The Hunger Games : A New Beginning escrita por Mila Guerra


Capítulo 44
Chapter Nine


Notas iniciais do capítulo

Eu fiquei um pouco triste porque eu não recebi tantos comentários quanto imaginava, mas tudo bem. Aí está mais um para vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487590/chapter/44

Eu não era acostumada a ficar tão próxima de outras pessoas, sem ser o Peeta ou a minha família, e a equipe de preparação. Ele pareceu notar e se manteve o mais distante possível e que nos deixasse dançar. Ele comentava sobre a festa, falava sobre comida, até que me fez lembrar que foi ele que caiu no ponche depois de eu ter acertado a flecha na maçã do porco.

– Bem, não foi a minha intenção. – desconversei – Mas, você é o novo Gamemaker Chefe, deve ser muita honra.

– Não há muita gente que se ofereça para o cargo, a responsabilidade é grande. – diz

– Hm, e como vão as coisas para o Quarter Quell? – digo só para manter a conversa

– A muita coisa feita, já que uma arena não é feita em meses, mas a coisas ainda em discussão. – seu olhar vaga um pouco – Inclusive decidirão algumas coisas hoje, acredite ou não.

Ele para de dançar e saca um relógio do bolso, e checa as horas.

– Eu sairei daqui a pouco, começa a meia noite. – eu me surpreendo com a hora, mas não comento nada.

Na verdade o que me prende é o relógio, por um momento a imagem de um tordo aparece, e da mesma forma some. Ele facha o relógio.

– Bonito relógio. – comento ainda surpresa com a imagem.

– E único, bem, se perguntarem por mim, eu já fui embora. E mantenha segredo, a nossa reunião não deveria ser informada a ninguém. – eu afirmo com a cabeça – Nós vemos nos Jogos, e espero que logo um novo Mellark complete a família.

Seu comentário me faz corar e acabo não dizendo nada, somente vejo o se afastar, e quando some de vista vou atrás do Peeta na mesa de bolos.

– Você parece uma criança. – sussurro quando reparo na forma como seus olhos brilham a cada bolo que lhe é apresentado.

Ele me olha e seu sorriso, se possível, aumenta, ele passa um dos seus braços pela minha cintura.

– Todos são ótimos, eu pedi que eles me dessem uma amostra para levar para casa. – me diz – Aposto que a Prim vai ficar feliz em provar esses bolos comigo.

– Com certeza, você a deixou mal acostumada com tanto doce. – digo

A Effie nos chama está na hora de ir, e eu acho que o meu sorriso está rasgando o meu rosto. Casa, nós vamos para casa.

– Nós não devíamos falar com o Presidente? – o Peeta indaga

– Não, ele não tem tempo, os presentes e bilhetes vão ser entregues depois. – eu quase agradeço em voz alta, tudo que eu menos queria era ver ele.

Nós demoramos uma hora para chegar ao trem, e imediatamente depois ele parte, me deixando cada vez mais feliz e tranquila, eu veria a minha filha, a minha família novamente.

– Kat, o que o Plutarch queria com você? – pergunta

– Na verdade o encontro foi bem estranho, eu tinha derrubado ele no teste dos Gamemakers quando eu acertei o porco, ele caiu no ponche. – o Peeta riu um pouco com isso – Mas o estranho mesmo é que ele tinha um relógio com um tordo, era holográfico, ele desaparecia depois de alguns instantes, e deixou escapar que tinha uma reunião para decidir sobre a arena, meia-noite, um horário estranho.

– Não há nada que seja realmente normal na Capitol, o estranho é ele ter de contado. – disse

– Ele avisou que era um segredo, e não era para comentar com ninguém. – falei – Mas não é como se eu fosse esconder algo assim para você.

– Obrigada. – ele sorri e me dá um selinho.

– Peeta, - chamo – o que você disse na entrevista é verdade?

– Que parte? – questiona

– A parte em que você disse sobre aumentar a família.

– Não, quer dizer, mais ou menos. – ele suspira – Não seria certo, ter outra criança agora e coloca-la no meio disso tudo. Quem sabe se depois do Quarter Quell, se a Capitol desistir da gente, talvez seja certo.

– Peeta você quer outro filho? – questiono.

O seu sorriso já me dá uma resposta.

– Bem, sim, claro que eu iria querer, principalmente se fosse um menino. – ele divaga um pouco

– Por quê?

– Nós já temos uma menina, seria legal ser pai de um menino. – ele me olha com um sorriso travesso na boca – Já que a Pearl parece que puxou o talento da cozinha da mãe, quem sabe o filho não puxa o pai.

– Peeta – me preparo para fazer uma pergunta que apareceu na minha cabeça de repente – eu não quero que você fique chateado, mas você sente a necessidade de ter um filho comigo porque a Pearl não é...

– Kat, ela é a minha filha. – ele fala com tanta certeza que me trás lágrimas aos olhos. – Independente de qualquer coisa ela sempre vai ser nossa filha, minha filha. E nada vai mudar isso ok?

– Sim, eu só acho que quem tem mais medo sou eu. – uma lágrima cai escorregando pela minha bochecha – Eu não sei se... Eu teria outro filho, mesmo depois de tudo isso passar, eu já sinto muito medo pela Pearl, eu não quero sentir mais.

– Ei, não chore, não tem problema Kat. Eu não me importo.

– Obrigada, eu não sei o que eu seria sem você. – sussurro

– Seria a Katniss, só que bem mais rabugenta. – ele fala e logo após ri.

– Você é tão engraçado Peeta. – digo séria e ele ri de mim novamente.

– Vamos dormir Sra. Mellark, amanhã estaremos em casa. – ele me puxa para seus braços.

...

Nós não a vimos em momento nenhum desde que chegamos ao Distrito 12, eles não deixaram fomos levados diretamente para a casa do Prefeito, é bom porque lá eu tenho a Madge, nós somos meio que amigas, ela gosta da Pearl e nos visita às vezes, nas poucas vezes em que fui à sua ela tocou piano para a Pearl que adorou, a Effie quase não me deixa falar com a Madge nem me despedir do Peeta, e me arrasta para o terceiro andar.

Depois de pronta eu posso sair atrás do Peeta e falar com a Madge direito, eu não acho o Peeta no terceiro andar e então desço em direção ao segundo encontrando o Prefeito no caminho que me informa que a Madge está no quarto dela.

– Você está linda. – digo assim que a vejo, com um vestido branco e penteando seus cabelos.

– Obrigada, mas olhe para você parece que veio direto das ruas da Capitol. – eu faço uma careta já que eu não havia gostado muito desse vestido espalhafatoso.

– Você não acreditaria na quantidade de tordos que se tem por lá, agora. Em quase todos os tipos de acessório. – digo para ela, já que foi quem me deu o tordo.

– Isso é bom. – eu aceno – E você já teve a chance de ver alguém da sua família?

– Não. – suspiro

– Que pena, eu queria ver a Pearl. – fala – Eu a visitei algumas vezes enquanto vocês estiveram fora, ela está cada vez mais linda.

– Eu imagino. – digo – Eu vou atrás do Peeta, eu acho que ele já deve estar lá embaixo. Até mais tarde Madge, vou deixar você acabar de se arrumar.

– Ok Kat, até. – ela me abraça e eu saio.

Eu poderia seguir meu caminho facilmente até o andar abaixo, se os barulhos no escritório do prefeito não tivessem me feito parar, havia uma fresta na porta e eu podia vê-lo concentrado na imagem que passava na tela da tevê. A uma praça, acho que a do Distrito 8, várias pessoas com máscaras e tijolos nas mãos, edifício queimando e os pacificadores atirando e matando sem nem olhar a quem. Isso definitivamente não é bom, antes que eu possa ser pega, eu continuo meu caminho e encontro o Peeta.

Eu não presto muita atenção em como o jantar transcorre fora a parte em que eu encontro com as nossas famílias, e a Pearl não sai mais dos meus braços a não ser que vá para os do Peeta, e quando felizmente nós somos liberados para voltar para casa. Eu me despeço de Effie, Cinna e Portia, da minha equipe também, e vamos andando com o Peeta segurando a minha mão e segurando a Pearl.

– O que houve? – pergunta de repente

– Hã? – digo meio confusa.

– Exatamente isso, porque você está assim, alheia a tudo? – questiona

– Nós conversamos em casa. – digo somente e ele me encara entendendo o quanto o assunto é sério e assente.

Quando chegamos em casa, a Pearl já dormia, então só a colocamos na cama e seguimos para o nosso quarto.

– Então? – pergunta quando já estamos acomodados na cama.

– Eles se rebelaram Peeta, o Distrito 8 está em guerra. – sussurro

Ele parece meio em choque com as minhas palavras.

– Você viu isso aonde? – questiona

– No escritório do Prefeito, ele assistia a tevê concentrado, e passava as imagens do Distrito, as pessoas lutando e sendo mortas e prédio queimando. É horrível Peeta, eles nem tem como lutar com igualdade, é quase um massacre, a cada um Pacificador caído três ou quatro pessoas morrem. – continuo sussurrando, como se alguém pudesse me escutar e me aperto contra o Peeta, à única coisa que me impede de chorar.

– Então quer dizer que não adiantou nada, tudo que nós tentamos fazer não ajudou, ou só piorou. – ele suspira – nós não podemos fazer mais nada Kat, eu só sinto pelas pessoas que estão morrendo.

– Eu também. – digo.

– Você vai conseguir dormir? – pergunta

– Acho que sim, só espero que nenhum dos meus pesadelos apareça. – respondo

– Ok, eu vou estar aqui. – diz e eu lhe dou um selinho

Eu não sei se estava escuro ou se eu não conseguia enxergar direito, parecia que eu estava presa, e bom, eu conseguia ouvir barulhos de alguém gemendo de dor perto de mim.

Eu não sei em que momento eu o identifiquei, se foi o vislumbre de olhos azuis, ou o brilho de seus cabelos, ou até mesmo reconhecendo a sua voz durante o grito. Mas era ele, era o Peeta. Depois disso eu não me lembro de quando eu comecei a gritar por ele, e meu reconhecimento só fez as coisas piorarem, porque eles acenderam a luz e tudo que eu não queria ver era o Peeta sofrendo.

Machucado, era eufemismo para a sua situação atual, parecia um pouco queimado, com os olhos transtornados um pouco arregalados depois que me viu, ou ouviu porque eu continuei gritando e mais forte agora. Amarrado e sendo machucado pelas cordas que o prendiam, eu não conseguia ver o rosto de quem nos torturava.

Eu me sentia cada vez pior e eu só queria que a luz se apagasse novamente. Meus gritos eram tão altos que me doía ouvir imagine para ele, mas parecia música para o torturador.

Impulsionado pelo meu desespero ele começou a bater em Peeta, até que eu o vi desmaiar.

– Peeta! – meu grito nunca foi tão desesperado quanto hoje, e doeu mais não ter achado ele do meu lado.

Ele quase derrubou a porta e quando meu viu, correu para mim e me abraçou. Eu vi pelo canto do olho a minha mãe e Prim com um olhar meio assustado, não liguei.

– Você está bem? – pergunto entre soluços e começo a correr a minha mão pelo rosto e pelo corpo dele.

– Se eu estou bem? Quem devia fazer essa pergunta não era eu? – ele parecia meio angustiado

– Me desculpe é que... – pauso para tentar retomar o controle. – Você estava tão machucado que... Eu pensei que fosse real.

– Hei, não era. Eu estou aqui. – sussurra

– Agora, porque antes não estava. – falo, meio que parecendo uma criança e ele abre um sorriso por isso.

– É verdade, eu fui dar uma olhada na Pearl, eu escutei ela chorar. – informa

– Já está tudo bem? Será que eu não a acordei novamente? – questiono e sigo o meu olhar para porta vendo que a minha mãe continuava ali.

– Será que a senhora poderia dar outra olhada nela Sra. Everdeen? – o Peeta pergunta

– Sim, boa noite. – ela vira e puxa a porta com ela.

– Vem, deite-se aqui. – fala me puxando e me colocando sobre o seu peito.

A minha mão escapa novamente para dentro da sua blusa, e nós ficamos em silêncio, até eu me virar e beijá-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu só tenho uma coisa a falar: SERÁ QUE ESSA CRIANÇA VEM OU NÃO?
Descubram nos próximos capítulos.