Oliver entrou no apartamento com passos leves como uma pluma, não havia tido tempo de trocar de roupa, estava um pouco sujo, poeirento, mas não quis se atrasar para o jantar, sua esposa odiaria isso, mas também odiaria vê-lo entrar como um ladrão da noite, silencioso e rasteiro. Foi saudado com entusiasmo por Einstein, uma bolinha branca peluda que rodopiava sobre seus pés, com pequenos latidos entusiasmados. Tentou contê-lo, acalmar o cachorrinho, nada. Ele pulava e brincava travesso ao seu redor com força renovada. Ele não percebeu, mas estava sendo observado ao longe, sua esposa ria divertida com a cena, nos braços um pequeno embrulho se remexia e bocejava.

— Tudo bem Einstein, depois eu brinco com você, agora deixa eu me trocar antes que me atrase ainda mais e não queremos nossa garota brava, não é mesmo? — O cachorro na sua irracionalidade pareceu entender o seu desespero, afastou com o rabinho balançando rapidamente lhe dando passagem, e foi nesse momento que ele a viu. Encostada no batente da porta, segurando seu bem mais precioso, nos lábios o mais belo sorriso, iluminando seu coração. Seu mundo.

Oliver ergueu os ombros em um pedido silencioso de desculpas quando ela o olhou de cima a baixo e suspirou de frustração quando viu o que ele vestia, ainda estava com a roupa do Arqueiro. Sensual, mas ela não diria isso pra ele. Piscou, apagando da mente as imagens puramente sexuais que a envolveram, nublando seu raciocínio de esposa zangada.

Oliver diminuiu o espaço entre eles com apenas algumas passadas, beijou-lhe a boca com erotismo e sedução, logo em seguida beijou o topo da cabecinha alourada de sua filha, ela gorgolejou de alegria. Ele fechou os olhos saboreando aquele som, respirando a paz que sua família exalava, sua pequena princesa nerd, como ele costumava dizer com doçura, já estava com 3 meses, tinha a pele suave e alva, cabelos dourados e olhos azuis acinzentados, era parecida com a mãe na inteligência e possivelmente na tagarelice, ele imaginava isso pelos sons ininteligíveis que ela soltava, mas também era parecida com ele, na força que demonstrava ao tentar pegar sua mamadeira sem ajuda. Mas era na inocência de seu sorriso que ela se assemelhava ainda mais com Felicity. Oliver suspirou, vivia em êxtase desde que se casou com Felicity e o ápice dessa felicidade foi coroada com o nascimento de sua pequena Mavi Alexandra.

Ele era presidente de uma grande empresa durante o dia, Arqueiro durante a noite e sua paixão principal: marido e pai em tempo integral. Sorriu beijando a esposa mais uma vez, Einstein se juntou a família latindo e pulando. Pronto, a família estava completa. Unida.

— Senhor Oliver Queen, não pense que com beijos e carinhos vão te livrar do castigo, você está atrasado! — Essa era a sua Felicity e sua língua afiada. Ele quase gemeu ao pensar no castigo que teria logo mais a noite.

— Eu te amo, Sra. Queen. — Murmurou com um sorriso sexy em seus ouvidos antes de ir para o quarto tomar banho e se trocar.

Felicity fingiu uma indignação que não sentia. Não estava realmente brava com ele, e nem poderia. Seu marido era um herói, salvava pessoas e ainda tinha tempo pra família e para o amor. As vezes ela não sabia o que fazer com todo aquele homem. Franziu o cenho maliciosa, sim, ela sabia muito bem o que fazer com ele. Já estava maquinando o castigo luxurioso que iria infligir naquela noite de sedução ao seu lado, na cama deles. Olhou para o rostinho da filha com orgulho e foi até a sala esperar por seu herói, seu marido, seu amor. Sentia-se completa.

Olhou para o Einstein com seu focinho rosado e reprimiu um sorriso, eles eram uma típica família que estava começando, um bebê recém nascido, um cachorro, refeições juntos. Encheu-se de felicidade e ternura, colocou a filha no carrinho, ajustando-a com segurança. Seguiu pra a cozinha para verificar se tudo estava como planejado, fez uma careta ao olhar as embalagens de comida entregue a pouco, nunca soube cozinhar e casar não tinha melhorado suas aptidões culinárias. Na última vez que tentara fazer algo, quase pôs fogo no apartamento, ainda estava grávida e Oliver a proibiu até mesmo de chegar perto de um fogão. Cauteloso o seu marido. Covarde, pensava sorrindo.

Arrumou a mesa com a comida nas travessas, sentiu um misto de aromas, o cheiro apetitoso de comida competia com o cheiro dele, de perfume e de homem limpo, tão másculo, tão "Oliver". Ele a estava observando, depois de um banho rápido e relaxante, foi procurar sua família, encontrou sua filha dormindo tranquilamente no carrinho e Einstein aconchegado no tapete macio. Só faltava sua bela esposa, e ali estava ela, facilmente integrada na rotina doméstica. Tão linda. Tão sua.

— Cheiro delicioso. — Ele dizia e ela concordou, ele estava deliciosamente cheiroso mesmo.— Sem bombeiros hoje?— Oliver gracejou, Felicity arremessou um pano de prato que estava nas mãos, ele o pegou no ar, impedindo de acertá-lo. Típico.

— Engraçadinho. — Ela cerrou os dentes em repreensão.

Oliver parecia se divertir, o riso era alegre e contagiante quando chegou perto dela a abraçou pela cintura, unindo os corpos já desejosos.