A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 42
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! Ninguém morreu nesse curto espaço de tempo, certo? Ótimo! Vamos ao capítulo 41. Ai, ai... Estou na contagem regressiva aqui. Só mais 8 capítulos.
Boa leitura!



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Final do mês de setembro. Hoje faz exatamente 1 mês que tia Sally está desacordada. As chances dela acordar são cada vez menores. Tenho medo de que essas tais chances sumam um dia. Pelo menos assim, tenho um raio de esperança, por menor que seja. Não sei se aguentaria perder mais alguém. Se gora me sinto culpado, não quero nem imaginar como eu vou ficar se ela morrer. E meu tio? E Anthony e Dylan? Eles vão me odiar pelo resto da vida! Eu vou me odiar pelo resto da vida. E todos nós vamos ter claras razões para isso.
E o pior de tudo é que tia Sally está aqui, porque eu escolhi ficar com a Alysson e, ainda assim, eu perdi as duas. Eu fiz minha trágica escolha e agora estou sem nada.
Estou de novo no hospital. Consegui fazer com que Anthony e tio Paul fossem em casa tomar um banho, comer uma comida descente e dormir, talvez. Fiquei sozinho com Dylan aqui.
Desde o acidente, nós não conversamos sobre o ocorrido. Não conversamos sobre nada. Não tive coragem de sequer pedir desculpas. Não consigo nem olhar para eles direito, que dirá falar alguma coisa. Mas cheguei à conclusão de que se faz necessário. Eu preciso contar, pelo menos para Dylan, o meu arrependimento. Preciso tentar me desculpar, mesmo sabendo que isso não vai trazê-la de volta.
– Dylan... – comecei, mesmo sem saber por onde começar.
– Scott, tudo bem. Isso não é culpa sua – ele logo me interrompeu.
– Como não é culpa minha? Eu podia ter evitado isso, mas não. Como o grande idiota que eu sou, nem pensei nas pessoas que deviam realmente importar para mim. Avisei a tantas pessoas, me preocupei até com aquelas que eu não falo. Mas nem passou pela minha cabeça as pessoas que deveriam ser as primeiras da minha lista de proteção.
– Assim como você, ninguém pensou que Peter iria tão longe. Não fique se torturando desse jeito. Só vai piorar as coisas.
Respirei fundo e fiquei em silencio por um momento, absorvendo as palavras de Dylan.
Como isso é possível? Ele não está nem com um pingo de raiva de mim. A mãe dele está em coma, à beira da morte e eu poderia ter evitado. Ainda assim, ele não tem raiva de mim. Ele não está ressentido por eu ter prefiro uma garota a segurança da sua mãe.
– Mesmo assim, Dylan. Ela era como uma mãe pra mim também, mesmo não estando aqui muito tempo. Pensar que, se eu tivesse apenas dito um “acabou” para Alysson, tudo isso teria sido evitado, me dá um ódio de mim mesmo. Eu nunca imaginei que fosse tão egocêntrico.
– Você não sabia que seria ela.
– Ainda assim. Eu coloquei a sua vida e de várias outras pessoas em risco. Que tipo de amigo é esse?
– Scott, você ama a Alysson. Você estava e está cego de amor por ela. Isso é normal, compreensível. E você nos deixou alertas, nos avisou do perigo. Nós apenas não sabíamos que Peter iria tão longe. Agora, se acalma. Dona Sally vai sair dessa. Ela é forte. Vai ficar tudo bem. – Suspirei pesadamente, como se tirasse um grande peso de cima de mim. Uma parcela de culpa a menos.
– Obrigado, Dylan.
Não vou dizer que a culpa não existe mais. Na verdade, a maior parte dela ainda está aqui e eu não sei se vou conseguir me livrar dela tão cedo.
– Scott, você conhece aquela garota? – Dylan me perguntou um tempo depois. Olhei em direção a recepção. Uma loira falava com a recepcionista. – Ela me parece familiar.
– Ruby? – pensei em voz alta.
– Ruby Powel? A sua Ruby?
De início eu não tinha certeza, mas quando aqueles olhos verdes esmeralda me encararam... Aqueles olhos são inconfundíveis.
– Scott – ela me cumprimentou com um pequeno sorriso no rosto. Depois olhou para Dylan. – É Dylan, não é? – Este assentiu.
– O que faz aqui?
– Vim saber notícias. Desculpa não ter vindo antes. Eu realmente estava sem tempo. Então, qual é o estado dela?
– Grave – respondi.
– As chances dela acordar são quase nulas – Dylan completou.
– Sinto muito por isso – ela disse. Percebi a sinceridade em sua voz.
Ruby até que é uma garota legal. Não é à toa que eu fiquei com ela por mais do que um dia. Ruby não tem só rosto bonito e corpo perfeito. Ela é encantadora, é uma pessoa incrível.
– Será que eu posso vê-la? – ela perguntou.
– Acho que sim. O horário de visitas já começou, eu acho – eu disse e Dylan assentiu.
– É só perguntar na recepção.
E lá foi ela. Falou com a mesma mulher que tinha falado anteriormente. Voltou poucos minutos depois.
– Ela liberou. Não vou demorar. Prometo.
Ambos assentimos e ela foi de encontro a uma Sally desacordada.
Não vou dizer que a aparição dela aqui não me surpreendeu, porque estaria mentindo descaradamente. Ruby pode até ser uma boa pessoa, mas não sabia que ela conhecia a tia Sally, e muito menos que sabia o nome de Dylan, e menos ainda, ainda sabia que ela podia se importar com as pessoas desse jeito. Isso tudo está muito estranho. Mas fico feliz que ela se importe. Tia Sally, mais do que ninguém, merece que as pessoas se importem com ela dessa forma.
Depois de alguns minutos, Ruby saiu do quarto onde tia Sally se encontra. Deixei Dylan ir primeiro. Eu geralmente vou primeiro e fico a maior parte do tempo lá. É injusto, eu sei. Mas é difícil sair de perto dela.
– Então... – Ruby sentou-se ao meu lado. – Como você está?
– Péssimo – respondi.
Senti suas mãos indo de encontro ao meus cachos. Me lembrei de Alysson pegando neles durante nossos beijos. Ruby começou a acaricia-los.
– Ruby, por favor. Não. – Ela tirou a mão dos meus cabelos e segurou uma das minhas mãos.
– Scott, eu estou aqui como sua amiga. Só quero te ajudar a passar por isso. – Ela suspirou e olhou para o chão. – Olha, aquilo lá na sorveteria...
– Tudo bem. Aquilo já passou. E nem importa mais, também.
– Não, Scott. Me escuta. Peter me obrigou a fazer aquilo.
– Te obrigou? – Por que será que isso não me espanta?
– É. Eu fiz umas coisinhas aí... Ao que parece, ele tem uma bola de cristal – ela contou. – Não sei como ele descobriu isso, sinceramente.
– Ele sabe de tudo – afirmei fitando minhas mãos.
– Eu sei. Descobri isso da pior maneira – Ruby murmurou em resposta.
– Me desculpa por isso – pedi. – Não queria que você também se envolvesse nessa história.
– Tudo bem. – Ela riu, endireitando a postura, antes curvada, como a minha. – Eu não me importaria de te beijar de novo – contou, ainda rindo. Eu apenas soltei uma risada fraca. – Mas, é sério, eu não queria atrapalhar as coisas entre você e a Alysson. – Olhei para ela. – Tudo bem, talvez no início. Eu não ia, e ainda não vou, muito com a cara dela. Não me culpe por isso.
– É, ela também não gosta muito de você.
– Hum... Então, o sentimento é recíproco.
– Sim. – Rimos, mesmo que nada disso tivesse graça.
– Eu espero mesmo que vocês se acertem. Você merece, Scott.
Não, Ruby. Eu não mereço.
– Obrigado. Mas acho que não tem mais chance para nós dois. Já era. Peter conseguiu o que queria: acabou com a minha vida.
– E você vai deixar por isso mesmo?
– O que eu posso fazer, Ruby? Acho que está bem claro quem está com a vantagem nesse jogo.
– Mas tem um jeito de virar esse placar. Ainda tem a prorrogação, Scott.
– Eu não tenho como vencer o Peter em seu próprio jogo.
– Ah, tem sim. Você tem uma carta na manga. Use-a.
– Carta na manga?
Ruby revirou os olhos, fazendo com que eu me sentisse o maior idiota de todos. Eu sou tão lento assim?
– Sarah. Até onde eu sei, ela já foi bem próxima de Peter, sabe como ele pensa, como ele trabalha. Você tem um “Peter” a seu favor e ainda não percebeu isso? – Não respondi. – Francamente, Scott. Você já foi melhor – disse e riu. – Sem falar na Paris.
– O que tem ela? – perguntei, mesmo que não quisesse falar sobre isso. Não gosto de tocar nesse assunto. Paris foi um erro. Um grande erro.
– Você ainda não percebeu que ela só está trabalhando com o Peter pra te ter de volta? – Neguei com a cabeça. – Scott, pelo amor de Deus! Em que mundo você vive? – Bufou em descontentamento. – Enfim, eu acho que você pode usá-la.
– Não sei se eu posso fazer isso.
– Pode.
– Mas não devo.
– Como assim?
– Ruby, eu não sou assim. Não mais.
– Será que dá pra você esquecer só um pouquinho esse príncipe encantado em que você se formou e pensar maior?! Isso tudo é para que você fique com a Alysson. Não estou pedindo que você case com a Paris, só que você use essa atração que ela tem por você. Pensa sobre isso. – Apenas assenti.
Ruby levantou-se sem dizer mais nada e foi embora.
Talvez ela esteja certa. Não sobre Paris, mas sobre Sarah. A questão agora é: será que ela vai querer olhar na minha cara depois de tudo? Eu não posso falar com ela agora e pedir que ela me ajude. Não depois de ter feito com que ela perdesse a melhor amiga. Não sou tão cara-de-pau assim. E sobre Paris, é verdade o que eu disse sobre usá-la. Não sou de fazer essas coisas. Mas também é verdade que eu não parei de pensar sobre. Meu medo é acabar reconsiderando a ideia e fazer o que Ruby disse. Eu não quero me lembrar que fiz uma coisa dessas toda vez que olhar para Alysson. Mas também não quero ficar sem ela. Lutei tanto para morrer na praia. É fato que eu não posso deixar que Peter ganhe essa!
Preciso da Alysson de volta. Passar por tudo isso sem ela é muito mais difícil. Nem Sarah anda mais comigo. Lilyan nem se fala. Tenho certeza de que aquele papo de “devemos ser amigos” era tudo fingimento. Ela desconfiou de mim o tempo. Também, não é pra menos. Com o histórico de namoro que Alysson, até eu desconfiaria. Estou quase completamente sozinho por aqui. Não consigo nem olhar para o tio Paul, que dirá falar com ele; Anthony evita ficar no mesmo cômodo que eu; Dylan, eu só consegui falar com ele hoje, e ainda assim, não sei se nossas conversas serão frequentes; Sarah não fala comigo; Alysson... Nem preciso falar; Lilyan nunca foi com a minha cara, agora então; James está com Sarah; Zac está com Lilyan. Estou sozinho.


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Notas finais do capítulo

Agora foi a vez da Ruby mostrar que é uma pessoa legal, como muitos de vocês acreditavam. Não lembro quem de vocês disse, mas eu lembro mais ou menos da parte do comentário: "Ruby é uma pessoa legal quando não está dando em cima de caras comprometidos". Algo assim. Não me julguem. Eu estava com preguiça de procurar.
Ah, o Dylan desculpando o Scott. Ele pode até ter dito que a culpa não é do Scott, mas, no fundo, todo mundo sabe que ele poderia ter evitado isso. Então, não o culpem por não conseguir perdoar o Scott num todo.
E, por fim, Scott. Cara, não sei vocês, mas eu estou com uma dó desse menino. Ele está tão solitário... Só de escrever isso eu quase entrei em depressão.
Bom, esse capítulo tem POV extra, mas é claro que eu não consegui escrever ainda. Eu nunca consigo, não é mesmo?! Então, eu vou fazer o seguinte: Vou postar todos os capítulos da histórias. Os POV's extras eu só vou postar depois do epílogo, ok? E só tem mais três também. Se liga: 41(Ruby), 44 (Dylan) e 46 (Chloe). São esses os capítulos com POV extra, a menos que vocês me peçam mais de alguma cena específica, ou extra. Sei lá.
Até daqui a pouco.
Beijos de amora :*



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