Pov Niklaus


Meu sono profundo estava sendo interrompido por um barulho irritante, que me deixava cada vez mais distante do sonho. Depois de alguns segundos, reconhecia o toque do meu celular, que vibrava e tocava uma música irritante. Me mexi um pouco na cama, e senti um braço apoiado na minha barriga, abri os olhos lentamente e mirei a mulher ao meu lado, que dormia feito um anjo, seus cabelos negros estavam bagunçados de uma forma sexy, seu corpo era coberto apenas pelo lençol branco, assim como eu. Levantei as sobrancelhas, com certeza eu não lembro o nome dela. O celular tocou novamente, olhei pela escrivaninha e vi que era do trabalho. Peguei e atendi rapidamente.

— Alô.

— Niklaus, posso saber por que esta acordando onze horas da manhã plena segunda-feira ?— Esbravejou meu chefe. Poderia jurar que ele estava com os dentes trincados.

— Nicolas, fica calmo. Não precisa me acordar aos berros. Sou seu melhor agente, então começa a me tratar melhor. Que tal ?— Falei normalmente e ele suspirou do outro lado da linha.

— Quero você aqui, daqui vinte minutos!— Ordenou depois de alguns segundos e logo desligou.

Coloquei o celular novamente na escrivaninha e me espreguicei ainda deitado.

— Bom dia— Ouvi a voz feminina ao meu lado, ainda sonolenta.

— Bom dia, preciso que vai embora. Tenho que trabalhar— Me levantei só de cueca e fui indo até o banheiro.

Tomei um banho demorado, para que aquela garota fosse embora e não ficasse me perguntando se lembrava o nome dela, ou jogando salto em mim só por que não me lembrava. Depois de alguns minutos ouço a porta bater com força e sabia que ela estava furiosa. Desliguei o chuveiro e enrolei uma toalha na cintura, o quarto estava vazio até que enfim. Odiava quando elas ficavam até de manhã, queria o que ? Café da manhã na cama ?
Não era o tipo de homem romântico e atencioso que elas queriam, só satisfazia os desejos delas. Era rico e tinha o emprego dos meus sonhos, por que iria pensar em casar e ter filhos ? Preferia minha vida de mulherengo, prendendo bandidos de perigosos. Abri a cortina da minha janela, que ia do teto até o chão e deixei o Sol entrar. O quarto estava uma zona, minha roupa da noite anterior espalhada pelo quarto e algumas camisinhas fechadas e outras abertas no chão. Me vesti e sai do quarto, para mais um dia de trabalho.

— Bom dia, senhor Mikaelson— Falou minha empregada, assim que desci as escadas.

— Bom dia— Respondi já saindo da minha casa.

Saio e vejo minha audi branca toda pintada de batom nos vidros, chego mais perto e tiro o óculos escuro.

" Babaca "

" Tomara que você morra, idiota "

" Eu te odeio "

Respirei fundo e sabia de quem era a obra, garotas desiludidas que pensavam que eu era um galã de cinema. Sacudi a cabeça em negação e voltei a colocar os óculos, entrando no meu carro. Não tinha tempo de lavar o carro, nem de me preocupar com essas mulheres louca. Dirigi até meu trabalho, ouvindo buzinas e piadas idiotas. Estacionei e Nicolas me esperava na porta do prédio da empresa.

— Seu agente preferido chegou !— Abri os braços indo em sua direção.

— O que aconteceu com o carro ? Casou-se ?— Perguntou curioso com alguns papéis na mão.

Nicolas era gordinho, mas o que tinha de gordo tinha de chato. Queria tudo na sua hora e na perfeita ordem. Eramos amigos de infância e sabia que isso era umas das coisas que segurava meu emprego; Com vinte e cinco anos ele já era calvo e aparentava ser mais velho.

— Uma coitada— Dei os ombros e nos abraçamos em comprimento.

— Niklaus— Falou assim que nos separamos. Sua voz não era uma das melhores— Preciso que viaje até Mystic Falls e resolva um problema.

— Mystic o que ?

— Vem, vamos pra sala— Deu as costas e foi entrando no prédio.

— Emagreceu, Nicolas ?— Zombei indo atrás.

— Vai pro inferno!

Subimos até sua sala que era quase no último andar. Era sempre tão arrumada e poderia jurar que os livros eram em ordens alfabéticas. Atrás da sua mesa, que era acompanhada por uma enorme cadeira confortável e giratória tinha praticamente uma parede transparente. Poderia ver a enorme avenida, e os prédios próximos e até os mais distantes.

— Mataram uma garota de dezenove anos— Sentou-se no seu lugar, me sentei na cadeira de frente pra mesa e pra ele.

— Ual, qual o motivo ?— Me encostei cruzando os braços.

— Não sei. Ninguém sabe, a única coisa que sabemos é que foi encontrada com dois tiros no peito e um na cabeça— Levantou seus olhos até mim— Não tinha briga com ninguém, não era nova na cidade e os pais estão desesperados.

— Ex-namorados ?

— Ela nunca namorou! Tinha poucos amigos, mas não era de arrumar confusão.

— E você quer que eu faça o que ?

— Precisa se infiltrar no meio desses adolescentes, e descobrir o que aconteceu. Vai viajar até Mystic Falls e me trazer o culpado ou culpada de tudo isso !

— Ah, você só pode estar brincando. Sabe que odeio isso! Coisa de adolescentes, com certeza foi um ex-namorado louco. Ela poderia namorar escondido, por que não— Dei os ombros.

— Niklaus! Quem a matou é um profissional, e com certeza a levou pra fora daquela escola. Ela morreu na festa de formatura! É alguém que a conhecia.Não tinha ligações no celular, muito menos mensagens!

— Vai ser fácil— Me levantei— Volto daqui uma semana então.

— Confio em você— Também se levantou esticando a mão direita— Sei que vai conseguir.

— Claro que vou— Apertei.

— Cuidado Niklaus, quem a matou com certeza é muito experiente!

— Eu também sou Nicolas, eu também sou— Sai por aquela porta e virei os olhos.

Estava acostumado com bandidos perigosos que matavam presidentes. Não um bando de jovem sem noção, que morava em uma cidade pequena. Aquilo estava sendo uma chatice, mas vou levar isso como férias. Nicolas me deu a notícia super legal de que iria viajar naquela tarde, estava tão empolgado que queria me jogar daquele prédio. Arrumei minhas coisas e fui direto para o aeroporto. Assim que sentei no meu assento, tomei um remédio para dor de cabeça e me encostei para dormir, o avião mal decolou e eu já queria voltar pra casa.

Depois de algumas horas, ouço as rodas pegarem no chão derrapando, abri os olhos lentamente e parecia que tinha acabado de cair no Amazonas. Desci do avião e no aeroporto alguém me esperava com uma placa, não era pra ser segredo ?

— Niklaus, meu nome é Louis vou leva-lo até Mystic Falls.

— Eu já não cheguei ?— Perguntei virando os olhos.

— Não senhor, será mais duas horas de carro. Lá não tem aeroporto.

— Ai que ótimo!— Joguei a mala na mão dele— Não demora.

Foram as duas horas mais cansativas da minha vida, eu iria matar quem matou essa garota. Fez eu viajar milhas e andar de carro por duas horas.
Ele parou na porta de uma casa, que era super pequena.

— Por que parou ?— Me arrumei no banco olhando em volta.

— Nicolas disse que iria ficar nessa casa— Abriu o porta-luva. Tirei minha arma, engatilhei e apontei pra ele.

— Calma— Levantou os braços assustado. Na mão esquerda ele segurava uma pasta preta— Só tenho que entregar isso.

Ainda apontando a arma vejo uma pequena carta, novas identidades, um celular novo e chave da casa. Na carta dizia:

" Deve estar querendo me matar né ? Pois é eu sei. Mas essa era a melhor casa que consegui arrumar. As únicas mansões dessa cidade são dos Salvatores e do Prefeito. Mas você vai se adaptar. Ai tem seus novos documentos e nomes, não precisa usar se não quiser. Eu sei que não vai. Bom trabalho "

Olhei para o motorista que ainda estava com a mão levantada, abaixei minha arma e guardei.

— Ele deixou algum carro pelo menos ?

— Sim senhor— Abaixou as mãos, observei uma gota de suor descer pela sua testa.

Desci do carro e parei na frente da pequena casa.

— Olá Mystic Falls.