O mês de maio passou rápido e tudo começou a se organizar no mundo bruxo. O Ministério se restabeleceu, Hogwarts começava a se reestruturar e já começavam os preparativos para receber novamente os alunos após esta parada obrigatória para organização da escola após a guerra.

Harry conseguira há poucos dias vender o Largo Grimmauld para o Ministério utilizar como sede da Ordem da Fênix e com o dinheiro comprou uma casa no vilarejo de Ottery St. Catchpole (mais precisamente, ao lado da casa dos Weasley). E no dia 31 de maio os quatro amigos se reuniram na casa de Harry para poder ajudá-lo na arrumação.

— Muito obrigado por estarem aqui, sei que não tenho muita coisa para arrumar. Mas... Não sei se conseguiria organizar sozinho.

— Fique tranquilo, já estamos quase terminando. – disse Hermione.

E eles iam arrumando os móveis e todos os objetos com floreios de varinhas. Aos poucos a casa ia ficando organizada. Harry deixou que monstro escolhesse onde queria ficar e assim o fez, ele preferiu ficar junto ao quadro da Srª Black no Largo Grimmauld, e pediu a Kingsley (conforme orientação de Hermione), que ele recebesse toda a comodidade possível. Harry também não gostava da ideia da escravidão dos elfos domésticos, portanto, assegurou que monstro tivesse roupas novas, boa comida, um quarto, períodos de folga e um salário justo por suas atividades.

— Depois vou querer receber meus direitos trabalhistas, está me usando como elfo doméstico. – brincou Rony ajudando a arrumar a sala.

— Deixa de ser palhaço Ron... – retrucou Gina.

— Ninguém pode brincar mais...

Hermione e Harry sorriram.

— Prometo que vou compensar depois ok? Vamos passear em algum lugar.

— É disso que estou falando. – disse Rony provocando Gina que fez uma careta engraçada para ele.

— Pois acho uma ótima ideia, já que vamos voltar a Hogwarts. Mas saiba que não exijo nada em troca pela ajuda... – disse Hermione.

— Nem me lembre disso! Aulas! – Interrompeu Rony.

— Deixa de ser preguiçoso Rony! – repreendeu Gina.

— Não é segredo pra ninguém que não sou muito fã da escola.

— Se nem a Hermione é capaz de fazer esse cabeça dura mudar, então não sei mais quem poderá fazê-lo. – Quando Harry disse isso todos riram.

Quando terminaram a arrumação foram descansar na varanda e tomar um pouco de sorvete que Hermione havia trazido para eles.

— Isso está realmente uma delícia – disse Rony.

— Realmente, sempre que quiser pode trazer um pouco para nós viu Hermione? Não se incomode. – brincou Gina.

— Certo, certo... Bom saber – Ela entrou na brincadeira.

— Bom, aproveitando que estamos todos juntos, gostaria de entregar uma coisa para vocês. – Começou Harry – Vocês são os meus melhores amigos e gostaria muito de “oficializar” isso. Se tivesse a chance de escolher meus amigos novamente não mudaria nada, vocês são as melhores coisas que tenho na vida...

A essa altura Gina e Hermione já não seguravam as lágrimas.

— Nem comecei a falar e já estão chorando? - brincou Harry - Bom... E por isto... Gostaria de entregar uma coisa a vocês. – Ele retirou quatro saquinhos de veludo do bolso e entregou a cada um.

Os quatro desembrulharam seus saquinhos e retiraram cada um sua pulseira de ouro com um pequeno pingente na ponta.

— Bom, é um presente singelo apenas para que nunca se esqueçam o quão importantes são em minha vida.

— Adorei o presente Harry, e agora falo em nome de todos... Que você sempre estará em nossos corações. E também falo agora por mim que... Vocês são os melhores amigos que tenho. Não poderia ter recebido presente melhor em minha vida... – completou Hermione e os quatro amigos se abraçaram.

— Bom... Agora vocês realmente me fizeram chorar – disse Gina.

Rony começou a examinar seu pingente.

— O meu é uma coroa?

— Sim Rony, porque: Weasley é nosso Rei! – E Rony sorriu.

— O meu é um raio, por razões óbvias – todos sorriram – O da Hermione é uma lâmpada, porque ela é brilhante em tudo o que faz. E o da Gina é um pomo-de-ouro porque ela é a melhor apanhadora do time de Quadribol que Hogwarts já viu.

— Você é suspeito falar... – disse Gina.

— Mas, a verdade tem que ser dita! Não é verdade pessoal?

— É sim! – concordaram os dois.

E todos colocaram suas pulseiras. E agradeceram o presente. Passaram a tarde jogando conversa fora e os quatro foram até a colina para poder ver o pôr-do-sol. Quando retornaram, se arrumaram e aparataram juntos em Londres.

— Como hoje é nossa última “noite livre” antes de retornar a Hogwarts, resolvi fazer uma pequena surpresa a vocês... Bom, como já falei, sou eternamente grato pela amizade de vocês e acima de tudo pelo apoio em todos os momentos difíceis que passei durante toda minha vida... Por este motivo, vamos jantar em um lugar especial hoje. Aqui é Cais do Rio Tâmisa e hoje vamos jantar em um barco que fará um trajeto por sua extensão e nos mostrará alguns dos pontos turísticos da cidade de Londres.

— Poxa, que legal Harry! – disse Rony.

— E então, vamos!? – perguntou Harry.

E os quatro foram até o barco. Era belíssimo, todo iluminado e bem organizado, a bordo dele dava até para esquecer que abaixo deles passava um rio, a não ser pelo leve balanço que ele fazia. Um recepcionista os acompanharam até o interior do barco e os acomodaram em uma mesa. O jantar foi impecável, comeram um prato típico inglês chamado: Wellington Beef. Que nada mais é que um filé de carne envolto em massa. Após o jantar os quatro foram para a parte externa do barco aproveitar o passeio e admirar a paisagem, assim como conhecer os pontos turísticos. Seguindo o Tâmisa passaram pelas atrações lindamente iluminadas, como o London Eye, o Festival Hall, a casa do Parlamento e o Big Ben do outro lado do rio. Com o fim do passeio todos voltaram para suas casas para descansar.

Gina retornou a escola em 1º de junho, passou os outros meses longe dos amigos e do namorado, concluindo as aulas pendentes do ano anterior, já que a guerra atrasou a conclusão do ano letivo. Passou em todas as provas e encerrou as aulas. E então após as pequenas férias no dia 1 de setembro os quatro amigos já se organizavam para retornar a escola e estudarem na mesma classe. E juntos seguiram para a nova jornada, concluir o último ano em Hogwarts.

— Todos prontos? – Perguntou Harry se juntando aos amigos na plataforma 9¾.

Todos concordaram e juntos entraram na cabine. Agora, Rony e Hermione não eram mais os monitores e assim puderam permanecer junto a Harry e Gina durante toda a viagem.

— Ansiosos? – Perguntou Hermione depois de se acomodar na cabine.

— Um pouco... “Retornar para casa” é sempre muito bom. – Disse Harry.

E a viagem seguiu tranquila. Ao chegarem como de costume Hagrid já aguardava os primeiranista na plataforma.

— Hagrid! – Disse Harry ao encontrá-lo.

— Harry meu amigo! Como é bom vê-lo!

A essa altura todos os novatos já voltavam a atenção para os dois amigos.

— Rony, Hermione, Gina! Que bom vê-los também!

Os quatro se juntaram e deram um abraço coletivo nele. Hagrid os encaminhá-los para as carruagens, que a esta altura após o grande caos da guerra, muitos alunos já poderiam ver os Tressálios. E todos foram levados ao grande castelo.

O salão comunal estava extremamente lindo. Para quem não viu o horror que ocorreu durante a guerra ficava difícil imaginar que ali foi palco de um combate. Foi realizado um trabalho incrível de reestruturação. As mesas estavam arrumadas, os alunos devidamente uniformizados e sentados em suas respectivas mesas. Todos aguardavam ansiosos o anúncio da nova diretora: Minerva McGonagall.

— Bom dia alunos! – Foi assim que começou Minerva em seu discurso – Como todos sabem, de agora em diante serei a nova diretora de Hogwarts, mas, não vamos falar disso neste momento. Bom, hoje é um dia muito importante na história do mundo bruxo, pois, estamos retomando nossas atividades após a II Guerra Bruxa. Esta escola foi palco de uma guerra. Perdemos muitos amigos, bruxos extremamente brilhantes e de fundamental importância para a comunidade bruxa. Também descobrimos novos personagens que ajudarão a construir esta história de agora por diante. Bom, sei que esta pessoa de que irei falar agora odeia ter os holofotes virados para si, mas, toda sua fibra, inteligência e perspicácia foram fundamentais para conduzí-lo por todo o caminho. Gostaria de pedir uma salva de palmas para o grande herói desta geração: Harry Potter.

E todos vibraram, aplaudiram, assoviavam, enfim, festejavam com a presença de Harry no salão. Um Harry bastante tímido acenava para todos. E Minerva continuou:

— Também não poderemos esquecer de seus amigos, que também o ajudaram a conduzir suas decisões de forma assertiva durante este tempo, uma salva de palmas para: Hermione Granger, Ronald Weasley, Neville Longbotton, Luna Lovegood, Gina Weasley e a todos os outros que o ajudaram.

Outra chuva de salva de palmas ocorreu no salão. Quando todos acalmaram-se com a presença dos “Heróis da Geração” (Assim eram chamados agora), Minerva seguia com o discurso:

— Sei que não será fácil recomeçar. Tão pouco, esquecer tudo o que aconteceu nos últimos meses. Mas, tenho certeza que JUNTOS conseguiremos reunir toda a força possível para deixar nossa sociedade da forma que era antes, ou ainda melhor.

E então todos os alunos aplaudiram e seguiram os rituais de iniciação na escola como todos os anos. O Chapéu Seletor definiu a casa de cada primeiranista. Em seguida os alunos seguiram para seus salões comunais. Ao chegar ao salão da Grifinória Harry puxou Gina para um canto.

— Bom, antes que Rony comece a pegar no seu pé, vou aproveitar que ele está “ocupado” com a Mione para poder namorar um pouco, já que não pudemos ficar muito juntos durante a viagem.

— Não acredito que combinou tudo isso com a Mione.

— Claro que sim, e ela não é boba nem nada também está aproveitando o momento dela. – disse Harry brincando.

— Olha, estes dois são uma comédia viu!? Sério! Vivem brigando e depois se pegando. Sinceramente, meu irmão teve muita sorte em encontrar alguém como a Mione para preencher a vida dele.

— Verdade, ela é incrível mesmo.

— Olha, falando assim eu fico até com ciúmes hein!?

— Não fique... Você sabe que é tudo pra mim.

— Se está dizendo...

— Como assim, se está dizendo?

— Dá pra perceber a forma com que outras garotas olham pra você mocinho...

— Elas podem olhar à vontade, que não estou nem aí pra elas.

— Hum, sei!

— Adoro quando fica assim irritada...

— Olhe só Harry Potter, se você já era cobiçado antes de acabar com Você-Sabe-Quem, imagina agora que o derrotou.

— Primeiro, pode chamá-lo de Voldemort. Não existe mais risco nenhum em pronunciar seu nome e segundo... Já te falei que isso não é problema.

— Não enrola Harry!

— Olha, vamos deixar esse assunto chato pra lá... Estamos perdendo tempo... Já, já Rony chega aqui e então não poderemos fazer mais...

E ele nem conseguiu completar a frase porque Gina já o agarrara e o encurralava na parede. Ele se desvencilhou do movimento e a encurralou contra a parede.

— Sabe... Adoro quando fica... Irritada – Disse Harry.

— Não... Estou... Irritada... – respondeu Gina em meio aos beijos.

— Está sim...

— Eu... Só falei... A verdade...

— Não acredito... Que ainda... Quer insistir... Nisso...

E ela não respondeu e se rendeu aos beijos calorosos. Quando ouviu um pigarreio atrás.

— Desculpe interromper Potter. – disse um garotinho loiro parecendo ser do primeiro ano.

— Sim? – Respondeu Harry se recompondo e Gina com uma cara bastante furiosa.

— Poderia me dar um autógrafo?

— Autógrafo?

— Sim! Por favor... Sou um grande fã seu e apostei com meus primos que conseguiria encontrar o senhor um dia e que pediria um autógrafo.

— Mas, não sou tão importante assim...

— Como não? É o maior bruxo que existe!

— Mas...

— Harry por Mérlin assina logo... – Disse Gina.

Harry assinou o caderno do garoto que saiu saltitante corredor a fora e ele voltou sua atenção para a ruiva.

— Meu fã! Vê se pode uma coisa dessas...

— Está vendo? É disso que estou falando... E era só um garotinho... Deixa chegar as menininhas assanhadas pra você ver. Se qualquer uma se meter a engraçadinha com você não respondo por mim hein!?

— Por Mérlin Gi, são só garotos... Olha... Vamos continuar de onde paramos.

— Ah Harry! Agora não quero mais. – E Gina girou nos calcanhares deixando Harry sozinho.

— Gina por favor!

Mas ela nem virou para falar com ele e subiu as escadas. Harry seguiu correndo escada acima, mas, ao chegar à metade do caminho ela se transformou em um escorregador.

— Mas que diabos é isso? – Questionou irritado e se levantando pois havia caído de bunda no chão.

Mas ouviu uma gargalhada atrás de si. Ao virar-se viu Rony embolar de rir no chão e Hermione vir descabelada correndo na direção dele xingando bastante.

— O que aconteceu com vocês dois? – Perguntou Harry.

— Esse desmiolado do Ronald que aprontou! – Respondeu Hermione.

— Porque brigam desta vez?

— Por sua causa!

— Minha causa!

— É.

— Me explica.

— Ele viu você beijando a Gina e inventou essa história de autógrafo com o garotinho só pra ver a Gina zangada.

— E conseguiu, ela saiu furiosa daqui.

— Eu vi. – Disse Hermione.

— Não tem nada na cabeça não é seu desmiolado? Fazendo sua irmã de boba!

Rony nem conseguia responder.

— O que deu nele? – Perguntou Harry.

— Calma... Deixa... Me... Recuperara...

— Fala logo Ron! – Disse Hermione.

— Você... Precisava... Ver... Ele caindo... De bunda no... Chão.

— Como? – disse Hermione.

Rony segurou a barriga, respirou fundo e falou:

— Pois é, Gina saiu furiosa com a história do garotinho interromper a “pegação” dos dois e então subiu para os dormitórios.

— E? – Perguntou Hermione.

— E então ele subiu as escadas, mas, não chegou à metade. Porque elas se transformaram em escorregadores. – Disse Rony.

— O feitiço de proteção ao quarto das garotas. – Completou Hermione

— Tinha esquecido disso Mione. – Disse Harry irritado.

— Mas, o que tem de engraçado nisso Rony? – Perguntou Hermione.

— A queda... – Rony chorava de rir – Ele caiu de bumbum no chão Mione foi MUITO engraçado.

— Há, ha, ha. Estou morrendo de rir Ronald Weasley. Olha, vai ter volta viu? – Ameaçou Harry.

— Olha, se for aprontar não me envolva nessa hein Harry? Não tenho nada haver com isso... – Disse Hermione.

— Vou pensar no seu caso... – Brincou Harry – E o senhor, trate de ir explicar toda essa história pra sua irmã. Já não basta tudo o que passamos, não quero que uma briga boba atrapalhe nosso relacionamento.

— Tudo bem... Tudo bem... Eu vou falar com ela.

Após a pequena travessura de Rony, eles foram para seus dormitórios organizar o material já que as aulas só começariam no dia seguinte.

Às 21h, Hermione chamou os garotos e os quatro ficaram na sala comunal, as garotas fofocando no canto e os garotos jogando xadrez sob os olhares curiosos dos outros alunos da casa.

— Será que vai ser sempre assim? – Perguntou Harry.

— O quê? – Disse Rony.

— O pessoal não cansa de olhar pra cá.

— Não liga não. Isso vai passar. Também pudera não é Harry, não é todo dia que encontramos pessoas “famosas” na escola. – Respondeu Rony.

— E desde quando sou famoso Rony? Estudei aqui desde garoto...

— Você vai mesmo continuar insistindo nessa história? Já deveria estar acostumado...

— Nunca vou me acostumar com isso...

— Se está dizendo... Bom... Estou adorando! - completou Rony.

— Vou passar a fama toda pra você então! - Disse Harry meio contrariado.

— Pode passar, pode passar...

— Porque está tão animadinho em Rony? Olha lá hein? Não vá dar corda pra essas meninas assanhadas – Interrompeu Gina.

— Olha, ninguém chamou você na conversa cabeça de fósforo! – Retrucou Rony.

— Cuidado nesse garoto Mione, olha só como ficou empolgado com essa conversa de popularidade na escola.

— Ninguém está falando com você hein!? - Rony ficou zangado.

— Vocês dois querem, por favor, parar com isso? Está todo mundo olhando... – Disse Hermione.

— Já parei... Mas, fica de olho... – Disse Gina.

— Você cismou com essa história hoje Gina! – Disse Rony.

— Vocês vão parar? – Perguntou Harry.

Gina levantou os braços em sinal de rendição. Neste momento Harry já abandonava o jogo e puxava Gina pelo braço.

— Para onde vão? – Perguntou Rony.

— Dar uma volta. – Disse Harry.

— Mas, não podem sair depois do horário... – Disse Hermione.

— Não vamos muito longe.