Hermione foi pega de surpresa por Alberto que a segurava com seus braços musculosos e prensava seu corpo contra o dela. Ela desarmou-se por um instante e quando estava prestes a se entregar ao beijo separou-se bruscamente e se desvencilhou do abraço e dos lábios do Alberto.

— O que é isso Alberto?

— Um beijo!

— Isso eu sei! Mas porque fez isso?

— Não resisti...

— Você sabe que tenho namorado!

— Me desculpa Hermione... Fui um estúpido!

— Foi mesmo! Que absurdo!

— Poxa, me desculpa Hermione... Não queria chateá-la... Agi por impulso...

— Não sei se vou te desculpar...

— Poxa... Tudo bem... Assumo que fui irresponsável...

Hermione permaneceu em silêncio e agora nem olhava Alberto nos olhos.

— Bom... Vamos? – Perguntou Alberto.

— Para onde? – Indagou Hermione.

— Para meu apartamento...

— O que te faz pensar que depois de uma cena dessas eu ainda vou contigo para seu apartamento? Eu vou pra casa!

— Tudo bem, tudo bem... Te entendo... Vamos! Vou te levar pra casa...

— Não vou com você! Pode ir!

— Poxa Mione, também não seja radical, te levo em casa. Prometo que não vou repetir a estupidez.

— Eu já disse... Pode ir, não vou contigo e também não vou mudar de ideia.

— Como é teimosa!

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes.

— Hermione... Não vou te deixar sozinha nesse frio e estamos longe de sua casa...

— Já falei que não precisa se preocupar.

— Tudo bem, não vou insistir mais... Mais uma vez me desculpa ok?

Hermione balançou afirmativamente a cabeça e Alberto foi andando até o carro deixando uma Hermione furiosa na calçada. Ligou o carro e saiu em direção a avenida e logo despareceu entre os carros. Hermione saiu caminhando lentamente pela calçada e algumas lágrimas começavam a saltar de seus olhos. Pensava em como Alberto poderia ousar beijá-la daquela forma sabendo que ela já tinha Rony. E embora fosse um beijo breve, ela havia gostado e isso começava a deixá-la confusa quanto a seus sentimentos. Há dias Rony vinha mudando seu comportamento com ela e demonstrado um ciúme excessivo com outros garotos, seus amigos (como Harry e Gina) e principalmente com Alberto (agora ela entende que de fato algo era demonstrado por ele que até Rony já havia percebido, mesmo ela tendo ignorado todas as "indiretas"). Seria ela muito ingênua a ponto de pensar que só poderia existir amizade entre os dois? Tudo ficava confuso e ela apenas chorava silenciosamente. Ao dobrar em uma rua tranquila certificou-se de que ninguém a observava e aparatou.

Aparatou no jardim de casa e logo correu para a casa da árvore, para que sua mãe não perguntasse o motivo do choro. Subiu a escada e sentou na varanda da casa para observar a linda e fria tarde que fazia. Precisava se controlar e colocar a cabeça no lugar. Havia combinado com Rony que o veria no final da tarde antes da ceia. Já que cada um passaria com sua família. Mas a imagem do beijo de Alberto sempre surgia em sua mente e a angustiava cada vez mais.

—------------------------------------------------------------------------------

Na Toca os preparativos para a Ceia já estavam bastante adiantados e Molly já não estava mais tão estressada como no início da tarde. O que fez Gina agradecer a Harry por sua ajuda.

— Nossa, mamãe às vezes estressa com essa coisa de arrumação. - disse Gina.

— Isso é normal, ela só quer que tudo dê certo... - respondeu Harry.

— Mas precisa me endoidar o juízo pra isso?

Harry não conseguiu conter o riso.

Rony havia ficado na parte externa da casa para continuar colaborando na arrumação. Mas Harry sabia que ele estava ansioso para rever Hermione, esse afastamento dos dois por estes dias por conta das comemorações e a visita de Alberto no dia anterior só havia complicado mais as coisas. Ele repetia a todo o momento que perderia Hermione para Alberto. Que ele tinha infinitas qualidades e que ele era um “zé ninguém”. E por mais que Harry e Gina tentassem distraí-lo, essa tarefa era impossível. Então desistiram e resolveram ajudar à senhora Weasley. Não demorou muito Hermione aparatou nos jardins da Toca.

— Boa tarde meu anjo! – Disse Rony.

— Boa tarde Ron. – Respondeu Hermione.

— O que houve? – Disse Rony após dar um selinho em sua namorada.

— Hã... Nada demais... Só estou um pouco indisposta...

— Ajudou muito sua mãe?

— Na verdade não. Algumas tias chegaram agora à tarde em casa e estão ajudando. Só não acordei muito bem...

— Hum... Entendi... Mas não fica assim não... Vem, vamos lá pra dentro, Gina vai adorar te ver!

E os dois seguiram para o interior da casa. Ao girar a maçaneta os dois já deram de cara com Gina que mostrou-se muito feliz em reencontrar a amiga.

— Boa tarde Mione! Que bom que você veio! Não aguentava mais ver o Rony reclamar que sentia sua falta...

— Que exagero! – Cortou Rony.

— Exagero nada, ninguém aguenta ele Hermione! – Disse Harry.

Hermione sorriu e deu um beijo na bochecha do namorado.

— Também estava com saudades dele e de vocês também! Como estão as coisas?

— O mesmo estresse de sempre com mamãe, mas agora que está quase tudo arrumado já está tudo sob controle. – Disse Gina.

— Que bom. – Respondeu Hermione.

— Vamos parar de conversa e aproveitar. Porque Mione não vai poder demorar muito tempo hoje. – Disse Rony.

— Porque Mione? – Perguntou Gina.

— Vou passar o Natal com meus pais para matar um pouquinho da saudade.

— Então chega de conversa. O que iremos fazer? – Perguntou Rony.

— Harry e eu, já terminamos nossas tarefas de arrumação. Você já terminou as suas Rony?

— Já.

— Vamos para Hogsmead! – Sugeriu Gina.

Os quatro amigos passearam entre as lojas e em seguida se dirigiram para o Café Madame Puddifoot (uma pequena loja, situada numa rua lateral da rua principal. Com pequenas mesas circulares, ela tem toda uma decoração bastante aconchegante. Por isso, é frequentada por casais de alunos de Hogwarts) a fim de comer algo e jogar conversa fora mais um pouco.

— Não gosto daqui. – Disse Harry.

— Porquê? – Questionou Gina.

— Aqui é super recomendado. – Disse Hermione.

— Não gostei da última vez que estive aqui. – Disse Harry.

— Como? Com quem esteve aqui? – Perguntou Rony.

— Com Cho. Há alguns anos atrás. Mas por fim, nós brigamos.

— Porque brigaram? – Perguntou Gina.

— Porque ela só queria falar do Cedrico e eu não!

Os três amigos deram gargalhada do comentário do amigo.

— Não vai ser tão ruim dessa vez ok? Não vou fazer nenhum comentário que não queira ouvir. – Divertiu-se Gina.

E os quatro gargalharam. E o tempo passou rápido enquanto conversavam sobre as últimas semanas que estavam em Hogwarts. Logo os três se despediram e cada um voltou pra sua casa. Rony como sempre era o mais inconformado em se separar da namorada.

Hermione aparatou nos jardim de casa exatamente às 19h. Entrou e encontrou seus pais na sala assistindo TV já arrumados. Aguardando os convidados.

— Hermione, já estava preocupada! Onde esteve? – Perguntou Mônica.

— Desculpa mamãe, estava com Alberto, depois fui encontrar Rony, Harry e Gina. Mas, já estou subindo, tenho que me arrumar, já estou atrasada.

— Espera...

— O que foi? – Hermione parrou repentinamente no pé da escada.

— Alberto já está a sua espera.

— O quê?

— O convidei também para o jantar.

— Mamãe!

— O que foi? Vocês não são amigos? – Perguntou Wendell.

— Não! Quer dizer... Sim! Somos amigos. Mas, é que tive um pequeno desentendimento com ele hoje... 

— Ele te esperou bastante querida, por favor, tenha paciência. Alberto é um ótimo rapaz. - relatou o Wendell.

— Eu sei disso... – Disse uma inconformada Hermione. – Onde ele está?

— Na casa da árvore.

— Porque ele foi pra lá?

— Ele disse que queria te fazer uma surpresa.

— Ai meu Deus! Certo, obrigada.

— Querida... Não demore muito, os outros convidados já estão chegando.

— Ok.

Hermione foi até o jardim e olhou para a casa na árvore, não viu sinal de Alberto.

— Alberto? – Chamou ao pé da árvore.

Nenhum sinal.

— Alberto?

Ele subiu e encontrou Alberto de pé, vestindo uma camisa social branca, calça jeans e sapatênis com um buquê de rosas brancas na mão.

— Alberto! O que significa isso?

— Um pedido de desculpas... Por favor, Hermione, me perdoa por ter sido tão estúpido hoje à tarde... Não tinha o direito de fazer isso com você.

Hermione permaneceu em silêncio.

— Não vai me dizer nada?

— Estou pensando...

— Poxa Mione...

— Eu te entendo... Sinceramente te entendo...

— Sério?

— Sério. Mas, é complicado...

— O que é complicado?

— Eu sou complicada... Minha vida é complicada... Somos amigos há muito tempo e eu tenho um namorado que me ama muito e eu também o amo.

— Não entendo essa parte em que você diz que é complicada... Eu também sou, todos nós somos... Mas, entendo que deveria ter respeitado você, pois está namorando.

— Não vou esquecer... Mas, eu te perdoo. Entendo que foi um impulso...

— Então, por favor, aceite as flores.

— Eu aceito sim... Obrigada! – Hermione recebeu as flores e deu um largo sorriso e depois um abraço em Alberto.

— Ufa! Pensei que você não me perdoaria...

— Não é fácil, não tem como esquecer isso, você sabe...

Alberto apenas concordou em silêncio.

— Bom, infelizmente não vou poder demorar muito porque já estou atrasada e ainda tenho que me arrumar para a ceia. Mas se quiser, pode me aguardar na sala.

— Tudo bem, tudo bem...

— Bom, vamos?

E os dois desceram e seguiram para o interior da casa. Hermione deixou Alberto conversando com os pais, passou rapidamente na cozinha para pegar um vaso com água para colocar o buquê em seu quarto. Correu para tomar um banho rápido e assim que saiu já começava a escolher a roupa. Já dava pra sentir que não conseguiria se arrumar em tempo hábil e então apelou para a magia. Pegou um vestido curto vermelho e um escarpin preto. Modelou alguns cachos com a varinha e passou uma maquiagem leve. Deu uma última conferida no espelho e saiu do quarto.

Ao descer a escada percebeu que algumas vozes, sinal de que seus parentes já haviam chegado para a ceia. Logo pôde ver Alberto já bastante integrado e conversando com seu primo William.

— Boa noite gente. – Disse Hermione para todos os presentes.

Então todos a cumprimentaram e a elogiaram por ter se transformado em uma bela mulher. Já fazia algum tempo que os parentes não a encontrava e essa mudança não poderia passar despercebida. William foi o último e chegar e cumprimentar a prima.

— Nossa Hermione! Você mudou hein!?

— Você também. Onde está aquele menininho que vi da última vez? Você esticou! – Disse Hermione abraçando o primo.

— Pois é, pois é... O que o tempo é capaz de fazer hein!?

— Verdade.

— Olha, gostei do seu namorado. Gente boa demais!

— Rony está aqui!? - surpreendeu-se a morena.

— Olha ele ali. – Disse William apontando para Alberto.

— Ah! Não, não... Alberto não é meu namorado. Meu namorado se chama Rony.

— Ah... Perdão, não sabia... Alberto falou tanto de você, com um carinho tão especial que pensei que era seu namorado.

— Alberto é um dos meus melhores amigos.

— Deu pra perceber o carinho.

— Pois é... Amanhã trago Rony aqui para você conhecer, ok?

— Combinado.

Alberto já vinha de encontro aos dois.

— E então Alberto, vejo que já conheceu meu primo William.

— Pois é... Descobrimos que já passamos férias no mesmo lugar e no mesmo ano.

— Sério? Que coincidência! – Espantou-se Hermione.

— Pois é... Estávamos conversando sobre isso quando você apareceu. – Disse William.

Hermione não conseguiu completar a conversa porque sua mãe já a retirava da conversa para conversar no canto da sala.

— Mione, o Rony vem? – Perguntou Mônica.

— Não. Ele vai passar com a família.

— Suas tias estão pensando que Alberto é seu namorado!

— Pois é, William também achou, mas já expliquei pra ele.

— Engraçado...

— O que é engraçado?

— Seria muito mais fácil se fosse o Alberto.

— Porque?

— Porque ele é “trouxa”.

— Pensando assim seria mesmo... Mas infelizmente o amor não funciona assim...

— Verdade. Não me entenda mal filha, adoro o Rony. Mas você sabe que é difícil incluí-lo em nossa “rotina”...

— Verdade... Mas, ele já melhorou bastante desde que começamos a namorar.

— Percebi, ele realmente melhorou muito. Você fez um bom “trabalho”.

Hermione sorriu.

Depois da conversa as duas se juntaram aos demais convidados e tiveram uma noite bastante agradável. Hermione adorava estas reuniões de família porque ela se sentia muito isolada quando estava no colégio e estes encontros com a família resgatavam esses laços que ela tanto necessitava. Claro, nenhuma família é perfeita. Tem sempre um ou outro parente que sempre fazia alguma coisa “errada”. Mas, é normal. Então esta era a primeira “reunião de família” desde que ela havia feito a viagem com os amigos em busca das Horcruxes. Era realmente muita sorte ela ter sobrevivido ao caos para poder hoje estar desfrutando de bons momentos ao lado das pessoas que ama.

Hermione observava Alberto conversar com seus parentes e tentava imaginá-lo da forma como sua mãe havia mencionado logo mais cedo. Terminou concordando que de fato seria mais fácil ter Alberto como namorado. Mas, ela amava Rony desde que ela era criança e isso era uma coisa que não mudaria tão facilmente. Terminar com ele era algo impossível de se imaginar. Por fim, foi para a cozinha pegar um pouco mais de bolo e refrigerante.

—------------------------------------------------------------------------------

A campainha tocou e Mônica foi abrir a porta.

— Boa noite Mônica. – Disse Rony.

— Rony! Que surpresa! Hermione disse que não viria.

— E não vinha mesmo. Mas, falei com mamãe e ela entendeu que era importante pra mim passar este primeiro Natal ao lado da minha namorada. E aqui estou.

— Que coisa boa! Então entre, fique à vontade, Hermione está na cozinha.

—------------------------------------------------------------------------------

Hermione abriu a geladeira e pegou o refrigerante para colocar no copo. Quando percebeu que havia mais alguém na cozinha.

— Alberto?

— Onde fica o lixeiro? Quero jogar este guardanapo e este copo.

— Logo ali à esquerda ao lado da porta.

— Obrigado. E então, gostando da festa?

— Sim. Adoro estes momentos em família. Não gosto de passar tanto tempo longe deles, mas, é realmente necessário. O lado bom de estar encerrando a vida escolar é de estar mais próximo dos meus pais.

— Sei bem como é isso. Também passei vários anos estudando em regime de internato. Mas, me adaptei bem à distância.

— Boa noite! – Disse Rony cortando a conversa e entrando na cozinha.

— Boa noite Ron! Que surpresa! – Espantou-se Hermione que correu para abraçá-lo.

— Boa noite Ronald. – Respondeu Alberto.

— Atrapalho? – Perguntou Rony de forma irônica.

— Claro que não. – Disse Alberto – Bom, com licença.

— O que ele faz aqui? – Perguntou Rony ao ver Alberto sair da cozinha.

— Mamãe convidou.

— Sua mãe?

— Foi, também não esperava ele aqui.

— Hum, sei...

— É sério! Não tem nada demais Ron. A propósito, fico feliz que tenha vindo. Assim, vou poder apresentá-lo para minhas tias. Elas estão ansiosas para vê-lo. Mas, porque não me falou que vinha?

Rony respirou fundo e respondeu...

— Decidi de última hora... – Rony respirou fundo mais uma vez – Tudo bem, tudo bem... Não vou implicar com o Alberto... Bom,  depois que você voltou pra casa, conversei com mamãe e ela entendeu que se eu não estivesse aqui hoje ela não teria sossego. – Hermione sorriu - Mas antes, quero que aceite meu presente.

— Poxa Rony... Depois vou pegar o seu lá no quarto, ok?

Hermione pegou a sacola e sacudiu levemente.

O que é?

— Abre.

Ao abrir a embalagem Hermione viu uma fita VHS como o título de um filme romântico.

— Nossa Ron! Uma fita? Agora me surpreendeu!

— Harry me ajudou a escolher, me falou que era um filme que os trouxas assistiram no cinema no ano passado e agora havia sido lançado em fita.

— Estava com vontade de assistir com minhas primas, mas, não deu...

— Que bom que acertei no presente – tentou amenizar.

— Acertou mesmo, e o melhor, poderemos assistir juntos!

Rony sorriu...

— Bom... Então, vamos conhecer o restante da família? – Perguntou Hermione.

Rony concordou e ambos saíram em direção à sala para que Rony fosse apresentado a todos. E as tias de Hermione ficaram encantadas por Rony e “seu cabelo ruivo”. Rony se mostrou bastante desenrolado e seguro em não comentar nada do mundo bruxo. Ele realmente estava se esforçando. Hermione estava orgulhosa do namorado. Hermione observava o namorado conversar com o sogro.

William se aproximou de Hermione. Ele era seu primo e como tem uma irmã bruxa sabia da real condição de Hermione.

— E entra mais um bruxo na família... – Chegou cochichando na orelha de Hermione.

— Pois é... Mas...

— Eu entendi... Ele finge não ser...

— Isso.

— Eu entendo... Não é todo “trouxa” – disse fazendo aspas com as mãos - que consegue entender tudo isso.

— É verdade.

— Gostei do seu namorado, ele parece ser bem divertido.

— É sim, ele é muito legal. Mas você precisa conhecer o meu cunhado Jorge, ele sim é super engraçado.

— Que bom.

— Uma pena que ele esteja um pouco triste nos últimos meses...

— Porque, o que houve?

— Jorge tinha um irmão gêmeo: o Fred, mas, ele morreu.

— Morreu!?

— Pois é, uma longa história... Depois te conto.

— Ok. E o Alberto?

— O que tem o Alberto?

— É bruxo também?

— Não, não... É trouxa.

— Tem certeza?

— Tenho ué! Porquê?

— Nada não... Tive uma impressão... Mas, acho que me enganei.

— Hum... Entendi... – Disse Hermione meio desconfiada.

Nesse momento seu pai a chamava para integrar a conversa junto a Rony. A noite correu tranquila, mais tarde quando Alberto e seus parentes já haviam ido embora Hermione levou Rony para seu quarto para lhe entregar o presente.

— Bom, aqui está o seu presente! – Disse Hermione.

— Poxa, obrigado Mione!

Rony abriu o embrulho e ficou muito feliz com o que encontrou.

— Poxa! Acertou em cheio! Estava mesmo precisando de luvas para Quadribol!

— Gina me ajudou na escolha, já que não entendo muito de Quadribol.

— Obrigado Mione! – Disse Rony dando-lhe um beijo apaixonado de agradecimento.

E quando se separaram Rony ficou curioso ao ver um buquê na mesa de cabeceira de Hermione.

— Lindas flores! – Comentou.

— Hã... Pois é... Ganhei hoje...

— De quem?

— Hã... Do papai.

— Hum, tem bom gosto. Bom, preciso ir. Não posso abusar com a “senhora Weasley”, já foi muito bom ele ter me “liberado” da reunião em família para passar o Natal contigo.

— Verdade, então vamos...

— Posso vir amanhã?

— Claro que sim! Não precisa nem perguntar.

Rony abriu um sorriso e juntos desceram de mãos dadas em direção à sala. Encontraram os Granger na sala conversando.

— Boa noite Wendell. Boa noite Mônica. A noite foi muito agradável. Obrigada por compartilhar comigo esta ceia maravilhosa.

— Obrigado por ter vindo Ronald. – Disse Wendell e Mônica acenou para Rony.

— Olha, parabéns pela escolha das flores, são lindas! – Disse Rony a Wendell.

— Flores? Que flores?

— As flores que deu para Hermione. – Hermione gesticulava nas costas de Rony.

— Não sei do que está falando. – Disse Wendell sem entender o que Hermione dizia – Hermione do que Rony está falando?

— Err.. Das flores papai!

— As flores do Alberto?

— Alberto? Porque Alberto te deu flores? E porque está escondendo isso de mim Hermione? – Perguntou Rony.

— Calma Rony, não é nada do que está pensando.

— Você nem imagina o que posso estar pensando...

— Alberto e eu brigamos e ele quis pedir desculpas. Foi apenas isso.

— E por que brigaram?

— Isso não é importante agora.

— Porque brigaram? O que ele te fez?

— Não foi nada, foi um mal entendido. Já está tudo bem.

Mônica já começava a puxar as orelhas de Wendell por ser tão desligado e por ter provocado a confusão entre os dois.

— Mas houve alguma coisa – Rony tentava se controlar em meio a sua fúria.

— Rony, não foi nada demais.

— Se não foi nada demais porque não quer me dizer?

— Vem Rony, vamos conversar lá fora.

E os dois foram para o jardim.

— E então, pode me dizer agora?

— Rony, tem certeza?

— Agora está me assustando...

— Não queria te falar porque não tem nada demais. Assim, foi grave, mas já está solucionado.

— Pela última vez Hermione... O que aconteceu entre você e o Alberto?

— Nos beijamos...

— O quê!?

— Foi ele que me beijou na verdade, me pegou desprevenida.

— Quando foi isso?

— Hoje à tarde?

— Como assim? Nós estávamos juntos!

— Foi antes... – Disse Hermione com lágrimas nos olhos.

— Por Mérlin que absurdo, saiu com ele antes, beijou, ficou o restante da tarde comigo, convidou ele para a ceia e ganhou flores dele. O que mais está escondendo de mim?

— Rony deixa te explicar... Encontrei com ele porque ele precisava de uma ajuda...

— Sei bem o tipo de ajuda... Ele sempre vem com esse papo de ajuda...

— Rony por favor... E saímos para lanchar e estava nevando, quando voltávamos pro carro eu escorreguei e ele foi me amparar e ficamos próximos o bastante e foi assim que ele me beijou! Mas eu não correspondi! Brigamos e ele ficou realmente arrependido.

— E?

— E voltei sozinha para casa...

— É um babaca mesmo, te deixou voltar sozinha?

— Na verdade eu que não quis voltar com ele, fiquei muito... assustada, com tudo. Com raiva... Ele insistiu, mas, não quis.

— E?

— E fui encontrar vocês.

— E porque o convidou depois de tudo isso?

— Foi mamãe que o convidou, ela não sabia que havíamos brigado.

— Sei... Sei... E as flores?

— Ele trouxe para se desculpar...

— Hum...

E um “silêncio ensurdecedor” pairou entre os dois.

— E agora? – Perguntou Rony.

— E agora o quê?

— Como ficamos?

— Como assim, "como ficamos"? Eu te amo Ronald Weasley...

— Não sei... Alberto parece ser o melhor pra você...

— Não acredito que estou ouvindo isso...

— Acho melhor... Darmos um tempo... – disse Rony.

—Não Rony! Eu te amo... – Disse caindo em lágrimas.

— Eu também... Mas...

— Mas...?

— Olha, estou de cabeça quente... É melhor eu ir. Depois conversamos! – E desaparatou.

Hermione sentou na varanda de casa, agarrou os joelhos e chorava desesperadamente.