The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 66
Chapter Thirty-One


Notas iniciais do capítulo

NÃO DEIXEM DE LER AS NOTAS:
Olá pessoas, então eu estou muito preocupada com vocês, a fic tá tendo uma quantidade legal de visualizações, mas ninguém responde as minhas perguntas, eu não sei o que fazer, se isso quer dizer que ta tudo bem e eu posso continuar ou que vocês estão tão confusos que até desistem de tentar entender. Por favor, não estou mendigando comentários, estou realmente preocupada com o andamento da fic e sem o retorno de vcs não posso fazer nada.



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– Ela é nossa convidada. – diz Snow – Solte-a, traga uma cadeira.

Ele faz isso, e eu tomo ar, atônita demais para fazer algo contra ele, ou curiosa para saber dos seus planos. O Pacificador traz um banco igual ao do Presidente.

– Agora se retire. – diz ao Pacificador, o que o deixa surpreso e a mim também, surpresa de mais para falar até. – Um golpe de mestre de Coin, não?

Franzo o cenho em confusão, ela é uma estrategista com certeza, mas a quê exatamente ele se refere.

– Eu estava prestes a me render. – dessa vez meu rosto se abre em surpresa – Dá para ver que o jogo acabou nesse ponto, é desnecessário jogar esses paraquedas.

Mas o aerobarco é dos Capitol.

– Você mandou os aerobarcos. – digo.

– Você acha que se eu tivesse um aerobarco, eu não o usaria para fugir. Além do mais, não havia razão para eu detruir crianças do Capitol. – ele pausa para tossir. – Mas tenho que admitir que foi uma ideia e tanto, dessa forma ela destruiu com qualquer aliança, ainda que frágil, do meu povo comigo. A minha falha foi não ter me preocupado com Coin, uma besteira já que com treze anos ela iniciou a rebelião que levou aos Dias Negros, e os abandonou com a mesma facilidade. Mas eu estava de olho em você, Mockinjay, em Peeta também, mas esperava que eu tivesse o deixado incapacitado o suficiente. Temo que todos fomos tomados por tolos.

Eu não recuso que isso seja verdade, me lembro do tempo que fiquei na sala de armamento especial do 13, e lembro das ideias deles, seguiriam as regras do Capitol. Mas eu não deixaria o gostinho ao Snow, principalmente pelas suas palavras sobre o Peeta.

– Não acredito em você. – digo, e espero mantê-lo falando e pensaria numa forma de escapar e acabar com ele.

– Querida Senhorita Mellark, pensei que tínhamos concordado em não mentir para o outro. – fala balançando a cabeça com decepção.

– Eu não tenho que cumprir nenhum acordo com você. – deixo toda a raiva que tenho dele transparecer na minha voz.

– Sim, devo imaginar que isso tem a ver com o Peeta. – sua voz se mantem calma – Seguindo o exemplo de Coin, você deve saber que para ter o que nós queremos somos capazes de tudo. Você sabe, eu fui capaz de minguar pouco a pouco a vida de pessoas em doze distritos e destruir um, só para manter a minha falsa ideia de paz e poder, e vocês acabaram com isso assim.

Ele estrala os dedos.

“Não espere nada menos que destruição de mim Katniss, se essa pessoa estiver no caminho.”

– Eu estou no seu caminho, porque você não acaba comigo? – questiono.

– Acabou Katniss, destruir você não vai mais trazer tudo o que eu construí de volta. Você era para ter morrido há muito tempo atrás, só que eu falhei nisso, assim como eu falhei em manter todos vocês submissos. – explica.

– Sim, mas me matar ainda vai trazer muitos prejuízos para Coin. – não sei por que eu insisto na ideia da minha própria morte, mas estar aqui sem ser ameaçada por Snow me causa muitas dúvidas.

– Não estou acima de matar você, mas eu não sou um desperdiçador, levo a vida por razões especificas, e sei que você dará mais trabalho a Coin viva, do que morta. Como foi comigo. – conclui.

Eu espero algo mais dele, só que não dá tempo, o Snow começa a tossir e o pano na sua mão se enche de sangue, ele desiste do pano e enquanto seu sangue se derrama pela boca e ele enverga pelo chão, seus olhos são os mesmos, o olhar de divertimento perverso que ele teve por toda a vida. No chão ele continua colocando sua vida para fora. Até que a porta é aberta, arrombada não sei, tão perdida na ideia de morte de Snow.

Mas antes que tudo chegue ao fim, sou puxada para fora por alguém. Não sei quem, pois a imagem de Snow, todo o monstro que ele foi e seu final tão simples, sem dor, sem tristeza, aliás, sua maior tristeza foi perder seu poder, só que ainda é pouco, muito pouco, quase nada pelo que ele nos fez passar.

Me soltam fora do quarto para que fui arrastada, e a confusão lá fora toma completamente a minha cabeça. A imagem de todas aquelas crianças e até das pessoas do D13 mortas me faz entrar em uma crise de nervos. Sinto as lágrimas caírem, também sei que estou tremendo, mas eu não consigo me focar em outra coisa, nem fechar os olhos adiantaria.

O pior de tudo do que Snow me falou é que eu faço parte disso, irremediavelmente, mesmo sem saber. Eu conhecia Coin, seu desejo assassino sobre Snow e para destruí o Capitol, não estava ligado a nada do que acontecia nos Distritos, estava ligada a ela, ao poder que ela queria, talvez ela fosse minimamente melhor que Snow, mas não o suficiente para nos trazer a paz de volta.

Sua afirmativa para mim se mostra verdadeira agora, não sei como, mas a minha raiva de Snow se transfere a Coin, com sua forma mais egoísta e manipuladora de levar as pessoas a seguirem suas ideias sem querer realmente salvá-las e sem pensar em ninguém mais que si mesma. Sei que como mãe, um pouquinho de todas essas crianças aqui hoje, também são minhas, e eu sinto a morte delas.

Sinto braços se fechando em volta de mim, mas não tenho mais forças psicológicas para tentar reconhece-los, simplesmente deixo meus olhos se fecharem.

...

– Katniss? – ouço e me forço a abrir os olhos.

Vejo quatro pares de olhos azuis e por um momento penso que estou vendo tudo quadriplicado, mas percebo as diferenças. Pearl, Prim, Peeta e minha mãe. Minha família. Todos vivos. Começo a chorar de alivio, antes mesmo que eu possa sentir algo como alegria. O Peeta coloca a Pearl ao meu lado e seus olhinhos começam a ficar tristes e confusos, até que eu a puxo para mim.

Seu cheirinho continua o mesmo, e sua forma de encaixar a cabeça no meu pescoço também, e finalmente consigo sorrir.

– Eu senti sua falta. – sussurro para que só ela me escute – A mamãe te ama.

Ela retira sua cabeça dos meus ombros para me olhar, como se entendesse e nunca tivesse duvidado disso.

– Filha você está bem? – minha mãe pergunta.

– Fisicamente sim. – ela assente como se soubesse.

– Eu te alertei sobre a pressão em que você estava submetida e que isso poderia prejudicar vocês. – começa e eu sei que não vem muita coisa boa daí – Por causa disso, as defesas do seu corpo diminuem o que pode trazer mais riscos ao bebê, desde um parto antes do tempo até problemas de saúde. Então você vai ter que ficar por um tempo aqui, até as coisas acalmarem e não afetarem mais a você diretamente.

Eu tenho total consciência do que eu fiz o meu bebê passar, mas não deixa de doer saber que eu fiz tanto mal a ele. Eu aceito com tranquilidade ficar aqui, seria até bom esquecer tudo o que acontece lá fora por um tempo mesmo que superficialmente.

– Agora eu vou ajudar as pessoas que ficaram feridas. – me dá um beijo na testa. – Você é uma guerreira, eu sou agraciada por ter você como filha.

Eu abraço ela, a minha mãe, que depois de tanta coisa, nunca pensei que chegaria a ser minha amiga e me ajudaria tanto.

– Também tenho que ir Katniss. – a Prim me beija na bochecha – Se cuide.

Meus olhos vagam pelo lugar que estou, algum quarto abandonado da mansão, e param em Peeta.

– Você está bem? – pergunto.

– Nada fora da minha noção normal de bem. - ele fala, mas não se aproxima.

Depois da nossa despedida eu pensei que as coisas mudariam, mas devia imaginar que não seria tão rápido.

– Como eu cheguei aqui? Dormi por muito tempo? – questiono, sem me preocupar com a mudança drástica de assunto.

– Quando eu te achei, você parecia em choque, então te coloquei no primeiro quarto que achei. – então tinha sido ele, sempre a me salvar – Quando os rebeldes começaram a invadir o Capitol as principais pessoas envolvidas foram trazidas do Treze para cá. Sua mãe, Prim e a Pearl, por você e por que elas podiam ajudar com os feridos. A Annie porque estava desesperada pelo Finnick, Johanna que se recusou a deixa-la e Delly por causa do Gale. Além de Haymitch, Plutarch, Beetee, Coin e os outros.

– E como você chegou aqui tão rápido? – pergunto

– De primeira, eu estava atrás de vocês até que a confusão ficou muito grande e o tiroteio começou, eu me meti no meio dos soldados rebeldes, sorte nenhum pod nos atingiu. Vi de longe as crianças sendo mortas, - seus olhos nesse momento ficam perdidos – enfim, junto com eles eu consegui entrar aqui. Entre achar o Presidente e te achar foi rápido.

– Foi ela. – ele franze o cenho – Que matou as crianças, tudo pelo poder.

Ele só faz assentir, não sei se seu silêncio me incomoda ou alivia, esperava algo como uma negação, ter certeza de algo sempre é pior.

A Pearl se mantinha tão calma que eu suspeitava que ela dormia, mas assim que eu mexi no seu cabelo, ela me olhou.

– Mamãe. – assim perfeitinho, com o som da sua voz fininha e doce.

Minha boca se abre num O de surpresa e as lágrimas voltam.

– E você que vivia falando que ela ia dizer papai primeiro. – o Peeta fala sorrindo.

Eu puxo o meu bebê para mim, curtindo o meu momento um pouco mais. Até que minha mente estala, o Peeta se lembra disso?

– Você lembra? – questiono.

– Ahh, sim. – se aproxima – No fim, você sempre vai ser a minha cura.

Eu puxo ele para mais perto de nós, não é como se tudo tivesse acabado, nem como se nossa vida tivesse voltado ao normal. Mas eu os tinha ali, e nada importava mais que isso.

...

Meus dias se passam tranquilos, ninguém se ousa a contar nada a mim, a não ser que se tenha a autorização da minha mãe. Quase duas semanas depois sou obrigada a sair do meu quarto, por uma reunião que a Coin organiza. Então eu tenho que me ajeitar, minha equipe aparece em uma mistura de visita e ajuda, já que eu estou muito grande. Para minha surpresa a Effie aparece também, toda pomposa como sempre, com sua peruca dourada da nossa última despedida.

– Effie! – exclamo e me jogo em seus braços.

– Oh Katniss, como você está linda. – me dá um beijo no rosto, e eu percebo que apesar de tudo ela tem o mesmo olhar vago que Peeta às vezes – Vamos, por que hoje será um grande, grande, grande dia!

Não me impeço de rir dessa vez, e concordo com ela que me leva a essa tal de reunião.

Ela me leva a uma sala, onde eu encontro Johanna, Peeta, Haymitch, Beetee, Finnick e Annie, Enobaria, todos usando a roupa do D13.

– O que houve? – questiono.

– Katniss, - Annie sorri para mim – você está linda!

– Tiraram o dia para me dizer isso hoje. – digo sorrindo. – Obrigada Annie, você também é linda.

Ela cora e eu espero por uma resposta, acabo ao lado do Peeta.

– Algo como um encontro dos vencedores restantes. – diz Haymitch.

– Só sobramos nós? – falo surpresa.

– Sim, o Capitol matou quem pensou ser rebelde e vice-versa. – diz Beetee.

Coin entra e se senta na ponta da mesa, espero que ela vá direto ao ponto.

– Eu os chamei aqui para resolver um impasse, muitos dos lideres de Panem já foram julgados e serão mortos, mas para as vítimas isso ainda parece insuficiente. – seguro a minha língua para questionar se é para as vítimas ou para ela – Muitos desejam a morte de todos no Capitol, mas sabemos que isso não é viável. Então, criamos uma alternativa, os vencedores votarão a maioria vence. A proposta é que em vez de eliminar a população do Capitol, faríamos um último Hunger Game, somente com as crianças da Capitol, relacionadas as pessoas que tinham mais poder.

Arfo em choque. Como ela pode, não estava satisfeita com todas as crianças mortas.

– Devo adicionar que se for feito, será conhecido a aprovação de vocês. – continua ela.

– Essa ideia foi de quem? – questiona o Peeta.

– Foi minha, - assume Coin e eu vejo vermelho – Pareceu equilibrar a necessidade de vingança com o mínimo de perda. Podem votar.

– Eu voto sim. – diz Johanna – Snow ainda tem uma neta.

– Eu também. – diz Enobaria, com indiferença e eu a olho com desprezo.

– Eu voto sim. – diz Haymitch, e ele eu realmente não posso culpar, eu sei tudo que ele perdeu, mas não significa que eu sinta menos.

– Nós votamos não. – diz Finnick e a Annie acena com a cabeça.

– Eu também voto não, acho que foi por isso que nos rebelamos. – fala o Peeta.

– Estamos por você Katniss. – diz Coin

– Eu voto não. – digo – Só conheço dois assassinos de crianças, não quero ser igual a eles.

Mantenho meu olhar nela, para deixar claro que ela pode enganar e esconder isso de todo mundo, mas não de mim.

– Tudo bem, então. Isso termina a votação. – ela é a primeira a sair.

O Peeta me oferece um sorriso, e todos começam a sair, me mantenho para falar com Finnick.

– Vocês não foram me visitar nem uma vez. – reclamo com eles.

– Desculpe, estamos tentando nos manter longe disso tudo também. – ele se explica.

– Sim e o Distrito 4, tem como vocês voltarem para lá? – pergunto.

– Oh sim, já estamos vendo isso. – diz Annie

– Voltaremos para lá ainda essa semana. – completa o Finnick.

– Que bom, também queria voltar para o Distrito 12, mas eu não sei como ele se encontra. – sussurro infeliz.

– Tenho certeza que você vai voltar logo para sua casa. – diz Annie com seu costumeiro sorriso doce.

– Eu espero. – me despeço deles e vou para o quarto.

Estão todos lá como sempre, minha mãe e Prim, Peeta e Pearl. Haymitch.

– Haymitch, você sabe quando nós voltaremos para o D12? – ele me olha surpreso e olha para minha mãe.

– Katniss, você sabe que não devia ficar passeando por aí, é perigoso. – diz minha mãe.

– Mãe eu quero que ele seja do D12 também, - digo – Nós somos do Distrito 12, ele também tem que ser.

Ela concorda e o Haymitch sai para providenciar tudo.

...

Meia semana depois o Haymitch nos avisa que podemos arrumar tudo. Espero ansiosamente pela hora em que estaremos em casa novamente mesmo que tudo não seja mais da mesma forma. A Pearl está dormindo, depois de o Peeta ter a ninado, nós não temos conversado muito, mas ele se mantem aqui vejo em seus olhos cada vez mais sinais de que ele está de volta, só não sei o que o mantem distante de mim.

– Peeta? – falo para chamar a sua atenção.

– Oi? – me olha, e eu quase perco a linha de raciocínio.

– Você vai voltar? – pergunto.

– Para o Distrito 12? – eu aceno afirmativamente – Vou sim, para onde mais eu iria.

– Não sei, você perdeu tudo que tinha de lá, a sua família. – sussurro.

– Sim, meu pai. – seus olhos ficam tristes – Mas a minha família está aqui, e eu não vou ficar em lugar nenhum que ela não esteja.

– Nós somos sua família? – questiono, e sei que meus olhos devem estar brilhando, porque ele parece estar se divertindo.

– Claro. – é a única coisa que eu preciso.


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Notas finais do capítulo

Bom, ta para ver que o Peeta está bem diferente, apesar de estar voltando, no próximo capítulo eu vou deixar isso mais claro e vocês entenderão.
SEI QUE DISSE QUE A FIC IA ACABAR NESSE CAPÍTULO, mas a falta de retorno me preocupou e eu posso estar deixando vcs confusos, então resolvi andar mais devagar.
Desde já, obrigado pela preferência ;D!



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