A Saga de Ares - Santuário de Sangue escrita por Ítalo Santana


Capítulo 3
Capítulo 3 - A nova geração do santuário. A consagração de um dourado.


Notas iniciais do capítulo

Sempre que as forças do mal tentem dominar a terra, os lendários Cavaleiros de Atena surgem para protegê-la. Neste capitulo, os treinamentos dos aspirantes tem inicio. O Santuário fica mais agitado ainda. Dois jovens vindo de Jamiel chegam no santuário trazendo 5 grandes urnas. Quem são eles?



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Capítulo 3 – A nova geração do Santuário. A consagração de um Cavaleiro de Ouro


Casa de Sagitário, Santuário de Atena – 1988

Minutos depois da reunião no templo do Grande Mestre, Seiya, Shun e os outros se reuniram no salão principal da Casa de Sagitário. Diante do testamento de Aiolos.

 Shun, por que você me deteve? questionou Seiya.

Apenas quis evitar um conflito desnecessário.

— Desnecessário?! Atena estava machucada. — disse Seiya. — Eu vi. Você não deveria ter me impedido. É nossa função protegê-la.

— Nem tudo é o que parece, Seiya. — disse Shun.

— As Saintias já estão fazendo o papel de protegê-la. — disse Marin, que encarava o testamento de Aiolos. — Mas a sua preocupação com Atena é legítima. Só não seja tão incisivo. Depois do que o Santuário passou nos últimos anos, eu passei a desconfiar de tudo e a observar em silêncio. Posso garantir a você que Atena está bem.

— Marin... Você sabe de alguma coisa que nós, os Cavaleiros de Ouro, não sabemos? —  perguntou Hyoga.

— Talvez o Shun possa explicar melhor. —  disse ela.

Todos voltaram a sua atenção para o Cavaleiro de Virgem.

— Como vocês já sabem, o Grande Mestre foi para o Star Hill e interpretou as estrelas. Ele não revelou nada ao Santuário ainda, mas... Há uma previsão de que uma guerra se iniciará daqui a dez anos. — explicou Shun, deixando todos surpresos. Exceto Marin, que já desconfiava. — Mas é um assunto delicado. Ele confidenciou isso apenas para Atena e eu.

— Isso por acaso tem a ver com a missão que você liderou há alguns meses atrás com Marin e Jabu? — perguntou Shina. — No Templo do Oráculo?

— Exatamente. — disse Shun. — Por isso qualquer ordem ou atitude dele ou de Atena devem ser respeitadas. Tudo pode resultar no futuro da guerra. Eu também sinto que o Mestre tem um bom coração e não temos motivos para duvidar dele. — Shun apertou as mãos. — Não quero derramar sangue de ninguém.

Shiryu respirou fundo.

— Não gosto muito da forma como Delfos se impõe. Mas Shun tem razão. Ele é um bom homem. E se Marin já está observando tudo... Podemos confiar na dedução dela. — disse o Cavaleiro de Ouro de Libra. — Também sei que se algo acontecer com Atena, Seiya estará atento. Não temos com o que se preocupar. Agora eu tenho que ir. Preciso retornar para Rozan.

— ... —


Escritório do Grande Mestre – 1990 – 4 anos após a Guerra Santa contra Hades

O Escritório do Grande Mestre é uma imensa biblioteca circular com um teto abobadado. As paredes eram alinhadas com livros, e as prateleiras tão altas que escadas enormes de madeira eram postas em intervalos ao longo do recinto.

No centro da sala, havia uma mesa magnífica. Era esculpida a partir de um único bloco de madeira de carvalho. O bloco se apoiava nas costas de dois anjos, esculpidos a partir da mesma madeira, as asas entrelaçadas e as faces entalhadas com olhar sofrido, como se o peso da mesa estivesse quebrando suas respectivas colunas.¹ Atrás da mesa, sentava um homem magro vestindo os trajes do Grande Mestre, com cabelos longos de cor cinza, e com um olhar sério. O elmo e a máscara do Grande Mestre estavam em cima da mesa, ao lado de um tinteiro, uma caneta de pena e rolos de pergaminhos.

— O Senhor me chamou, Grande Mestre? — perguntou Hyoga, entrando no escritório.

— Chamei sim, Hyoga. — O Grande mestre pegou duas cartas de dentro da gaveta da mesa e entregou uma delas a Hyoga. — Preciso que você me faça um favor. Vá para o extremo norte da Europa e leve essa carta ao destinatário informado. É importante que essa carta seja entregue intacta e em mãos seguras.

Hyoga pegou a correspondência e pela expressão do seu rosto o destinatário da carta parecia ser "estranho". Hyoga ia questionar quando alguém abriu a porta. 

— Grande Mestre, perdoe-me por interromper o senhor, mas o restaurador de Jamiel acabou de chegar e o senhor pediu para lhe comunicar. — disse uma menina de cabelo vermelho. 

Sua pele branca fazia um encantador contraste com os olhos e cabelos vermelhos, que estavam presos em um rabo de cavalo, mas com uma pequena mecha solta atrás da orelha. Ela estava trajando um vestido branco de estilo grego com linhas douradas. O vestido tinha presilhas em cada ombro que o sustentavam, e ela usava uma pulseira grossa no braço direito, com o símbolo do báculo de Atena.

— Restaurador de Jamiel?! — disse Hyoga, estreitando a sobrancelha. — O Kiki voltou?

— Voltou sim, senhor. — respondeu a garota.

— Obrigado, Tourmaline. — disse o Grande Mestre. — Peça para que ele venha até aqui.

— Sim senhor. — disse ela e se retirou fechando a porta.

— Enquanto a você Hyoga, pode se retirar. — disse o Grande Mestre, se levantando e indo até a prateleira para guardar um livro.

— Perdoe-me a curiosidade, Grande Mestre. Mas e a outra carta que o senhor está segurando?

— Essa carta eu irei levar pessoalmente até Rozan. Não se preocupe.

— Sim, senhor. Licença.

Hyoga se curvou fazendo reverência e se retirou. Poucos minutos depois a porta se abriu novamente e dois jovens entram no escritório.

Um deles, o mais alto, tinha cabelos pretos, pele clara, olhos verde-escuro, usava uma camisa preta de manga curta, a qual destacava os músculos de seus braços. Tinha ataduras brancas enroladas nos dois braços desde o punho até o cotovelo e usava uma calça jeans azul escuro com sapatos pretos. O outro, de pequena estatura, era um jovem de pele clara, cabelo curto castanho escuro com um pequeno rabo de cavalo, olhos lilás como uma ametista e ao invés de sobrancelhas, como todos de sua raça, ele possui duas marcas circulares margenta escura sobre seus olhos.

Kiki estava usando um manto com gola branca, que cobria seus ombros e suas costas, e uma camisa de manga curta. Vestia também uma calça amarela clara amarrada na cintura por uma faixa branca, e sapatos marrons anexados a tiras de couro em suas canelas.

Seus antebraços também estavam envoltos por ataduras brancas.

— Vejo que você não veio sozinho, Kiki. E trouxe um velho companheiro do Santuário. Um desertor que fugiu no término da Titanomaquia. — disse o Grande Mestre, ainda de costas pegando um livro preto na prateleira. Ele virou-se e pousou o livro na mesa, olhando para os rapazes. — Retsu, antigo Cavaleiro de bronze de Lince e atual Cavaleiro de prata de Triangulo. Fiquei sabendo que foi levantado de patente pela própria armadura. Isso é algo incomum. Duas constelações que não são zodiacais protegendo o mesmo cavaleiro. A vontade do seu mestre deve ter influenciado.

O rapaz se ajoelhou diante do Grande Mestre.

— Perdoe-me Grande Mestre. — disse Retsu, com os punhos fechados. — Eu era imaturo naquela época. Não apenas no cosmo, mas também em responsabilidade. Dediquei todos esses anos longe do santuário para treinar e amadurecer. — ele ergueu a cabeça e olhou para o Grande Mestre — Tudo isso para honrar o meu mestre, servir com competência à Atena e proteger a humanidade.

— Levante-se rapaz. Se a própria armadura o escolheu, quem sou eu para dizer o contrário?

— Me-Mestre.

— Desculpa interromper o senhor... — disse Kiki, se ajoelhando. — Mas venho lhe informar que eu trouxe as últimas armaduras que estavam sendo restauradas em Jamiel. Peço que o Senhor e Atena perdoe-me pelo atraso. Precisei recorrer a Retsu, que estava treinando nas montanhas da China, para que me ajudasse com o sangue nas armaduras. A maioria das armaduras perdidas, que o senhor recolheu pelo mundo e levou para Jamiel, estavam gravemente feridas.

Retsu tocou no seu braço direito que estava coberto por ataduras brancas e sorriu. O Grande Mestre acompanhou o gesto do rapaz e voltou seus olhos para kiki.

— Kiki, eu é quem peço desculpas a você. — disse o Grande Mestre, calmamente e Kiki ainda ajoelhado levantou a cabeça para olhá-lo. — Forcei você a um trabalho tão rigoroso logo após uma guerra tão terrível na qual você perdeu o seu mestre. Tenho consciência disso.

Kiki encheu os olhos de lagrimas e abaixou a cabeça.

— Não tem com o que se desculpar. — disse Kiki, com as palavras envolvidas em lagrimas.  Fiz tudo com prazer em saber que estava sendo útil ao santuário, útil para Atena. Me alegro em ser o reparador do Santuário e assim dar o meu melhor honrando o legado do meu mestre.

— Fico contente em ouvir isso de vocês dois. — disse Atena, entrando na biblioteca acompanhada por Tourmaline.

Kiki virou-se surpreso.

— Atena!

 Olá Retsu.  disse a deusa, com um sorriso singelo. — Estou contente por conhecê-lo e peço que não fique se lamentando pelo passado. Você não foi um covarde por passar todo esse tempo fora do Santuário. Você estava em busca de evolução. Reconheceu suas falhas e procurou corrigi-las. Isso é o que importa. Agora, Retsu, mais do que nunca, vou precisar dessa força de vontade que você tem. Vou precisar dessa sua evolução para vencer a guerra que se aproxima. Você já não é mais o mesmo Retsu de antes. Você mudou. Não foi a armadura que fez você mudar, mas sim suas atitudes. — Atena segurou as mãos de Retsu e elevou o cosmo.  Não é a cor da armadura que define quem você é, mas sim o brilho do seu cosmo. Retsu, Cavaleiro de Prata da constelação do Triângulo.

Retsu não sabia se chorava diante de todas aquelas palavras ou se relaxava diante de um cosmo tão nobre e caloroso.

— Obrigado. Prometo servi-la com o meu melhor. — foi apenas isso o que ele conseguiu dizer.

Atena sorriu e virou-se para Kiki, que estava de cabeça baixa fazendo reverência.

Quando Atena olhou para ele, lembrou-se de tudo o que aquele menino já fez por ela. Mesmo com oito anos de idade, ele cuidou dela quando ela estava caída no Santuário com uma flecha no peito, deu palavras de força quando ela estava em Asgard, ajudou os Cavaleiros levando de pilar em pilar a urna de Libra, e salvou a irmã de Seiya dos golpes de Thanatos. Agora, quatro anos após a guerra santa que tirou a vida do seu mestre, ele se esforçou ao máximo, até doando seu próprio sangue, para restaurar as armaduras.

Atena se abaixou, segurou nas mãos dele e o olhou nos olhos.

— Kiki, você se lembra do que falou para o General Marina Isaak quando ele o destratou?

 Eu... Eu disse... Eu disse que um dia iria ficar forte. Forte o suficiente para me tornar um cavaleiro e proteger você e a Terra. — respondeu Kiki.

— Então faça isso por mim e pela Terra. — A deusa fez uma pausa e com lagrimas nos olhos sorriu para Kiki. — Você aceita herdar a armadura de ouro de Áries? Você aceita se tornar um dos meus doze Cavaleiros de Ouro, suceder Mu e Shion, e lutar mais uma vez ao meu lado?

— Atena... Eu... Aceito! Prometo servi-la e servir ao Santuário com a minha vida. — respondeu Kiki.

— Obrigada, meu pequeno amigo. — Agradeceu Atena. — Então eu ordeno que você vá para Rozan e termine o seu treinamento com Shiryu. — O cosmo de Atena e de Kiki começaram a brilhar e a fazer ressonância.  A partir de hoje você será Kiki de Áries, Cavaleiro de Ouro guardião da primeira casa e também Mestre de Jamiel. Quando estiver pronto para assumir a sua posição, a armadura de ouro de Áries irá até você.

— Não vou desapontá-la. — disse Kiki

— Eu sei que não vai.

— ... —


Cada de Virgem, Santuário de Atena – 1990

Kiki estavam em pé nas escadarias da casa de Virgem olhando para o Santuário acompanhado por Shun e Retsu.

— Então quer dizer que Atena consagrou você?! — perguntou Shun contente. — Você agora também é um Cavaleiro de ouro?!

Kiki sorriu.

— Sim. Guardião da primeira casa. — disse ele olhando para a Casa de Áries na entrada das Doze casas.

 Meus parabéns, Kiki. — disse Shun, pondo a mão no ombro de Kiki. Ele estava orgulhoso por ver o amigo chegar até ali. — Mu e Shion ficariam orgulhosos com isso.

— É... Ficariam sim... — disse Kiki pensativo.

— Claro que sim. Ninguém melhor do que você para honrá-los como sucessor. — disse Hyoga, que estava vindo da casa de Aquário e trazia nas costas a urna de sua armadura. — E obrigado por restaurar as armaduras. Fez um excelente trabalho.

— Obrigado, Hyoga. — agradeceu Kiki. — Mas vou precisar concluir meu treinamento. Preciso ficar forte e aperfeiçoar o meu sétimo sentido.

— Shun, o Ikki já retornou ao Santuário? — perguntou Hyoga.

— Não. Meu irmão está dividindo a responsabilidade de vigiar a Ilha da Rainha da Morte e proteger a Casa de Leão. — disse Shun. — No entanto, há dois anos, ele começou a treinar alguns aspirantes a cavaleiro na ilha, a pedido do Grande Mestre. Acredito que ele não pretende retornar ao Santuário por enquanto.

— Compreendo. Então deixo com você a missão de proteger a entrada das 12 casas e Atena. — disse Hyoga. — Tenho uma missão para cumprir. Não vou demorar muito.

— Está bem. — respondeu Shun.

— Também tenho que ir. — disse Kiki, virando-se para Retsu.  Voltarei, assim como você voltou. Evoluído.

— Estarei aqui para ver a sua evolução. Senhor Cavaleiro de ouro. — brincou Retsu.

Hyoga e Kiki seguiram para o porto da Grécia, deixando Shun e Retsu para trás. O Sol já estava se pondo e fazia um belo jogo de luzes no céu e no mar da Grécia.

—...—


Salão do Grande Mestre

— Eles já foram. — disse Tourmaline.

Ela estava diante do Grande Mestre, o qual estava sentado no seu trono.

— Ótimo. — disse Delfos. — Também preciso ir. Tenho que ir até Rozan. — disse olhando para a carta. — Depois é só esperar as respostas das cartas. Espero que sejam sábios e prudentes.

— Não se preocupe, meu irmão. — disse Tourmaline.  Um sinal de traição resultaria na desgraça deles.

—...—

Referências:

¹: a descrição da mesa e da biblioteca segue o modelo que a autora Cassandra Clare criou no livro "Cidade dos Ossos".


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Notas finais do capítulo

Grupo da fanfic no facebook: https://www.facebook.com/groups/562898237189198/

Próximo capítulo: 10 anos se passaram e o treinamento dos aspirantes a cavaleiros chega ao fim. Coliseu lotado, começa as entregas das honras de cada cavaleiro. Faltando apenas 3 anos para a guerra, uma audiência entre deuses teve inicio.

Capítulo 4 - A honra de cada cavaleiro. A audiência com o senhor do medo.

Agradecimentos: Queria agradecer a todos vocês que vem acompanhando cada capitulo. Agradeço a você também que começou hoje, mas que já está ansioso pelo próximo capítulo. Agradeço a você que comenta com sua opinião, criticas e sugestões. Isso me ajuda muito e estou de mente aberta para entender a cada leitor meu.
Abraços.

[ATENÇÃO SPOILER ABAIXO]
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Os filhos da guerra finalmente apareceram, mas com isso se dá inicio a um plano sangrento que lavará o santuário. E o sangue será sangue dos gregos.



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