I Will Always Love You escrita por Liz Bongiovi


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Hey, então... estou escrevendo essa One desde meia noite, e parei agora. Então... espero que gostem!



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Pov’s Beck

“Flashback on”

– Jade... – Falei em um tom tedioso.

– Ai Beck, por favor. Estou sem tempo, okay? – Disse indo em direção à porta. Apenas a puxei pelo braço e a fiz me encarar. – Beck, me solta! – Disse em um tom firme, porém baixo, enquanto puxava o próprio braço.

– NÃO! EU NÃO VOU TE SOLTAR! – Gritei enquanto apertava mais seu braço.

Continuamos gritando um com o outro, sem perceber a presença de uma pequena castanha ao nosso lado. Assim que nos damos conta de que nossa filha estava ali, encerramos a briga na mesma hora.

– Papai, mamãe, parem de brigar. – Falou com algumas lágrimas nos olhos. Logo Jade se abaixou, ficando de joelhos em frente a mesma, enquanto enxugava as lágrimas da pequena.

– Não chora filha, a mamãe não gosta de te ver chorando. Por favor, vai? Não faz isso! – Enquanto Jade passava os dedos nos cabelos de Ariana, pude ver as marcas dos meus dedos em seu braço. Meu Deus, o que eu fiz? – Prometo querida. – Promete o que? Fiquei tão assustado com o que fiz à Jade, que não prestei a atenção no que falavam.

– Promete de dedinho? – Perguntou Ariana, estendendo seu dedo mindinho.

– Sim, prometo de dedinho, meu amor. – Jade conectou seu dedo ao de nossa filha. O que está acontecendo?

– O que você está prometendo? – Perguntei para Jade, que continuava agachada. A mesma apenas se levantou e suspirou pesadamente.

– Prometi que não iríamos mais brigar. – Explicou, enquanto me olhava de uma forma triste, e só então pude reparar que lágrimas rolavam por sua face. Neste mesmo instante, Jade se abaixou em frente à Ariana, e lhe deu um beijo na testa. – Te amo filha, daqui a pouco a mamãe está de volta. E então Jade levantou-se e veio em minha direção. Tive a vontade de puxá-la para um abraço apertado, e então o fiz.

Jade chorava em peito e eu apenas afagava seus cabelos, enquanto sussurrava que tudo ficaria bem. Eu a amo tanto, não consigo brigar com ela. A cada briga, é como uma parte de mim que se quebra.

– Eu preciso ir. – Levantou sua cabeça de meu peito, e secou algumas lágrimas. – Eu te amo, muito! – Disse olhando no fundo de meus olhos, e me beijando. Um beijo calmo e doce, mas carregado de dor e angustia. Encerramos o beijo, e então ela se foi. Atravessou a porta para uma jornada, que no momento eu não sabia, mas seria sem volta.

– Eu também te amo, muito! – Sussurrei para mim mesmo.

Duas horas depois, recebo uma ligação. A pior da minha vida! Jade se foi, se foi para nunca mais voltar.

“Flashback off” – Doze anos depois.

Doze anos se passaram, tanta coisa aconteceu.

Foi uma dor insuportável a que eu, minha filha, familiares e nossos amigos sentimos no dia de sua morte, no dia da morte de uma das pessoas mais importantes da minha vida. A mulher que eu mais amei na vida, se foi em um terrível acidente de carro. Não sabia o que fazer para poder curar o meu coração. Mesmo com esses doze anos que se passaram, ainda dói apenas em pensar, apenas em olhar uma foto, apenas em ouvir suas musicas favoritas, ver “A tesourada” e principalmente, olhar no fundo dos olhos de Ariana. Porque, assim como Jade tinha, Ariana possui lindos pares de olhos azuis cristalinos. Se Ariana tivesse pele pálida, seria a cópia mais idêntica da Jade que poderia existir.

Hoje, Ari está com seus dezoito anos, estuda na H.A, assim como eu e Jade sempre sonhamos, tem o mesmo armário que Jade tinha, possui o mesmo estilo gótico de Jade, toca piano maravilhosamente, e é tão fria e fechada, e tudo isso, devido à nossa perda. Como a Ariana sofreu, sim ela sofreu muito. Tanto pela morte da mãe, quanto pelos abusos freqüentes de Zoey, minha ex-esposa. Sim, eu me casei novamente. Se eu amei-a como amei Jade? Nunca! Jade e eu éramos feitos um para o outro. Posso até dizer que éramos almas gêmeas. Mas mesmo assim, me casei com Zoey Deutch. Uma megera, posso assim dizer. No começo era tudo bom, tudo ótimo, tudo maravilhoso. Eu sabia que ela era diferente. Não diferente de todas as outras, essa era a Jade, Zoey era diferente de Jade. Zoey só pensava em dinheiro, Zoey só pensava em sair, fazer compras, plásticas e coisas assim. No começo ela era boa e gentil com minha filha, ela cuidava da mesma como se realmente fosse sua mãe, ela cuidava assim como cuidava da própria filha, Daphne. Ah, a Daphne. Cuidei dela, como se fosse minha filha. Mas tanto ela, quanto sua mãe foram umas “vacas” com a minha filha. Tudo que faziam, era humilhar minha menina, falar mal de sua mãe, obrigá-la a fazer coisas que os empregados deviam fazer, e assim que descobri, tomei as devidas providencias. Separei-me de Zoey. Não poderia continuar casado com uma mulher que fazia isso com a minha própria filha. Infelizmente soube disse há pouco tempo... mais ou menos uns dois meses e meio, mas o processo do divorcio demorou um pouco mais do que esperava, e então... mês passado finalmente estava divorciado dela. O que realmente me pergunto é: Por que me casei com ela? Então várias respostas vêm à minha cabeça. A principal é: Uma mãe para a Ari. Outras vêm, como por exemplo: Companhia, uma mulher ao meu lado, sexo... mas nunca seria a mesma coisa do que foi com Jade, não mesmo. Me sinto o pior homem do mundo por ter feito minha filha passar por isso tudo, mas sei que agora ela está melhor. Parece que com a saída de Zoey e Daphne desta casa, deixou tudo mais leve, deixou tudo melhor. Ariana agora, sorria como não sorria há muito tempo. Passava mais tempo comigo, coisa que há tempos não era possível quando Zoey estava em casa. Tudo agora estava melhor. Faltava apenas uma coisa. Uma peça deste quebra-cabeça. E esta peça se chama Jadelyn West Oliver. Mesmo que tenha se passado doze anos, nunca irei superar, nunca.

[...]

Estava sentado na sala de musica, apenas tocando em algumas teclas do grande piano, quando ouço risadas vindas da sala. Me aproximo, e lá vejo Ariana , Lucy – Filha de Robbie e Cat – E Rebecca – Filha de Andre e Tori. Pelo que vejo, estão voltando da Hollywood Arts. Sorrio ao ver a cena delas conversando e rindo amigavelmente, enquanto vêem algo no celular de Becca – Pelo que posso ouvir, algo sobre “um cara gato e gostoso”.

Me aproximo das mesmas, e logo elas param de falar do “cara gato e gostoso” e me olham espantadas.

– Err, oi pai. – Diz Ari, um pouco assustada. Apenas sorrio. As outras meninas apenas sorriem e murmuram algo como “Oi tio Beck”.

– Então... sobre o que falavam? – Perguntei apenas para ver o que respondiam. As três sorriram envergonhadas e nervosas, e rapidamente responderam:

– Trabalho de aula;

– Sorvete;

– Escrever... coisas.

Responderam todas ao mesmo tempo. Comecei a rir da cara que elas faziam.

– O que queremos dizer é... bom, temos um trabalho da aula de culinária para fazer sobre sorvetes, e ele tem que ser manuscrito. – Respondeu Lucy.

– Hmmm, não sabia que tinha essa matéria na H.A! – Falei.

– É que... hmmm, eles colocaram essa matéria agora porque... – Começou Becca, um pouco enrolada.

– Porque o diretor, como o senhor sabe, é meio, “gordinho” e para ele comida é arte, então ele adicionou essa matéria. – Ariana cortou Rebecca, e deu uma explicação, hmmm, um tanto razoável. Assenti enquanto as mesmas sorriram aliviadas. – Pai, posso sair com as meninas? Depois vamos dormir na casa da Lucy. A tia Cat disse que ia fazer cupcakes para nós. Posso? – Sorriu e fez o seu olhar de cachorrinho pidão que eu não resisto.

– Claro que pode. – Sorri. Ariana veio até mim, me beijou na bochecha, sussurrou um “Eu te amo, papai” e correu escadas à cima com Becca e Lucy em seu encalço. Logo desceram, e Ari carregava uma bolsa um pouco maior. Despediram-se de mim e foram.

Aproveitei que estava cansado, e fui me deitar. Nesses últimos dias, não estava me sentindo muito bem. Não sei o que está acontecendo, apenas me sinto mal. Deitei-me em minha cama, e caí na inconsciência.

[...]

MERDA! – Ouço alguém gritar do andar de baixo. Levanto-me meio tonto ainda, e decido ver o que está acontecendo. Ao descer me deparo com Zoey, com algo nas mãos que parece ser o jogo de talheres de prata, e um vaso egípcio – que eu e Jade compramos na nossa viagem até o país de origem do vaso, no nosso aniversário de três anos de casados. – quebrado em mil pedacinhos no chão.

Zoey ?! – Chamo a atenção da mesma.

– Oh! Beck querido! Como vai? – Melhor sem você aqui.

– Zoey.. o que você está fazendo aqui? – Suspirei irritado.

– Hmmm, bom, vim apenas para pegar algumas... coisinhas. – Disse cinicamente.

– Pegar algumas coisinhas? – Passei as mãos pelos cabelos nervosamente. – Já não acha que levou coisas de mais?

– Claro que não Beckzinho. Sabe o que é... estava pensando em levar algumas coisas que estão lá em cima. Sabe? No sótão. Tudo bem que ela não tinha muito senso de moda, mas dá para usar algumas coisas. – Referiu-se as coisas de Jade, enquanto subia as escadas. – Ela já está morta há muito tempo, não vai se importar. – Apenas fui atrás da mesma e puxei se braço.

– Nem pensar Zoey. Você não irá encostar nem um dedo as coisas da Jade! – Quem ela pensa que é para pegar as coisas da Jade?

– Fala sério Beck. Como você pode se importar com aquela gótica retardada ainda? Ela está morta, Beck. M-O-R-TA. – Soletrou o “Morta”. – Você e a esquisita da sua filha já deveriam tê-la esquecido faz tempo. – Esquisita?

– Esquisita? Quem você acha que é para chamar a minha filha de esquisita? – Antes de ela responder algo, Daphne desce as escadas com várias coisas na mão.

– Esquisita sim, muito esquisita. Assim como a mãe. Disse largando as coisas no chão, ao chegar no ultimo degrau. Percebi que eram coisas da Jade. Me enfureci neste momento.

– Escutem aqui vocês duas... quero as duas FORA da minha casa, AGORA! – Peguei as duas pelos braços e as arrastei para fora. Deixei-as pelo lado de fora, fechei e tranquei a porta.

Já que tinha dispensado os empregados hoje, eu mesmo tive que limpar as coisas. Tirei os cacos do vaso egípcio e joguei fora. Peguei as coisas da Jade e fui em direção ao sótão. Ah, esse lugar. Ele estava repleto de coisas dela. Desde roupas, sapatos e acessórios, até peças escritas durante o nosso período escolar. Não, eu não poderia me livrar de suas coisas. Elas eram tão... preciosas para mim. Quando fui guardar as roupas, em um tipo de arara, vi que tinha um baú atrás. Peguei o mesmo, e tirei o excesso de pó que tinha em cima do mesmo, puxei-o mais para mim, e me sentei no meio do sótão, com o baú entre minha pernas. Ao abrir, me surpreendi... não me lembrava de tantas coisas. Ali tinham fotos nossas, desde nossa época de adolescentes, até a de casados. Senti uma lágrima escorrer por meu rosto, ao ver aquela foto. Sim, aquela foto... nossa primeira foto juntos, oficialmente como um casal. Tirada por Cat, claro, no dia em que começamos a namorar. Remexi mais um pouco até encontrar um... caderno? Mas que diabos tem um caderno naquele baú? Abri ele para ver o que era, e sem dúvida, aquilo foi o que mais me surpreendeu! Na primeira página dizia “Diário de Jadelyn West – Se você ver, ou ler qualquer coisa que está aqui dentro, sinta-se amaldiçoado para o resto de sua vida!”. Ri com isso. É a cara da Jade escrever algo assim. Folheei um pouco seu diário, e resolvi ler a primeira página.

“10/19/2007

Querido diário... ai credo Jadelyn, já começa seu diário desta forma? Que horror. ENFIM... Estou escrevendo um diário, praticamente obrigada! Isso mesmo, obrigada! Semana passada briguei com uma aberração da natureza, na escola, e todos colocaram a culpa em mim (mundo injusto é foda), e minha mãe, orientada pelo diretor da escola, me levou para o psicólogo. Ele disse que eu preciso controlar a minha raiva, interagir mais com as pessoas e bla bla bla. Uma das brilhantes idéias dele é... eu ter um diário. Ooooba, sempre quis ter um diário! Sqnever! Ele acha que assim, eu poderei falar tudo que estou sentindo, já que eu não falo com muita gente. Quer saber o que eu estou sentindo diário? Diário é chato... vou te dar um nome...Hmmm, já sei, você será o Norbeswelton (sou criativa com nomes, okay Norbeswelton?), enfim... sabe o que eu estou sentindo agora? Raiva, MUITA RAIVA! Sabe por que? Bom, por onde começar? POR VOCÊ! Fala sério... eu não queria você! Não leve para o lado pessoal, mas você é, hmmm, como posso dizer? Um diário indesejado? É, pode ser... mas, quem sabe com o tempo eu não me acostume... se eu me acostumei com a Cat, sem dúvidas me acostumo com você! Você deve estar assim “Quem é Cat?” Bom... Cat é uma coisa ruiva, que fica pulando, falando sobre unicórnios e capcukes, e gritando “Yeeeh” pra tudo. Ela me irrita, muito mesmo, mas fazer o que, né? Amiga de infância... mas okay, acho que este é um bom começo para um diário, ou não... foda-se. Tchau Norb’s (apelido ridículo), INFELIZMENTE, até amanhã!”

Era impossível não rir com o que a Jade escreveu! Norbeswelton, sério? Que nome lindo! Virei mais algumas páginas, e todas elas diziam sobre como foi o seu dia, o que aconteceu com ela, quem ela estava com vontade de matar e coisas assim. Mas parei em uma folha que tinha uma data em especial – 01/24/2008 – Pelo que pude ver mais ou menos, foi seu primeiro dia de aula na Hollywood Arts. Vamos ler para ver o que diz...

“01/24/2008

Hello Norb’s. Bom, o que posso dizer hoje? Vamos começar pelo obvio... hoje foi meu primeiro dia de aula na renomada escola de futuros artistas, Hollywood Arts. Como eu havia dito antes, a Cat foi comigo, pois ela também fez o teste no final do ano passado, enfim... conheci algumas pessoas. A Cat já ficou toda amiguinha de TODO MUNDO! Ela conversou com TODO MUNDO. Falou de Cupcake para TODO MUNDO! A Cat não tem jeito mesmo... bom, conheci um esquisito que não parava de me cheirar um minuto se quer, e o nome dele? Bom... Senjan, sei lá... criatura esquisita. Outro esquisito é um Nerd de óculos, cabelos cacheados, e que carrega um boneco de ventríloquo muito estranho, que ficou ofendido quando a Cat o chamou de boneco. Caramba, qual a lógica? Sem falar que ele me deu uma cantada, mas depois de eu ameaçar cortas certas partes importantes de um homem, com a minha tesoura, ambos os dois (o nerd e o tal de Rex – o nome do “boneco”) pararam de me encher a paciência. Conheci um garoto negro, que não pareceu chato, mas sei lá... só sei que ele tocou teclado na aula de musica, e UAU, ele é bom! O nome dele é Andre... também um tal de Burf (?) ficou comendo pimentão do meu lado e me incomodando,o orientador da escola que ficou passando loção nas mãos e pedindo para mim cheirar (o nome dele é Lane), uma garota COMPLETAMENTE sem talento ficou cantando, e dizendo que eu não tinha talento, pelo menos não tanto quanto ela. Cara, o que é isso? Ela nasceu com alguém defeito no cérebro? Só pode... Ah, já ia me esquecendo... um idiota de um garoto moreno, de cabelos INCRIVEMENTE sedosos e lindos (AI MEU DEUS, NORBESWELTON! IGNORA ESSA PARTE!!!), tropeçou naquele tal de Senjan, que estava agachado no meio do corredor, medindo o tamanho do piso da escola (o porque eu já não sei), e caiu com TUDO em cima de mim, perto do meu armário... foi a maior vergonha... mas, não sei, eu queria matá-lo ali mesmo, mas... ele estava tão lindo. Mas pera Jade, ele caiu em cima de VOCÊ! Ai meu deus... que conflito interno... enfim... foi isso, preciso me arrumar para sair com a Cat --‘ , ela quer que eu veja uma coleção dela de ovos, ou algo assim... Bom, tchau.”

Ah Jade! Que saudades de você. E... eu me lembro muito bem desse dia!

“Flashback on”

Droga, droga... estou completamente atrasado para a aula de espanhol, e o Sikowitz ainda quer que eu pegue um coco para ele, lá com o Festus. Só pode ser brincadeira... bom, meus pensamentos são interrompidos por algo nas minhas pernas que eu não faço a mínima idéia do que seja. Apenas percebi que estou caído em cima de uma aluna, ah, é aquela aluna nova. Droga, olho para trás e vejo o Sinjin no chão com... uma fita métrica? Ao virar minha cabeça para frente, percebo que estou com a boca a centímetros de distância da boca da aluna nova. Seus olhos incrivelmente azuis, estão arregalados, provavelmente devido a nossa proximidade. Na mesma hora, me levanto e ofereço minha mão para a aluna nova, que recusa, e se levanta sozinha.

– Oi, desculpa por isso, mas... o Sinjin estava parado ali, e eu não percebi e acabei tropeçando, bom, eu... oi. – Falei tontamente. Ela me olhava com olhar de descrença, e aparentemente não estava nem aí para o que eu estou dizendo. – Bom, eu sou Beck, Beck Oliver. Prazer... – Lhe estendi a mão. A aluna nova apenas se abaixou, pegou seus livros e saiu. Me ignorou por completo... mas eu vou descobrir o nome dela, ah se vou!

“Flashback off”

Ri de meus próprios pensamentos... virei mais algumas páginas. Em uma dizia que ela fez a “Porcaria da cena do pássaro” e não passou. Me lembro desse dia, o dia que ela não passou. Em mais algumas ela disse que o Sikowitz nasceu com defeito no cérebro, e que ela tinha passado na cena do pássaro, depois de ter gritado, claro. Em uma ela dizia o quão perturbada a Cat é, em outras ela fala que o Sinjin tentou agarrar ela, mas ela mostrou a tesoura para ele, o que fez o mesmo urinar e coisas assim. E então... parei em uma bem, hmmmm, digamos interessante.

“03/03/2008

Ai meu Deeeeeeeeeus, Norbeswelton! Você não vai acreditar! Eu sei, eu sei... eu to parecendo uma patricinha, mas acredite.. as coisas vão piorar, sabe por que? Porque eu vou parecer uma menininha apaixonada! Isso mesmo, apaixonada. Hoje, teve um ensaio de uma peça, na qual o Oliver faz o meu “par”, e então, tivemos que nos beijar. Okay, foi um beijo técnico e normal. Até que o ensaio acaba, e ele me chama num canto e pergunta se eu senti algo com o beijo, e eu respondo que não, claaaaro. Mas sabe o que eu queria dizer? “Siiiiiiiiiiiiiiim, sim, eu senti sim. Caralho, eu estou completamente apaixonada por você! Você e esses seus cabelos maravilhosos”. Mas para não dar o braço a torcer, disse que não, mesmo estando com uma vontade de lhe beijar, uma vontade fora do comum. E eu acho que a criatura lê mentes, porque ele vai e me beija. ELE ME BEIJOU! ELE ME BEIJOU! Meu Deus, Norb’s! Que beijo é aquele? E aqueles lábios carnudos e doces! Ai socorro... eu não quero me apaixonar, mas estou ferrada, porque isso infelizmente... já aconteceu.”

Não acredito que a Jade fez isso comigo! E eu desesperado pensando que ela não tinha gostado do meu beijo! A reação dela foi o pior...

“Flashback on”

Sim, eu estava beijando Jade West. A “novata da escola”. Minha nossa, ela beija tão bem. Ela tem lábios macios, tão... bons. Não tenho uma explicação certa para isso. Após o nosso beijo acabar por causa do maldito, porém necessário oxigênio, ela me olha com seus lindos olhos azuis arregalados, dá um tapa no meu rosto e sai correndo. Mas é perceptível que ela não queria realmente bater. Eu não sei... ela não usou força. Eu já vi ela usando força contra o Sinjin, agora... comigo não houve força. O que será que aconteceu?

“Flashback off”

Virando mais algumas páginas, encontrei uma, realmente MUITO importante.

“03/29/2008

Oooooi Norbeswelton! Será que eu to feliz? Não não, né? Capaz... É claaaaaaro que eu estou feliz. Na verdade muito feliz. Acredite ou não... o imprestável do Oliver, me pediu em namoro hoje! Isso mesmo! Eu estou namorando! Juro que eu ainda não me conformo, mas foi tão... tão... perfeito! Nunca imaginei que seria desta forma... você já sabia que eu e eles estávamos ficando há um tempinho, mas agora... sou a namorada dele, namorada mesmo! Isso é tão emocionante! Ele me pediu em namoro, me beijou (isso é um pouco obvio, não é Dona Jadelyn? Dãã) e meio que passeamos de mãos dadas. Isso parece ser tão simples, mas acho que... essa simplicidade já me faz feliz. Não preciso muito, apenas dele ao meu lado. Noooossa, que frase de mulher encalhada que está atrás do cara saradão... mas enfim... eu to muito feliz por ter alguém que me aceitou como eu sou! Enfim, vou dormir Norb’s! Boa noite!”

Com certeza lágrimas escorriam. Sem dúvidas, meus olhos estavam marejados... na verdade, não tinha como não ficar, não é mesmo? Este momento, foi um dos melhores momentos da minha vida. Foi com este momento que tudo de mais importante para mim começou. Sequei as lágrimas e fui ver mais o diário. Cheguei em uma parte que me deu saudade da Jade e do seu corpo perfeitamente escultural.

“08/12/2008

Bom, por onde começar? Oi? Ta, foi ridículo isso, eu SEEEEEI! Mas estou aqui para comentar sobre algo, como por exemplo... bom, se eu contar para a minha mãe, ela com certeza vai me matar, vai dar um jeito de prenderem o Beck, vai me levar no médico e várias coisas paranóicas. E é por isso que eu pretendo manter isso apenas entre eu, você e obviamente... o Beck. Pois é... perdi a virgindade! A sensação? Foi, bom... foi estranho. Não foi uma dor ruim, mas não foi ótimo... dizem que a primeira vez nem sempre é bom, então... que venha a segunda! Não me arrependo de ter feito sexo com o Beck, sei que ele gosta mesmo de mim, e foi tudo tão naturalmente, que o medo que sentíamos, não foi nada comparado à emoção e o calor do momento... pode não ter sido planejado, nem romântico como muitas meninas querem a sua primeira vez (menos eu, claro), mas para mim foi bom... alias, ele disse que me amava. ELE DISSE QUE ME AMAVA! E eu disse que eu AMAVA ele também! Foi tão tipo... What? Mas, é verdade, eu amo ele, e tudo que aconteceu foi apenas uma prova... ai como eu to melosa, credo. Enfim, vou tomar banho e dormir... to muito cansada. Tchau Norb’s”

Sim Jade, eu te amava! Amava não... ainda Amo! Amo muito... me lembro perfeitamente deste dia. Um dos melhores dias da minha vida...

“Flashback on”

– Eu não acredito! Isso é ridículo Jade. – Falei para a mesma que estava sentada no sofá do meu RV, com a maior cara de emburrada.

– Eu que não acredito. – Falou de cabeça baixa. – Ela te deu bolinhos, Beck. Te deu bolinhos! – Falou irritada.

– Jaaaaade, ela dá bolinhos para todo mundo! Quer saber? Olha o que eu vou fazer com os bolinhos da Meredith! Pequei os bolinhos que estavam em cima da cama e joguei todos no lixo. – Pronto, agora não tem que implicar com os bolinhos da Meredith, e nem com a peça do Andre, okay? – Jade apenas balançou sua cabeça em concordância. – Vem cá. – Puxei-a para se sentar em meu colo na cama. – Não precisa ficar assim, okay? Eu, eu te amo. – Essa é a primeira vez que eu disse que a amo. Acredito que esta seja uma palavra muito importante para ser usada de qualquer jeito. Seus lindos olhos azuis, me fitavam de uma forma diferente. E seus lábios automaticamente voaram até os meus. Começamos um beijo calmo, que rapidamente se intensificou. Nos beijamos como nunca antes. Sim, eu a amava tanto, e não me importei pelo fato de Jade não ter respondido que me amava, pois sei que ela dirá na hora certa. Jade é uma pessoa difícil, e isso eu aprecio nela, aprecio sua forma de pensar a agir. Percebo que suas mãos estão dentro da minha camiseta neste momento, e em um movimento rápido, Jade pula em cima de mim, ficando com as pernas em volta do meu corpo. Mas, não sei se estamos preparados para isso. Talvez não seja a hora certa talvez precisemos esperar mais... Parei nosso beijo, e ela me olhou de uma forma assustada.

– O que aconteceu? – Perguntou meio envergonhada, devido o momento que nos encontrávamos.

– Você... você acha que está na hora? Não sei... talvez não estejamos preparados para isso, não sei. Estou tão confuso! – Não falei nada mais que a verdade. Jade passou suas delicadas mãos (que quase mataram o Sinjin semana passada) por meus cabelos e rosto e disse:

– Beck, eu acho, não tem essa de tempo certo, acredito que o certo, é quando nós estivermos preparados. E, além dos mais... eu te amo. – Falou a ultima parte abaixando a cabeça. Sorri e levantei seu rosto com as pontas dos dedos. Depositei um leve selinho em seus lindos lábios, e então... ambos sabíamos que estávamos prontos, ambos sabíamos que estávamos preparados. Porque esse agora era o nosso momento, porque nós nos amávamos. E se depender de mim, farei dela, a mulher mais feliz do mundo.

“Flashback off”

Desejo e amor sempre foram palavras que eu podia descrever para o que eu sentia por Jade. Claro que tinha bem mais, mas essas duas eram as principais. Li mais um pouco seu diário, chorei, sim, eu chorei muito ao ler o que a Jade escreveu sobre o dia em que terminamos, o dia que eu não abri aquela porcaria de porta. Uma frase sobre esse dia que ela escrever, que SEM DÚVIDAS, fez meu coração doer agora, foi: Me sinto um lixo, um nada. Sabe o que é você amar uma pessoa incondicionalmente, e ela simplesmente te tratar como um nada? Você dedicar todos os seus minutos ao amor que nutre por ele, e do nada, tudo acabou... era só abrir a porta. Girar a maçaneta, e olhar no fundo dos meus olhos e dizer novamente que me ama, para que nós nos desculpássemos e fossemos para o seu RV, e apenas dormir abraçados. Não precisava de mais nada, apenas disso.

Sim, isso fez meu coração doer e quebrar em mais de milhões de pedaços. Não posso voltar no tempo, e isso me deixa pior. Eu sempre a amei, e achei que fazendo aquilo, melhoraria, mas apenas piorou. Estou me sentindo agora, um nada, um lixo. Assim como ela se sentiu naquela época. Mas ela nunca foi isso, eu fui. Sempre eu... e tudo que ela fez foi me amar! Me deito no chão do sótão, com seu diário encostado em meu peito. E ali, penso que se eu fosse agora, como ficaria a Ariana? Ela sofreria tanto, ela sofreria muito mesmo! Mas ela teria a Cat e o Robbie, a Tori e o Andre, seus padrinhos.Sem falar que deixei um testamento, tudo que eu possuo está em seu nome, tudo! Ela ficaria bem, ela saberia que eu estaria em um lugar melhor... eu estaria com a mãe dela. Com esses pensamentos, adormeço, em um sono profundo e eterno, vou embora desta vida. Vou atrás da minha Jade, do meu amor!

[...]

Olho em volta, e estou em um lugar todo branco. Apenas com algumas flores coloridas, e estou deitado próximo a elas. Me levanto, e vejo uma linda morena de vestido preto vindo em minha direção. Assim que ela se aproxima de mim diz:

– Você demorou – Falou usando seu tom mandão de sempre, enquanto colocava as mãos no quadril.

– Me desculpe amor... senti sua falta. – Disse sentindo as lágrimas virem. - Por que você me abandonou tão inesperadamente?

– Nunca de abandonei! Nem à você nem a Ariana... Sempre estive ao lado de vocês, sempre fiquei olhando vocês. Estive ao lado de vocês todo esse tempo. Sei tudo que aconteceu durante esses doze anos. Eu estava lá quando a Ari entrou no seu primeiro ano da escola, eu estava lá quando ela levou o primeiro tombo patinando, eu estive lá na primeira apresentação dela na Hollywood Arts. Eu estava lá quando ela deu seu primeiro beijo, eu estava lá quando ela sofreu a primeira desilusão amorosa. E mesmo sem ela sentir, me ver ou me ouvir, eu estava lá, eu acariciava seus cabelos, secava suas lágrimas e cantava uma canção de ninar em seus ouvidos. Beck, eu estava lá quando você ganhou seu primeiro Oscar, quando você fez todos os seus filmes, eu estava lá durante todo o seu sofrimento pela minha morte precoce, e... eu estava lá quando você se casou novamente. Eu estava lá, torcendo para que você fosse realmente feliz. – Disse baixando a cabeça. Levantei a mesma pelo queixo e olhei no fundo de seus lindos olhos azuis.

– Eu nunca pude ser realmente feliz. Não sem você ao meu lado. – Lágrimas incontroláveis escorriam por sua face. – Tudo que eu tive com a Zoey foi... foi, foi carnal sabe? Apenas atração. Não foi o mesmo que eu senti por você e ainda sinto. Eu sempre te amei, e sempre irei te amar. Você sempre foi e sempre será o amor da minha vida. – Falei enxugando suas grossas lágrimas.

– Mas... – Calei-a com um beijo. Como sentia saudades de seus beijos, como sentia saudades suas. – Todos esses anos eu estava a espera desse momento. O momento em que eu poderia novamente tocar em seus lábios, te abarcar e dizer que eu te amo. – Pude ver seu sorriso. Ah, esse sorriso.

– Te amo, muito! – Falou docemente me abraçando.

– Também te amo, muito! Eu vou sempre te amar... – Falei e depositei um beijo em sua testa.

Unimos nossas mãos, e fomos viver o nosso tão esperado “Felizes para sempre”, por toda a nossa eternidade, com nossa aparência de dezessete anos novamente.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam desta one? Se chegou até aqui, poderia deixar um review, né?
Capítulo dedicado ao Casamento Bade que aconteceu ontem, logo após o KCA (que foi uma bosta), de acordo com o Dan!
Beeijoos!