A Maldição Sobre Os Anjos

"Devemos mostrar pelo menos uma vez na nossa vida que o pecado maior é
o da desconfiança.Fernanda Mills

Laura Pausini- Lo Siento

POV Maria Fernanda
Eu não me sentia bem. Minha cabeça pesava mais que qualquer
coisa neste mundo. Parecia que eu tinha levado uma surra, e na
realidade,eu levei. Levei uma surra de palavras só porque falei a
verdade. Eu fiz muito mal em meter a policia no problema de Cristina,
eu usei um poder que não era meu. Fiz mal a toda a minha família. Fiz
mal a mim mesma , mais uma vez.Cuidado.Maria fala me segurando pelo
braço para que eu não batesse a porta do carro em minha própria mão.

—Vamos para dentro, filha.— Fala me abraçando.—Você precisa de um
banho quente e se alimentar para não ficar doente.— Fala alisando meu
cabelo e tirando algumas mexas dele dos meus olhos. Eu estava morrendo
de frio...Ela cuidava perfeitamente de mim. Mesmo eu tendo feito tanto
mal para ela. Ela cuidava de mim como se eu fosse filha de sangue
dela.Já ouvi falar que voltamos em nossas vidas com parentescos
diferentes. Talvez nas nossas vidas passadas fôssemos mãe e filha. E
agora voltamos como sobrinha e filha. Então isso pode dizer que na
próxima vida Victória será minha tia e irá gostar de mim como sua
filha? Este assunto é muito complexo para mim.Eu era da religião
católica porque Maria quis assim. Só depois do pacto que eu fiz que eu
mesma não sei de que religião sou...

—No que pensa?— Maria pergunta
enquanto nos sentamos no sofá branco.

—Em muitas coisas. Até mesmo de qual religião eu pertenço .—Falo envergonhada.

—Esta com isso em mente por causa daquele pacto.— Maria fala e eu abaixo a minha cabeça.—As religiões são complexas em si. Mas isto não vem ao caso agora... O que me importa agora é o que vai acontecer com você.

—Eu vou fazer a minha vida agora. —Falo.—Vou viver com os meus filhos na fazenda. Vou devolver a parcela de ações que a senhora me deu, e devolver a maldita empresa do meu pai a ele.—Falo de uma vez.—Em fim, vou abrir meu
consultório e até mesmo servir em hospitais. Eu não faço isso porque
minha mãe só quer olhar para mim quando eu deixar de ser fútil e má. E
sim porque eu mesma cansei de ser um estorvo.

—Maria Fernanda...Maria tenta me acalmar.—Você não sabe de nada. Pense com mais calma, agora tudo esta recente.—Fala me passando a sua calma.—Tudo vai se resolver logo. Terá seus filhos e também terá a sua vida.

—Quero ir o mais longe que eu conseguir. Quero me afastar daqui, sair desta maldita cidade, deste pesadelo...—Falo levando minhas mãos a cabeça.—Quando isso acontecer eu irei me te manter informada sempre.

—E Christiano?—Maria pergunta.—Tem certeza de que o ama?

—O que sinto por ele infelizmente é paixão. E por Fernando Luiz não sinto mais nada, pelo menos nesse momento.

POV Catharina

Eu havia acabado de colocar Otávio para dormir quando vi um vulto escuro atrás de mim. Me virei assustada...Quem poderia estar aqui? Fernando José ainda não havia voltado da cidade...

—Surpresa!—Vitor Hugo exclama e eu fico sem ação.

—Não grite , por favor...—Falo e ele me abraça.

—Vim conhecer meu sobrinho.—Vitor Hugo fala e escutamos algo cair e se quebrar.—Ainda bem que ele não acordou.Fala sobre meu filho. Logo escutamos outra coisa cair.

—O que será?—Pergunto com medo.

—Eu vou na frente.—Ele fala.—Pegue Otávio e saia da casa.—Vitor Hugo me aconselha.—Se algo me acontecer diga ao papai que eu o amo muito. Se escutar algo corra ou grite...mas saia de perto da casa e vá atrás de Fernando José.

—E se você não sair e eu não escutar nada? Eu não posso te
deixar.—Falo.

—Ligue para Maria Fernanda e entre na casa. Ou até mesmo
para Fernando José.—Fala beijando o topo da minha cabeça.Eu pego
Otávio e saio da casa. Espero ver Vitor Hugo sair da casa, mas nada
acontece.

—Catharina?—Fernando José me chama e eu o abraço.

—Vitor Hugo...O pacto que ele fez, o pagamento era com a vida dele.—Falo
apertando o meu filho junto a mim. Logo percebemos que as luzes da
casa se apagam. Não...

—Vamos para um hotel e de lá iremos ao aeroporto.—Fernando José fala e logo escutamos o grito do meu irmão.