas suas coisas. Eu estava curiosa sobre você. Até que simplesmente vomitei. Desculpe.

– Você. Vomitou. Na. Minha. Cama. – pausa dramática. – Eca.

Ela ri.

– Foi um acidente. Eu havia acabado de comer alguma coisa muito gordurosa e em grande quantidade, e subi correndo até aqui. E então vomitei.

Ri também. Há muito tempo, durmo em uma cama coberta de vômito. E eu nunca soube disso.

– Isso é muito nojento, May! – falei, fazendo-a rir. E então, mais uma lágrima caiu de seus olhos. – Por que está chorando?

– Não posso contar a ninguém. Pelo menos não agora – disse ela, limpando suas lágrimas.

– May, sou seu irmão. Posso ser um idiota agora, mas sabe que pode confiar em mim, não sabe?

Ela suspirou.

– Eu sei disso! – gritou ela, suspirando novamente para se acalmar. – É só que... Eu tenho medo Stuart.

– Não precisa ter medo. Pode contar comigo para o que precisar.

Ela respirou fundo, e pousou as mãos sobre a barriga.

– Estou grávida.

Caí para trás, não acreditando no que ouvira. Sei que minha reação não ajudaria em nada, mas eu estava realmente surpreso. May tinha vinte e cinco anos, quase vinte e seis, e tinha um bom marido – seu melhor amigo, na verdade. Mas eles ainda não pareciam preparados para um bebê. É algo muito grande. Um passo importante para qualquer relacionamento.

– Puxa, May, isso é...

– Horrível, eu sei – disse ela, chorando ainda mais. – Colin vai se zangar.

– Se zangar por algo que ele também fez? Não há motivos para isso, May! Sei que vocês ainda não estão preparados, mas existem diversas pessoas que sempre estarão aqui para o que precisarem. Eu serei o melhor tio do mundo. Pode contar para o que quiser comigo. Posso aprender a trocar fraldas, esquentar mamadeira, dar banho... – fiquei um pouco pensativo ao dizer isso. – Pode contar comigo para o que precisar. Sempre.

– Sempre – ela repetiu, dando-me o maior dos abraços que poderia ter dado. E eu sorri, porque sabia que havia pessoas na qual sempre podíamos contar.


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