Jake DarkShadow

Estava eu, no meu lindo sono, com um lindo sonho. Até que tudo começou a tremer e uma voz extremamente chata começou a me chamar.

— Jake? Jake, acorde.

—Mmm.

— Vamos Jake, você me pediu para eu te acordar. São quase quinze para as sete.

— Mmmm.

— PUTA QUE PARIU, JAKE DARKSHADOW, DÁ PRA VOCÊ ACORDAR?!

E eu cai no chão com tudo. Despertando de meu lindo sono e lindo sonho.

— Porra, Chi, será que você não consegue ser mais gentil? E por que diabos você me acordou?

Ela rolou os olhos.

— Eu tentei ser gentil, mas você não queria acordar. E foi você que me pediu para te acordar.

— Eu preciso parar de ter ideias estúpidas — murmurei.

— Sim, você precisa — ela concordou.

Agora foi minha vez de revirar os olhos, e levantar da cama.

— Sinceramente, o que vocês, homens, têm contra camisas?

Eu sorri maliciosamente.

— Bem, nem todos os homens têm alguma coisa contra camisas. E não é que eu tenha. Eu apenas dispenso o uso de usá-las, acho um tremendo desperdício contra o meu corpo sexy.

Angeles fez uma cara de quem iria vomitar, mas pude perceber que suas bochechas estavam levemente coradas. Meu sorriso se abriu. Acho que um dos meus passatempos favoritos era encher o saco dessa baixinha.

Ela já estava arrumada, óbvio. Eu tinha pedido para ela me acordar já que meu celular estava sem bateria e para mim, sem celular é sem despertador. Ela usava uma calça skinny preta e uma blusa branca que ficava gigante nela dos Muppets. Rolei os olhos novamente.

— Chi, quando você vai aprender a se vestir?

— Quando você aprender a ter educação.

— Ah, isso só vai acontecer quando você virar uma mulher de verdade, sabe?

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Como assim?

— É óbvio, não? Isso acontece quando você deixa de ser uma tábua...

E em menos de dois segundos, uma ardência surgiu na minha bochecha. Ela tinha me batido. Ela bufou, envergonhada e com raiva, e foi em direção a porta.

— FIQUE BANGUELA LOGO, JAKE! — e bateu a porta com tudo.

Suspirei, ela ficava com raiva muito fácil, era só uma brincadeirinha. Depois de me arrumar e ter tomado um copo de café, sai do apartamento.

Andei pelos corredores da faculdade e fui em direção ao pátio, pois tinha cerca de cinco minutos antes de bater o sinal. Foi quando eu ouvi um barulho muito estranho do meu lado.

Era um som um tanto quanto indescritível, bem estranho. E quando eu virei para ver o que era, eu me espantei.

Eu estava frente a frente com um pinguim.

Angeles NightWalker

Eu estava caminhando pela faculdade com raiva. Minha cara provavelmente parecia um tomate e eu estava com raiva.

Acabei de lembrando algumas coisas do meu passado. Quando era pequena, tinha aproximadamente seis anos, muitas pessoas me criticavam por eu usar aparelho, me criticavam por não ser muito inteligente, se não era por isso, era por ser muito pequena. Eu lembro que as pessoas sempre me tiravam do sério, não importava se eram parentes ou não, as pessoas sempre pareciam ter algo para usar contra mim, como se me ver feliz as incomodasse. As únicas pessoas que eu pensei que jamais me decepcionariam foram Allan e Ele.

Lembrar dele fez meu coração subitamente afundar no fundo de meu peito, eu não sabia se ficava triste ou com raiva. Uma pessoa que eu sempre pensei que estivesse ao meu lado. Ele e Allan estavam sempre brigando quando tínhamos uns oito anos para a posição de meu melhor amigo. Eu não ligava para quem era mais meu amigo, desde que eu tivesse os dois ao meu lado.

Balancei a cabeça, por que RAIOS eu estava lembrando dele?

Por culpa de quem? Do Rei Demônio.

— O que você tem, Angeles? — perguntou Derek, um dos meus colegas estudantes de farmácia.

— Me envolvi com o Rei Demônio — respondi morbidamente.

Ele arqueou uma sombrancelha. Ele era tinha a pele bem clara, mas não tanto quanto a minha. Seus olhos eram verdes e seu cabelo era de um preto cacheado. Ele era bonito e legal a maioria das vezes, só não era muito inteligente.

Ele começou a rir e dizer que eu realmente era doida. Você não faz ideia, camarada.

Depois de ter milhares de aulas como química, bioética, matemática avançada, anatomia, citologia e blábláblá, eu finalmente pude ir para o meu dormitório. Hoje eu não tinha marcado de ajudar Vincent então decidi parar para comer um cookie na lanchonete.

Vincent era um cara extremamente tímido e meigo. Pelo que dava para ver de seu capuz ele era loiro e tinha olhos azuis claros. Não dava para ver se era bonito ou não, mas ele era extremamente inteligente, exceto por uma coisa: comunicação com as pessoas.

Ele fazia faculdade de medicina assim como Jake, mas como ele era muito solitário, duvido que Jake lembre dele. Ele precisava melhorar isso, então eu estava meio que servindo de “psicóloga” dele. Não que eu me importasse, eu gostava de ajudar as pessoas.

Eu estava em meio aos pensamentos enquanto comia meu cookie de chocolate quando vi Jake saindo de fininho pelo campus da faculdade com uma barriga de grávida.

JAKE ERA UMA MULHER? E ELE ESTAVA GRÁVIDA...OU MELHOR, GRÁVIDO? Será que ele era como aquelas mulheres com cirurgia? Ele devia ser uma mulher muito feia para ser um homem tão bonito e...

Pera, Angeles, nada disso faz sentido.

Eu andei até aquela ser desprovido de educação. Ele realmente parecia estar com medo de que alguém visse ele.

— Jake?

— Jake? — perguntei mais alto.

— JAKE DARKSHADOW! — gritei.

Ele levantou num pulo como se nem tinha pensado na possibilidade de eu estar ali.

— O-oi, Chi, o-o que você está f-fazendo aqui?

Por que gaguejar?

— Jake, o que você está fazendo, e o que é esse volume na sua camisa?

Foi quando eu ouvi um barulho estranho. Era realmente estranho. Como um animal. Eu arqueei uma sobrancelha para Jake como perguntando o que ele estava fazendo. Ele estava pensando em alguma coisa, eu sabia que eu teria que pressioná-lo para ele me dizer a verdade.

— Jake, ou você me conta a verdade ou então eu sairei correndo falando que você está grávido e chamarei o reitor.

Ele começou a rir quando eu falei sobre a gravidez, mas subitamente parou quando falei sobre chamar o reitor. Ele ficou sério, muito sério.

— Não, você não vai contar isso para ninguém e...

A coisa da barriga de Jake pulou e foi em direção ao chão. E quando eu vi, era um pinguim. UM FUCKING PINGUIM!

— Que diabos, Jake?! Você sabe que é proibido ter animais aqui no campus da faculdade.

Ele bagunçou o cabelo em sinal de que estava frustrado.

— Eu sei, Chi, e esse pinguim não é meu! Acabou que eu achei ele quando estava indo para a aula e olhe a barriga do bicho.

Eu direcionei meu olhar para o animal. Ele tinha uma cicatriz imensa na barriga, como se alguém fosse desprezível o suficiente para machucá-lo.

— Como...?

— Eu ouvi uns garotos de veterinária falando sobre tráfico de animais. Que eles machucavam horrivelmente aqueles animais que eles não conseguiam vender. Eu acredito que seja esses caras do tráfico.

— Mas isso significaria que...

— Que alguns dos nossos queridos alunos estão envolvidos. Sim.

— E o que faremos com ele?

— Vamos cuidar dele, até cuidarmos desse negócio do tráfico e depois vamos ver se arrumamos um lugar para os animais no zoológico.

— Cuidar desse assunto? Jake, o que você está planejando.

Ele me deu um sorriso como se já tivesse decidido há muito tempo o que iríamos fazer.

— Nós vamos pegar esses malditos, dar um chute na bunda deles e salvar esses animais.