“E seus filhos...”.

Eu não sabia o que esperar. Esnobes? Educados? Mal humorados? Bonitos?

Quando todos entraram, fiquei receosa. Por que isso agora? Seria algum tipo de teste? Decidi ficar atenta. A rainha começou a apresentar as mães e os filhos:

–Rayan e Chris. - Rayan, a mãe era baixinha, com cabelos em estilo “chanel” e tinha olhos cor de âmbar. Chris tinha um lindo sorriso e os olhos verdes.

A rainha continuou:

–Madelaine e Dave. – Madelaine, a mãe era alta, tinha longos cabelos loiros e olhos azuis. Usava um blazer branco, ela parecia mais uma modelo daquelas revistas de moda. Dave era ainda mais alto, mas tinha os mesmo olhos azuis da mãe; estava sério, mas resolvi não tirar conclusões precipitadas.

A rainha apresentou os terceiros:

–Christina e Park. – Christina estava sorrindo, mas, tive a impressão que ela não gostaria de estar ali. Seu cabelo estava preso em um coque muito bem elaborado e usava óculos escuros. Park estava analisando (indiscretamente) todas as garotas a sua frente. Quando percebeu que eu estava olhando, abriu um sorriso torto. Tinha olhos cinza, que mudavam dependendo a direção a qual olhava.

E por último:

–Sara e Travor – Sorri quando olhei para Sara. Ela tinha aquela “aura” de mãe sabe? Seus cabelos estavam em um rabo de cavalo e eram castanhos e encaracolados. Tinha olhos castanhos bem claros e sorriu quando a rainha disse seu nome. Travor tinha cabelos pretos e olhos castanhos, mas bem escuros. Seu rosto não tinha expressão alguma.

A rainha tinha um sorriso de orelha a orelha. Suspirando, ela disse:

–Espero que fiquem bem acomodados e quem aproveitem a semana no palácio. É claro, que no jantar, teremos uma surpresa para as senhoritas da Elite. Rapazes e senhoritas, eu e minhas amigas, deixaremos o Salão para o aproveitamento de vocês. Se conheçam. Espero que se deem bem. Com licença.

A rainha saiu, e suas amigas a seguiram.

Eu e as outras meninas nos olhamos. O que deveríamos fazer? Acho que os meninos estavam pensando o mesmo. Um longo minuto se passou. Então Park disse:

–Onde estão os príncipes?

–Na verdade, onde está Maxon? – Chris indagou e me olhou. Corei no mesmo instante.

–Devem estar em alguma reunião. – Dave fala e dá de ombros.

–E as garotas? São mudas? – Travor olha para nós.

Sei que agora parecemos quatro idiotas, paradas olhando os quatro meninos. Decido falar.

–Acho que Dave tem razão. – Todos me olham. – Em relação a Giovane e Maxon.

–Pelo menos, uma delas fala! – Park bate palmas.

–Todas nós falamos. – Celeste interfere.

Então o silencio volta, até as portas se abrirem novamente e os príncipes entrarem.

Travor e Maxon se olham e sorriem; logo se abraçam. Em seguida todos se cumprimentam e Giovane fica olhando para mim, com um sorriso “ei, me ajuda!”. Dou-lhe meu sorriso “Não tenho nem como me ajudar.”. Maxon se lembra de que Giovane está ali, e resolve apresentá-lo; Os rapazes apertam as mãos e olham para nós.

–Quanto tempo pretendem ficar ai? Sem falar nada? – Dave indaga.

–O tempo que for necessário. – Droga. Por que sempre eu sou a respondona?

–Wow. – Chris, Travor e Park dizem juntos, rindo.

–Cara, você acabou de ser “cortado”, por essa bela senhorita. – Travor diz rindo.

–Então é verdade o que dizem das ruivas? – Park encara Maxon. – São as mais interessantes?

Maxon dá de ombros. E eu achando que ele me defenderia, ou cortaria o tom debochado de Park. Porque ele anda tão distante?

–O que faremos agora? – Elsie sussurra, mas foi alto o suficiente para todos na sala ouvirem.

–Eu estava pensando em um filme ou dar um passeio pelo palácio...

–Irmãozinho, você é sempre tão sem graça? – Giovane interrompe Maxon.

–Agora você tem um irmão cara? – Travor se apoia no ombro de Maxon. – Mas que bela droga.

Novamente, Maxon dá de ombros. Quando ele pegou essa mania irritante?

Observo Park passando a mão pelo queixo e vejo um sorriso se formando em seus lábios rosados; Ele fala:

–Tenho uma ideia.

–Sempre ele. – Dave murmura, mas ninguém dá atenção.

–Um jogo. – Park sorri ainda mais. – Verdade ou consequência.

Travor assubia e sorri. Dave abre um meio sorriso. Chris bate palmas. Giovane sorri, e algo me diz que ele já tinha esse jogo em mente. Maxon dá de ombros, mas está sorrindo; esses garotos sempre foram seus amigos? Porque eu nunca subi deles? E... Porque Maxon está tão distante, a ponto de sequer me encarar?

Kriss me dá uma leve cotovelada, na costela e me tira do devaneio.

–Ruiva? – Travor chama. – Suas amigas toparam. E você?

Já houve alguns “jogos”, durante A Seleção. Mas esse, sem dúvidas, era o que mais havia me deixado empolgada.

–Meu nome é America, não ruiva. – Digo encarando Travor. – E sim, também vou jogar.

Travor sorri e diz:

–Okay, okay. Vamos jogar.