- Recomeçando escrita por HungerGames


Capítulo 8
Capítulo 8




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Com o decorrer dos dias nós nos acostumamos com nossa nova rotina, todos os dias de manha eu e Katniss saímos da casa dela juntos e nos separamos quando chegamos a padaria, então ela continua seu caminho para floresta e enquanto eu faço os pães e bolos, ela caça, na hora do almoço eu fecho a padaria e volto até a casa dela, almoçamos eu, ela e Haymitch que embora não tenha parado de beber agora consegue passar um tempo sóbrio, na verdade a parte da manhã inteira, depois do almoço ele bebe e então nós só o vemos na manhã seguinte, depois do almoço eu volto pra padaria e Katniss na maioria das vezes faz sua caminhada pelo Distrito, as coisas por aqui melhoram a cada dia mas ainda assim ela sai com uma bolsa cheia de comida, pães, queijo e outras coisas que ela distribui pra algumas famílias que ainda tem algumas restrições, ela decidiu fazer isso a cerca de duas semanas atrás quando nós estávamos saindo da padaria e eu encontrei a Rose, eu levava um pão em um saco de papel e assim como naquele dia os olhos dela brilharam para a sacola e isso não passou despercebido a mim e nem a Katniss, eu dei o pão pra ela que abriu um enorme sorriso, me beijou na bochecha e se manteve encantada em ter conhecido Katniss Everdeen ou o Tordo, como ela chamou e como a maioria das pessoas se referem a Katniss, mas pela primeira vez eu vi Katniss sorrindo e não se importando com esse "nome", ela se abaixou na altura da menina e a beijou na bochecha, Rose saiu dando pulos de alegria, a partir desse dia Katniss me contou sobre a distribuição de comida que ela fazia assim que ganhou os primeiros jogos e que estava pensando em voltar fazer isso, eu disse a ela que era uma ótima ideia e que eu iria separar algumas das formadas de pães pra que ela pudesse fazer isso, a partir desse dia, todas as tardes ela sai em sua "missão" quando acaba ela passa na padaria e nós vamos juntos pra Aldeia, eu vou até em casa tomo banho e volto pra casa dela, nós trabalhamos no livro que agora já estamos terminando e depois vamos dormir e como sempre acontece eu sinto o corpo dela se relaxar em contato com o meu, ela sempre dorme antes de mim por que todas as noites eu perco a noção do tempo a observando, meus dedos passam pelo cabelo dela, meus braços a envolvem e mais do que uma noite de sono eu prefiro estar assim com ela e vê-la tão tranquila e segura dormindo nos meus braços, eu achei que o meu sentimento por ela não pudesse mais crescer, mas cada vez que eu a vejo assim ele cresce de uma maneira assustadora, eu não posso mais cogitar a hipótese de não tê-la comigo, ela é a minha vida.
Quando eu acordo ela ainda está dormindo, eu saio da cama lentamente mas ela acorda assim que eu me afasto dela.
– Bom dia! - eu falo já me levantando da cama.
– Bom dia! - ela fala e volta a fechar os olhos enquanto se espreguiça, o lençol cobre apenas a metade do corpo dela, ela está com uma camisola até os joelhos mas quando ela se move ela sobe até a coxa dela e eu preciso de toda a minha concentração para desviar o olhar dela e me virar de costas, me xingando mentalmente por ter a olhado desse jeito, mesmo dormindo com ela todas as noites e sentindo o corpo dela encostado no meu, eu ainda preciso me concentrar pra evitar esses pensamentos.
– Já está na hora? - ela pergunta me despertando dos meus pensamentos.
– Já! - é tudo que eu consigo dizer, ela parece perceber minha voz.
– Aconteceu alguma coisa? - ela pergunta preocupada e pelo barulho ela deve está se levantando.
– Nada! Eu só tenho que ir... Vou me arrumar e te espero lá no Haymitch! - eu aviso já saindo do quarto sem nem ao menos olhar pra trás, por que eu acho que não seria uma boa ideia vê-la de camisola de novo, eu apresso meus passos até em casa, subo correndo e entro logo no chuveiro, deixo a água gelada cair em mim e novamente eu me repreendo por estar agindo dessa forma, mas acontece que é mais forte do que eu, eu a amo e eu a desejo também, mesmo que não tenha acontecido nada entre nós que aumente sentimento, ainda assim essa vontade e desejo as vezes aparece mais forte, eu balanço a cabeça para afastar esses pensamentos e começo a fazer uma lista mental do que eu tenho que fazer hoje na padaria, já estou com uma encomenda de um bolo e isso me deixa muito satisfeito comigo mesmo; afinal tem apenas um mês que a padaria abriu e já temos encomendas, isso é realmente um bom sinal, eu termino meu banho e me visto, como acabei demorando eu não terei tempo de fazer nada, mas como ainda tem pão de queijo eu acendo o fogo e os esquento, saio de casa e entro na casa ao lado que agora realmente pode ser chamada de casa, o mal cheiro que ela tinha desaparece um pouco mais a cada dia, e no lugar já se pode sentir cheiro de roupa limpa, comida, café e até mesmo um perfume.
– Bom dia! - eu falo quando entro pela sala e vejo Haymitch e Katniss já sentados na mesa.
– Você demorou! - ele reclama quando eu me aproximo.
– É eu sei! Foi mal! - eu falo e eles me olham curiosos.
– Você nunca se atrasa - ele emenda me encarando.
– Mas hoje eu me atrasei! - eu falo dando de ombros.
– Você tá estranho! - Katniss fala também me encarando enquanto eu me sento, eu olho pra ela e por um breve segundo eu tenho vontade de dizer que eu não estou estranho, eu apenas preciso me controlar já que eu durmo com ela ao meu lado mas não posso toca-la, mas é claro que eu desisto desse pensamento idiota que com certeza só serviria pra que ela ficasse envergonhada e regredisse tudo que nós conseguimos até agora, eu também não penso nela apenas desse jeito, eu a amo e não quero apenas o corpo dela, eu estou feliz do jeito que estamos mas as vezes não consigo fugir do meu instinto.
– Tá tudo bem! - eu confirmo enquanto eles continuam me encarando – Eu tenho que ir! - eu falo depois de apenas pegar uma maçã.
– Mas já? Você nem comeu! - ela me recrimina.
– Eu como no caminho! - eu falo levantando a maçã.
– Eu vou com você! - ela afirma já se levantando.
– Mas você não tomou café! - eu aviso preocupado.
– Eu como no caminho - ela me imita pegando uma maçã.
– Ah vão logo e parem como essa palhaçada - Haymitch reclama fazendo cara de reprovação.
– Estamos indo ok! - eu falo já de pé.
– Eu quero pão fresco amanhã! - ele grita quando já estou alcançando a porta.
Nós saímos e Katniss pega a minha mão, nós sempre vamos de mãos dadas mas sempre que essa iniciativa é dela um sorriso aparece no meu rosto.
– Muito trabalho hoje? - ela pergunta quando o silêncio começa a crescer.
– Razoável! - eu respondo balançando a cabeça – Hoje tem uma encomenda de um bolo - eu falo sorrindo e ela se vira pra mim também sorrindo.
– Isso parece muito bom! - ela fala animada– Melhor do que razoável! - ela fala me cutucando com o cotovelo.
– É sim! Mas eu prefiro não me animar muito! - eu falo já que um dos meus pensamentos agora é nunca criar muita expectativa nas coisas, segundo Dr. Aurelius se eu me decepcionar com as coisas isso pode influenciar meu tratamento, por isso eu apenas tento me manter na realidade, com os pés no chão, não crio expectativas pra padaria, pra minha vida e nem em relação a Katniss, apenas vivo um dia de cada vez.
– Mas você vai almoçar lá em casa hoje? - ela pergunta me encarando.
– Acho que não! Eu vou trabalhar no bolo... - eu falo e ela parece desapontada.
– Tudo bem - ela fala sem a animação de antes.
– Você vai fazer a distribuição hoje não vai? - eu pergunto tentando anima-la.
– Vou!Ontem com aquela chuva eu não pude ir - ela fala se animando novamente.
– Eu vou separar uma fornada de biscoitos, se você quiser eu peço pro Philip levar pra sua casa! - eu sugiro e ela sorri animada então ela parece lembrar de algo.
– Não é o Benny que entrega? - ela pergunta curiosa, e novamente por um segundo eu tenho vontade de dizer que sim, é o Benny que entrega, mas eu não suporto ver eles dois juntos, o modo como ele fala com ela, e mesmo uma parte consciente minha dizendo que ele é assim com todo mundo eu não consigo evitar.
– É sim, mas como tem a entrega do bolo é melhor que o Philip vá! - eu minto mas de certa forma é verdade também, ela me libera um pequeno sorriso.
– Então tá! - ela fala olhando pra frente e fechando a cara.
– Bom, se você preferir eu posso mandar o Benny.Você que sabe! - eu falo tentando não parecer irritado quando vejo a reação dela, ela parece surpresa com o que eu falo mas ainda está parecendo irritada com algo.
– Não precisa!O Philip pode ir - ela fala séria e eu continuo sem entender, até que olho pra frente também e a vejo próxima a padaria, Grace está com seu macacão jeans meio sujo, cabelo amarrado no alto da cabeça, seu sorriso largo de sempre e está parada nos olhando, eu olho pra Katniss e a percebo olhando sem muita animação essa figura a nossa frente, e eu tenho que confessar que me sinto contente vendo que esse é o motivo dela ter se irritado, Grace vem em nossa direção.
– Katniss! - ela a abraça como se elas fossem grande amigas, Katniss apenas corresponde ao abraço sem nenhuma animação e pouca simpatia– Muito bom te ver - Grace parece não se abalar com a cara de Katniss.
– Oh Peeta! Quanto tempo! - ela fala já me abraçando os braços dela em volta do meu pescoço e eu a abraço de volta sorrindo, eu sei que pode parecer que eu quero irritar Katniss ou provoca-la mais a verdade é que eu sempre me sinto bem perto da Grace que mesmo com esse jeito meio louco e extrovertido é uma das poucas pessoas com quem eu realmente me sinto bem, mas eu logo termino o abraço quando vejo Katniss nos olhando.
– Como que você tá? - eu pergunto já separado dela.
– Eu tô bem! - ela confirma sorrindo – A obra já está quase no fim! - ela anuncia e sorri mais ainda.
– Animada pra ir embora? - eu pergunto e ela nega, eu a olho confuso.
– Animada pra descansar, mas acho que vou ficar um pouco mais por aqui - ela anuncia contente quase posso ver a cara surpresa da Katniss nos encarando.
– Que bom! - eu falo naturalmente.
– Eu tenho que ir, se não fica tarde, eu passo aqui a tarde pra gente ir embora juntos ok? - Katniss fala irritada mas tentando disfarçar, ela ressalta a palavra juntos enquanto olha pra Grace que sorri.
– Ah espera só um segundo, por favor? - Grace pede com as mãos juntas como se estivesse suplicando, Katniss a olha confusa mas concorda, então ela se afasta alguns passos até um homem que está do outro lado da rua, Katniss me olha esperando que eu diga algo mas eu apenas dou de ombro Grace volta de braços dados com um homem alto, careca, com uma barba que começa a crescer, mas com um sorriso largo como o dela.
– Peeta, Katniss, esse é meu pai! Reynald - ela nos apresenta sorrindo animada, eu estico minha mão para ele.
– É um prazer Senhor Reynald, eu sou o Peeta! - eu falo me apresentando.
– Oh sim, eu sei quem você é! - ele fala sorrindo e me dando um pequeno tapa no ombro como cumprimento – E você também! - ele fala se virando para Katniss – Katniss Everdeen! - ele fala sorrindo e diferente do sorriso forçado que ela deu pra Grace agora ela sorri mais simpática ao que parece ela gostou dele.
– É um prazer! - ela fala apertando a mão dele.
– Viu papai, eu disse que os conhecia - Grace fala enquanto cutuca ele que ri– Eu disse a ele que tinha conhecido vocês mas ele nunca me ouve - ela fala para mim e para Katniss enquanto revirava os olhos, ele ri.
– Se vocês ouvissem todas as histórias que ela já me contou também não acreditariam - ele fala nos olhando sorrindo - Ela tem uma grande imaginação - ele fala com a mão na cabeça dela que se desvia dele.
– Papai, eu era uma criança, tinha 10 anos! Eu cresci sabia? - ela fala mas sem estar realmente irritada, eu e Katniss rimos.
– Pra mim você ainda é uma criança! - ele afirma e ela ri.
– Chega! Melhor a gente ir, antes que você acabe com a minha reputação - ela fala agarrando o braço dele.
– Foi um prazer conhecer vocês! - ele fala sorrindo – E a propósito vocês formam um belo casal! - ele afirma alegre, Katniss me olha um pouco sem graça mas sorri quando acena pra ele, depois dessa última frase nos ficamos apenas olhando eles se afastarem até que ela quebra o silêncio.
– Eu tenho que ir - ela fala sem me olhar nos olhos.
– Eu também tenho que entrar - eu afirmo e ela me olha rapidamente e então toma seu caminho para a floresta, eu entro na padaria e Philip já está lá dentro, alguns minutos e Benny chega, eu e Philip começamos a preparação dos pães e quando Benny volta avisando que já irá abrir as portas nos já estamos retirando as primeiras fornadas.O movimento da padaria tem estado muito bom, parece que a cada dia nós temos que aumentar nosso estoque, os pães tem acabado cada vez mais rápido e nós tivemos que fazer duas fornadas a mais correndo, ainda bem que conseguimos. Quando já estamos na hora do almoço eu fico na padaria pra poder fazer o bolo, eles saem e eu fico na cozinha adiantando, faço os dois bolos e coloco para assar, vou até a dispensa pra verificar o que é preciso comprar, faço uma lista e volto a tempo de tirar os bolos sem que eles queimem, guardo a lista no escritório e volto minha atenção para rechear e confeitar o bolo, quando começo essa etapa os garotos voltam, Philip adianta as outras coisas pra mim enquanto eu mantenho minha atenção no confeito, esse bolo é para um aniversário de 1 ano, de um casal de gêmeos, por isso decido fazer metade do bolo rosa com flores, borboletas e todas essas coisas e a outra metade eu faço azul, com carrinhos, avião, e mais todas as coisas típicas de um menino, eu levei praticamente a tarde toda nele mas antes de terminar pedi pra que Philip levasse os biscoitos até a Katniss, ele pareceu confuso por que geralmente quem faz essa parte é o Benny mas ele não questiona apenas sai em direção a Aldeia, quando finalizo o bolo peço para que Benny vá entregar e assumo o lugar dele no balcão, mesmo preferindo ficar na cozinha, preparando tudo, confesso que também gosto dessa parte, ver as pessoas sorrindo e podendo entrar num lugar assim e pagar é realmente gratificante, Philip volta primeiro que Benny e me ajuda no atendimento já que apareceu várias pessoas de uma vez, mas conseguimos atender a todos porém acabou tudo, quando Benny volta a tarde já caiu e estamos fechando, eu os dispenso e continuo lá, terminando de arrumar algumas coisas na cozinha e esperando Katniss, acabo de arrumar as coisas rapidamente e vou até o escritório, vejo a lista que tinha feito antes e começo a refazê-la acrescentando algumas coisas que acabaram, revejo o meu orçamento, fazendo as contas de quanto devo gastar nessa compra, quando sinto a presença dela, levanto meu rosto e a encontro parada na porta do escritório me olhando.
– Eu chamei mas você não ouviu, então eu entrei - ela explica me olhando – Você vai demorar? - ela pergunta ansiosa.
– Me da só dois minutos - eu peço e ela concorda, entra e se senta, eu volto a terminar meus cálculos e sinto ela balançando as pernas e batendo as pontas doa dedos na mesa, eu a olho e ela parece perdida em algum pensamento, ela só fica assim quando está muito ansiosa com algo, eu termino as contas satisfeito por que o lucro cresceu apenas em um mês, ela continua inquieta.
– Tudo bem, terminei! Agora me fala, o que aconteceu? - eu pergunto e ela parece surpresa.
– Como assim? - ela me pergunta.
– Aconteceu alguma coisa, você tá ansiosa, nervosa! Pode falar. O que foi? - eu falo e ela parece surpresa por eu ter percebido mas a verdade é que eu percebo tudo sobre ela, ela parece decidir o que falar.
– Não é nada demais... eu só andei pensando em uma coisa - ela começa falar meio insegura e eu a olho esperando ela terminar de falar – É que hoje depois de fazer a distribuição eu pensei que talvez isso pudesse se tornar oficial! - ela fala olhando para a própria mão.
– Como um programa social? - eu perguntei começando a entender.
– É, acho que sim! - ela fala meio confusa – É só que vendo essa famílias eu percebi que ainda tem coisas que poderiam ser feitas, tem mulheres que perderam maridos e agora tem que trabalhar mas ainda assim falta algumas coisas, eu pensei que sendo oficial melhoraria bastante pra elas! - ela sugere meio receosa, eu a observo enquanto ela fala e depois desses meses eu começo a enxergar a Katniss que eu conheci, aquela que não abaixa a cabeça pras coisas erradas, que mesmo do seu jeito fechado se preocupa com as outras pessoas, eu sorrio de orgulho por ela estar pensando assim, ela parece não entender por que eu sorri.
– Eu acho uma ótima ideia! Sério! - eu confirmo e ela também sorri aliviada – Eu to muito orgulhoso de você! - eu completo ainda feliz por ela.
Ela parece envergonhada mas sorri.
– Mas pra isso se tornar oficial você vai precisar de ajuda e de uma boa proposta pra convencer o governo a investir nisso - eu falo e ela parece nervosa quando eu digo isso.
– Eu não queria ter que pedir ajuda deles e nem quero que eles saibam que sou eu! - ela fala firme da decisão dela, eu sorri mais uma vez, ela quer ajudar mas sem aparecer é melhor ainda, ela quer simplesmente fazer sem receber nada em troca.
– Entendi! Acho que podemos pensar em algo - eu falo e ela sorri satisfeita, eu fecho o caderno e o guardião na gaveta– Vamos? - eu pergunto e ela concorda mais animada.

Nós fechamos a padaria e vamos de mãos dadas pelo caminho, ela continua falando da reação das crianças sempre que ela leva algum doce ou bala, de como ela se sente satisfeita por estar ajudando, ela parece alegre como eu nunca tinha visto antes, ainda tem uma certa tristeza em sua voz mas a animação por fazer algo a encobre, nós chegamos a Aldeia rapidamente eu vou até em casa e tomo um banho enquanto ela me espera lá embaixo, quando eu termino e desço as escadas ela está olhando para um quadro que eu fiz dela, eu ia colocá-lo no escritório mas acabei deixando secar na sala.
– Gostou? - eu pergunto e ela se surpreende com a minha presença.
– É lindo, mas eu não to tão bem quanto estou aí! - ela fala olhando para o quadro.
– Você é ainda mais linda pessoalmente. - eu falo e posso ver ela ficar vermelha o que me faz rir.
– Eu to morrendo de fome! - ela fala se virando pra mim na tentativa de mudar de assunto.
– Eu também! - eu confirmo e é verdade, eu nem almocei hoje.
– Posso te pedir uma coisa? - ela pede com expectativa.
– Pode! - eu confirmo curioso.
– Faz aquele macarrão com queijo! - ela fala quase suspirando, eu rio da reação dela.
– Macarrão com queijo? - eu analiso e ela confirma – É, acho que eu posso fazer - eu falo e ela sorri – Só temos que levar algumas coisas por que pelo que vi ontem você precisa fazer compras - eu falo e ela concorda.
– É; eu sei! Eu vou comprar - ela aceita a sugestão.
Eu vou até a cozinha e pego o que vou precisar, nós saímos e vamos pra casa dela, eu vou diretamente pra cozinha e ela vem logo atrás de mim.
– O que eu posso fazer? - ela pergunta me olhando.
– Nada, é simples! Você pode tomar banho se você quiser - eu respondo enquanto coloco as coisas sobre a mesa.
– Se é simples eu acho que eu posso ajudar sem atrapalhar! - ela fala me encarando.
Eu paro o que estava fazendo e me viro pra ela – Você nunca atrapalha, eu já disse isso! - eu confirmo encarando-a de volta – Já que você quer ajudar... pode colocar uma panela no fogo com água! - eu falo e ela sorri satisfeita, pega uma panela e se encarrega da sua tarefa, como é bem simples não a muito o que se fazer, apenas cozinhar o macarrão e depois colocar o queijo pra que derreta, mesmo assim ela insiste em estar por perto e fazer alguma coisa, quando terminamos ela parece satisfeita por ter ajudado.
– Parece bom! - eu falo olhando o macarrão.
– Eu espero que esteja, eu to morrendo de fome - ela afirma já se servindo, eu também me sirvo, pegamos o suco de uva que tinha e vamos para o sofá, ela se senta no mesmo sofá que eu e vira o corpo para de frente pro meu, eu faço uma cara de suspense antes de provar ela ri, o queijo repuxa no prato e ela sorri ainda mais satisfeita, e quando eu provo comprovo que está realmente muito bom, nós comemos em silêncio não por não ter assunto mas por que os dois estão com fome, nós repetimos e voltamos para o sofá.
– Eu acho que o Haymitch podia te ajudar no lance do programa social! - eu sugiro e ela quase engasga.
– Acho que vou continuar pensando em outra pessoa! - ela fala quando consegue se recuperar, eu rio da reação dela.
– É sério, eu acho que ele pode mesmo ajudar! - eu confirmo e ela continua me olhando como se eu fosse louco – Ele conhece mais pessoas do que você conhece, com certeza ele deve saber de mais pessoas que precisam de ajuda, sem contar que você vai precisar de alguém pra lhe dar com o governo, talvez até com a presidente - eu falo e agora tenho a atenção dela.
– Por que não pode ser você? - ela sugere me encarando.
– Eu gostaria muito, mas eu tenho a padaria e ela tá ficando com mais encomendas a cada dia - eu falo e ela concorda mesmo que desapontada.
– É, eu sei! - ela fala desanimada – Mas o Haymitch? - ela reclama.
– É só uma opção! - eu falo dando de ombros – Mas eu acho que vai ser bom pra todo mundo! - eu complemento.
Nós terminamos de comer e continuamos no sofá.
– Você vai comigo falar com ele? - ela fala me olhando.
– Claro! - eu confirmo sorrindo por ela ter aceitado.
– Você vai pra padaria amanhã? - ela pergunta meio ansiosa.
– Por que? - eu pergunto olhando a reação dela.
– Eu queria te levar a um lugar... mas você ia precisar do dia livre - ela fala com certo mistério.
– É alguma coisa ilegal? - eu pergunto rindo.
– Depende do ponto de vista! - ela responde dando de ombros.
– É ilegal! - eu confirmo e ela ri – Só vou precisar passar na padaria pra avisar! - eu falo concordando e ela parece satisfeita.
– E como ficou o bolo? - ela fala se lembrando.
– Ficou bom, eu acho - eu falo dando de ombros.
– Deixa de ser modesto! Deve ter ficado lindo! - ela fala sorrindo – Como ficou? - ela pergunta com um olhar curioso, eu me viro de frente pra ela e descrevo como eu fiz.
– Eu queria ter visto! Deve ter ficado lindo mesmo! - ela afirma e parece lembrar de algo – Sempre que nós passávamos em frente a padaria Prim pedia pra parar e olhar os bolos! - ela fala com um sorriso triste, eu não digo nada – Ela voltava pra casa com um sorriso no rosto, toda animada, imaginando um dia poder ter um daqueles! - ela relembra.
– Ela conseguiu! - eu falo e ela me olha meio triste– Graças a você! - eu complemento e ela desvia o olhar.
– Você tem mais alguma encomenda? - ela pergunta mudando de assumo.
– Por enquanto não! eu que preciso encomendar mais material - eu falo me lembrando da lista, ela se levanta com o prato e o copo na mão, indo pra cozinha, eu vou atrás dela, colocamos na pia e ela começa a lavar, então o telefone toca, ela me olha surpresa pelo horário.
– Já tá tarde! - ela fala surpresa e eu concordo.
– Deve ser importante - eu falo já que ela parece não querer atender.
– Atende pra mim, por favor! - ela pede e mostra as mãos com espuma, eu concordo– Eu já vou - ela avisa enquanto eu estou chegando no escritório.
– Alô? - eu falo assim que atendo, a voz do outro lado parece vacilar.
– Desculpa, eu acho que liguei errado! - a mulher se desculpa – Eu queria falar com a Katniss Everdeen! - ela anuncia.
– Quem gostaria? - eu pergunto sem reconhecer a voz.
– É Clara Everdeen, mãe dela! - ela fala e por um segundo eu me surpreendo, elas não se falam a muito tempo, com certeza Katniss não espera por isso.
– Boa noite Sra. Everdeen, é o Peeta! - eu falo depois do choque.
– Oh Peeta! Como você está? - ela pergunta com a voz também surpresa.
– Eu estou bem! E a senhora? - eu pergunto tentando ser simpático.
– Estou bem! Trabalhando muito! - ela explica – Eu tentei ligar antes de manhã mas ninguém atende! - ela fala ansiosa.
– Bom, Katniss tem ido a floresta ou então até a padaria deve ser isso! - eu explico e ela se surpreende.
– A padaria? - ela pergunta confusa.
– Sim, eu reabri a padaria! as vezes ela fica por lá! - eu complemento.
– Oh sim, entendo! - ela confirma e parece sem graça – Eu queria ter ligado antes mas não sabia se ela iria atender - ela fala receosa e conhecendo Katniss como eu conheço entendo perfeitamente, então ela aparece no escritório nessa hora, ela parece curiosa me olhando.
– Eu vou chamar ela! - eu aviso e coloco o fone sobre a mesa me levanto e me preparo pra dar a notícia.
– É a sua mãe! - eu falo e ela parece surpresa mas logo a surpresa dar lugar a raiva, ela fecha a cara.
– Eu não vou falar com ela! - ela afirma com a voz cheia de raiva.
– Mas Katniss, é sua mãe! - eu insisto e ela me encara sem acreditar que eu disse isso.
– Eu não tenho mãe! - ela fala sem se importar com o telefone– Eu não vou atender - ela fala e sai. Eu vou até o telefone e o pego de volta.
– Sra. Everdeen! - eu a chamo.
– Tudo bem, eu ouvi! - ela não parece surpresa – Eu só queria pedi perdão, eu sei que eu errei muito com ela mas eu a amo, eu a amo muito - ela fala e parece chorar.
– A senhora quer deixar seu telefone? Ela pode mudar de ideia! - eu falo mesmo sem ter certeza.
– Tudo bem! Mas eu não acho que isso vai acontecer! Katniss sempre foi firme em suas decisões! - ela fala com a voz triste e eu não posso negar isso, mesmo assim ela deixa o número.
– Eu sinto muito! Ela também está sofrendo, apenas de um pouco mais de tempo pra ela - eu peço.
– Eu sempre estarei aqui pra ela! - ela fala – Cuida dela por mim! - ela pede e eu concordo e desligo. Saio do escritório já me preparando para a reação dela, vou até a sala mas ela não está, nem na cozinha, subo as escadas e a porta do quarto está fechada porém não trancada, eu bato e entro, a encontro sentada na cama abraçada as pernas, a testa encostada no joelho, eu respiro fundo e me sento ao lado dela, passo a mão em seus cabelos.
– Ela só estava preocupada com você! - eu falo com a voz baixa, ela levanta o rosto e no lugar de lágrimas eu encontro um olhar furioso.
– Preocupada? - ela repete a palavra com desprezo.
– Ela é sua mãe Katniss! - eu falo e ela se levanta da cama rapidamente.
– Ela não é minha mãe! - ela fala alto e com raiva, eu sei o quanto isso deve estar mexendo com ela, por isso tento manter a calma.
– Katniss, ela só queria saber como você estava! – eu falei com a voz baixa tentando manter um tom tranquilo.
– Saber como estou? – ela repete me olhando com desprezo – Agora? Justo agora ela se lembrou que tem uma filha? – ela fala ainda mais alto a cada palavra, eu posso ver a raiva nos olhos dela, seu corpo está tenso – Agora eu não lembro que tenho uma mãe! – ela afirma e se vira de costas pra mim.
– Katniss, eu posso imaginar o quanto isso é difícil mas você podia... – eu me levanto tentando falar com ela mas ela me corta.
– Não, você não pode imaginar – ela fala se virando e apontando pra mim – Ela nunca... foi minha mãe! Todas as vezes que eu precisei dela ela me abandonou, foi assim com meu pai, foi assim com a Prim, eu não preciso que ela me abandone de novo! – ela fala com lagrimas querendo descer no rosto, mas ela se segura pra não chorar .
– Eu sei o quanto isso é difícil pra você, mas você precisa seguir em frente e pra isso você tem que conseguir passar esse assunto! - eu falo ainda calmo tentando me aproximar dela.
– Você não sabe nada Peeta! Nada! - ela grita e se afasta de mim com raiva, eu paro no meu lugar– Você nunca passou pelo que eu passei! Eu tive que lutar pra me manter viva, pra manter a Prim e ela também, depois eu tive que entrar naquela encenação toda, minha vida virou um inferno, eu perdi minha irmã e ela me largou outra vez! Não me diz que você entende, por que você nunca vai entender! Eu já perdi muita coisa e me virei sem ela, é assim que vai continuar - ela fala sem baixar a voz e por mais que eu saiba que ela está abalada com isso eu não consigo ficar imune as palavras dela, por que se tem uma coisa que eu aprendi é que a raiva te da coragem pra falar.
– Eu posso não saber o que você passou mas minha vida também não foi nenhum mar de rosas! - eu falo começando a perder a paciência com ela.
– Tem certeza? - ela pergunta me encarando e eu quase não a reconheço assim – Você já passou fome? Já teve que sustentar você e sua família? - ela pergunta me encarando.
– Você não sabe o que tá falando! - eu falo tentando parar com isso.
– Eu sei exatamente o que eu to falando! - ela afirma sem se abalar – Essa mulher que você defende me largou, me esqueceu aqui, sem nada, nem ninguém, eu tive que me virar, que me conformar, que aceitar a minha vida agora! - ela fala e quando eu ouço essas palavras eu sinto como se tivesse levado um soco, ela disse tudo que eu já sabia, essa vida que ela tá levando agora ao meu lado é apenas a última opção dela, ela nunca quis realmente está aqui comigo, ela apenas se conformou e nada pode doer mais do que isso.
– Eu sinto muito se sua vida não é o que você queria, que você tenha que se conformar com o que te restou, ou melhor com quem te restou... - eu falo aumentando a voz – Mas se você tá tão infeliz ainda da tempo de você mudar, fazer sua escolha! - eu falo e ela parece confusa e surpresa.
– O quê? - ela pergunta confusa.
– Se você tá tão mal com o quê te restou, eu sinto muito, se eu pudesse mudar as coisas pra você eu mudaria- eu falo por que mesmo magoado com ela eu ainda a quero feliz – Mas eu não posso! Você pode! - eu afirmo– O quê você quer? Que eu vá embora, que eu te deixe em paz? É isso? - eu pergunto e ela apenas me olha – Você não tem que se conformar com a minha presença, é só você pedir que eu saio! - eu falo olhando ela nos olhos.
– É isso que você quer não é? - ela me pergunta ainda com raiva – Você só queria um motivo não era? - ela pergunta novamente – Um motivo pra me largar aqui igual todos fizeram, me largar e ir atrás daquela garota! É isso que você quer não é o Peeta? Me trocar por aquela garota! - ela quase grita as palavras e eu ainda estou tentando entender como chegamos a esse ponto.
– Como foi que a Grace entrou nessa história? - eu pergunto confuso.
– Me diz você - ela fala mais baixo me olhando, eu não digo nada apenas passo minhas mãos no cabelo e respiro fundo.
– Você tá vendo, mesmo de longe ela consegue estragar tudo - ela fala com raiva.
– Não culpe os outros pelo seu erro Katniss! - eu falo e ela parece surpresa – Ela não tem nada a ver com isso! Você falou tudo o quê quis! - eu falei apontando pra ela – Você tá insatisfeita com a sua vida!
– E você tá satisfeito com a sua? - ela devolve me olhando.
– Eu estava! Por que eu achava que você também estava, mas eu acho que me enganei! - eu falo com a voz em seu tom normal.
– Não me culpa por isso! - ela fala baixo.
– Eu não to te culpando por nada! Nada! - eu falo firmemente – A culpa é minha! Eu achei que isso - eu faço um sinal com as mãos mostrando eu e ela – Fosse suficiente pra você! Eu achei que você pudesse de alguma maneira está satisfeita, mas eu me enganei! Eu errei, não você! - eu afirmo e me sinto completamente quebrado com isso, não tem sensação pior do que essa, de saber que eu não sou o quê ela quer.
– Não se faz de coitado! - ela fala magoada– Eu não disse nada disso! - ela fala reconsiderando.
– Você disse exatamente isso! - eu confirmo.
– Quer saber, ja que eu sou tão horrível assim então talvez seja melhor voce ir atrás da tá da Grace mesmo, talvez ela seja certa pra você - ela fala colocando Grace no meio da história de novo.
– Para de falar dela! - eu grito e ela se assusta– Eu to falando de você não dela! - eu afirmo ela continua me olhando – Olha o quê você tá fazendo Katniss? Tudo isso por causa de uma ligação, da sua mãe, que você querendo ou não continua sendo sua mãe, isso não vai mudar! Mesmo se você a odiar ainda assim ela é sua mãe! É melhor você aceitar isso,por que isso você não pode mudar! - eu falo de forma fria e ela parece sem reação – Eu acho quê isso já foi longe demais! Se você não quer falar com ela eu não posso te obrigar! - eu falo sem querer discutir mais, ela não fala nada, apenas me olha em seguida vai pro banheiro e bate a porta com força, eu continuo parado no mesmo lugar tentando entender como foi que chegamos a isso, a alguns minutos atrás nós estávamos bem, ela estava rindo e no minuto seguinte estamos gritando um com o outro, eu sabia que a relação dela com a mãe era difícil mas chegar a isso, as palavras dela ainda ecoam na minha cabeça, ela só está aqui comigo por que ela se conformou com isso e de todas as coisas que ela poderia ter dito nada me atingiria tão certeiramente quanto isso. Ainda estou parado quando as vozes começam, já fazia um tempo que não voltavam mas agora eu ouço todo o repertório de novo, vozes do Snow se misturando com outras, todas me dizendo a mesma coisa, que ela não me ama apenas me usou, que o plano dela é me matar assim como matou tantos outros, eu sei que as vozes são falsas, que elas não são reais, mas a voz da Katniss gritando comigo é real e acabou de acontecer, eu saio do quarto antes que eu cerca o controle, eu saio da casa dela e vou pra minha, a casa está escura e eu mal consigo enxergar, fecho a porta e me sento no chão, as mãos no ouvido tentando bloquear essas vozes que insistem em voltar, enquanto eu luto contra isso um outro trecho da nossa discussão me chama atenção, o modo como ela falou da Grace, ela parecia com ciúmes, embora ela tenha dito todas aquelas coisas ela ainda estava com ciúmes de mim e ao mesmo tempo que isso me confunde serve também pra que eu consiga me livrar das vozes, eu apoio minha cabeça na parede e abro meus olhos deixando ele se acostumar com a escuridão, enquanto tento entender as coisas . Eu continuo sentado no chão por um bom tempo tentando entender como isso foi acontecer, como conseguimos chegar tão longe nessa discussão e mesmo ela tendo dito coisas pra mim que me magoaram eu me recrimino mentalmente por ter gritado com ela, eu não devia ter feito aquilo, eu sabia que seria complicado pra ela falar sobre a mãe dela e mesmo com tudo que ela me disse ainda martelando na minha cabeça eu não consigo deixar de me preocupar com ela, mesmo que eu queira ignorar essa preocupação eu não consigo, por que mesmo que ela não me ame e não se preocupe comigo, eu a amo e me preocupo, por isso eu me levanto e saio de casa, pelo tempo que passou ela já deve está dormindo, eu vou na direção da casa dela mesmo que uma parte minha seja contra isso, mas eu preciso ver se ela está bem, eu paro na porta respiro fundo e abro, um som chama a minha atenção, mas a luz que vem lá de cima não é suficiente pra iluminar aqui, por isso eu acendo a luz e encontro de onde vinha o som, Katniss está sentada no pé da escada abraçada as pernas e chorando, quando a luz acende ela levanta o rosto rapidamente e quando ela me vê uma espécie de alívio percorre seu rosto.
– Peeta! - ela sussurra meu nome e se levanta rapidamente, sua braços se enrolam no meu pescoço, seu rosto se encaixa entre meu ombro e eu sinto todo seu corpo tremer quando ela recomeça o choro, eu estou completamente sem ação, eu nunca a vi dessa maneira, parecendo tão desesperada, eu não sei o que fazer, eu a abraço tentando acalma-la, mas logo os soluços aparecem.
– Katniss, calma! - eu peço quando percebo o desespero dela, ela deve ter tido um grande pesadelo pra reagir dessa forma, eu tento fazer ela me olhar mas ela aperta o abraço e eu não consigo me mover, conforme os minutos vão passando ela começa a se acalmar.
– Eu achei... que você... não fosse voltar! - ela fala entre soluços mas ainda mantém o rosto no meu pescoço, quando ela diz isso eu me paraliso, ela está assim por que pesou que eu não voltaria?!
– Foi só um pesadelo! Não foi real! - eu falo ainda acreditando que ela tenha tido um pesadelo, ela levanta o rosto e me olha, o rosto dela está vermelho, lágrimas continuam escorrendo e ela ainda parece muito alterada mesmo assim ela fala.
– Foi real! - ela afirma – Eu falei tudo aquilo, mas eu tava errada! - ela para de falar enquanto passa a mão pelo rosto – eu tava errada Peeta! Me perdoa! Eu sei que você ficou com raiva de mim... Mas me perdoa! - ela pede ainda nervosa.
– Katniss calma - eu peço de novo segurando o rosto dela na tentativa de acalma-la.
– Eu não quero que você vá! Eu não quero Peeta! - ela repete me olhando nos olhos.
– Eu não vou! Eu to aqui! - eu confirmo olhando ela nos olhos também.
– Eu disse pra você ir, mas eu não quero! Eu não quero que você fique com aquela garota Peeta! Eu estava errada! - ela começa a se desesperar de novo, e eu a abraço pra tentar mostrar pra ela que eu to aqui, a me abraça forte também e começa a se acalmar, sinto o corpo dela relaxando e então ela se afasta, para o rosto de frente para o meu e me surpreendendo ela junta nossos lábios, eu esperei por isso tanto tempo que parece um sonho, mas então eu sinto o calor da boca dela na minha e sua língua querendo invadir minha boca e vejo que realmente é real, mas antes que eu pudesse aceitar isso, algo me faz parar, o pensamento que ela só está fazendo isso por estar desesperada pra que eu não a deixe sozinha e isso eu não posso aceitar, eu esperei muito por esse momento mas eu quero que ela queira e não que sinta obrigada a isso por isso eu paro, ela me olha confusa e magoada.
– Eu vou ficar Katniss! Eu não vou ficar lugar algum! Você não precisa fazer isso! - eu afirmo e ela parece surpresa com o que eu digo.
– Eu sei! Mas eu quero! - ela fala me encarando – Eu realmente quero fazer isso! - ela confirma – Peeta, eu... - ela desvia o olhar do meu parecendo criar coragem e por um momento eu acho que ela vai dizer aquilo que eu sempre esperei ouvir dela– Eu... Preciso de você! - ela fala voltando a me olhar, e quando nossos olhares se encontram eu vejo a sinceridade no olhar dela, e eu sei que ela realmente precisa de mim assim como eu também preciso dela, pelo modo como ela ficou agora, pelo modo como ela me olha eu quase posso sentir que o sentimento dela é mais forte do que isso, talvez ela me ame também, por que por mais que ela não tenha dito isso a atitude e o jeito dela de me olhar agora me dizem que isso é possível sim, então eu desisto de resistir a esse sentimento e a essa vontade e quando os nossos olhares se desencontram as nossas bocas se juntam novamente e dessa vez elas se encaixam, mesmo sem isso acontecer a tanto tempo é como se nossos lábios se encaixassem perfeitamente, o calor da boca dela é o calor que eu esperei por todo esse tempo, as mãos dela no meu cabelo, as minhas mãos no cabelo e na cintura dela, agora sim eu sinto que nós nos encaixamos perfeitamente e é por isso que nunca haverá outra, por que só ela consegue se encaixar e me completar desse jeito.


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