Kirino & Shindou - Conexão.

Chapter Only.

Apenas podia ser observado um moreno fitando as estrelas com grande convicção da janela do seu quarto. O ar estava fresco e balançava as folhas escuras das árvores, trazendo uma sensação estranhamente agradável de estar em casa. Mas ele não estava em casa.

Para ser mais específico, Shindou estava há muitos anos e anos distantes de seu presente alternativo e não estava tão certo se gostaria de voltar para lá. Ele estava hospedado na espaçosa casa de Okatsu e havia gostado muito de conhecê-la. E nunca, nunca mesmo havia sentindo algo tão forte ou similar como o que estava sentindo por ela. O camisa nove estava quase acreditando que sua alma gêmea estava presa no passado.

-Akane não gostaria de saber disso. – Shindou sussurrou, rindo sozinho.

Caminhou até sua cama e não saberia se conseguiria dormir. Interligar sua alma com o de Oda Nobunaga o deixou completamente desperto e revigorado, poderia fazer qualquer coisa e não sentiria cansaço. Mas não havia nada para fazer, então, resolveu ir a encontro de uma ducha bem quente para adormecer seus sentidos. O efeito foi como o esperado, o moreno se sentia leve e preguiçoso, o suficiente para quase não colocar sua roupa antes de dormir. Quase.

Após se vestir, apenas jogou-se na cama fazendo algum barulho e procurou uma posição que o deixasse confortável. Dormiu para parede, porque ele sempre dormia para esse lado, já que do outro ele poderia acordar repentinamente e achar que estava caindo.

Finalmente seus olhos fecharam-se lentamente e ele teve um sonho muito estranho.

Ele podia ver. Sim, obviamente. E lá estava seu mixi-max Oda Nobunaga, conversando – a essa hora da noite – com um de seus defensores guerreiros. Shindou não sabia quem era, mas deduziu que deveria ser alguém de alto escalão, já que estava no quarto de Nobunaga até agora e conversando com este como se existisse um clima intimo. Era um clima muito estranho para o moreno.

Ficou a observar o que acontecia, até por fim, entediar-se, perguntado a si mesmo porque havia sonhando com esse fato sem interesse, afinal, eles poderia ser apenas bons amigos. Como Shindou era com Kirino, e antigamente, eles sempre ficavam conversando no quarto do moreno até altas horas da madrugada.

E então, seus marrons fixaram-se lentamente perplexos na cena que viu a seguir. Ele realmente estava vendo isso? Oda Nobunaga beijando seu defensor? Um arrepio correu pela coluna de Shindou, como se está fosse a sensação que Nobunaga estava sentindo. Era tão esquisito e ao mesmo tempo, tão bom de ver essa ação ocorrendo, que o camisa nove apenas ficou fitando Nobunaga arfar e sussurrar o nome do companheiro. Shindou surpreendeu-se com o que ouviu:

“Ranmaru...”

Ele disse Ranmaru? Porque ele disse esse nome? É o nome do Kirino! Mas esse cara não deve se chamar Kirino, ele nem tem cabelo rosa para começar, Shindou pensou.

Logo depois disso, Shindou acordou repentinamente na sua cama, arfando pesado e suando leve.

-Kirino ... - ele sussurrou a si e adormeceu em seguida, dessa vez, sem sonhos.

Quando estavam para partir do passado, Fey perguntou se Shindou gostaria de se despedir de Okatsu, o moreno apenas fez que sim e foi vê-la. Realmente foi triste dizer adeus a ela, pois foi uma das únicas garotas que gostou de conhecer, mas no momento, ele estava pensando em outra pessoa: Kirino.

-Tenha uma boa viagem Shindou, e eu espero que você possa conseguir realizar todos os seus sonhos! – Okatsu pegou a mão do moreno e sorriu levemente.

-Obrigado – ele assentiu e completou apertando a mão da garota: - E você continue a ser o orgulho dessa cidade.

-Eu irei. – Ela assentiu e o moreno a abraçou, sabia que ela estava chorando.

Seus orbes fitaram Tenma e Fey o esperando.

-Eu tenho que ir.

-Tome cuidado, por favor. – Okatsu pediu soluçando e Shindou assentiu novamente sendo forte. Tenma deu um abraço em Okatsu e agradeceu a hospitalidade.

-Obrigado por tudo, por favor, continue vendo se seu irmão jogará bola.

-Tá bom, Tenma. Mas vocês terão que salvar o futebol por nós.

-Eu prometo. – Tenma sorriu e afastou de Okatsu. Fey e Shindou o seguiram, e o camisa nove não olhou para trás nenhuma vez. Ele não podia, sabia que não conseguiria.

Na volta para o seu amado presente alternativo, ficou assistindo alguns vídeos com o azulado Kyousuke Tsurugi. Eram vídeos de zumbis e coisas aterrorizantes que Shindou sabia que sonharia depois.

-Nossa, pare de ver esses vídeos, Tsurugi! —Shindou exclamou irritado – Alguém já te disse que precisa se tratar? Ou que precisa de uma namorada?

Fey riu e Tsurugi revirou os olhos, respondendo provocativo: - Pelo menos você consegue ver os vídeos, já o Tenma não tem toda essa coragem.

-É porque eu gasto meu tempo com coisas melhores, Tsurugi. – Tenma respondeu bravo.

Tsurugi deu um risinho rápido e deixou o notebook na poltrona: - Tem algo para comer?

-Eu acho que tenho algumas caixas de pockys na minha mochila. Vou lá pegar. – Fey respondeu gentilmente.

-Vou com você. – Tsurugi acompanhou o verdinho, mas deu uma olhada para trás antes.

-Posso mexer? É coisa rápida, quero pesquisar uma coisa... – Shindou pegou o notebook, quando o azulado apenas fez sinal de indiferença.

Tenma sentou-se perto do moreno, para ver a pesquisa que este faria, afinal, tinha ficado curioso. Primeiro, Shindou apenas colocou o nome do seu Mixi-Max, Oda Nobunaga, mas vendo que o camisa oito não perderia o interesse tão rápido, suspirou, e digitou realmente sua pesquisa no Bing: Oda Nobunaga teve um amante?

Obviamente, Tenma olhou com surpresa para a tela do aparelho e para o amigo do seu lado. Shindou colocou um dedo sobre os lábios do castanho.

-Eu tive um sonho estranho, quero confirmar. - sussurrou ele.

-Você sonhou que Nobunaga tinha um amante? – o castanho sussurrou de volta.

-É, mais ou menos... – Shindou leu os resultados em um site e ampliou uma palavra para que Tenma pudesse entender sua pesquisa.

Mira Ranmaru.

-Ranmaru. Ranmaru. Entendeu? – Shindou olhou para Tenma.

-Não... – Tenma colocou os dedos em seus lábios pensando.

-Tenma, o amante de Nobunaga tem o primeiro nome do meu melhor amigo. Não acha que isso é coincidência demais?

-Não estou te entendendo Shindou. Existem vááários Ranmaru no mundo.

-É, mas justamente o amante do MEU Mixi-Max tem o nome do meu melhor amigo. Tem algo errado.

-Porque você não pergunta ao Fey sobre isso? Ele deve saber o que é. – Tenma aconselhou, enquanto Shindou apagava a pesquisa feita no histórico de Kyousuke.

-Não fale uma palavra do que te disse aqui para Fey ou Tsurugi, deve ser coisa da minha imaginação – Shindou fechou o notebook e olhou ameaçadoramente para Tenma – Mas se você contar, você morre.

Tenma engoliu um seco e deu um sorriso nervoso: - T-tudo bem, Shindou...

Fey e Tsurugi voltaram com duas caixas de pockys.

-Prontos para mais vídeos horripilantes? – o azulado sorriu.

-Não podemos apenas jogar Pife? – Tenma sugeriu e o azulado aceitou a ideia.

-Tá, mas eu embaralho. Você rouba quando embaralha.

-Não roubo não! – Tenma protestou, enquanto Shindou e Fey riam.

Foi um grande alívio quando voltaram para seu presente e viram que tudo estava de volta ao normal. Seus companheiros de time voltaram a acreditar no verdadeiro futebol e isso era ótimo.

-O Mixi-Max do Shindou é muito legal! É do Oda Nobunaga! – Tenma exclamou contente.

-Não brinca! – Nishiki brilhou com o olhar – Shindou, isso é tão legal!

Shindou apenas assentiu sorrindo e Aoi interrompeu a fala de Tenma: - E tem mais, o Shindou-san ficou super sexy nesse Mixi-Max, não que ele já não fosse, mas agora ele está mais!

-Aoi! – Tenma ruborizou.

-O que? Ele ficou bonito não foi?! Ficou sim! Olhos vermelhos! – Aoi sorriu.

-Stalker... – Akane passou pela azulada, olhando-a com desprezo. Todos riram.

Ficaram superanimados, é claro, e pediram para que Shindou fosse no campo mostrar como funcionava o Mixi-Max.

-Tudo bem, mas vou precisar que alguém tente roubar a bola de mim. – Shindou falou em tom claro. Hamano e Ichino empurraram Kirino para o campo.

-O quê? – Kirino suspirou – Droga... Sou sempre vítima nessas histórias.

-Não tenha medo. Não vou machucá-lo. – Shindou sorriu gentil e Kirino o desafiou com o olhar.

-Eu não tenho medo de você, e sei que não ousaria me machucar, Takuto. Vamos terminar logo com isso. - o rosado avançou para roubar a bola, e o fez com muita facilidade, só não esperava que Shindou a roubasse em questão de segundos, com tanta rapidez, agilidade e beleza.

Os amigos de time o olhavam como o ser divino a ser admirado.

-Isso é tão legal! Ensina isso para gente?! – Hamano pediu animado.

-É claro, - Shindou respondeu andando até Kirino – Tudo bem com você?

-Isso foi... Incrível... Shindou... – Kirino murmurou baixo.

-Não foi grande coisa, quando você tiver seu Mixi-Max será mais rápido que eu.

-SE eu tiver, né?

-O que está dizendo, Ranmaru? – Shindou arqueou as sobrancelhas – Não confia em si mesmo?

-Ranmaru? O que aconteceu para ficar me chamando pelo primeiro nome?

Shindou o olhou estático e corou violentamente, desviando o olhar: - N-nada. Eu só... Vamos jogar futebol. O que acha?

-Tudo bem. – Kirino respondeu passando por Shindou, olhando-o desconfiado.

Quando Shindou voltou para casa, deitou-se diretamente na cama e descobriu que o Mixi-Max tinha uma desvantagem, ele tirava toda a sua energia. Não demorou muito a adormecer, e teve o mesmo sonho da noite anterior, só que dessa vez, ele reconheceu-se no Mixi-Max com Nobunaga e viu Kirino com ele também.

“Aaah... Hmmm... Faça mais, Shindou... Mais...” o rosado pediu cravando suas unhas no ombro do moreno, sentindo a língua percorrer o pescoço até seu queixo.

E de novo, Shindou acordou repentinamente, sentindo seus sentidos ficarem entorpecidos de desejo e prazer. Suas bochechas estava muito quentes e sua testa suando. Desde então, o mesmo sonho tornou-se a vir, toda vez que fechava os olhos.

Shindou ficou pensando nisso, certa vez que vinha para casa na companhia de Kirino. O rosado reclamava da ausência de sua família na casa e de como odiava não ter alguém para conversar.

-Quer dizer, é simplesmente entediante. Tudo bem, sua casa é grande e você tem tudo o quer, mas eu não! Então, a única coisa que preciso, eu não posso ter! – Kirino jogou as mãos para o alto, revoltado com a vida.

Shindou estava relembrando o sonho, onde as carícias que fazia em Kirino eram quase inimagináveis.

-Shindou! – Kirino o sacudiu – Você está me ouvindo?!

-Aham, estou sim.

-Estão que eu disse?

-Disse que sua casa era entediante, e que não gosta de ficar sem companhia.

-É, você estava ouvindo... – Kirino murmurou – Achei que não estava, parecia pensar em outra coisa...

-Olha Kirino, se você odeia tanto ficar sozinho em casa, porque não fica comigo na minha? Eu sempre estou sozinho, e você sabe que é bem-vindo lá. Podemos fazer companhia um ao outro.

-Ótima ideia! – Kirino sorriu, piscou e cutucou Shindou – Achei que não ia mais me chamar!

Shindou negou a cabeça com um sorriso torto e envolveu o braço no pescoço de Kirino: - Então vamos, meu amigo!

Ter Kirino em sua casa, foi uma coisa que não planejava, mas que fez um bem imenso a Shindou. Divertiram-se como quando eram crianças, e só pararam quando a governanta pediu para que ambos parassem de brincar e fossem dormir. Ambos respeitaram a mulher sábia e foram tomar um banho antes de dormir. Kirino realmente sentiu falta de tomar banho em uma banheira cheia de espuma, mas Shindou não estava lá para acompanhá-lo e ver o patinho se afogar. Na verdade, se quer estavam no mesmo quarto. Conforme cresceram, as regras mudaram e o rosado tinha um quarto fabulosamente grande e tedioso.

Conseguiu dormir depois de muito esforço no pensamento, e foi acordado com leves sacudidas em seu ombro.

-Kirino... Kirino... Acorda...

-Ahn... O quê? – Kirino murmurou abrindo lentamente suas esferas cristalinas e vendo Shindou na sua frente. Ele estava com uma cara engraçada de sonolência e seus olhos pareciam pesados, estava carregando seu lençol grande e quente. – Shindou...

-Eu não quero ficar sozinho naquele quarto, ele é grande e espaçoso, e não tem sentido você dormir aqui sozinho... Vem dormir comigo, é mais fácil...

-Shindou... - o rosado sussurrou e sentiu seu rosto queimar no escuro.

-Você disse que queria companhia não é? Vamos, venha comigo. Eu posso contar-lhe tudo o que quiser sobre a época de Nobunaga. – Shindou estendeu a mão e Kirino a pegou.

Andaram pelo corredor como duas crianças pequenas, silenciosamente, sem atrair barulho.

-Não se preocupe, a governanta está dormindo e meus pais nem estão em casa. – Shindou abriu a porta e Kirino puxou o lençol que o outro carregava.

Deitaram na cama e ficaram bastante tempo se encarando, sem nada falar, apenas ouvindo o som da respiração.

-Fey disse que você conheceu uma garota lá. Ela era legal?

-Era. – Shindou sussurrou sorrindo. – Ela fazia o melhor tofu da cidade. Ela era muito gentil.

-E bonita?

-Também, ela era bem bonita.

-Akane não te matou?

-Duvido que não tenha tido vontade de fazê-lo. – Shindou riu baixinho.

-E Oda Nobunaga? Como ele era?

-Cabelos castanhos, olhos vermelhos, e quase pálido, mas nem tanto. É um cara grande, e dá até medo, mas também é legal.

-E como se sentiu quando interligaram a sua aura com a dele? – Kirino colocou sua mão lentamente sobre o peito de Shindou e este pegou com sua mão delicadeza.

-Não sei dizer ao certo, foi bom. Senti-me mais forte, isso é fato, mas...

-Mas?

-Deixa para lá... Acho que isso é besteira da minha cabeça... – Shindou largou a mão do rosado e quase virou, mas o outro o impediu.

-Não! Sendo besteira ou não, sou seu amigo e tenho direito de saber!

-Não vai querer saber. – Shindou o fitou intensamente e Kirino respirou descompassadamente.

-Eu quero saber. - respondeu ele, por fim, aproximando-se ainda mais de Shindou. – Diga, por favor.

Shindou fechou os olhos suspirando: - Eu tive um sonho estranho com Nobunaga...

-Que tipo de sonho?

-Eu acho que é como... Se eu visse sua vida pessoal...

-Tipo, ele namorando?

Shindou abriu os olhos e fitou Kirino assustado: - É, tipo isso... Como sabe?

-Fey disse que quando interligamos a nossa aura com outra pessoa, podemos ter sonhos ou visões da vida desta pessoa. Acho que se para você sonhar algo que o deixe tão constrangido, provavelmente, o viu em seus momentos íntimos.

Shindou desviou o olhar e ficou a passar em sua mente cada momento dos sonhos que teve com Kirino. Sentiu então, o outro se aproximar mais ainda dele, observando-o, esperando que ele voltasse da deriva.

-No que estava pensando?

-Nobunaga teve um amante.

-Eu sei. Se não me engano, o nome era Mira Ranmaru, estou certo?

-Sim... – Shindou sussurrou e ficou em silêncio até Kirino entender.

-Espere, meu primeiro nome é Ranmaru... E Oda Nobunaga é o seu Mixi-Max, e eles tiveram um caso...

-Acho que estou ficando louco, Kirino... - o moreno disse aproximando seu rosto do rosado – Mas é como se eu tivesse a ligeira impressão que o passado quisesse que ficássemos juntos.

-Takuto...

-Ranmaru...

Tão pouco, seus lábios estavam colados, movendo-se um no outro suavemente, embora ambos os pulmões estivessem estranhamente procurando por ar que estava até então dentro si, por segundos atrás. Kirino fazia movimentos delicados e com ternura, enquanto suas mãos subiam para o ombro de Shindou, tão logo, entrelaçando os braços no pescoço do moreno. Por fim, o rosado abriu sua boca e deixou que a língua do outro a explorasse por completo, em cada canto.

Kirino estremecia não com o toque da língua do camisa nove, mas também com as mãos percorrendo sua cintura, assim, envolvendo seus braços em sua costa, trazendo o rosado para mais perto. As mãos do camisa três não se decidiam aonde ficar, elas percorriam o pescoço de Shindou, cravavam-se no ombro do jogador, sublinhavam a face suavemente, puxavam a camisa branca para que a língua adentrasse mais a sua boca e então voltavam ao pescoço descendo sobre o ombro de Shindou.

Contudo, separaram-se puxando grandes lufadas de ar.

-Shin-dou... - sussurrou o rosado, recuperando-se.

-Sabe, quando eu estava na época de Nobunaga, eu achei que só poderia gostar de Okatsu, mas eu tive esse sonho e desde então, você não saiu da minha cabeça. É por isso que eu tenho estado tão distraído.

-Você acha que isso é algum tipo de coincidência?

-Acho que podemos falar com Fey amanhã.

-Sim, tem razão. Amanhã. – Kirino sorriu e sentou no colo de Shindou, este o puxou para um outro beijo de tirar o folego.

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-Coincidência? É claro que não. Isso não existe. – Fey respondeu.

-Não sei no futuro, mas aqui no presente existe sim, e muito. – Shindou retrucou e Kirino apenas assentiu em concordância.

Fey riu: - Deixem-me explicar uma coisa para vocês. Isto não foi coincidência, foi apenas uma maneira da conexão de vocês se reverter no passado. Sei que nada é definitivo, mas eu acredito, que não há outra pessoa nesse mundo que vocês possam amar como se amam. Quando essa conexão viu que Shindou estava se adaptando ao estilo de vida passada, deu um jeito de instalar-se lá.

-E o que isso quer dizer? – Kirino perguntou confuso.

-Quer dizer, que mesmo eu, apaixonado por Okatsu, iria me envolver com você. – Shindou respondeu, trazendo o rosado para mais perto.

-É muito simples essa 'coincidência' que ocorreu entre Nobunaga e seu amante. Simplesmente, Shindou seria filho dele enquanto Kirino seria de Mira, daí o seu nome Ranmaru.

-Então, eu sou parente dele, ou algo do tipo?

-Difícil dizer, quem é que sabe? – Fey deu de ombros e sorriu grande – Mas fico feliz por vocês, Tenma sempre me disse que vocês formavam um casal bonito. Ele não me mentiu nisso.

-Obrigado... - ambos responderam envergonhados.

-Qual será a nossa próxima viagem? Você já sabe? – Kirino perguntou curioso, abraçando Shindou.

-Sim, Joana D'Arc, na França Medieval. Wandaba está consertando nosso transporte e conseguindo um objeto que nos leve para lá. Por falar nisso, vou ver se ele já o fez. – Fey andou até a porta e parou antes de sair – Em todo caso, acho melhor vocês descansaram, se resolvermos partimos amanhã.

Kirino e Shindou assentiram. Quando anoiteceu, voltaram para casa de Shindou, onde o rosado ficaria sendo hóspede até sua família voltar. Quando chegaram, foram direto ao quarto de Shindou, e este o trancou para que não fosse incomodado.

-Essa coisa de futuro e passado é muito complicada!

-Então, que tal nos concentrarmos no presente, hein? – Shindou ficou perto do rosto do namorado.

-Acho uma boa ideia. – Kirino riu e puxou a gola do uniforme de Takuto para perto, mirando seus lábios.

Beijaram um longo tempo, e de novo, e de novo, até soltarem uma risada divertida.

-Eu gosto de você, Kirino.

-Eu também gosto de mim, Shindou.

Shindou revirou os olhos e mudam a frase: - Eu te amo.

-Eu me amo também! – Kirino respondeu e levou um soco no ombro – Ai! Isso doeu! Eu te amo, tá legal?

-Precisei te bater para dizer isso. – Shindou retrucou bravo, estava quase fechando a cara.

-Takuto... Ei, Takuto, olhe para mim... – Kirino segurou seu rosto delicadamente – Eu gosto muito de você e eu te amo também. Amo você muito. Você me ama também?

Shindou olhou feio para Kirino, mas deixou escapar: - Amo.

O rosado sorriu e beijou-o nos lábios com ternura e paixão. Quando Shindou, finalmente havia o trago para cima de seu colo, o apertando forte, o outro interrompeu o beijo.

-O que foi?

-Quero saber o que você viu no sonho de Nobunaga e Mira.

-Não vi muita coisa, eu acordei repentinamente quando ele gritou Ranmaru. Mas desde então, eu tenho sonhado com você.

-E o que você sonhou comigo?

-Quer que eu mostre?

-Quero. – Kirino assentiu rapidamente e completou: - Mostre-me no seu Mixi-Max.

Shindou fez um sinal positivo e chamou por seu Mixi-Max, logo, estava com os cabelos ondulados de cor marrom com mechas longas e preso numa parte de cima, enquanto suas esferas adquiriam uma cor rubi escura, provocante. O sorriso perverso cresceu na boca de Shindou, quando notou seu namorado ficar estático com sua beleza, e em seus olhos cristalinos, percebeu o quanto seu sorriso era parecido com o de Nobunaga quando conseguia algo que queria.

-Agora, mostre-me. – Kirino sussurrou.

Shindou assentiu e fechou os olhos por um segundo, para lembrar exatamente o que fazia no sonho, quando abriu seus orbes de novo, apertou Kirino com força e trouxe uma de suas mãos para o queixo do rosado, puxou-o levemente para perto, e pode sentir a ansiedade e medo de Kirino ao mesmo tempo.

Encostou seus lábios suavemente nos do rosado e percorreu a língua sobre eles. Kirino gemeu, sem saber que o faria.

-Aaahn...

Shindou sorriu e continuou a provocá-lo. Desceu a curvatura do pescoço, e distribuiu beijos pelo local. Sua aura podia estar interligada com o de Nobunaga, mas ele estava dando o toque especial de Shindou. Mordeu levemente uma região, até fazer sua língua subir do pescoço até o queixo. Kirino cravou suas unhas no ombro de Shindou e murmurou perdido em carícias:

-Aaah... Hmmm... Faça mais, Shindou... Mais...

-Quer mesmo avançar mais? Temos a noite toda, o dia inteiro de amanhã e depois de amanhã... Nossa conexão não acaba nunca.

-Eu sei... – Kirino fitou perversamente Shindou – Mas nossa conexão pode ficar mais forte, não acha?

Shindou despertou-se e ajeitou-se na cama, fazendo Kirino pular uma vez em seu colo: - Tem razão, sexo resolve tudo. Sempre resolve tudo.

Kirino riu e deixou que Shindou continuasse suas carícias no pescoço.

-Ei, Ranmaru...

-Hm? O que, Takuto?

-Eu te amo.

-Amo você também.

E então, selaram seus lábios em um beijo apaixonantemente quente, arrepiando todos os seus desejos e despejando todos os seus sentimentos. Sabiam que não teria um fim. Não ainda. Não agora. E era infinito.

Uma conexão inquebrável.