Pov’s Roberta

Acordei com um raio de sol invadindo o quarto. A manhã era tão bonita que não consegui ficar na cama. Olhei meu celular, como fazia em todas as manhãs... Não, não tinha nenhuma mensagem dele.

Eu sabia que ele e a Giovanna estavam namorando desde o dia que ele veio aqui, mas custava devolver as minhas cartas? Não, não custava! Estou esperando essas malditas cartas há 8 meses. Bom, nessa altura do campeonato, ele já deve ter queimado todas, me poupando de fazê-lo.

Depois que a gente brigou naquele dia, eu ia do meu quarto pra sala, da sala pra cozinha, saía pouco com a Alice... Tô até com saudades daquela chata que está virando independente. Minha Cinderela está deixando o reino encantado... Quando me dei conta do tempo que eu estava perdendo com a Alice e o Pedro, eu já estava chorando.

Fui até o quarto da Alice e bati na porta.

– Entra! – disse ela. Sem perceber eu abri um sorriso e entrei.

Ela ficou espantada por me ver ali.

– Mereço um abraço? – perguntei estendendo os braços pra ela.

Ela veio correndo e me deu um abraço apertado. Nos sentamos na cama dela, uma de frente pra outra e começamos a conversar:

– Estava com saudades da minha irmã... – ela disse me arrancando lágrimas.

Ela sabia que não era por causa daquilo e sim pela saudade, pelo amor que eu sentia por um certo imbecil.

– Ainda dói? – ela perguntou e eu apenas assenti – Roberta, você querendo ou não, aceitando ou não a minha opinião, eu vou falar mesmo assim! Acho que você devia ir lá na casa dele tentar explicar de novo tudo o que aconteceu com você! Até as coisas que você não teve coragem de colocar nas cartas. Roberta, ele precisa saber que o único que você amou e ainda ama é ele. Se quiser, posso tentar falar com ele ou pedir ajuda pro Pedro... Só não quero mais te ver desse jeito!

Senti que mais lágrimas queriam cair, mas fui mais forte.

Ela me disse que precisava ir provar o bolo do casamento com o Pedro e fui para o meu quarto.

Peguei o meu violão e dedilhei umas notas um pouco animadas, porém tristes...

– E se eu for gritar tudo o que eu precisava dizer: Deixa eu gostar de você? Vai ser bem melhor, do que nunca mais te ver. – lágrimas rolavam enquanto eu cantava uma música que eu nunca havia ouvido antes.

Deixei o violão de lado e fui tomar um banho.

Me despi, já no banheiro, e liguei a água morna quase fria. Resolvi que ali, naquele banho, eu iria deixar toda a tristeza ir embora pelo ralo.

Passei uns 15 minutos chorando e deixando a água bater na minha cabeça e descer pelo meu corpo. Saí do banho e continuei a chorar, parece que meu plano de deixar a tristeza ir embora pelo ralo, não deu muito certo.

Continuei chorando até cair no sono. Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei com o barulho de uma mensagem.

“Preciso falar com você! Me encontra daqui a pouco na pracinha que tem perto da sua casa.”

A mensagem veio de um número desconhecido. Quem será que me enviou isso?