Atraída por um Darcy escrita por Efêmera


Capítulo 15
Excitantes Férias de Verão — Parte 5


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores. Este capítulo é pequeno se comparado aos outros, é mais para fechar essas férias que deram o que falar. hehe Espero por vocês no próximo. Apreciem a leitura porque foi escrito com muito carinho. Bjs



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Aquelas férias não estavam sendo aquela maravilha que eu tanto esperava, e tudo porque eu não poderia me sentir mais só do que estava. Jane não desgrudava de Charles, Richard e Georgie simplesmente descobriram que tantos anos separados foi idiotice e viviam grudados (eles diziam que era apenas amizade, mas eu sabia que não iria permanecer assim por muito tempo), Charlotte sumia tantas vezes durante o dia que eu nem mais contava com a presença dela, e Darcy não saia da biblioteca. Minhas férias estavam sendo uma droga!

Eu ainda tentava algumas opções. Como, por exemplo, aprender a cozinhar, dar uma volta sozinha – o que eu apreciava bastante, mas não era algo agradável para fazer sempre – e, principalmente, ler algum livro sempre que a biblioteca era deixada para mim. Como agora. Segundo Richard, Darcy havia ido se deitar cedo (como sempre) e eu iria aproveitar para começar minhas atividades de férias – aquela maldita escola tinha atividades até nas férias... e não eram fáceis. Sendo assim, fui até a biblioteca e procurei entre os meus pertences pelo caderno de atividades de férias, que por sinal era idêntico ao de Darcy, Richard e Charles.

Assim que encontrei comecei a tentar resolver. Por mais que tentava, as fórmulas não faziam sentido. Eu não era nenhuma idiota, mas aqueles cálculos eram mais complicados do que os que eu estava acostumada. Então, considerando que eu só não estava conseguindo porque não era muito boa em matemática, mudei para História. Embora conseguisse responder algumas questões, outras eram mais complicadas. E umas eram até questões subjetivas, que pediam para relacionar o acontecimento histórico com o desenvolvimento de toda uma sociedade... e isso dando a nossa opinião. Eu teria que estudar mais do que o acontecimento, mas o que existia antes e veio a existir depois. Era tão confuso. Eu estava perdendo tanto tempo naquilo e tinha apenas dois dias para terminar tudo, não havia tempo a perder.

Depois de finalmente terminar algumas questões de História, mudei para Geografia. Era ainda pior, pois eu não sabia quase nada. O que iria fazer? Eu ainda perdi em torno de duas horas tentando responder algumas questões, mas já havia percebido que naquele ritmo eu não terminaria nem em duas semanas.

Eu estava perdida!

Seria tão bom nessas horas ter a inteligência de Darcy, assim eu poderia fazer todas as questões no tempo que eu estava levando para fazer apenas um terço... e agora poderia estar dormindo, como ele. Provavelmente até ele já fez a atividade de férias.

De repente uma luz brilhou...

Isso! É mesmo, ele já terminou!

Eu não poderia perder essa chance, dessa forma corri logo para fazer algo que eu jurei nunca fazer na minha vida!

Eu sabia que Darcy dormia cedo. E, pela hora, ele já devia estar sonhando. Eu só devia aproveitar o momento e entrar sorrateiramente.

Criando calma onde não tinha, alcancei a maçaneta – dando graças a Deus por ele não trancar a porta – e girei, invadindo a escuridão que dominava o seu quarto. Como a luz do corredor estava chegando até o rosto de Darcy, fui obrigada a fechar a porta e liguei o meu cell, agradecendo por tê-lo levado e assim não ser obrigada a procurar pelo que eu desejava na completa escuridão.

Meus pés deslizavam pelo piso de madeira com bastante cuidado, tentando evitar qualquer barulho que pudesse me denunciar. À frente, o corpo de Darcy descansava sobre a cama e, pelo movimento de sua respiração, era óbvio que estava dormindo. Aproveitando, continuei a andar enquanto tentava procurar. Minha atenção à procura do caderno de ouro era tanta que não vi uma cadeira que estava bem no meio do quarto e bati, soltando um resmungo. Paralisei.

Droga! Será que ele acordou?

Arrumei a cadeira novamente e olhei para a cama, ele ainda continuava do mesmo jeito. Eu poderia chamar isso de sorte.

Tentei visualizar novamente e finalmente encontrei o caderno. Ele estava mais a frente, sobre o criado mudo, bem perto do cara que eu estava tentando não acordar. Não pensei duas vezes, acelerei meus passos e tentei alcançar. Algumas coisas são bem mais importantes que outras, afinal. Foi quando consegui segurar que senti uma mão envolver meu pulso, puxando-me até que meu corpo estava completamente deitado sobre a cama. Eu precisei de alguns segundos para compreender que aquele corpo sobre o meu era de Darcy. Apesar da escuridão, eu podia sentir aqueles olhos fixados nos meus.

— O que você está fazendo? ― indagou, olhando-me fixamente; meus olhos já estavam acostumados à escuridão e eu podia ver claramente. No susto, deixei o caderno cair.

― Eu não estou fazendo nada! ― repliquei tremendo e tentando me levantar, mas ele não permitiu. ― Eu não roubei nada!

― Eu sei. ― e aproximando mais seu rosto do meu: ― Não se preocupe, eu não tornarei isso embaraçoso para você. Você veio me procurar, hein? — ele sussurrou, seus lábios tão perto dos meus que eu podia sentir seu hálito. — Não lhe disseram, Bennet, o quanto é perigoso entrar no quarto de um homem? O que você está querendo vindo aqui? Afinal, eu posso sucumbir aos meus desejos mais primitivos e não lhe deixar sair desta cama pelo resto da noite...

Aquelas palavras, assim como a forma como elas estavam sendo ditas, fizeram meu sangue esquentar. Darcy estava falando que me desejava? Era isso? Eu poderia surtar! Mas, ainda assim, ele não era nada meu. Eu não poderia permitir isso.

— Hmmm... eu sabia que você queria, Bennet. Venha, vamos começar logo com isso. — ele disse, aproximando ainda mais seu rosto até o meu. Uma parte de mim queria realmente que aquilo continuasse, mas havia outra parte, uma mais racional, que não.

— Pare!

Ele continuou aproximando seu corpo. Sua mão direita, que antes o ajudava a manter uma distância entre os nossos corpos, alcançou a minha blusa e se infiltrou sob ela, tocando a pele da minha barriga. Eu senti um arrepio, e mais uma vez eu pensei que seria ótimo se aquilo fosse em frente. Mas, novamente, eu me lembrei de tudo o que havia acontecido e de como Darcy não se importava comigo.

— Por favor, pare!

A ponta do seu nariz alcançou o meu pescoço, e ele passou a deslizá-lo por minha pele. Seu corpo ainda mantinha alguma distância do meu, mas era o mais próximo que já havia chegado desde sempre. Aquilo era uma loucura e eu não podia permitir.

— Não, William. Pare! A gente não pode fazer isso. Primeiro... primeiro a gente teria que namorar.

Ele soltou uma risada que mais parecia uma tosse.

Depois uma risada de verdade.

E depois se transformou em uma gargalhada irritante.

— Namorar? — ele riu novamente, mas eu não entendia o que havia dito de tão engraçado. — Eu namorar você? Você sofre de algum problema mental, Bennet? Não se preocupe, eu não tenho nenhuma intenção de sair com você.

— O q-que...

— Eu prefiro mulher com peitos. — tornou, sorrindo e apontando para meu busto pequeno. Agora eu podia entender tudo, ele estava me provocando!

Eu senti a humilhação queimar meu rosto. Uma hora ele estava dizendo que me desejava, na outra que preferia mulheres que tivessem algo que eu não tinha. Eu não poderia aguentar aquilo, então levantei correndo da cama e fui na direção da porta, querendo deixar aquele quarto o mais rápido possível. Algo que realmente não aconteceu, pois ele me chamou e eu tive que me virar.

— Ei, você não esqueceu algo? ― falou segurando o caderno que eu havia deixado cair. Eu não deixei que ele ganhasse, voltei-me para a porta novamente e saí. Como não havia fechado totalmente, pude ouvir as palavras que se seguiram: ― Isso é ruim. Eu estava pensando em lhe emprestar como um pedido de desculpa por ter lhe assustado. É uma pena você não querer.

Não pensei duas vezes, abri novamente a porta e lhe respondi sorrindo (afinal, quem precisa guardar rancor mesmo, hein?):

― Já que insiste, irei pegá-lo emprestado! ― A cara de idiota que ele fez foi a melhor, ele não esperava que eu fosse aceitar, era óbvio. ― Além disso, eu preciso de sua ajuda para entender algumas coisas. ― finalizei ainda sorrindo, a cara dele era das melhores.

― Sua estúpida... ― resmungou e eu fingi ignorar.

A essa altura meus olhos beirava o choro e eu fixava meus olhos nos dele, sabendo que ele nunca diria não para alguém que realmente precisasse de ajuda. Não demorou muito, ele sacudiu o rosto.

— Droga! Mas escute aqui... Se eu te ajudar, você precisará ouvir todas as minhas ordens, sacou?

— Sim, claro que sim. Tudo o que você quiser. — sorri, afinal eu não poderia deixar aquela chance passar. Se ele queria mandar, que mandasse.

— Certo, então vamos lá. — falou se afastando da cama. Foi até uma poltrona que ficava próxima à janela e vestiu um sobretudo que estava jogado. Depois foi até a porta e abriu, fazendo sinal para que eu saísse. Assim o fiz, e ele logo estava atrás de mim.

Já havia se passado algumas horas e ainda não havíamos saído da terceira folha. Darcy, como sempre, estava muito empenhado em colocar na minha cabeça conceitos que nunca havia visto da escola antiga. Essa escola, para meu completo sofrimento, trabalhava no terceiro ano conceitos que uma escola normal nunca se preocuparia em colocar na sua grade. Então eu precisava aprender os assuntos que correspondia aos terceiros anos do resto do mundo e ainda aprender outros que só deveria ver na universidade. Não era algo fácil e muito menos agradável.

— E aí, entendeu? — indagou Darcy em seu tom irritadiço que já estava acostumada. Mas talvez ele até que tinha um pouco de razão nesse caso.

Estávamos estudando Matemática desde cedo, uma matéria em que eu não tinha afinidade. Não havia jeito, eu simplesmente não conseguia.

— Desculpe... — sussurrei. Ele revirou os olhos.

— Bem, vamos novamente. ― E então ele voltou a me explicar tudo novamente, agora sua voz aumentando de tom e, pela primeira vez, o vi ficando alterado por coisas bobas como uma fórmula simples. — Então, agora resolva.

— Sim, certo! ― falei começando a resolver a questão. Enquanto isso, Darcy olhava cada passo da questão. ― Ah, sim. Isso eu entendi. ― tornei sorrindo, continuando a resolver, até que algo na questão não estava se encaixando. ― Darcy, por que não está batendo?

― O quê? Você acabou de dizer que tinha entendido! ― perguntou surpreso.

― Sim, sim. Eu entendi quando você disse, mas agora não está dando certo. ― falei sorrindo sem graça.

― Surpreendente! ― ele respondeu revirando os olhos.

― É assim? ― mostrei uma forma que eu achava que era. Nunca me dei muito bem em Cálculo.

― Não! Claro que não! Faça isso direito!

E foi assim que passamos a maior parte da noite. Entre questões confusas e gritos que ele dirigia a mim. Ele sempre havia sido tão calmo, com sua voz mordaz me lançando palavras dolorosas, mas agora vê-lo tão alterado me trazia algum sentido. Eu gostava de estar assim com ele, fazia tanto tempo que algo como isso havia acontecido. E para mim não importava se ele sempre me tratasse dessa forma, pois era melhor do que ser ignorada como estava sendo nas semanas que se passaram.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Deixem suas opiniões nos comentários, estou sempre lendo e buscando melhorar para vocês. Bjs ;*



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