Hollow Spirit - Tudo termina onde começou escrita por SEPTACORE


Capítulo 13
Mercure.




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No dormitório 024, Ana Laura – uma garota alta, com pele clara, olhos e cabelos castanhos – desfazia suas malas. Ela iria escolher a irmandade Vebnus, mas prefere se divertir a se arrumar. Foi a primeira a chegar ao quarto, então escolheu a cama de cima do beliche feito de madeira. O quarto é verde e meio sem graça, mas acho que o deixaram assim para que os alunos o estilizassem com seu gosto.

Logo chegam mais três meninas para lhes fazer companhia. Duas são amigas, que se apresentam como Natália Sofia – uma garota baixa, pele bronzeada, olhos castanhos e loira – e Gabriela Somavila – também baixa, com olhos amendoados e cabelo liso e castanho. A terceira é Sarah – altura mediana, cabelos lisos e olhos castanhos – que por sinal, parece quieta, e fica na dela arrumando suas coisas, porém logo se enturma.

– Me chamo Ana Laura, mas podem me chamar de Ananey.

Ananey desce da parte de cima do beliche em que dorme. Resolve ficar sentada no parapeito da janela.

– Sou Natália Sofia. Podem me chamar apenas de Nati. – A garota tira um espelho da mochila e começa a pentear o cabelo.

– Tem certeza que não pertence à Vebnus? – Pergunta Gabi.

– Não é porque eu sou da Mercure que não deva me tratar.

O clima começa a ficar tenso então Ananey tem uma ideia:

– Vamos jogar o jogo da verdade? Para nos conhecermos melhor.

– Jogo da verdade? – As garotas ficam confusas.

– Sim. Vou girar uma garrafa e aí cada lado dela significa alguma coisa. O lado da tampa é pra quem pergunta e o lado do fundo é pra quem responde.

– Ok, pode ser – diz Gabi.

Ananey tira uma garrafa de água vazia da mochila, elas formam uma roda e começam a jogar.

***

Americo teve de abandonar os amigos e enfrentar sozinho a irmandade. Mas logo irá se enturmar, pois é bom em fazer amizades. E é o que tenta fazer quando três garotos desarrumam suas malas no dormitório 069.

– Olá, me chamo Americo, e vocês?

– Sou o Rick – diz o menino com cabelos castanhos que usava óculos de sol.

– Me chamo Danilo, mas me chamem de Dan – diz um menino baixo e pardo, com cabelo liso e preto.

Rick tira um notebook da mala e o abre. Digita durante um tempo, e depois pergunta:

– Qual o sobrenome de vocês?

– Bezerra – responde Americo.

– Matheus Tavares – responde Dan.

Rick volta a digitar rapidamente, a procura de algo que os outros não sabiam, mas que mesmo assim os preocupavam.

– Pra que pediu nossos nomes? – Pergunta Americo.

O garoto que antes estava digitando agora começa a se contorcer de rir. Seja lá o que viu, deixou os outros dois com raiva.

– Só uma stalkeada – ri Rick. – Isso é hilário.

Americo e Dan coram de vergonha, e logo começam a armar uma vingança. A brincadeira não foi tão boa, mas tiveram que admitir que foi engraçada.

Logo o quarto que antes era vazio e sem graça começa a se encher de planos e risadas. Até porque, a zueira nunca para.

***

João Fray e Alexandre já tinham desfeito as malas e estavam esperando o último menino chegar. No quarto 021, há três camas, então significa que serão três pessoas nesse quarto, mas até agora, nenhum sinal do último.

– Vai ver ele se atrasou – diz João Fray, um garoto de pele morena e cabelos e olhos escuros.

– Então ele perdeu a iniciação – diz Alexandre, um cara alto, cabelos lisos e olhos castanhos.

Isso não mudaria nada na vida deles, mas era intrigante não saber quem ocupará essa última vaga. Eles já se acomodaram e colocaram coisas diversas nas paredes, deixando o quarto com um clima pessoal.

E então, uma batida começa no corredor, seguida pela voz de alguém cantando uma música que muitos não gostam, mas que não deixava de ser engraçada: Funk.

– A pedido dos novinhos ela vem representando, vem a Luna maravilha com bumbum girando, com bumbum girando, com bumbum girando – canta Matheus Gomes, um sujeito grande e forte, com cabelo loiro e óculos escuros.

Ele aparece na porta, e para de cantar ao ver o olhar de desaprovação de João e Alexandre.

– Prazer, me chamo Matheus Gomes, mas podem me chamar de Mc Repolho. Pelo jeito vocês não gostam de Funk.

– É, não gostamos mesmo – diz Fray.

– A Cho no aquecimento ela vai te hipnotizando – continua Repolho, irritando-os - vem a Cho maravilha deslizando, deslizando, deslizando.

Matheus Gomes continua a cantar, trolando os novos colegas de quarto. Mas logo para, porque era zueira demais. Só que 5 minutos depois recomeça, porque a zoeira não tem limites.

***

No dia seguinte, logo de manhã cedo, os calouros foram recrutados para o jardim da irmandade. Raul – o líder da irmandade – andava de um lado para o outro, esperando até que todos chegassem.

– Bem, vamos começar a zuar! – Grita ele.

Um caminhão surge por entre a mata, em alta velocidade, e quase atropela os alunos, dando um susto em todos. O caminhão para e a porta da caçamba se abre, revelando dois sujeitos sentados em latas e latas de...

– Tintas! – Diz Dan, e os murmúrios começam.

– Sim, tintas – diz Raul – vocês não tem nada pra fazer durante essa semana, então iremos inovar um pouco nossa querida irmandade. Divirtam-se.

Os dois sujeitos do caminhão – que por sinal eram gêmeos – pulam da caçamba e seguem Raul para a casa, deixando calouros criativos com tinta infinita. Logo o trabalho começa.

Rick, Ananey, Repolho e Sarah começam a pintar as paredes laterais. Eles não exatamente pintam, apenas molham esponjas nas tintas e jogam as esponjas nas paredes, criando coisas diferentes e sem ordem. Americo e João Fray ficaram com o telhado, e pintaram cada linha da telha de uma cor diferente. Gabi, Nati, Dan e Alex ficaram com a parte da frente e a de trás, mas esses eram mais organizados e pintaram tudo de uma cor alaranjada.

***

Os dias que se passaram foram mais produtivos e cansativos, com um monte de pegadinhas e piadas. No final da semana, os calouros se reuniram no jardim para fazerem o maior trote de todos.

– Prontos? – Pergunta Raul, quando todos os calouros estão armados com balões de tinta verde e melequenta.

– Sim – boa parte responde.

– Ótimo, vamos.

Eles seguem Raul até o jardim da mansão da Vebnus, onde os membros de lá estão tomando sol. Os calouros se escondem atrás da mata, para que não sejam vistos.

– Agora! – Grita Raul, e os membros da Vebnus são bombardeados com balões de tinta.

As meninas gritam e correm, os garotos falam mal e os calouros da Mercure correm, perdendo o ar de tanto rir.

Logo todos retornam para a mansão da sua irmandade, e se jogam na piscina com a roupa que estão. E a zueira mais uma vez é infinita.


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