Song~

Capítulo Doze - Definitivamente encrenqueira.

(Laxus)

Já fazia algum tempo desde que minha irmã havia saído para o colégio. Me sentei no sofá, liguei a televisão colocando na Fox já que passava “Os Simpsons” e cocei o saco. Não tinha nada pra fazer, apenas assistir televisão, entrar em sites inapropriados e coçar o saco. Esses dias em casa serão um tédio.

– Que cara é essa? – meu pai me perguntou, sentando no sofá ao lado, me olhando com careta.

– A cara que você e a mãe fizeram. – retruquei, olhando debochadamente para ele.

Ele riu, revirando os olhos.

– Já que a Lucy não está em casa o que acha de me contar o que realmente aconteceu? – perguntou-me, olhando seriamente para mim.

Suspirei, eu vim para Califórnia afim de calma, as coisas na Universidade de Ohio estavam complicadas para mim. Era algo que eu realmente não queria contar mais sei que meu pai provavelmente vai me obrigar a contar ou então me dará um golpe mortal igual as outras vezes que eu vim passar um tempo com eles.

– Problemas... – disse, dando os ombros.

– Que tipo de problemas? – perguntou, erguendo uma sobrancelha.

Fiquei em silêncio. Lembrando-me do verdadeiro motivo de eu estar aqui e me revoltando.

– Sabe qual é o problema, pai? O problema é que pela primeira vez na vida eu estou gostando de uma garota e ela gosta do meu melhor amigo! E eu não posso fazer nada, porque eu não posso competir com ele. Enquanto eu sou todo grosso ele é cavalheiro e consegue o coração dela, perto dele eu sou um merda. – desabafei, respirando em seguida e sentindo um alivio por dizer tudo que eu queria.

Meu pai me olhou, e de repente toda sua cara seria se decaiu para um homem gargalhando da cara do próprio filho. Ótimo, era só o que me faltava. Meu próprio pai rindo da minha cara. Revirei os olhos me arrependendo amargamente de contar isso a ele.

– Você... apaixonado? – começou a rir de novo, batendo no sofá descontrolado pelo riso.

– Nossa pai, você realmente é uma pessoa muito legal. Obrigada pelo belo conselho que me deu, isso me ajudou muito. – comentei, sarcasticamente.

Ele colocou a mão na boca, controlando o riso e tentando voltar ao normal.

– Olha filho, aproveite esses dias aqui em casa e aproveite a vida, caso você se esqueça dela, beleza, não é romance, mas se você continuar a gostar dele pelo menos tente lutar pela sua garota! – ele disse, encorajando-me com suas palavras.

– Você tá certo pai. Vou aproveitar! – gritei, me levantando do sofá rapidamente e derrubando o controle – Quer saber? Eu vou na praia aproveitar as ondas. – sorri, correndo para meu quarto atrás de um calção pra ir a praia.

– Boa sorte, garoto apaixonado! – ouvi meu pai gritar, e em seguida, novas risadas.

Revirei os olhos novamente. Ele vai me zoar pelo resto da minha vida.

*.*

Ah, o cheiro salgado das ondas. O barulho delas batendo contra a água era música para os meus ouvidos. Olhei a praia, com várias gatinhas (opa), hoje é meu dia de sorte. Caminhei até uma lanchonete perto da praia, vou comer alguma coisa antes porque esqueci de almoçar antes de sair de casa (já que meu pai não quis fazer comida).

Abri a porta, na lanchonete só havia um caixa, que eu presumo ser o chefe do local e uma garçonete morena, muito, mas muito bonita. Sorri ao ver os enormes seios e a enorme bunda que a mesma possuía. Me sentei em uma mesa no canto da lanchonete, observando a morena.

– Ei, garçonete, coloque mais água de coco no meu copo. – um homem com cara de ter uns 30 anos disse, piscando para ela. A mesma lhe mandou um olhar desprezível e pegou uma jarra com água de coco e começou a encher o copo dele – Isso mesmo, boa garota. – disse, dando um tapa na bunda da mesma.

Não acredito. Ele não fez isso. Como ele ousa desrespeitar uma mulher assim?! Já ia me levantar pra lhe dar um belo soco na cara quando a mesma se virou para ele e jogou toda a água de coco no homem. Admito, foi engraçado.

– Espero que a água de coco esteja em seu agrado, babaca. – respondeu, sorrindo debochadamente.

– CANA! – ouço o chefe dela gritar, olhando mortalmente para ela – Quantas vezes já lhe disse para tratar bem nossos clientes? É a quinta vez que você joga algo em alguém.

– A culpa não é minha, ele deu um tapa na minha bunda. – exclamou, se defendendo.

– Você está demitida, Cana. Nunca mais pise nessa lanchonete! – o tiozinho gritou, furioso.

– Quer saber? Dane-se essa merda aqui. Essa lanchonete é um lixo mesmo. Espero que sua mulher se divirta com o amante gostosão dela, porque você é um velho desprezível, gordo e nojento. – a tal de Cana disse, jogando o avental no chão e saindo da lanchonete, porém antes de sumir a mesma apareceu no vidro e mandou dedo do meio para o chefe e lhe mostrou a língua.

O velho começou a resmungar alguns palavrões, enquanto pedia desculpas ao cliente. Soltei um leve riso, essa garota era realmente diferente das que eu conhecia. Isso chegava a ser interessante. Levantei do lugar que estava sentado e sai da lanchonete, procurando por ela, mas pelo jeito a mesma já havia sumido de vista. Será que eu ainda a encontraria?

Ri com isso. Morena, bonita, gostosa e encrenqueira. Eu definitivamente preciso conhecer essa garota.

Olho para o chão e vejo um colar escrito “Cana”, ótimo, agora tenho um pretexto para procura-la. Me aguarde morena.