É uma escola assim como todas as outras, é uma escola legal. É uma escola de muitos alunos, mas é uma escola assombrada também. Eu sei que é! Eu vi a garota no corredor arrastando o braço decepado, ela sorriu quando me viu e depois fugiu. Eu tinha treze anos e estava lá. Pablo também notou, mas tentou gritar e não conseguiu, eu segui o rastro de sangue até o banheiro de luzes apagadas e vi ela no canto encolhida dando risada, fui embora o mais rápido e chamei o zelador. Ele disse que não ia lá por nada! Depois me contou a história da menina do braço cortado. Disse que eu tava amaldiçoado e que ela ia me segui! Estranho que ele morreu no mesmo dia! Ela matou ele, a menina do braço cortado matou ele!

Não sei por que aconteceu isso comigo. Pablo ficou com tanto medo que foi internado, um dia depois morreu no quarto do hospital. Fiquei muito triste ele era meu melhor amigo... Eu guardei embaixo da minha cama o canivete, tava sujo, mas se a menina aparecer de novo eu acabo com ela! Anteontem eu a vi no banheiro da minha mãe, atentada! Tava rindo e me olhando, ignorei sempre que passava por lá, mas ela me seguiu e ficou na porta do meu quarto me olhando a madrugada inteira e falando umas coisas estranhas.

Naquela manhã de sábado acordei e a porta tava aberta. Tinha sangue, um rastro enorme! Desci da cama e segui, cheguei ao quarto da minha mãe e vi o corpo dela todo furado e ensangüentado. Perto da cama me olhando era a menina, minha mãe, o zelador e Pablo.