A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 9
Capítulo 9 - As plumas negras do Corvo e a flecha da discórdia.


Notas iniciais do capítulo

Uma coruja de asa quebrada e o auxilio da deusa da discórdia. Éris começa a agir e seu alvo é a barreira de Atena. Johan VS Nyctea. O duelo das trevas.



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Capítulo 9 As plumas negras do Corvo e a flecha da discórdia


Casa de Sagitário - Santuário de Atena

Hyoga desceu as doze casas sem dizer para onde ia. Ao mesmo tempo Seiya sentiu três poderosos cosmos se movendo na região do Vilarejo.

— Se o discípulo supera o mestre, então até que ponto Johan pode superar ou se igualar ao poder de Shun?! Contudo... Que movimentação suspeita será essa vindo de Rodorio?

Seiya saiu da casa de Sagitário e ficou na beira da escada, olhando para o Santuário. Com o arco e flecha na mão, ele já estava preparado para atacar a qualquer momento.

— Se os cavaleiros de prata não forem alertados sobre a invasão, apenas os cavaleiros de bronze vão estar na defesa do Santuário. — Seiya segurou o arco e a flecha em uma mão e deu um soco em um dos pilares da casa de Sagitário com a outra. — Que diabos de planos de defesa é esse que veio do Grande Mestre? Por acaso ele está aliviando as coisas pra Ares?! 

—...—


Portão sul do Santuário

As trevas de Nyctea voltaram a cobrir o campo de batalha. No meio de toda aquela escuridão os lamentos de Ban, Geki e Nachi ecoava. Os amigos choravam pela morte de Ichi, o cavaleiro de bronze de Hidra. Johan permaneceu de costas para eles sem ao menos reagir em relação a morte do companheiro de batalha.

— Não vai lamentar pela morte do seu colega de batalha, corvo? — perguntou Nyceta.

— Não. — respondeu Johan, friamente. — Estamos em um campo de batalha e a morte de um cavaleiro é natural. Lutamos para não morrer, mas sempre estaremos prontos se for inevitável e necessário. Você zomba da morte de Ichi, mas nós sabemos o quanto seu ego está ferido nesse momento. Ichi danificou a sua Onyx, a armadura que você tanto se orgulha em usar, feriu você e colocou no chão.

— De fato fiquei surpreso pelo Hidra conseguir danificar a minha Onyx... — disse Nyctea, passando a mão em cima da pequena rachadura. — Mas não passou de uma rachadura no peito. Essa vestimenta negra foi forjada nas profundezas do monte Etna pelo próprio Hefesto. Para causar um dano maior vai precisar muito mais do que um lampejo de cosmo de um cavaleiro de bronze. 

O cosmo de Johan se elevou e dois olhos vermelhos passaram a brilhar no meio das trevas.

— Você acha que consegue esconder o que sente? Você acha que essa sua escuridão é rival para mim?

— O que?! Você consegue enxergar no meio dessas trevas? — perguntou Nyctea, surpreso.

— Tão bem quanto possa imaginar.

— Então se consegue enxergar tão bem nas trevas dele, porque não salvou o Ichi? — perguntou Geki. — Por que deixou Ichi morrer se lançando na sua frente?!! Por que o deixou morrer?!!! — gritou.

O silêncio voltou a pairar no meio das trevas. Apenas se ouvia a respiração e soluços de choros dos cavaleiros de bronze. Depois de um curto tempo, Johan quebrou o silêncio.

— Se você tivesse prestado atenção nele, iria ver um ferimento nas costas de Ichi. Em uma das investidas da Serpente divina, Ichi foi ferido de raspão pela presa da besta. — explicou Johan, com um tom sério. — Ele iria morrer de qualquer maneira, então não acha mais digno ele morrer lutando e defendendo alguém ao invés de ficar sentindo dores, se debatendo e espumando até morrer?! Não acha mais honroso para ele saber que vai morrer protegendo uma vida alheia ao invés de saber que vai morrer sofrendo por causa de um veneno?! — Ninguém respondeu. Até Nyctea parecia surpreso. — Tentem sair do campo de cosmo das trevas. O campo não se estende por todo o território. Levem Jabu com vocês. Vocês não estão emocionalmente estabilizados para permanecer em um campo de batalha agora. Só vão atrapalhar.

— Não. — Rebateu Nachi.

— Nós vamos lutar. — disse Ban.

— Não me desobedeçam!! — disse Johan.

— Se a emoção fosse algum atrapalho, seu mestre estaria morto. — comentou Geki

— A diferença é que meu mestre é poderoso, e se for necessário ele abandona os sentimentos. Deixando a bondade de lado e usando a razão para derrotar o oponente. Mas e vocês? São poderosos o suficiente para superar seus próprios sentimentos se for necessário? — Johan falou friamente em um tom repreensivo. — Nesses últimos anos vocês ficaram presos em suas fraquezas, se apoiando nessas filosofias comparativas. Deveriam ser mais poderosos que os atuais Cavaleiros de Prata, mas olhem para vocês. Continuam submissos.

Geki e os outros não responderam. Permaneceram calados.

— Linda lição de moral, mas ninguém vai sair daqui vivo. — disse Nyctea. — Acabarei com você Corvo e depois darei um fim neles.

— Vocês continuam nos subestimando. — disse Nachi.

— Não estou subestimando vocês. Sei do que podem ser capazes, mas se não abandonarem as emoções ou se tornarem poderosos a ponto de superar os sentimentos, vocês irão morrer um após o outro nesse campo de batalha. — disse Johan

— Uma vez Atena disse que não importa a cor da armadura, o que importa é a intensidade em que queimamos o nosso cosmo. A intensidade só acontece se houver insistência e perseverança. Não vou me dar por vencido só porque meu adversário é forte ou porque um cavaleiro de prata está querendo me dar lição de moral. Garoto, quando você era uma criança, estávamos sacrificando as nossas vidas enfrentando um deus da morte furioso. Não é a primeira vez que ficamos diante de um oponente forte, e não vai ser os nossos sentimentos por nossos companheiros que irá limitar o nosso cosmo. — Um cosmo se elevou no meio das trevas emitindo um brilho fraco. — Que a deusa Nike guie o meu cosmo para a vitória. — Clamou Nachi. — Matilha lunar!

Um uivo ecoou e em seguida vários lobos prateados e brilhantes, com olhos vermelhos, garras e dentes afiados, surgiram cortando as trevas e indo em uma direção cega. Houve um grito e em seguida um estrondo. Nyctea foi acertado mais uma vez e as trevas enfraqueceram, deixando o campo mais nítido.

Johan arregalou os olhos impressionado. O golpe de Nachi alcançou uma velocidade próxima a velocidade da luz, pegando o próprio Nyctea de surpresa.

— Eu... Eu o derrotei?

— Ainda não. — respondeu Johan. — Mas foi um golpe excelente. Agora vá e deixe que eu cuido do resto. — Seus olhos, antes roxos, agora estavam vermelhos.

Geki colocou Jabu, que ainda estava desacordado, no ombro. Ban carregou Ichi nos braços e Nachi os acompanhou. As trevas sumiram e no campo de batalha restou apenas Johan e Nyctea. O berserker se levantou, mas com um aspecto menos soberano de quando chegou. O seu elmo foi arrancado pelo golpe e a rachadura formada por Ichi em sua Onyx ficou um pouco maior. A Onyx mostrava ser mais resistente do que Johan esperava.

Uma parte do muro de defesa do santuário tinha desabado. Alguns soldados estavam na abertura para evitar invasões, enquanto os soldados de Ares tentavam, sem resultado, passar pela barreira de Atena que repelia qualquer um que fosse servo de Ares. Nyctea olhou para as tentativas frustradas dos soldados e voltou sua atenção para Johan.

— Parece que as coisas não estão saindo como planejado. Não tenho tempo para perder com você. Tenho ainda que matar seus amigos de bronze e dar um jeito de derrubar essa barreira. — Nyctea ergue a mão direita para o céu. — Portanto Corvo... — vários olhos fechados surgiram flutuando ao redor de Nyctea. — Amaldiçoe sua vida e morra. Olhar de Nyx!

Os olhos se abriram e cada olho lançou um raio dourado em direção a Johan.

— O mesmo golpe não funciona duas vezes contra um cavaleiro.

— Tolice! — rebateu Nyctea.

Johan novamente ergueu os braços e elevou o cosmo. Um violento vento cercou seu corpo para neutralizar e sugar o golpe, mas não adiantou. O turbilhão foi tomado pelo golpe e Johan foi lançado a mais de cinquenta metros de altura.

Enquanto Johan caia, Nyctea fechou a mão e correu, e antes de Johan chegar ao chão, o berserker o acertou no abdome. O cavaleiro de corvo cuspiu sangue e foi lançado em direção ao muro. O impacto deixou um buraco na muralha e o cavaleiro de prata desabou no chão.

— Como eu disse, tolice. O mesmo golpe pode funcionar quantas vezes eu quiser, basta apenas aplicar mais forte e mais rápido.

Um cosmo poderoso se elevou no local onde Johan havia caído, fazendo o vento se agitar e soprar forte. Poeira e pedras se erguiam por causa da forte potência do cosmo, mas diante daquilo o berserker apenas sorriu. Johan se levantou, mas agora sem o elmo e com sérios danos na armadura.

— Não treinei por tanto tempo para perder para alguém como você. — disse Johan. — Seria uma vergonha para a minha armadura, que com tanto afinco me protege, e uma desonra para meu mestre.

— Não seja orgulhoso, corvo. — disse Nyctea, sorrindo e elevando o cosmo. Garras afiadas surgiram em seus dedos. Seus olhos brilhavam como ouro e seu cosmo transbordava imensamente. — Vamos colocar um fim nisso. — disse ele, voando em rápida velocidade em direção a Johan.

Nyctea o atacou com as garras, mas Johan não conseguiu desviar a tempo e teve o peito da sua armadura arranhado. O Cavaleiro de Prata girou no ar e esticou a perna, conseguindo acertar um golpe no peito de Nyctea, mas o ataque foi inútil. Nyctea se quer precisou se defender. O berserker então investiu contra Johan, como uma coruja indo agarrar um rato.

Johan se esquivou a tempo e saltou para longe. Ainda no ar ele abriu os braços e elevou o cosmo, abrindo imensas asas negras feitas de cosmo.

— Plumas adaga!

As duas asas explodiram e inúmeras penas negras surgiram indo em direção a Nyctea como se fossem lâminas afiadas. O berserker usou suas garras afiadas para retalhar as plumas, mas algumas penas ultrapassaram o seu bloqueio e o atingiram, causando cortes profundos nas partes em que a Onyx não o protegia.

Miserável... pensou Nyctea. Eu o subestimei por ser um Cavaleiro de Prata. Geralmente esses vermes morrem com apenas um golpe. Mas esse cavaleiro... Seu cosmo parece se igualar ao de um Cavaleiro de Ouro. Que patético ser pressionado por um verme de prata.

Nyctea usou a sua asa e cobriu uma parte do seu corpo com ela. Tomado pela ira, o berserker elevou seu cosmo ainda mais e o abrir as asas uma forte onda de cosmo arrastou Johan por alguns metros. O berserker partiu para cima dele novamente, com os olhos dourados tomados pelo desejo de matar o seu oponente.

— Vou arrancar os seus órgãos seu desgraçado!!

A cada investida, Johan desviava e contra-atacava com socos e chutes, apesar do berserker bloquear a maioria dos golpes, ao passo que Johan tinha dificuldade de manter uma boa defesa. O Cavaleiro de Prata conseguiu atingir um soco no rosto do berserker, mas Nyctea o acertou com as garras na barriga e o cortou. Pego por uma dor aguda causada pelas garras, Johan perdeu o equilíbrio e foi pego por uma sequência de golpes.

—...—


Arredores do Santuário

— A barreira ainda permanece em pé, então nenhum soldado invadiu o Santuário. Se continuar assim, nem mesmo "eles" vão conseguir entrar. — disse Éris para si mesma.

A deusa abriu a mão direita, e com uma de suas unhas afiadas da mão esquerda ela fez um pequeno corte na palma da mão. Ao seu lado surgiu o seu bidente, o qual brilhou e se transformou em um arco e uma flecha negra.

Éris pegou a flecha e a banhou com seu sangue, colocando em seguida no arco e a apontou para o Santuário.

— No meu sangue corre o poderoso Ihkor da minha mãe, a deusa primordial da Noite e da criação, Nyx. Nenhuma barreira será poderosa o suficiente para resistir.

Éris elevou seu cosmo e o ar em volta da deusa se tornou pesado, consumindo a vida do solo ao seu redor. A terra debaixo dos pés da deusa perdeu vitalidade, secou e rachou. Seu longo vestido negro voou com o vento forte junto com seus longos cabelos azuis escuro. 

— Vá e derrube. — disse Éris e disparou a flecha. A flecha foi cortando o vento e brilhando em um tom roxo macabro.

—...—


Portão sul do Santuário - Grécia

Preso na sequência de golpe de Nyctea, Johan sentia que estava perdendo, então na tentativa de se livrar das garras do berserker ele gerou uma potência com o cosmo e o empurrou. Johan colocou a mão na barriga e depois olhou para a palma da mão. Sangue. O ferimento foi profundo e ele estava perdendo bastante sangue, mas ele não podia se dar por vencido. Os dois elevaram o cosmo mais uma vez. Os olhos de Nyctea brilhavam como ouro e os olhos de Johan brilhavam como um rubi. Os dois estavam prontos para aplicar o melhor golpe para lançar contra o outro, mas ambos pararam e voltaram a atenção para um poderoso cosmo que rapidamente se aproximava.

— Mas o que é isso? — pensou Johan. — Um cosmo poderoso como o de Atena se aproxima em rápida velocidade. — Os olhos de Johan se arregalaram ao notar que o cosmo estava indo em direção a barreira. — Não!

Em um piscar de olhos uma flecha negra passou cortando o céu e atingiu a barreira de Atena. A colisão causou um forte estrondo. A flecha ficou fincada na barreira e em seguida se dissolveu em um cosmo roxo escuro que se espalhou trincando a barreira. Por um momento pareceu que flecha havia falhado, mas em um momento seguinte a barreira explodiu com um som ensurdecedor. Era como uma gigantesca cúpula de vidro se desfazendo. 

Johan ficou de boca aberta e olhos arregalados. Nyctea, também espantado, de olhos arregalados deu um sorriso.

— Ela fez isso... — disse o berserker sorrindo. — Só pode ter sido ela.

Johan não respondeu ou se perguntou quem era essa pessoa a quem Nyctea estava se referindo. Apenas observou a barreira cedendo.

—...—


Sala do Grande Mestre - Grécia

Uma onda de cosmo bateu na sala do Grande Mestre e abriu a porta. O impacto causado pela flecha e a explosão da barreira se propagou dentro do Santuário.

Atena, que estava sentada no trono, deu um pulo e ficou de pé olhando estarrecida para o lado de fora do salão através da porta aberta.

— A minha barreira...

— Caiu. — Completou Tourmaline.

— Apenas uma divindade poderia derrubar a barreira. — disse Atena, ainda espantada. — Será que Ares...

Atena deu dois passos para trás e cedeu no trono novamente. Plavin, que estava segurando o báculo de Atena na mão esquerda, colocou a mão direita no ombro de Atena para confortá-la.

— Isso é uma guerra... — disse o Grande Mestre. — Não baixem a guarda!

Os soldados voltaram a fechar as portas do salão e o silêncio pairou naquela imensa sala.

—...—


Saída do Vilarejo de Rodorio - Oeste do Santuário

Três pessoas cobertas por mantos negros e encapuzadas estavam parados diante da barreira de Atena, que agora estava caindo. O mais alto entre os três carregava uma espada nas costas e várias cabeças na mão esquerda, segurando-as pelo cabelo.

— A barreira começou a rachar no lado sul, então só pode ter sido Éris. — disse um dos homens encapuzados.

— Você sabia sobre a barreira? — perguntou o homem do meio. Sua voz era suave e fria.

— Não. No relatório do espião não havia nenhuma informação sobre barreiras. Deve ter sido alguma ideia de última hora de Atena.

— Não deixe que essas surpresas voltem a acontecer. Não podemos arriscar.

— Chega de conversa fiada. — disse o homem mais alto. — Vamos. Temos que terminar isso antes que o grande momento chegue.

—...—


Portão Sul do Santuário - Grécia

— Agora que a barreira caiu, não posso perder meu tempo aqui com você.

— Lhe digo o mesmo, Corvo.

Ambos elevaram seus cosmos. A essa altura da batalha, ambos estavam feridos e cansados, mas a situação de Johan era mais grave. Queimar o cosmo com tamanha intensidade só iria causar a morte de ambos ou do mais ferido. O cosmo de Nyctea fez as trevas de Nyx voltar, mas o cosmo de Johan fazia as trevas rodarem em um furacão. Em meio as trevas algo começou a tomar forma. Várias corujas negras de olhos dourados feitas do cosmo de Nyctea começaram a surgir das trevas e a voar ao redor do seu conjurador.

Do cosmo de Johan, plumas negas começaram a girar ao seu redor, acompanhando o vento forte que o circulava.

— Vou lhe mostrar do que um berserker é capaz!

— Darei tudo nesse golpe, Nyctea!

— Não espero menos de você.

Nyctea estendeu as mãos para frente e disparou seu golpe.

 Voou das trevas!

As corujas demoníacas de Nyctea voaram em direção a Johan, mostrando garras afiadas que cortam tudo. Pareciam pássaros vindo do inferno para devorar a carne humana. Eram corujas de plumas negras, com enormes garras afiadas, olhos dourados e magras, como se vivessem com fome.

— Vou rasgar a sua pele. Vão corujas, devorem ele até não sobrar nada. — disse Nyctea.

Johan abriu os braços e liberou todo o seu cosmo.

— Tempestade da pluma negra!

O chão tremeu e começou a se despedaçar. Grandes placas de rocha se soltaram do chão e circularam no ar com a força do golpe. As corujas de Nyctea cortavam caminho no meio do vento forte, mas algumas eram trituradas pelas plumas afiadas de Johan.

— Meus parabéns corvo! — comentou Nyctea. — Para um cavaleiro de prata, você possui um cosmo próximo ao de um cavaleiro de ouro. Afinal, quem foi o seu mestre? Aquele que o cavaleiro de urso citou.

— O meu Mestre... — o cosmo de Johan se intensificou. — É o Lendário Cavaleiro de Andrômeda!

Nyctea arregalou os olhos. Os dois golpes colidiram e explodiram. Ambos foram lançados a metros de distância, deixando o campo todo destruído, formando uma enorme cratera.

Johan, caído no chão, perdeu toda a armadura e estava seriamente ferido, sem forças para se levantar. Ao olhar para o outro lado, viu Nyctea cuspindo sangue e se curvando de dor. A Onyx de Nyctea permanecia um pouco mais intacta, exceto na parte do peito onde o golpe atingiu em cheio e fez a rachadura abrir mais ao ponto de formar um buraco.

De repente um cosmo poderoso e sombrio cobriu todo o campo. As lanças e as espadas dos soldados de Atena e dos soldados de Ares começaram a flutuar. Todas apontadas para o grupo de soldados, de ambos os exércitos, que estavam reunidos diante do portão sul.

— Fracos! — disse uma voz de mulher. — Em um campo de batalha os fracos devem ser desprezados. A barreira caiu e vocês continuam ai parados. Se não servem para nada, morram!

As lanças e as espadas foram disparadas em direção aos soldados. Johan tentou gritar e se levantar, mas não teve forças. Naquela velocidade todos foram transpassados e retalhados pelas inúmeras lâminas.  Uma nevoa negra surgiu no céu e dela surgiu uma mulher, como se estivesse sendo moldada da própria nevoa. Estava nua mostrando toda intimidade de um corpo perfeito em curvas, com seus grandes seios à mostra, tendo os mamilos cobertos pelo seus longos cabelos azul-escuros. Sua pele era pálida e seus olhos eram olhos verde-esmeralda.

A nevoa a cobriu formando um majestoso vestido negro com uma presilha na cintura, como se fosse um cinto, que moldava suas curvas e destacava seu quadril. Era formosa, mas tinha um cosmo assustador. Uma lança surgiu em sua mão direita. Ela desceu de encontro ao chão aterrissando suavemente.

— Quem é você? — perguntou Johan tentando se levantar.

Ela olhou nos olhos de Johan e sorriu.

— Eu sou Éris, a deusa da discórdia. — respondeu a mulher. Johan arregalou os olhos e deu um passo para trás. — Você disse ser discípulo do Lendário Cavaleiro de Andrômeda. Você deveria saber que alguém como você, discípulo de um lendário, é um perigoso promissor. Poderoso demais para permanecer vivo.

Éris apontou a lança para o coração de Johan, que estava de pé com uma mão na barriga para tampar o ferimento. Exausto e ferido.

— Morra corvo!

Quando Eris se posicionou para disparar a lançar, a arma congelou. Ela olhou para lança e olhou para o portão sul. Um cavaleiro estava vindo em sua direção. Andava despreocupadamente, mostrando uma forte imponência. Ele tinha cabelos e cavanhaque loiro e olhos azuis. Estava trajando uma armadura dourada que emanava um cosmo gélido e poderoso. O vento que o acompanhava era frio como o seu olhar e a cada passo que ele dava o chão congelava.

Éris sorriu.

— Você veio até aqui?! Hyoga de Aquário!!

—...—


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo: A noite se torna mais fria do que o normal no Santuário. Enquanto o lado norte congela, um traidor se revela entre os Cavaleiros de Prata. Duas criaturas encapuzadas surgem diante da casa de Aries e pretendem subir as doze casas, mas um poderoso cosmo está guardando a primeira casa do Santuário.

Capitulo 10 - Voe cisne contra a discórdia. O guardião em Aries.


Obrigado a todos pelo entusiasmos de ler mais um capitulo. Qualquer duvida ou se quiser sugerir uma ideia fiquem a vontade. Afinal é minha obrigação no minimo agradar a vocês.

Obrigado. Abraços.



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