Então todos nós concordamos que era sobre vocês, e que a profecia da Age foi real. – Scorpius falou.

-Sim – oito vozes responderam.

-Bem, todos nós sabíamos que vocês eram feitos um para o outro – Lily afirmou – só nos resta esperar e estar preparados para ajudá-los no que quer que seja.

-Eu sempre soube que você não era normal Age! – Hugo brincou quebrando o clima pesado da sala – E você Thiago não pense que eu vou deixar você ficar agarrando minha irmã por aí só por causa dessa besteira de alma-gêmea!

Todos riram, Hugo tinha talento para descontrair as pessoas Rose teve que admitir, ela não estava preocupada com a profecia, mil dementadores não poderiam sugar sua felicidade agora.

-Foi um longo dia, eu vou levar a Age pra cama. – Alvo falou pegando a mão da namorada.

-Você vai levar ela pra onde? – Richard disse rindo, Alvo se limitou a lançar um olhar congelante, Agatha escarlate de vergonha saiu com ele.

Rose também estava muito cansada, lutando contra o sono, mas não queria dormir, o dia tinha sido confuso, incrível, e mesmo com uma ameaça sobre sua cabeça foi o dia mais feliz da sua vida. Ela deu um grande bocejo se esforçando pra manter os olhos abertos, Thiago a pegou no colo pela segunda vez naquele dia e ela se aninhou em seus braços esquecendo-se do mundo, como sempre.

-Hei! – Hugo protestou, mas Kitty o cutucou.

-Eu vou levar minha namorada até o dormitório, não vou nem entrar lá, não se preocupe cunhado! – Thiago piscou para Hugo, ele ficou com cara feia, mas não disse mais nada.

Rose não sabia se estava acordada ou sonhando quando sentiu seus travesseiros sob a cabeça, Thiago se inclinava para lhe beijar, ela agarrou o braço do príncipe encantado do seu sonho-real.  Constatou que estava acordada, um sonho não poderia ser tão lindo.

-Espere – ela pediu.

-Você não estava dormindo?

-Eu não sei, nem sei se isso agora é real. Mas você tem um cheiro tão bom, deve ser real...

Ele sorriu, um sorriso encantador, acariciando a rosto de porcelana da garota com a ponta de seus dedos quentes, e os mil volts estavam lá como sempre.

 -Você estava falando sério? – ela indagou.

-Sobre?

-Eu vou levar minha namorada até o dormitório não vou nem entrar...  – ela repetiu.

-Não totalmente, eu não pude evitar te deixar na cama e dar um beijo de boa noite, desculpe.

-Não essa parte! A da NAMORADA!

-Desculpe – o rosto dele se contraiu – Eu não te perguntei, eu só pensei que... Não queria te comprometer me desculpe.

Rose ficou lá de queixo caído. Thiago agarrou as duas mãos dela, as dele tremendo levemente.

-Você quer namorar comigo?

- VOCÊ quer namorar comigo? – Ela disse.

-Eu? Mais que tudo na vida! Eu sei que eu não mereço sua confiança, mas me dê a chance de provar... Eu sei que você é boa demais pra mim...

-Me pergunte de novo! – ela interrompeu ajoelhando-se na cama.

-Você quer namorar comigo?

-Mais que qualquer coisa na vida.

Thiago a beijou, e ela respondeu com toda a intensidade. Nesse exato momento Thaiana abriu a porta do dormitório.

-Desculpem, desculpem... Eu, er... Desculpem...

-Thai espera, eu vou conversar com o Thiago lá fora.

-Não! Desculpem, eu não sabia, não quis atrapalhar.

-Tudo bem, não fica bem pra mim ele aqui. Entra Thai, eu já volto. – Rose levou Thiago para o corredor estreito da escadaria do dormitório feminino.

-Então não fica bem eu estar no seu quarto?

Rose riu, Thiago a empurrou delicadamente contra a parede.

-Uma vez eu ouvi você dizer que uma garota precisa ser jogada na parede e beijada até perder o fôlego se você quiser conseguir alguma coisa dela. 

-Isso não se aplica a mim – um sorriso maroto brincava nos lábios da garota, ela estava definitivamente acordada agora.

-Por essa razão eu não fiz isso antes, mas vale a pena tentar com minha namorada, não é?

-Não sei...- Rose fez biquinho.

Thiago pressionou o corpo dele mais forte contra ela e a parede.

-Posso tentar?

-Pode. – vamos Rose respire, lembre-se de respirar – ela estava derretida contra a pedra gelada da parede.

-Nossa já está funcionando!

-Idiota – ela falou rindo.

 -Primeira coisa: não é bonito chamar seu namorado de idiota.

-Eu não falei sério você sabe.

Ele desenhou o maxilar dela com a ponta da língua, Rose tremeu.

-Nada de chamar você de idiota.

-Isso! Segunda coisa: manter os garotos babões distantes, isso inclui beijos e braços!

-Alvo, Scorpius, Hugo e Richard também?

-Hugo pode ser... Mas Richard definitivamente não! Ele vive dizendo o quanto você é gosto... linda.

-Jura? – a expressão dela ficou diferente  

-Ninguém te disse , mas acredite eu escuto muitas e muitas coisas ao seu respeito. Afinal você tem que admitir você é muito... Bem você sabe que é...

-O que você acha de mim?

Ele a olhou meio perplexo os olhos faiscando já seriam resposta suficiente.

-Você é deliciosa se quer mesmo saber. Ah se eu pudesse mataria cada um que olha pra você, mas aí poderiam não sobrar muitos homens no mundo. Se você não quiser que eu enfarte aos 18 anos acho bom você não usar decotes tão generosos, não estou reclamando da vista, mas é um risco a minha saúde e a sua integridade de certa forma... – ele a deixou envergonhada e quis corrigir- se imediatamente, mas ele havia provocado afinal - Mas voltando você pode ignorar o último pedido, mas Bryan Adams está completamente fora de questão, se ele se aproximar três metros de você vai perder uma perna! Ele não quer ser seu amigo...

-Mas eu tenho aulas com ele!

Thiago passou os dedos nos lábios dela. 

-Eu não falo com ele, não olho pra ele, não acho nem mesmo que ele exista no mesmo mundo que eu.

-Ótimo! Última coisa: eu posso beijar minha namorada o tempo todo!

-Duvido que você a beije tanto quanto ela quer que você o faça.

Thiago segurou o rosto de Rose entre as mãos e beijou a testa dela, a ponta do nariz e o queixo. Ela respirou fundo.

-Não vale reclamar- ele riu.

-Você não vai me ver reclamando disso. – ela enterrou as mãos nos cabelos dele chocando os lábios com paixão aos de Thiago.

-Hum hum!

-Que merda Alvo! – Thiago exclamou para o irmão – Vai ser isso toda hora? Compra um xarope!

-Ela tem que dormir! E eu não gosto de ver isso, ela é tão minha irmã quanto do Hugo!

-Onde vocês estavam? Rezando? – Thiago perguntou vendo os cabelos bagunçados de Age. – Vocês saíram de lá antes de nós dois.

-Isso não é da sua conta, é?- Alvo ficou tremendamente irritado.

-E se eu dissesse que a Age é como uma irmã pra mim? – Thiago disse.

Rose caiu na gargalhada.

-Então não enche irmãozinho! Cuide da sua namorada que da minha cuido eu!

-Namorada? – Lya praticamente gritou surgindo no topo da escada.

Várias portas de dormitório se abriram.

-Ela finalmente aceitou japinha. – Ele disse contente.

-Ah, ah, ah! – Rose foi abraçada por Age e Lya aos pulos e gritando.

-Elas estão bem? – Alvo perguntou.

-Acho que sim. – Thai também apareceu pra ver a razão do tumulto – Espero que agora ela pare de falar dormindo.

-Rose? – Thiago quis saber – O que ela fala?

Rose tampou a boca de Thai com a mão, foi até Thiago e envolveu seu pescoço com os braços sob os olhos de metade das garotas grifinórias deu um selinho no namorado, como em todas às vezes ele não se contentou com isso e a puxou para um beijo de verdade.

-Boa noite. – ela falou entrando no quarto.

 -Ei!

Ela voltou-se esperando.

 -Eu te amo. – ele falou, foi alto o bastante para todos escutarem.

-Eu te amo – ela foi até ele e falou no seu ouvido – sempre amei. Tenha lindos sonhos, ou melhor, sonhe comigo.

-Dá no mesmo acredite. – ele falou sincero.

-Thiago – Thaiana chamou assim que Rose entrou no quarto – Ela fala seu nome, o tempo todo, é um saco!

-Obrigada Thaiana.        

-Não por isso! – A loirinha entrou no quarto para ver as três colegas aos pulos. -Vocês vão parar com isso? – ela era a mais controlada das quatro.

-Poxa Thai! A Rose está namorando o Thiago Potter! – Lya gritou.

-Como você se sente amiga? – Age perguntou.

-Eu estou nas nuvens!

-As três pra cama! Agora! – Thai falou com autoridade.

Quando estava quase dormindo Rose se lembrou de perguntar?

-Onde você esteve Age?

-No paraíso Rô, no paraíso...

Rose fechou os olhos, desconfiava do que fosse o paraíso para Agatha, mas não queria detalhes sobre isso. Tinha seu próprio paraíso, sonhou com o gramado verdejante do povoado que se transformava no gramado da casa de seus pais e depois no gramado de uma linda casa azul desconhecida, mas o verde de todos esses gramados não se comparava ao verde dos olhos de Thiago sentado em frente daquela casa azul.

-Thiago...- ela abriu os olhos, consultou o pequeno relógio digital na cabeceira da cama 3:30, um murmúrio baixinho vinha da cama de Lyana.

- Estúpido! Estúpido! Estúpido!

-Lya, acorda Lya, você está sonhando, vamos acorde – ela sacudiu levemente o ombro da outra.

-O que foi?

 -Quem é estúpido?

-Hã? Ah eu sonhei com o Richard de novo...

 -Não sabia que você gostava tanto dele.

 -Eu não gosto, ele é um idiota!

-Ele ficou morrendo de ciúmes de você hoje!

-Mesmo? Bem, essa era a intenção, por isso eu escolhi o Bryan.

-Lya você é maléfica!

-Eu? Eu não! Se ele pensava que eu ia ficar chorando e correndo atrás dele estava terrivelmente enganado.

-Eu vou voltar a dormir.

-Acho bom! – Thai falou meio irritada – Oh céus por que eu tinha que dividir o quarto com um monte de sonâmbulas? Thiago isso, Thiago aquilo... Estúpido, Richard, estúpido!

-Pelo menos nós não roncamos! – Lya disse.

Na manhã seguinte Rose acordou cedo incapaz de ficar na cama um segundo mais do que era estritamente necessário, queria ver Thiago, queria ter certeza que tudo não tinha sido um sonho. Tomou o cuidado de vestir uma blusa sem decote, colocou uma saia de pregas e sapatilhas sem salto. Saiu do quarto sorrindo consigo mesma, mas se deparou com Lorene Carter, uma das fãs de Thiago como ela e Age chamavam, a outra garota murmurou algo que soou para rose como: vaca.

Felizmente ela não teve que enfrentar nenhum passo além do dormitório sozinha, Thiago a esperava encostado no fim da escada ela se deteve alguns degraus antes de chegar até ele observando, camiseta sem mangas verde-musgo estilo nadador deixando a mostra os braços bem torneados musculosos sem exageros, calças jeans e tênis... Lindo.

Rose ficou na ponta dos pés quando foi beijá-lo, mas ele a levantou do chão com um abraço apertado.

-Ainda bem que você não mudou de idéia! – ele sorriu – Mas você ainda está tentando me matar, não é?

A garota arqueou a sobrancelha sem entender, Thiago também não explicou na hora. Os dois desceram para o café da manhã, Rose não tinha percebido o quanto estava faminta até aquele momento. Quando tinha comido? Uma vaga lembrança de um sanduíche passou por sua memória, enquanto se servia de uma grande fatia de bolo de chocolate. Os dois estavam tão absorvidos um pelo outro, que mal repararam nos amigos e certamente não se deram conta que cada par de olhos da escola estava neles.

-Não olhe pra mim enquanto eu como. – Rose disse empurrando levemente o rosto de Thiago para o outro lado.

-Por quê?

-Eu não consigo comer com você me olhando Thiago! – ele fez uma careta, mas virou os olhos para o próprio prato, passou os dedos nos cabelos rebeldes – Eu adoro isso! – ela suspirou.

-Hã?

-Isso que você faz nos cabelos, é um charme – as bochechas ficaram ainda mais rosadas, mas ela não se importava mais.

-Eu tenho autorização para olhar pra você agora?

-Definitivamente tem, eu já terminei de comer meio bolo!

- Se você soubesse a quantidade de coisas que eu gosto em você... Eu gosto do seu cabelo balançando quando você anda, e o jeito como você joga a cabeça pra trás quando ri – ele inclinou a cabeça pra encostar a testa na dela – Uma deusa do Olimpo!

Thiago a levou para os jardins e Rose perguntou por que ele achava que ela estava tentando matá-lo.

-Lindas pernas. – ele falou abrangendo com um gesto de mãos as longilíneas pernas dela.

-Oh não Thiago! Eu vou ter que andar vestida como a tia Minerva para você se sentir bem?

-E quem disse que eu me sinto mal? Eu só preciso me controlar perto de você... Eu posso ser perigoso a sua integridade sabia? Parece que a Srta. Weasley não entende o efeito que causa em mim – ele a apertou com força contra o peito, Rose podia sentir o coração acelerado dele enquanto suas mãos fortes, mas carinhosas deslizavam por suas costas lhe causando sensações indescritíveis.

-Eu... Eu tentei não por decote, não pensei na saia... – a voz dela saiu baixa, entrecortada, aos ouvidos dele muito sedutora.

-Não se culpe amor, você poderia vestir uma capa que a cobrisse dos pés a cabeça, só esse cheiro... - ele percorreu a nuca dela com a ponta do nariz sorvendo o ar - É você tem razão em se culpar, se culpe tremendamente! Você é bonita demais! Sedutora demais! Nem uma veela pode ser assim! Deus!

E ele a beijou sem poder mais se conter, a garota segurou uma de suas mãos quando ela correu por sua coxa e a devolveu as suas costas, mesmo que fosse bom, não era certo, ele tinha razão era um perigo pra ela... Mas que perigo maravilhoso...

 – Desculpe. – ele disse meio constrangido.

Ela riu simplesmente cerrando os olhos, Thiago a olhou novamente nos olhos enquanto ela fazia isso.

-Você já tinha esses olhos desde menina, desde sempre devastadores. Você é quem devia pedir desculpas por ser tão tentadora!

-Hora! Você não pode estar falando sério Thiago. Aí parado mais lindo que um modelo, ou um anjo, ou sei-lá-o-que! Acha que eu sou feita de ferro?

-Então eu sou bonito? – ele perguntou maroto.

-Você sabe! Eu não preciso dizer...

-Isso não me parece muito justo, eu já te disse que você é linda, graciosa, deliciosa, esplêndida e absurdamente sexy, mesmo que se negue a admitir. E não sei se você me acha mais bonito que o Teddy!

-Teddy? Teddy Lupin? Faz-me rir! E você nunca me disse que eu era todas essas coisas. – ela fez cara de ofendida.

-Não disse? Pois acho que eu disse sim. Mas em todo caso... Quem é mais bonito? Eu ou o Teddy?

-Por que essa comparação? Teddy é quase seu irmão... E pra mim é como um primo, ou tio sei lá.

-Eu sou seu primo mocinha e isso não impede que você me enlouqueça. – ele pontuou beijando a ponta do nariz dela – Mas Lily disse que quando vocês eram crianças fingiam que o Teddy era o príncipe encantado de todas as brincadeiras – ele fez cara de desgosto Rose sorriu.

-Lily disse é? Eu não lembro... Talvez quando nós brincávamos com Victoire ele fosse, mas eu não era muito de brincar com Vicky, eu era mais de quadribol e bater em garotos magricelas de olhos verdes sabe? – Thiago riu da lembrança – E eu duvido que hoje a própria Victoire não te ache mil vezes mais lindo que o Teddy! – Rose olhou para ele, certamente não podia haver ninguém mais bonito na Terra – Eu sou...

-O que? – Ele perguntou.

-Eu sou tão bonita quanto Victoire?

-Você é muito mais! Você é esplêndida! Não entendo como você não se sente linda, será que você tem algum problema de vista? Ó céus é por isso que você está comigo! Você não consegue distinguir o bonito do feio! Nunca vou deixar um medibruxo ver seus olhos, ele pode te curar e você vai me deixar! – ele falou brincando – Linda, deliciosa, talentosa – Thiago pontuava cada palavra com um beijo na nuca dela – inteligente e incrivelmente sexy! – ele deitou o tronco dela na grama fofa.

Rose travou bem as coxas para não esquecer que estava de saia antes de esquecer novamente que precisava respirar quando os lábios macios de Thiago encostaram levemente nos seus. Rose levantou a cabeça com agilidade felina, atacando o rapaz com urgência rolou o corpo pela grama e logo estava deitada em cima dele beijando-o com a sede de anos de espera. Thiago era forte, seu corpo era quente e confortável e ela só queria estar tão perto quanto podia, mas ele imitou o movimento que ela tinha feito e agora ele deitava-se por cima dela, uma mão na sua cintura e a outra enterrada nos seus cabelos cor de bronze, lutando para manter-se sob controle, mas amando o momento com a garota.

-Thiago Potter! – o professor Longbotton gritou diante da cena e os dois sentaram-se rapidamente.

-Oi tio Neville – Thiago levantou-se e ajudou Rose a fazer o mesmo, ela aprumou a blusa e deu a mão a ele.

-Er... Rose? – Neville pensou por um momento na profecia - Oi crianças, bem eu acho que vocês deviam entrar para o jantar, não?- Neville podia estar mais corado que os dois, Rose esforçou-se para sorrir mesmo muito constrangida, imaginava se o tio iria contar a seu pai o que havia visto.

-Claro tio! – Thiago respondeu sorrindo – Estávamos mesmo indo, Rô está faminta! E eu também, seria capaz de devorá-la... Quero dizer de comer muito... Comida claro... Bem, xau tio Neville.

Neville seguiu andando aparentemente não conseguia lidar bem com hormônios adolescentes. Agradeceu mentalmente por não ser sua Agatha ali, ele precisava ter uma conversa com Luna para que a esposa falasse com a filha. Era exigir demais que ele mesmo o fizesse.

-Você não tem mesmo noção do perigo, tem? – Thiago disse para ela assim que Neville se afastou.

-Eu não sou feita de aço! – ela protestou – E você é tão... delicioso – ela completou meio encabulada.

-Eu poderia te atacar no meio do jardim, eu estava falando sério sobre a parte de poder devorá-la sabe?

-Você está com fome? – ela recuou um passo se fazendo de desentendida.

-Não exatamente, mas você deve estar e... Merlin! Seus lábios estão roxos!

-Frio. – ela disse esfregando os braços, longe do corpo de Thiago a temperatura gelada do final de tarde britânico chegou à garota que estava vestida para uma manhã de sol.

-Você está congelando! – Thiago exclamou tocando com as pontas dos dedos o braço dela – Vamos entrar, o clima virou mesmo.

-Me beije! – ela pediu e ele obedeceu.

Rose riu se separando dele em busca de ar. As bochechas rosadas e os lábios mais corados.

-Você está me usando como aquecedor?

-Parece que o Sr. Potter não entende o efeito que causa em mim – ela disse.

Então que tal mantê-la aquecida mais um pouco?

-Se você puder me alcançar apanhador. – ela saiu correndo em direção ao castelo, Thiago só a alcançou no salão principal.

-Ei pomo-de-ouro! Você está descumprindo o acordo, lembra que eu posso beijas a minha namorada o tempo todo?

-Você não me pediu um beijo, me pediu para me aquecer.

-Qual a diferença?

-Semântica? – ela brincou.

-Me dá um beijo?

-Thiago! O salão está cheio de gente! – ela exclamou – Eu tenho vergonha.

Thiago a abraçou com força e o corpo dela amoleceu se rendendo ao beijo.

Linete observava aquela cena de longe, furiosa se levantou da mesa da Corvinal. Maysa lhe lançou um olhar de reprovação, mas a seguiu despedindo-se rápido dos amigos.

-Aonde você vai Linete? – a garota de cabelos castanhos escuros perguntou.

-Eu não agüento ver isso – ela apontou para o casal se beijando – eu é que deveria estar nos braços dele!

-Você só está com orgulho ferido Line, deixe pra lá! – Maysa falou tentando amenizar as coisas, mas pelo olhar de fogo que recebeu não tinha funcionado.

-E meu orgulho vale mais que qualquer coisa Maysa! Ele vai ser MEU! - elas já estavam nas escadarias longe de todo mundo.

-O que você vai fazer? Não vai atacar a garota agora vai? – Maysa era muito mais doce e centrada que a amiga.

-Claro que não Mah!

-Ótimo... – ela suspirou aliviada.

-Eu vou precisar de uma poção do amor. – Linete completou com um sorriso malicioso.

-LINETE! Você não acha que isso é jogar baixo demais? Pense bem...

-Baixo? Baixo é ela ter roubado ele de mim, eu o vi primeiro... Sem sal isso é o que ela é, ele vai me agradecer por livrá-lo dela.

-Ela não o roubou Line, ele nunca quis nada com você, nada sério! Ele sempre a olhou assim, apaixonado, você só não percebia se não quisesse. E os garotos acham Rose bem bonita sabe? Vamos esqueça essa besteira... Fique com o Bryan! Você estava se dando tão bem com ele, e ele é Corvinal, é bonito... Vamos Line esqueça isso!

-Eu vou comprar a poção está resolvido! Você está comigo ou não?

-Eu... Eu não posso deixar você sozinha nessa encrenca.

-Ótimo amiga!- Linete sorriu satisfeita – Vamos para o dormitório preciso escrever para minha prima, ela certamente pode arrumar a poção.

-Line, só pense que ela pode acabar com você... Rosalie Weasley é a melhor aluna de DCAT e de Feitiços da escola. E ainda tem todos os primos e o irmão... Pense Linete pense. – os olhos azuis e simpáticos de Maysa estavam angustiados, ela estava implorando pelo bom senso da outra.

-Eu sou mais eu. - foi tudo que a oriental respondeu.