A Garota do St. Agnes - SkyeWard Part II escrita por Jessyhmary


Capítulo 18
A Filha da Morte


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera! Revelações, mais revelações... rs

#BoaLeitura! :)



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– Como estamos? – May era a última a adentrar a sala de reuniões.

– Sem tempo. – Coulson olhava para o relógio. – Temos menos de duas horas.

– É o suficiente. – Dizia Fitz, que segurava o 0-8-4 meio desengonçado.

– Tem certeza? Porque se o radar estiver errado...

– Não, ele não está. – Fitz interrompia o comentário nitidamente preocupado de Ward.

– Vocês dois estão demais, hoje! – Jemma levou as mãos à cabeça, com seu adorável sotaque que lhe conferia doçura mesmo numa expressão ligeiramente tensa.

– Só quero encontrar Skye.

– Todos nós queremos, Ward. – May voltou atrás para corrigi-lo – Você não é o único que se preocupa com ela.

A tensão pairava sobre o Bus. Fitz e Simmons carregavam os equipamentos para o heliponto do prédio. Aquele era o lugar onde tudo havia dado errado. Foi o lugar em que Ward deixara Skye escapar de suas mãos. Ele se sentia o pior do grupo naquele momento. Ele era o especialista. Treinado em combate. Letal. E deixou um estranho levar a mulher que ele amava para um lugar distante. Literalmente para outra dimensão. Sua vontade era poder voar e ultrapassar as barreiras que separavam os nove reinos. Com a raiva que ele estava, ele poderia socar a cara do próprio Steve Rogers se ele aparecesse na sua frente naquele momento.

– Vamos logo com isso. – Ele disse sério, colocando os óculos escuros.

– Ward? – Coulson o chamou para um canto, deixando os outros passarem na frente – Essa sua postura não está ajudando no momento. Deixe que Fitz-Simmons façam o trabalho deles. Não pressione. – Coulson o repreendia com voz firme, mas educadamente – Você sabe que eles estão acostumados com isso. Trabalhar sobre pressão. Eles sempre encontram um jeito. Não aja como um idiota. Todos nós estamos apreensivos pela Skye. – O chefe abotoou seu próprio paletó – Não dificulte as coisas.

– Sim, senhor. – Ward respondeu, escondendo muito mal o fio de ignorância que perpassava pela sua voz.

– Senhor? – Simmons chamava o chefe, esperançosa – Estamos quase prontos.

– Quase? – Ward estava realmente nervoso – O que está faltando?

– Precisamos apenas esperar o 0-8-4 aquecer e refazer o caminho originário desse campo. Quando a luz azul se fizer bem nítida... O portal estará aberto.

– Ótimo. – Coulson encarou seus agentes, sério – Essa não é uma missão oficial. Sei que todos aqui amam a Skye e trabalharam para que pudéssemos reabrir a passagem... Mas a decisão é pessoal. – Ele olhou todos eles, um a um – Quem não sentir-se a vontade, pode desistir agora.

Houve um silêncio no meio do pequeno grupo. O único ruído era o do vento suave que tocava os cabelos dos agentes. Nenhum deles voltaria atrás. Não quando era a vida de Skye que estava em jogo.

– Todos estamos prontos para ir, senhor. – Jemma pronunciou-se em nome do grupo.

– É, senhor. Estamos prontos. – Fitz reforçou e Coulson deu um largo sorriso.

– E não somos os únicos. – May apontou na direção do enorme feixe de luz brilhante que tornava a visão dos agentes meio turva.

– Coloquem os óculos. – Coulson alertou. – Está na hora da ação.



(...)



Aos poucos, a escuridão sem fim transformava-se numa espécie de transe louco. Eu podia ouvir alguns sussurros ao longe, as vozes misturavam-se numa confusão sonora que começou a perturbar a minha cabeça. Não me lembrava de absolutamente nada. Meu corpo tentava se mexer, mas parecia que outra pessoa detinha o controle dos meus membros. “Okay... Eu não estou totalmente acordada.” Concluí, de alguma forma. Permaneci imóvel, estirada sobre uma superfície lisa, que depois de um tempo pareceu estar gelada. Mais alguns minutos e as vozes foram chegando mais perto e eu pude separar uma da outra. Um homem e uma mulher estavam conversando, mas eu ainda não estava muito sã para compreender o que se passava ali. Tentei abrir os olhos com dificuldade e a claridade da sala fez com que eu os fechasse novamente por impulso.

– Ela está acordando.

Eles falavam de mim? Talvez. Mais uma tentativa e pude deixar os olhos semi abertos até que a claridade não mais incomodasse. Do meu lado, também estirada em uma plataforma que brilhava como diamante, estava uma jovem senhora. Ela tinha os cabelos trançados num tom azulado que lhe caía sobre os ombros revelando um semblante ainda mais angelical. Usava um longo vestido – Do que parecia ser alguma espécie de veludo – Que imitava o desenho das penas de uma águia, com enormes faixas em preto e branco e seus pés estavam envoltos numa sandália cor de terra, com tiras que tocavam o chão. O homem havia desaparecido. “Droga, me lembrei... Loki me enganou outra vez.

– Querida...

A voz rouca arrastou-se pelo vão, até encontrar meus ouvidos ainda meio atordoados. A Mulher estendeu uma das mãos na minha direção, falando fracamente. Seus olhos brilhavam em lágrimas, num misto de riso e choro. Meu coração apertou. “É ela.” Senti.

– Vai ficar tudo bem, meu bebê. Não vou deixar nada te acontecer.

Engoli em seco. Meu coração aumentava a velocidade cardíaca a cada segundo. Meu corpo ainda estava paralisado, mas naquela hora, consegui mexer meu braço. Os movimentos voltavam conforme eu me esforçava para quebrar aquele congelamento interno, até que a voz conseguiu caminhar para fora das minhas cordas vocais. Era tudo o que eu queria.

– Mãe? – Arrisquei.

– Minha pequena Violet! – Iduna respondeu, aos prantos.

Não consegui segurar a mão dela. Comecei a chorar, desesperadamente, tentando levantar daquela plataforma horrível que me separava dela. Meu pulso doía cada vez que eu tentava levantar minha cabeça daquela plataforma idiota, mas eu não me importei. Meu ouvido começava a latejar, mas isso também não importava no momento. Eu precisava tocá-la.

– Mãe, eu não consigo me mexer!

Iduna chorava mais ainda. Ela estava presa pelos pulsos à plataforma, Loki estava na sala quando eu estava retornando, então com certeza ele planejava alguma coisa com aquilo. Ele não deixaria tão fácil assim.

– Eu sei, querida. – Ela falava em meio ao seu choro – Eu também não consigo sair daqui.

Meu pulso latejou mais forte agora. Eu sentia como se alguma substância tóxica fosse injetada nos meus vasos sanguíneos cada vez que eu cerrava o punho. “Quero ver até onde vai essa dor.” Pensava comigo. “Loki me quer viva, então isso não é letal. Não pode ser.”

– Mãe... – Olhei para ela, com os olhos molhados – Isso vai doer um pouco em mim, mas não se preocupe. Loki me quer viva, então... Eu vou ficar bem. Pelo menos eu acho que sim.

– Violet... Não!

Mal pude ouvir meu novo nome (que eu gostei muito mais do que o “Hela” que Loki me deu) quando apertei as mãos com força. Senti meu corpo convulsionando e ouvia os gritos de Iduna desesperada, sem poder fazer nada para impedir aquilo de tomar conta do meu corpo. A dor era indescritível, eu sentia que havia espadas atravessando cada célula que compõe o meu corpo, apertei os olhos com toda a força que tinha, quase fazendo-os entrar para dentro de vez. Cega e surda não dava.

– Aaaiii!! – O grito saiu violentamente da minha garganta. Tudo no meu corpo ardia. Tudo.

– Violet! Pare! Não vale a pena... Violet!

A voz da minha mãe era nítida nesse momento. Após o ápice de dor, a convulsão acabou por me suspender alguns centímetros da plataforma onde eu estava, me soltando bruscamente sobre ela logo em seguida. O mármore rachou.

– Minha cabeça... – Falei, sentando-me sobre a plataforma. Tinha dado certo, eu estava livre.

– Violet? – Ouvi a voz de Iduna me chamando – Você conseguiu...

– Mãe!

Corri até Iduna, jogando-me sobre ela impulsivamente. Me ajoelhei ao seu leito e coloquei minha cabeça sobre o seu peito. Estávamos chorando. Muito.

– Eu vou tirar você daqui. – Disse, quebrando as correntes que a prendiam na plataforma.

– Bravo! Bravo! – Uma voz estridente surgia na sala, o repugnante ser batia palmas lentamente – Sabia que conseguiria, Hela.

– Hela?! – Iduna sentou-se na cama, indignada – Como ousa chamar minha filha assim?

– Cale-se! – Loki caminhava pela sala – Ela passou pelo primeiro teste.

– Teste? – Não entendi o que ele estava dizendo.

– Ah! Deixe-me esclarecê-la. – Ele colocou a mão no meu ombro e eu desviei. – Sabe as pétalas? Eram das flores mortas que eu ofereci à minha mãe também morta. – Ele olhou para baixo, ficando um pouco abalado ao falar de Frigga – Despejei a morte sobre você, Hela. E elas não fizeram nenhum efeito. Aliás – O ser irritante se corrigiu – Nenhum efeito ruim, pelo menos.

– O que aconteceu? Por que eu não morri?

– Seu corpo absorveu a morte, Hela. – Estremeci com aquela afirmação. – Você já a possui dentro de si há muito tempo... Mais precisamente, desde o dia em que nasceu. A morte corre nas suas veias.

– Eu ainda não entendi o que você está querendo dizer.

– Ah, não? – Ele cruzou os braços e fez uma cara de ironia para Iduna. – Você não contou para ela? – Ele balançou a cabeça, negativamente – Que feio, Iduna... Não contou pra filha quem é o seu próprio pai...

– Mãe... Do que ele está falando? – Arregalei os olhos, assustada.

– Sinto muito, Violet.

Ela abaixou a cabeça e quando a ergueu, as lágrimas voltaram a cair.


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Notas finais do capítulo

#tenso

— Comentarios e sugestões são sempre bem vindos :)

#itsallconnected #StandWithSHIELD



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