Little Hell escrita por Diana
Notas iniciais do capítulo
Olás!
Mais uma vez, desculpem pela demora. Eu tento ser mais frequente com as atualizações, mas é complicado. Desculpem, desculpem!
Espero que gostem! Esse capítulo ainda está focado nos últimos eventos.
Boa leitura!
Ps: Capítulo dedicado à Lonely Girl
Capítulo 23
REYNA
A estudante de história antiga estava apreensiva. Sua orientadora praticamente jogara essa bomba para ela: Um diretor queria uma consulta acadêmica para algum documentário sobre a Roma Antiga. Aparentemente, Reyna achou que a senhora Martin iria pessoalmente ao encontro de tal diretor. Afinal de contas, seria tal empreendimento seria ótimo para a renomada professora se exibir e adicionar ao currículo já cheio de especializações e cursos. Contudo, a maior surpresa naquela semana para Reyna foi a expressão fechada e irônica da Sra. Martin dizendo que o tal diretor gostaria de uma consulta com a mestranda e não com a orientadora. Segundo ela, a desculpa dele para tal pedido era que ele queria uma visão da área por seus novos pesquisadores.
A morena já estava em sua quinta xícara de café naquela manhã quando Jason entrou o pequeno escritório que ela dividia com outro aluno. O amigo dirigiu um olhar reprovador à xícara que repousava no canto da mesa e se sentou de frente para Reyna.
— De novo? Reyna, você já tem algumas noites mal dormidas acumuladas. Acho que não precisa de mais.
— Jason, eu estou uma pilha de nervos! Eu não sei o que fazer! – Reyna consultou o relógio de pulso. – São quase dez! O tal diretor está para chegar e eu não sei absolutamente nada sobre o sujeito. Só deu um sobrenome falso. Cícero Catão. Dá pra acreditar?
— Na verdade, dois sobrenomes*. – Jason reprimiu um sorriso. – E bem verdadeiros, aliás.
— Jason, te chamei para me ajudar. – O tom de voz severo fez o loiro se encolher.
— Não vejo nada de mais, Rey. – Jason deu de ombros e encarou a amiga. – E daí que ele preferiu você à senhora Martin? Dizem que esse pessoal de Hollywood é estranho mesmo. E nós dois sabemos que você também tem participado de muitos artigos, e conferências, e todas essas coisas. É natural certo reconhecimento.
— Acho que você tem razão. – Reyna respirou fundo e encarou o Vidas comparadas** em cima da mesa.
— E eu acho que você devia maneirar na cafeína. Do contrário, não terá nem uma gota de café para oferecer ao seu convidado. – Reyna riu e assentiu. – Mas, se te ajudar, posso ficar aqui por perto até esse cara chegar e garantir se ele é confiável ou não.
— Eu agradeceria. – Jason notou o brilho nos olhos de Reyna e sorriu.
— Combinado, então. – O rapaz se levantou e despediu-se da amiga com um beijo na testa. – Só espero que esse diretor não se atrase. Tenho um encontro ainda hoje. Com o filho do dono das empresas Di Angelo. Conhece?
— Jason, o garoto é menor de idade! – Reyna se exasperou e Jason ergueu uma sobrancelha.
— Como se você fosse um modelo de moralidade nesse assunto! Ou eu preciso te lembrar da senhorita mimadinha? –Reyna corou e sentiu seu coração falhar uma batida a simples menção de Piper. Percebendo a reação da amiga, Jason tenta consertar sua fala, mas é interrompido.
— Está tudo bem, Jason. Bom, tenho que me preparar. – A garota sorriu triste e Jason entendeu a deixa, saindo da sala.
ANNABETH
A loira estivera quieta por dias. Por três semanas, para ser exata, ela aceitou o comportamento instável de Piper após o “término” com Reyna. O temperamental, o raivoso, o inconsequente, o triste. Enfim, em três semanas, a garota havia mostrado tantas faces suas que Annabeth estava achando difícil dizer que ela e Piper eram melhores amigas desde sempre.
Entretanto, foi quando a menina decidiu comprar uma briga com um dos valentões do colégio, com direito à intervenção de Clarisse e tudo, que Annie soube que era hora de dizer chega e botar a amiga contra a parede. Ela encontrou Piper no jardim da escola. A garota parecia concentrada em algum dever.
— Ei. – Annie se aproximou, recebendo apenas um olhar rápido como resposta. – Matemática?
— Química. – Piper respondeu, emburrada.
— Piper... – Annabeth chamou a amiga e obteve só um resmungo como resposta. – Quando vamos conversar sobre isso?
— Sobre o quê? – A garota mal desviava o olhar do seu dever.
—Suas notas com o senhor Robson caíram de novo. – Annabeth tentou ser sútil, mencionando o nome do professor de história.
— É, acontece. – Annabeth conteve a irritação e decidiu provocar de novo.
— Já pensou ter que aturar ele além do período letivo?
— Eu acho que posso viver com isso. – Piper estava irredutível e mais irritante que o normal. Annabeth bufou. Cansada de abordagens simpáticas, a loira arranca a folha de estudos das mãos de Piper e recebe um olhar indignado da amiga.
— Já chega! Você vai me contar o que está acontecendo e vai contar agora!
— Do que você está falando? – Piper finge inocência.
— De você. De Reyna. De tudo. Já chega dessa atitude.
— Que atitude? – Okay. Piper estava realmente conseguindo tirar Annabeth do sério, num nível que ninguém antes havia conseguido com tamanha perfeição.
— Por favor, Piper, quero te ajudar. – Annie se sentou de frente para a amiga. A garota desviou o olhar.
— Eu estou bem, Annie. – Annabeth nem precisou se esforçar para reconhecer a mentira nas famosas três palavras. A loira revirou os olhos. – Sério!
— Piper, poupe-se do trabalho. Eu sei quando você está mentindo.
— Eu estou! Quem liga pra História e um bando de romanos raptando umas mulheres vizinhas e... – A loira viu os ombros de Piper tremerem. Ela não esperava por essa.
— Piper, você precisa falar disso. – A garota tentou segurar a mão da amiga, que se desviou do toque.
— Eu não quero falar sobre, Annie. – Mais um espasmo involuntário, trêmulo e violento saiu do corpo esguio. Annabeth não resistiu. Num impulso, ela abraçou a amiga e esperou.
Esperou. E esperou. Até que finalmente veio. A redenção de Piper. Aos poucos, silenciosas, contrárias à toda resistência imposta pelo corpo de Piper, as lágrimas começaram a sair, molhando a blusa da loira. E continuaram. Por minutos incontáveis. Annabeth não disse uma palavra. Ela apenas deixou a amiga aliviar toda sua dor e raiva naquele momento. Realmente, agora não era a hora para Piper falar sobre seus sentimentos, e sim, hora de deixá-los saírem de outra forma.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Notas: * Cícero: Orador famoso da antiguidade.
Catão, o jovem: Político romano famoso por se opor a Júlio César.
** Vidas comparadas: Biografias comparadas de grandes figuras da Antiguidade, de Plutarco.
Comentem, me xinguem, mandem telefones (brincadeira)!
Beijos da tia Diana!