Querida Jadelyn escrita por ScissorsandCoffee


Capítulo 8
Atração Perigosa.


Notas iniciais do capítulo

Quem são vocês com seus reviews maravilhosos, hein? Nossa, os do último capítulo foram incríveis e perfeitos. Eu fiquei apaixonada. Tive que escolher a risca qual seria o meu favorito (todos se enquadravam ai) escolhi o que achei mais original e divertido. É claro que tem segundo e terceiro lugar, mas eu não posso mostrar aqui. Amei todos, de coração mesmo. Continuem assim!
ANYWAY... Isto não vem ao caso. Eu sei o que vocês querem... HUE - A fanfic. Capítulo novinho em folha, aqui em baixo!
Boa leitura!



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POV Jade

Cheguei a casa logo naquela tarde. Nem pedi carona, vim andando mesmo. Na verdade eu nem percebi que estava andando. Passei o caminho todo pensando no que havia acontecido comigo e com o Beck.

E deveria ignorar tudo que havia acontecido comigo e aquele cara no corredor. Não era grande coisa para mim, na verdade, ele não havia feito nada que me mandasse para terapia depois. Eu estava bem, queria me vingar se ele de fato matou aquela mulher... Mas eu estava bem ignorando os acontecimentos daquela manhã.

O problema de ignorar as coisas para me sentir melhor, é que algumas coisas são impossíveis de se ignorar... Eu não conseguia ignorar o que tinha acontecido com o Beck. Então era possível para eu ignorar tudo que aquele pervertido fez e não conseguir o mesmo com o que o Beck fez? No primeiro caso foi óbvio que eu meio que aticei o cara com aquelas roupas curtas, mas no segundo caso eu mal tinha feito algo.

Era culpa dele.

Deus, como eu o amava! Como eu o amava muito! Eu conseguia me distanciar de uma maneira tão fácil e dolorosa... E porque é tão difícil voltar para ele?

Eu tinha dúvidas. Ele não deveria me desejar mais, por isto não falou nada. Eu tinha certeza. Eu não sou boa para ele o suficiente quanto devo ser. Não sou mesmo.

Mas isto nem era nada para mim, quer dizer, não deveria ser nada. Por isto que ele merecia esta vingança, por isto que eu não me sinto mais culpada por querer o mal dele. Se eu não sou nada para ele, ele não é nada para mim.

Não eram nem seis horas da tarde quando eu decidi tomar banho outra vez e com muito sacrifício troquei os curativos, a fim de cair na cama. Eu não queria chorar, então iria dormir.

Não deveria pensar no Oliver.

Não deveria pensar no Oliver.

Não deveria pensar no que ele havia feito comigo, em como ele deixava o meu coração pulando, em como ele fazia minha respiração mais pesada, e em quanto eu amava e o quanto ele não me amava de volta.

Derramei algumas malditas lágrimas no travesseiro, antes de dormir profundamente durante toda aquela noite e sonhar com os beijos que havíamos dado durante aquela tarde.

Não deveria pensar no Oliver.

Não deveria...

Poderia até pensar no meu ‘quase estupro’ e chorar...

Mas não por ele... Mais uma vez não!

Não deveria derramar lágrimas pelo Oliver.

Na manhã seguinte acordei mais cedo do que habitual. O que foi suficiente para escolher a risca a roupa que iria usar, dar um trato no meu cabelo e fazer uma maquiagem diferente do que eu normalmente usava. Talvez agora eu devesse fazer com que ele pensasse mais um pouco em mim, tivesse um pouco mais de compaixão.

Uma pequena voz em minha cabeça me regredia: mas Jade, ele te salvou daquele bruto nojento e te levou para casa. Ainda teve coragem de cuidar de você e ir denunciar na delegacia ao seu favor. Por fim ele negou passar a noite com você por que não queria ‘mal tratar’ seu corpo mais do que já estava.

Por um lado ele só havia sido dócil e extremamente carinhoso comigo, por outro ele havia magoado meus sentimentos e me rejeitado mesmo eu implorando por ele.

– Pare de pensar nele, sua idiota. – Eu murmurei para mim mesma enquanto ia em direção à cozinha preparar algo para comer.

Depois de ter comido e limpado tudo, já eram 07 da manhã e eu estava completamente pronta. E com raiva de ficar em casa entrei no meu carro e fui direto para Hollywood Arts. Por minha sorte a escola estava aberta e eu pude permanecer lá, não havia quase que ninguém pelos corredores – a não ser alguns nerds solitários que haviam vindo para estudar mais cedo. As poucas pessoas ficaram me olhando, deve ser porque eu nunca havia chegado naquele horário. Qual era o problema, hein? Pensei novamente e eu acho que deveria ser minha roupa que se encontrava um tanto inapropriada.

Não vi um grande problema quando me olhei pela última vez no espelho do meu quarto, apesar de aquilo tudo ter acontecido ontem e haver grandes chances de Beck ficar com raiva minha por estar usando isto... - Afinal de contas, a grande maioria das meninas vinha assim mesmo em meados de verão (Trina era principal, e ela fazia isto mesmo quando era inverno)... – Eu acho que só era uma questão de tempo para as pessoas se acostumarem comigo assim, e isto me lembrou de que é o terceiro dia do meu plano.

E é algo péssimo – sendo que eu só tenho mais dois dias para esta semana acabar. E tudo acaba com ela. Pelo menos voltarei as minhas lindas botas de combate e minhas calças pretas – mas é provável que eu não tenha consigo fazer tudo que eu precisava fazer.

O tempo é muito pouco.

Não pensei que iria ser tão difícil assim.

Fui em direção ao mural de recados da escola enquanto tirei meu celular da bolsa e liguei para a Tori.

– Oi? Hã? Jade? Q-Que horas são? – Ela demorou atender e quando atendeu respondeu toda sonolenta.

– São sete e vinte da manhã. – Eu olhei no relógio de parede que estava em cima da porta da sala do Lane. – E você parece que ainda está dormindo. Sabe que tem trinta minutos para estar aqui, não sabe?

Ela gritou ‘oh meu Deus’ e eu ouvi alguns barulhos estranhos, era como se ela se levantasse da cama em um pulo e corresse para se arrumar. Eu apenas a ouvia arfando e conseguia contar passos rápidos.

– Ei, Tori... Ei TORI! – Eu gritei com raiva, sabendo que ela não estava me ouvindo. – Ah qual é? – Resmunguei comigo mesma, a culpa é minha dela acordar tarde? Ainda estaria dormindo se não fosse a minha ligação. Eu tenho coisas a tratar com ela.

– Acho que terei que esperar até ela chegar. – Me irritei e desliguei o celular. De qualquer forma Tori que iria ligar para todas aquelas garotas virem ao teste hoje á tarde. Sim, hoje teria teste. E sim hoje eu escolheria os meus personagens.

Tudo daria certo. E depois que você voltar a sua ‘verdadeira pessoa’ os seus integrantes nem questionarão nada porque estarão apaixonados demais pelo seu trabalho.

Pensei felizmente enquanto puxei a folha de inscrições do mural. Estavam encerradas, finalmente!

E enquanto eu fiz isto os nomes me chamaram atenção. Havia várias meninas inscritas que eu pensei serem as líderes de torcida, e Tori, e o Daniel e mais alguns caras e ah... Beck?

Beck Oliver?

O Beck?

E o que o nome dele estava fazendo ali? Era um engano? Não, não pode ser possível! A caligrafia e a assinatura são as mesmas e eu as conheço muito bem! Então definitivamente o Oliver queria entrar para a minha peça... Só que ele havia se inscrito antes dos meninos e de todas as garotas da torcida, antes mesmo de Tori! Qual é? Ele havia se inscrito antes?

Por quê?

Como?

Ele me odiava até então. Não sentia desejo por mim. Naquele dia havia falado que as pessoas não queriam trabalhar comigo por eu ser rude o suficiente para assustá-las.

Então o que ele estava fazendo inscrito ali?

Mas que merda!

Parte de mim estava irritada com esta situação, mas oh... Como você me conhece, deve imaginar que fiquei feliz também por poder ficar mais perto do Oliver. Assim ele poderia acompanhar tudo muito bem.

Fui comprar um copo de café enquanto diabolicamente imaginava como tudo iria ocorrer durante este dia.

Se hoje teríamos o teste para os papéis, Tori ligaria para Beck para ele comparecer ao teatro no horário do teste, e ele apareceria! E eu teria grandes chances de estrelar ao lado dele.

Ele estava competindo para o papel principal com o Daniel!

Daniel ou Beck? Beck ou Daniel?

Mas que merda! Como eu escolheria? Beck ganhava fácil, apesar de seu me ex-namorado que não quer nada comigo, ele era um excelente ator e eu tinha que preservar a integridade do meu trabalho duro.

Marchei miseravelmente até o meu armário. Na tentativa de pegar uma tesoura e contar a minha garganta para ela jorrar sangue incansavelmente até o fim da minha lenta, dolorosa e sangrenta morte. Assim não precisaria me lidar com este problemão.

Não parecia mais que alguma coisa daria certo.

Não parecia mesmo.

Porra, Jade...

POV Beck

Minha tarefa mais pesada neste dia seria assistir as aulas... E talvez preencher o meu armário de livros que eu não usaria naquela manhã. Quando que tantas coisas foram parar aqui? Os livros de hoje mal cabem!

E quando fechei o armário com esforço, me virei para ir em direção a minha primeira aula do dia e dei de cara com alguém que eu passei a ignorar desde que esta manhã conturbada começou.

Jade August West.

Jadelyn.

Mas que droga?

Na verdade dei de cara com um par de belos seios que eu conhecia e amava da minha querida Jadelyn: por estar usando nada mais do que um simples top branco que mostrava tudo e uma saia vermelha que era imprópria também.

Jade? Como assim? Ela havia sido quase estuprada ontem, tinha curativos nas costas e o pescoço todo cheio de marcas e chupões e hoje vem mostrando coisas que não eram para serem mostradas?

Minha reação foi dar passos largos e rápidos até ela e a puxar, em incrível força e agilidade para o armário do zelador mais próximo.

– JADE? – Eu gritei para ela quando havia fechado a porta bem atrás de nós.

– Ah, qual é? – Ela se enfureceu comigo, me lembrando de vestígios da minha antiga e verdadeira Jade. – Por que você fez isto? – Ela passou uma mão no punho. – Me machucou.

Eu olhei para ela desacreditando.

– Que foi? – Ela abriu a boca, em total confusão. – Por que me trouxe aqui? Eu tenho que ir para a aula!

Suspirei não acreditando no que eu ouvia. – Jade... Você se lembra de ontem, eu te disse que se você fosse você mesma iria sair com um ponta pé na porta, ou com uma tesoura me ameaçando de morte. Mas você não está agindo como você! E que roupa é esta?

Ela apertou os lábios num biquinho inconsciente. – O que? Não gostou? – Jade pegou na saia e girou ao meu redor, infelizmente, algo que Cat faria. Eu revirei os olhos na tentativa de não me distrair com ela.

– Por que você está usando algo tão curto assim na escola? Sim, é verão e está começando a fazer calor. Mas você se lembra do que aconteceu ontem... – Eu murmurei para ela, sabendo que ainda eram feridas que não haviam sido curadas... A não ser que ela seja extremamente doente e eu a não a conheça direito: e ela já se sente melhor para usar roupas assim. – Poderia estar vestindo algo menos chamativo... E que mostrasse menos... – Apontei para os seios dela. – Parece que você está indo aparecer num filme pornô.

Jade mordeu os lábios e estreitou os olhos, como se discordasse de mim.

– Ontem aconteceu aquilo tudo. Por que está usando isto hoje?

– Não é da sua conta. – Ouvi aquela voz fria e rude, totalmente venenosa que eu sentia muita falta. Isto me fez sorrir e mal perceber que ela simplesmente havia escorregado para fora do armário num piscar de olhos.

– Jade? – Chamei por ela quando ela não estava mais na minha frente.

POV Jade

Depois daquela crise de ciúmes do Beck, (ele havia se incomodado com a minha roupa, mas todos os outros caras de Hollywood Arts não se incomodaram), eu não o vi durante a escola por tempo nenhum. O sinal para o almoço havia tocado e eu estava ligeiramente cansada, não sabia o por quê.

Tudo bem. Eu tinha que me recompor para fazer aquele teste e definir quem iria fazer papel de quem. E o Oliver para meu personagem principal ou o Daniel para o meu personagem principal?

Andei cegamente enquanto esta dúvida cruel martelava na minha mente.

– Jade West? – A voz e a figura de Lane invadiram meu campo de visão. – Eu preciso falar com você.

Ele me guiou do corredor lotado até o seu escritório. Quando abriu a porta eu dei de cara com o Beck. Ele me perseguia ou o que? Imaginei que seria por conta daquele traste vagabundo de ontem.

– Por que eu estou aqui? – Abri um sorriso para o Lane. Ele deu um passo para trás, como se por algum motivo duvidasse de que eu fosse eu.

– Você é realmente a Jade West? Por que tem algo diferente, pelo que eu me lembro... – Ele começou a divagar.

– Sim, sou eu. – Assenti com um sorriso, ignorando um Beck boquiaberto na cadeira por minha reação. – Eu só decidi mudar o meu guarda-roupa e aprender umas coisas novas.

Virei-me para o Beck, e enquanto enrolava uma mecha do meu cabelo em um dedo, pisquei para ele. Lane limpou a garganta visivelmente desconfortável e se virou para a gente.

– Tenho um assunto muito importante para contar a vocês. Sobre ontem, exatamente. As câmeras de segurança de Hollywood Arts captaram os acontecimentos com vocês e o Alex Gooding. Denunciamos assim que vimos a imagem e como ele é um aluno de intercambio da Inglaterra, e ainda por cima maior de idade, e que as leis daqui e de lá são diferentes, o caso será julgado por lá. E segundo o departamento de polícia, ao estudarem as imagens, não foi considerado um estupro de verdade porque não ouve o que digamos: algo mais sério como a penetração e ele não será preso por isto. Talvez por abuso sexual leve, mas as leis de lá são diferentes como eu já disse. E tem o outro caso, como Beck já foi informado, dele ser o principal culpado da morte de outra mulher... Também será julgado por lá e neste eu tenho certeza que ele também pagará pelo que fez com você.

– Mas é só isto? Ele vai continuar solto assim? – Beck se levantou da cadeira com raiva, tão surpreso quanto eu.

– Não. Solto não. Ele foi deporto para lá e expulso de Hollywood Arts, ontem pela noite. Nós faremos uma ligação para convidar os seus pais a virem conosco á delegacia e serem informados do acontecido. E Beck, não, você não levará detenção por ter batido no Alex, sendo que foi um ato de pura e excelente defesa. Jade, seus pais, como responsáveis por você, irão decidir se querem processar o garoto pelo acontecimento. – Ele pegou alguns papéis, que eu reconheci como as nossas fichas de identificação da escola. – Agora eu dou o dia de folga para vocês dois com direito a falta justificada.

Eu olhei para o céu claro na minha frente, do estacionamento de Hollywood Arts. – Está muito sol hoje. – Eu murmurei desatenta enquanto o Beck me arrastava para o outro lado do prédio da escola. Estávamos livres de assistir aula e não iríamos para casa, já que 14 horas nós dois teríamos que voltar por causa do teste da minha peça no Teatro BlackBox. Beck quis passar este tempo comigo.

Ele estava louco, um pouco com raiva, falando coisas como “Sua família deve processar aquele animal nojento. O que ele fez com você foi forte o suficiente para ser um estupro, ele deve pagar isto!”

– Ei, calma. Sou eu quem decide isto. – Masquei um chiclete de morango que eu havia comprado mais cedo. Dei um para o Beck. – Relaxe.

– Como que eu posso relaxar? – Ele ficou andando em círculos e eu me encostei a parede, deslizei por ela até sentar no chão. Só tinha nos dois a vista, o único barulho era dos carros da avenida. – Olha o que você está usando. E os seus machucados?

– Eu tirei os curativos. – Murmurei e dei de ombros. Decidi brincar um pouco com ele. – E qual é grande problema com a minha roupa?

– É curta aos limites. – Ele ficou na minha frente.

Eu continuei sentada e suspirei, ainda mascando meu chiclete. – Eu gosto de mostrar meu corpo.

– Mas eu não gosto que você faça isto. Você sabe... O que aconteceu ontem pode acontecer de novo e ser bem pior. Não é? – Ele estava falando tão sério, aquilo me tocou de alguma forma. Então ele estava preocupado comigo? A vadia que ele odeia?

– Não compreendo de novo, Oliver. Você simplesmente me ignorou ontem da pior forma que uma mulher pode ser ignorada e hoje vem falar coisas protetoras que só um namorado falaria? Nem grande amigo meu você é para falar coisas assim. – Eu me levantei e me aproximei dele, fitando-o desafiadoramente.

– Não sou? – Ele perguntou no que pareceu um deslize doloroso de voz.

– Não é. Nem apenas amigo. – Eu cheguei mais perto. – Você me rejeitou. – Cruzei meus braços. – Seminua. E isto foi o suficiente para mim. Você é um inimigo agora.

– Jade... – Ele suspirou e fechou os olhos. Talvez se lembrando de ontem, talvez não. – Eu fiz aquilo, e você sabia muito bem, que foi por causa daquele idiota. Você não deveria passar por isto ontem por uma segunda vez. Você não entende que eu queria apenas te proteger?

– Meu corpo não vinha ao caso. – Respondi. Eu queria que ele tivesse me dito que me amava, não falado que queria me proteger. – Eu só queria você perto de mim!

Ele parou e me olhou. Eu prendi a respiração. Ele, mais alto do que eu, me olhando de cima, como se me analisasse confuso. Senti-me indefesa naquilo, mas era só porque era o Oliver que me olhava.

– Pare. – Resmunguei, com uma vergonha que não o deixaria ver. – Pare de pensar sobre isto. Esqueça...

– Mas Jade... – Ele segurou a minha mão. Eu me desvencilhei e dei um passo para trás, cruzando meus braços sob o peito.

Eu me sentia fraca. Não pelo que aconteceu comigo e com o Alex, não pelo medo evidente que só agora acabou de abater-se sobre mim por estar usando peças tão curtas onde eu nunca as usaria, mas na verdade eu me sentia fraca era por ele: por não o ter mais em meus braços.

Eu queria sim sua proteção, eu gostava de fazer ciúmes nele, mas eu queria que ele falasse que me amava. Mesmo. Qual o problema disto? Eu só queria ouvir estas palavras dele e saber que eram verdade. Por que era, e deveria ser. Será que ele ainda me amava? Será que ele sentia algo por mim? Eu só queria saber disto.

– Beck... – Eu segurei as lágrimas, o choro, os soluços, tudo que estava por vim. Segurei também aquela dor e suspirei, lembrando-me de ser forte. – Beck... – Seu nome era tão lindo para mim, minha voz saia trêmula, eu não conseguia falar Beck sem hesitar ou sem me machucar.

– Beck... – Eu vou chorar. Queria falar isto para ele, mas eu sabia que nunca conseguiria.

Eu olhei para cima e encontrei os olhos dele sobre os meus. Isto só me fez pior, eu juro. – Beck... – Ele assentiu e eu corri para ele, o abraçando com toda a força que eu tinha.

Você não é um inimigo meu. Me desculpa.

Continuei segurando a minha dor quando finalmente senti os seus lábios nos meus. Aquilo foi a melhor sensação que eu havia sentido até agora, mesmo melhor de que os beijos de ontem porque aqui tinha amor e os de ontem só tinham luxúria e pensamentos mal resolvidos. Eu só queria saber disto, eu só queria descobrir se ele me amava. Eu devolvi o beijo com todo o carinho que eu, Jade West completamente frustrada, poderia dar. Com toda a minha força.

Beck correspondeu outra vez, só que ele me beijava com desejo e amor. Desejo e amor. Era o que eu precisava dele, era só isto. E este pensamento e esta sensação foi fazendo minhas lágrimas e dores desaparecerem. Era como se eu o tivesse de volta.

– Eles vão ver. – Eu murmurei sobre os seus lábios. – Eles vão nos ver, Beck.

– Eu não me importo. Você também deveria não se importar. – Ele me segurou e olhou ao redor. Depois para mim e foi convencido pela careta que eu fazia. – Vamos para casa.

O RV? Eu segurei meu sorriso, o RV que agora era considerado minha casa novamente? Eu nunca imaginei que ficaria tão feliz por isto.

– Ei... Mas eu tenho um teste para aplicar. – Eu o puxei de volta. – Para a peça.

Ele parou comigo, e então olhou ao redor outra vez. E me fitou mais uma vez, com um sorriso tão convencido quanto pervertido.

– O que você está pensando?

Ele sorriu outra vez para mim e me puxou para os seus braços. – Você se lembra do verão passado? No último, antes de nos separarmos? O que tínhamos feito dentro do carro...?

Eu me lembrei e automaticamente um sorriso, e eu sabia que não poderia esconder que vinha com perversão, se formou no meu rosto. – Então você sabe como me convencer a fazer coisas, não sabe?

– Ah, Jadelyn... Você já fica convencida de fazer qualquer coisa só por me ver.

Eu ri alto. Sim, ele era um homem péssimo.

Mas era meu.


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Notas finais do capítulo

Awwww! Gostaram deste?
ROUND N. 2! Mandem-me seus reviews com seus momentos favoritos. Ou não. Ou o que gostou e não gostou... Qualquer coisa. Só me mandem suas opiniões. É a melhor coisa do mundo!



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