I Wanna Be Yours escrita por Julieta


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Bem, bem, bem... Desculpem a demora pra postar, mas, vocês sabem, o mesmo problema de sempre: difícil achar uma música. E obtive pouquíssimos reviews no capítulo passado, o que houve? Senti falta do review de alguns leitores :( mas, enfim, aqui está, o mínimo de ação nessa fic pra vocês. A música da vez é Here For You, da banda FireHouse. Não é lá uma grande música, mas a letra se encaixa perfeitamente no capítulo. Espero que gostem!



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Então você pensa que tem tudo entendido. Bem, você sabe que você não pode fazer isso sozinha. Todo mundo precisa de alguém para ajudar, e você sabe que eu poderia ser esse alguém. E se você se perder na estrada de vida, não souber onde ir, há apenas uma coisa que eu quero que você saiba: eu estou aqui para você. — FireHouse, Here For You

— Você viu Olivia? — Nico abordou Kaya, desesperado, assim que ela saiu do refeitório.

— Nico? O que você está fazendo aqui? — Ela parecia assustada, enquanto o garoto segurava os ombros dela com as mãos.

— Olivia sumiu ontem a tarde — ele explicou, falando rápido. — Eu não consigo encontrá-la em lugar nenhum.

Ontem? Mas ela sumiu no 4 de julho — Kaya gesticulava com as mãos, claramente nervosa.

— Não, ela estava comigo! Mas ela desapareceu, e eu não consigo mais encontrá-la.

Nico discutira com Audrey no zoológico, e quando voltara, Lily não estava mais lá. Ele teve esperanças de que ela tivesse voltado ao apartamento, mas não a encontrou. Passou o dia seguinte tentando chegar até ela por meio de viagem pelas sombras, mas sempre que tentava, não chegava a lugar nenhum, ou acabava do outro lado do mundo, literalmente. Ele não entendia como havia ido parar no acampamento na noite do 4 de julho, exatamente onde Lily estava, e não conseguia refazer aquilo. Talvez, ele pensou, agora, ela não queira ser encontrada.

Ele estava tão desesperado que resolvera voltar ao acampamento. Achava meio impossível que Lily tivesse voltado para lá; ela não tinha dinheiro para um táxi e era muito longe para voltar a pé. Não tinha ideia de onde ela poderia estar. Agora estava falando com Kaya, quebrando sua principal regra: Nunca entrar em contato com uma ex transa. Olivia Smith estava definitivamente o fazendo quebrar todas as suas regras.

Kaya estava paralisada. Não falava nada, só conseguia encarar Nico de olhos arregalados. Quando percebeu que não conseguiria nada com ela, se afastou, colocando a mão na testa.

— Olivia, onde você está? — Murmurou, na esperança de que, talvez, só talvez, ela o ouvisse. Ele sabia que isso também era meio impossível.

— Você! — Uma voz masculina soou, parecendo irritada. Quando Nico levantou o olhar, percebeu que era com ele que Matthew estava falando.

Nico sentiu uma raiva crescer no peito. Olivia, naquela noite, havia fugido porque vira aquele babaca agarrando outra. Ela estava soluçando, desamparada, tremendo debaixo da chuva. Se Nico não tivesse chegado lá, por um acaso do destino, onde ela estaria agora?

— Seu... — Nico não conseguiu formular uma frase antes de ir para cima de Matt. Colocou toda a sua força no braço direito, desferindo, sem pensar, um soco certeiro no olho do filho de Hermes, que caiu no mesmo instante.

— Nico! — Kaya gritou, se colocando na frente dele antes que ele atacasse novamente. Ele tentou controlar as mãos, que tremiam de raiva, enquanto Matt se levantava e o encarava com raiva.

Por um momento, uma briga de olhares foi travada entre os dois. Se Kaya não estivesse ali, provavelmente algo pior aconteceria.

— O que você fez com ela? — Matt perguntou, as narinas inflando de raiva.

— Eu a ajudei quando você a magoou, seu babaca.

— Eu não a magoei — Matt rosnou.

— Ah, claro — Nico riu ironicamente. — Até porque uma garota adora ver o namorado beijando outra na noite do 4 de julho — ele pronunciava as palavras entre os dentes. Sentia raiva de Matt por ter tido coragem de trair Olivia.

— Eu... — Matt fez uma expressão azeda, como se tivesse acabado de levar um soco no estômago. Deu um passo para trás, desnorteado e confuso. — Ah, deuses, Olivia... — ele murmurou para si mesmo. Encarou Nico com um olhar vazio. — Onde ela está?

— O mais longe de você possível — Nico deu um passo para trás, pronto para viajar em sombras de volta para o seu apartamento. Desde que Olivia sumira, ele não dormira mais. Não gostava da ideia, mas estava exausto e precisava dormir um pouco antes de voltar a procurar por ela.

— Nico — Kaya o chamou, provavelmente ciente de que ele estava partindo. Ele a olhou, esperando que ela falasse, e algumas lembranças das noites que passaram juntos vieram a tona.

Kaya era uma garota doce e atenciosa. Nico se arrependera de ter a usado e a magoado, assim como fizera com tantas outras garotas. Ela merecia alguém bem melhor, e ele reconhecia isso.

— Se você encontrá-la, diga que estou com saudades. Mande notícias, por favor — ela o encarava com aqueles grandes olhos azuis, e ele simplesmente não conseguiu dizer não.

Então Nico sumiu, viajando pelas sombras de volta ao seu apartamento.

Ele tomou um banho e vestiu sua calça de moletom. Não gostava de dormir com muitas roupas, por isso usava apenas a sua costumeira calça. Seu relógio marcava uma hora da manhã. Ele se jogou na cama e quase que instantaneamente foi tomado por um sonho.

Ele estava a entrada de um beco escuro e úmido. Estranhamente, tinha a certeza de que estava em Manhattan. As ruas a sua volta lhe eram familiares e, por mais que fosse madrugada, o barulho do tráfego ao longe era inevitável. Olhou para o fundo do beco, desconfiado. Suas mãos tremiam e um calafrio insistente soprava em sua nuca.

Só teve coragem de entrar quando ouviu claramente a voz de Olivia gritar por seu nome. Sua mão automaticamente deslizou para sua bainha, mas gemeu de frustração quando percebeu a ausência de sua espada.

— Olivia? — Ele gritou, no meio do beco. Quanto mais entrava, mais escuro ficava e menos ele enxergava.

Ela tornou a gritar, desesperada. A sua direita, Nico pode ouvir algumas latas de lixo serem derrubadas. Olivia soltou um gemido de dor e Nico não pensou duas vezes antes de correr até o lugar de onde vieram os barulhos.

Quando ele viu, pensou que estava ficando louco. Uma labareda de fogo parecia flutuar à deriva na escuridão. Mas, quando se aproximou mais, percebeu que aquilo era cabelo. Os cabelos em chamas de uma empousa. Ela mostrava as garras enquanto as presas cresciam. Suas pernas distintas — uma de lobo, peluda e com garras, e outra mecânica — a deixavam semelhante ao Frankenstein.

Nico percebeu com horror que ela estava parada a frente de Olivia. A filha de Apolo estava no chão, encolhida na parede, tremendo enquanto segurava um dos braços, que sangrava. Nico tentou se mexer, mas seus pés pareciam feitos de chumbo. Tentou gritar, mas suas cordas vocais pareciam ter sido arrancadas de sua garganta. A empousa ria satisfeita, prestes a dar o bote final, e Nico estava paralisado, sem poder ajudar, sendo obrigado a assistir aquela cena.

Quando a empousa avançou rapidamente em direção a Olivia, pronta para cravar suas presas no pescoço da garota, Nico acordou em um sobressalto. Estava suado e ofegava, e um pensamento desesperado ocorreu em sua cabeça quase instantaneamente: Não foi apenas um pesadelo. Lily precisa de mim.

Se levantou correndo, sacou a espada negra de ferro estígio e, por instinto, viajou pelas sombras, com apenas um pensamento em mente: Preciso encontrá-la.

Quando as sombras se dissiparam, Nico pensou que havia voltado a sonhar. Estava novamente a entrada do beco escuro, sem enxergar muita coisa. Mas sabia para onde deveria ir.

Com a espada em punho, adentrou lentamente o beco. Sua respiração estava ofegante e seu coração disparado. Suas mãos tremiam, e ele não entendia o porquê de todo aquele nervosismo. Já havia enfrentado tantos monstros durante sua vida, uma empousa não era algo a que ele deveria temer. O fato era que, Lily estava em perigo. Todo aquele nervosismo era medo de chegar tarde demais.

Tomava todo o cuidado para não fazer barulho, mas quando ouviu o grito de Olivia, desistiu de ser cauteloso. Avançou rapidamente e, quando viu, seu cérebro processou automaticamente um movimento com a espada. Atacou a empousa, que não teve tempo sequer para se defender antes de se transformar em pó de monstro.

Nico estava aterrorizado. Olivia tremia muito, e era difícil saber se estava consciente. Seu braço direito estava ensopado de sangue, e em seu pescoço dois pequenos buracos se abriam, dando espaço para o líquido vermelho escorrer lentamente. Nico percebeu com horror que aquelas marcas eram os furos deixados pelas presas da empousa.

Ele se abaixou e tomou Lily no colo. Ela não era leve, mas Nico estava tão tomado pela adrenalina e preocupação que não teve tempo de reparar no peso da garota. O corpo da garota estava frio, o que não era uma coisa normal para Olivia Smith. Viajou nas sombras, e logo estavam de volta ao apartamento em Manhattan.

Nico se desesperou. Podia sentir a alma de Olivia se esvair lentamente do corpo da garota. Precisava se apressar, ou a perderia definitivamente.

Deitou Olivia com cuidado na cama. Correu até a cozinha e pegou um pouco de néctar que deixava escondido em um armário para emergências. Quando voltou, percebeu que Lily nem tremia mais. Sua respiração ficava cada vez mais lenta e fraca. Nico se sentou na cama, tomando a cabeça de Lily em seu colo. Tirou os cabelos louros e desgrenhados do rosto da garota, e despejou cuidadosamente o líquido na boca dela. Por um longo momento nada aconteceu. Nico continuava a observando esperançoso. Então a cor foi voltando ao seu rosto, e sua respiração normalizou. Nico suspirou, aliviado. Enquanto afagava os cabelos de Olivia, correu os olhos pelo corpo da garota, reparando em cada detalhe.

Suas roupas estavam amassadas e sujas. A manga de sua jaqueta jeans estava rasgada e completamente ensopada de sangue. Por mais que a ambrósia estivesse ajudando, ainda era necessário tratar daquele ferimento. Nico se levantou, ajeitando Olivia cuidadosamente na cama. Retirou a jaqueta e a camiseta dela, deixando-a apenas de sutiã. Correu os olhos pelo ferimento no braço dela, ignorando qualquer pensamento sujo que viesse a sua mente. Naquele momento, Lily precisava de alguém para cuidar dela, e não de um ninfomaníaco obcecado por ela. Ele tornou a ir à cozinha e pegou as coisas necessárias para limpar os ferimentos. Por mais que a ambrósia já estivesse agindo, se não cuidasse daquilo poderia infeccionar. Quando terminou, fez um curativo ─ o melhor que conseguiu ─ e cobriu Olivia. Soltou um grande suspiro aliviado ao ver a garota segura em sua cama. Estava louco para acordá-la e fazer milhares de perguntas como “onde você esteve?!”, mas Nico sabia que ela precisava descansar e se recuperar completamente. Despejou um beijo na testa da garota e caminhou sonolento até a sala. Deitou no sofá desconfortável do qual suas costas já estavam acostumadas e foi tomado pelo sono quase instantaneamente.

Dessa vez, entretanto, estava livre de sonhos.


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Notas finais do capítulo

Ah, a música que vocês disseram e eu mais achei que combina pro capítulo anterior foi Do I Wanna Know, do AM. Não toda a música, mas alguns trechos caem bem no capítulo. Adorei ver a opinião de vocês, sério! Muito bom c: e espero que vocês deixem review dessa vez, certo? Até o próximo!