POV Maria Fernanda

A festa de aniversario de Cristina já tinha começado há pouco tempo. Eu não tinha nenhuma vontade de ficar ali naquele salão. As pessoas ficavam conversando com as outras e eu não estava afim de conversar com ninguém. Minha mente estava com mil ideias, ideias de como vou me dar quando todo mundo descobrir o que eu fiz no passado. Eu estava sendo ameaçada, e antigamente eu ameaçava as pessoas com seus segredos. eu não sabia o que fazer nem o que pensar. Eu só temia que o mal chegasse na porta da minha casa.

–Não vai aproveitar a festa comigo? –Cristina pergunta sentando ao meu lado no banco. –O que você tem? –Medo, era isso que eu iria responder de imediato.

–Não tenho animo para a festa. –Falo e logo me lembro do presente de Cristina. Pego o envelope que estava do meu lado e entrego para ela. –Feliz aniversario. –Falo e ela pega o envelope e logo me olha abismada. Aquelas eram as escrituras da fazenda que a minha mãe me deu no aniversario de quinze anos de Cristina. Foi meu presente de formatura, mais de toda forma agora seria o presente de Cristina. Eu já forjei minha morta uma vez, mais sabia que agora não teria mais tempo para desfrutar de nada. Eu sabia perfeitamente que não veria Cristina completar mais um ano de vida, não veria Fernando José e Catharina se casarem nem veria meus filhos crescerem...

–Ali esta ela. –Estevão fala com seu braço em volta da cintura de Maria e se aproximando com meus pais. Logo percebo que Fernando Luiz também esta com eles.

–Seja lá o que for fazer faça logo... –Maria fala com um sorriso estridente no rosto e eu fico sem entender. Logo Fernando Luiz pega a minha mão e eu me levanto do banco. Ele logo tira uma caixinha roxa no seu bolso e eu o olho incrédula.

–Já demonstrei o quanto eu te amo de vários forma... –Fernando Luiz começa a falar e eu fico tremula. –Mais para finalizar as provas e começarmos uma vida realmente juntos tudo vai depender de você. –Fala e abri a caixinha. Logo vejo o pequeno anel com uma pequena pedra azul claro. –Maria Fernanda, aceita se casar comigo? –Ele pergunta e eu fico parada o olhando. Logo olho em minha volta e percebo que todos sorriem para mim.

–Eu... –Começo a falar. Eu poderia dizer que não queria e sair correndo que nem uma criança mimada e todos me ‘’entendessem’’. Eles me protegiam até de mim mesma... Mais Fernando Luiz não compreenderia isso. Eu estou com medo de morrer de verdade...E além do mais eu não tenho certeza se amo ele. Mais algo pedia para que aceitasse. –Aceito. –Falo engolindo um seco e sorrio.

–Que venham os casamentos! –Fernando José fala com humor ao lado de Catharina.

–Meu filho e minha filha se casando... –Minha mãe fala e sorri. –Pelo visto só vai sobrar Cristina para me preocupar o tempo todo.

–Mereço... –Cristina fala e eu noto o quanto ela estava bonita. Seu rosto estava mudando, seu corpo...

–A caçula sempre é a ultima se casar. Essa não é a ordem natural? –Pergunto e ela me olha com raiva.

–Eu me lembro de um dia quando Fernando Luiz e Maria Fernanda foram nas empresas quando eram pequenos... –Estevão começa a falar relembrando o passado. –E Fernando Luiz me disse que Maria Fernanda seria freira. –Fala e todos nós rimos.

–Acho que quem vai ser freira vai ser a Cristina. –Maria fala rindo e Cristina para de rir.

–Cristina é muito nova para pensar em casamento... È melhor parar! –Meu pai fala e me olha com orgulho. Não sei o que me deu, mais eu me senti a filha mais adorada que existia.

(...)

–A festa já esta acabando e nada da sua irmã, mamãe. –Falo para a minha mãe e ela me olha um pouco aliviada. Cristina se despedia de alguns convidados enquanto conversávamos.

–Espero que ela nunca apareça aqui. –Minha mãe fala e Maria sorri aliviada. Logo Cristina veem até nós. A festa já tinha acabado, o parabéns foi tão rápido que nem nele eu estava...

–Mãe, acho que ela chegou. –Falo vendo uma mulher alta de cabelos cor de caramelo com uma menina de cinco anos ao seu lado. A menina tinha os cabelos negros como a noite e um olhar...

–A menina tem um olhar parecido com o seu. –Maria fala e depois me olha incrédula. Talvez ela estivesse assim porque tive uma filha com a mesma idade que aquela menina, Melissa. Melissa era um nome muito bonito.

–Querida... –Minha mãe fala falsamente e meu pai a olha com medo. Todos ficam olhando aquela cena com pavor. Enquanto eu riu baixo da encenação da minha mãe. Ela deu um sorriso enorme, falso e quase convencedor para Cecilia.

–Você não mudou nada. –Cecilia fala e eu fico apavorada com a cara de medo do meu pai. Ele parecia que iria enfartar. Seria bom se alguém passasse mal agora, talvez essa ‘’conversa’’ á longa distancia das duas parassem.

–Eu estou perdendo o bebê! –Catharina exclama e eu fico em choque sem entender nada.

–Você esta gravida? –Estevão pergunta em pânico.

–Não só estou com cólica mesmo... Esqueci de avisar que estava gravida ,amor. –Catharina fala olhando para Fernando José.

–Alguém chama uma ambulância? Ela esta gravida. –Maria fala ingênua sem saber o que realmente acontecia. Tudo aquilo era uma desculpa para ‘’aliviar’ a chegada de Cecilia.

–Cristina, antes de mais nada... –Cecilai fala se aproximando de Cristina. –Feliz aniversario, querida.