Need you now Preciso de você agora escrita por Lucretia Elisa


Capítulo 1
Need you now (Preciso de você agora)


Notas iniciais do capítulo

Comentário da autora: Esse original foi uma inspiração que baixo em mim quando, depois de muito tempo, voltei a ouvir a música Need you now do grupo Lady Antebellum. Assista ao vídeo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=eM213aMKTHg



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Thiago chegou a casa. Estava ensopado pela chuva que caia naquele inicio de noite. Fechou a porta atrás de si e, encostado nela, foi descendo até o chão. A tristeza era visível em seu rosto.

Do outro lado da cidade, Carlos jogava a sua maleta de trabalho sobre a sua cama. Desgostoso de tudo. Tirou os sapatos, pisando pelos calçares de modo displicente, não se importando se aquele gesto estragaria o seu Louis Vitton. Arrancou o seu blazer e a sua gravata de seu corpo, largando-os ao lado da sua maleta. Sentou-se na beirada da enorme cama de casal, abaixou metade do corpo, levando as mãos até a cabeça, enfiando os dedos entre os fios de cabelos aloirados. Bufou, contendo as lagrimas.

Mesmo sem vontade de nada, Thiago levantou-se do chão e dirigiu-se até o seu banheiro. Ficar molhado correndo o risco de pegar uma pneumonia não era uma boa ideia e nem valeria a pena. A tristeza o consumia, mas ficar doente ou morrer por alguém que não lhe dava a mínima não era uma ótima ideia e depois, com certeza, ele nem estaria mais pensando no moreno. Tomou um banho morno, para espantar o frio que começava a sentir.

Saiu do banheiro poucos minutos depois, no rosto ainda o vestígio de um choro escondido. Vestia uma calça de pijama de flanela e secava os fatos cachos de seus cabelos com uma toalha. Sentou-se numa poltrona. Ligou a Tv, mas nada lhe chamava a atenção. Bufou.

Olhou para o lado, havia um livro. Lembrara-se que ele havia emprestado, dizendo que era muito bom e que Thiago precisava lê-lo. Pegou-o e começou a folheá-lo e, de repente, algumas fotografias caíram no chão. Olhou-as. Eram fotos deles dois. Memórias perfeitas do que eles haviam sido um para o outro. Novas lágrimas surgiram nos olhos castanhos de Thiago e a saudade apertara em seu peito. Pegou o telefone e, na agenda telefônica, procurou pelo número dele: Carlos. Ficou por um momento olhando para aquele nome. Desenhando cada letra em sua mente. Depois perdeu mais um tempo na foto logo a cima do nome. Um loiro de olhos azuis e um belo e perfeito sorriso. Perguntou-se mentalmente se ele estaria pensando nele, pois para Thiago era quase impossível não pensar; tudo ao seu redor lembrava Carlos.

Descalço, desarrumado, a camisa para fora da calça, o cabelo em desalinho, em nada aquela cena lembrava impecável Carlos de sempre.

Andou até a cozinha e abriu uma das portas do armário, de lá tirou uma garrafa de uísque que havia guardado para uma ocasião especial. Colocou-a na pia e foi à procura de um copo. Abriu várias portas sem encontrar nada. Um palavrão saiu de sua boca. Nunca encontrava nada naquele maldito apartamento, Thiago lhe fazia realmente muita falta.

Depois de algum tempo conseguiu encontrar o copo finalmente. Encheu-o com o liquido cobre e bebeu-o de uma vez só, sentindo a garganta queimar. Fez uma careta ao final e soltou uma espécie de gruindo. Encheu o copo mais uma vez e voltou a entornar goela a baixo. Estava claro que pretendia se embriagar aquela noite.

Dirigiu-se para a sala, carregando a garrafa de uísque, enquanto tomava goles e mais goles daquela bebida. Sentou-se em frente à porta de entrada de seu apartamento e, enquanto encarava a porta ficou, desejou com todo o seu coração que Thiago largasse todo aquele orgulho besta dele e entrasse ali, todo eufórico como costumava fazer, procurando-o para encher os seus lábios com os seus beijos, tocar o seu corpo com todo o desejo que ambos reprimiam no escritório. Aqueles eram momentos mágicos!

Procurou o seu celular e nele a foto do moreno de belos cachos negros. Deslizou o dedo levemente pela imagem e suspirou, imaginando se Thiago também pensava nele com a mesma intensidade. Bebeu mais pouco de uísque, ao pouco se embriagando para esquecer aquela dor e vazio em seu peito.

Thiago largara o celular de lado; jurara para si mesmo que não ligaria para ele, mesmo que a dor fosse enlouquecedora. Voltou a olhar as fotos jogadas no chão e sentiu o seu rosto umedecer.

Levantou-se, secando uma lágrima que teimara em rolar, e fungou, enquanto ia até a janela. Olhou a chuva que continuava a cair torrencialmente. Procurava se distrair de qualquer jeito, mas Carlos não saia de sua mente. Encolheu-se na sacada e olhou mais uma vez as fotos no chão.

Por que mesmo que tinham brigado? Nem se lembrava mais.

Levantou-se e aproximou-se das fotografias, o pé quase pisando em uma delas. Sentou-se no chão e pegou-a. Ficou ali, durante um tempo observando a imagem. Thiago e Carlos sentados numa mesa de um restaurante de beira de estrada, numa viagem que fizeram há pouco tempo atrás. Por que aquela foto de repente chamara tanto a atenção dele?

A resposta apareceu como um tapa na cara de Thiago e o que mais surpreendeu o moreno fora a forma como Carlos olhava para ele, era algo que nunca havia reparado antes. Como aquilo podia ter passado por ele assim tão despercebido?!

Carlos, naquela foto, olhava para Thiago com admiração, com um olhar apaixonado. Sim, havia paixão naqueles olhos azuis e tudo era para ele, era dele!

Que loucura ambos estavam fazendo afinal se os dois se gostavam tanto?!

Levantou-se abruptamente do chão, pegou o seu sobretudo e saiu correndo porta a fora, sem nem perceber que os ponteiros do relógio na parede da sala estavam quase apontando para uma da madrugada. Mas Thiago não ligava. Que tudo se danasse naquele momento, ele já tinha perdido todo o controle e estava sozinho demais para isso, ele iria bater na porta de Carlos e pronto!

Carlos já estava na metade da garrafa de uísque e recostado à cabeceira da cama ainda segurava o celular. No display a foto de Thiago. Olhara para ela pela milésima vez, tomando coragem, talvez, para ligar. Mais um shot de uísque garganta abaixo. Já estava bêbado o suficiente?

Olhou para o relógio: uma e quinze da madrugada. Há quanto tempo já estava bebendo mesmo? Não lembrava, mas aquilo já devia ser o suficiente para ter coragem para ligar para o seu amado. Sua voz de bêbado seria desculpa mais do que aceitável. Pegou o aparelho e apertou o sinal verde. Do outro lado o telefone tocou uma, duas, três, quarto... Será que ele vira quem ligava e simplesmente o ignorara. Insistiu mais uma vez e a mesma coisa. Não havia problema, mesmo assim, deixaria uma mensagem na caixa postal de Thiago. Deixou que o aparelho tocasse até que uma voz feminina surgiu: Deixe sua mensagem após o sinal.

- Thiago, sou eu. Sei que já é tarde. Passa de uma da madrugada, mas é que estou levemente embriagado. Não sei mais o que fazer, só sei que preciso de você e preciso agora. Eu prometi para mim mesmo que não te ligaria, que não procuraria você, que deixaria você recuperar a razão e voltar para mim, mas não dá mais! Estou perdendo todo controle e preciso de você aqui agora! Por favor! Eu não sei mais como sobreviver sem você. Volta! Eu preciso de você!

A campainha tocou no exato momento em que Carlos terminara de deixar a sua mensagem no celular de Thiago. Levantou-se cambaleante devido ao efeito da bebida e abriu a porta. Quase perdeu seu fôlego quando viu que diante de si estava ele: o seu amado.

Thiago ficou paralisado na frente de Carlos, completamente molhado e morrendo de medo de ser rejeitado por Carlos. Por isso não se mexia, esperava pelo o que o loiro decidiria. Passou a língua pelos lábios, ansioso.

- Eu... – ambos falaram ao mesmo tempo, tentando quebrar o gelo, mas pararam assim que ouviram a voz um do outro.

Bêbado, Carlos ousou esticar o braço para tocar no rosto de Thiago, mas parou antes. O medo da rejeição era insuportável. Respirou fundo, pesado.

Ao contrário do que esperava Carlos, Thiago puxou a mão dele até o seu rosto e fechou os olhos. Como sentia falta daquele toque, do calor daquela pele contra a sua!

- Eu precisava te ver... – sussurrou e puxou a mão do loiro para um beijo.

O corpo de Carlos todo estremeceu com o toque e, sem dizer uma única palavra, puxou Thiago pela nuca e colou os seus lábios dos do moreno num beijo desesperado e cheio de saudade. Como poderia viver sem ele? Não sabia mais como fazer isso.

Ambos entraram no apartamento, batendo a porta com força. Não queriam que ninguém entrasse ali. Naquele momento não poderia mais haver outra pessoa entre ele. Não mais. Estava claro para eles e para quem mais quisesse ver que precisavam um do outro mais do que nunca. Não deveria haver motivo, razão ou dúvidas para que vivessem um longe do outro.

Entreolharam-se, cessando o beijo. Não houve necessidade de palavras ou desculpas trocadas entre eles. Apenas aquela troca de olhares era suficiente, bastava para acalmar o coração dos dois. Carlos mantinha o rosto de Thiago entre suas mãos para ter certeza que era real, que não acordaria com a mesma sensação de vazio que tivera essa semana toda. Um sorriso surgiu no rosto de Thiago. Bastara aquilo para que o beijo recomeçasse e que o sobretudo do moreno fosse deixado, abandonado no meio da sala de Carlos, enquanto eles se dirigiam para o quarto.


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