Call Me With The Past escrita por QueenD, Mary Crovenew


Capítulo 2
Capítulo 1 - Loi d'être attiré par un tueur et violeur.


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas chegou!!!



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Resolvi me levantar após a terceira vez que o despertador de Kath emitiu aquele barulho irritante.

– Kath, você poderia fazer o favor de desligar essa porcaria? Minha cabeça parece que vai explodir - reclamei enquanto Mittie, escondida em baixo das cobertas somente com os fios negro visíveis, soltava um ruído em concordância.

Todo o meu corpo doía devido à dança na noite anterior em Palais Maillot, sorri ao me lembrar do garoto loiro que me ofereceu um drink. Qual era o nome dele? Bronwen? Definitivamente não.

– Qual era o nome daquele garoto de ontem? - apoiei-me nos cotovelos, fazendo careta enquanto minha cabeça latejava.

– O com sotaque britânico? Brandon, eu acho - disse Mittie.

– Sabia que Brandon significa colina coberta por bruma? - Kath se manifestou de forma preguiçosa.

– Silêncio Kathryn! – eu e Mittie dissemos em coro.

– Okay, okay!

Depois de um longo tempo conversando sobre a noite passada decidimos sair um pouco. Coloquei um suéter listrado e um jeans skinny e sapatilhas combinando com as listras azuis, penteei meus curtos cachos ruivos e desci as escadas. Alguns minutos depois eu e Mittie aguardávamos Kath que, como sempre, estava atrasada.

Almoçamos em um restaurante próximo ao hotel e seguimos para a área comercial da cidade. Gastamos o dia todo fazendo compras e às 20h voltamos para o hotel.

– Aonde vamos hoje à noite? – Kath perguntou.

– Não sei... Vamos à alguma balada de novo? - perguntei.

Mittie estava pensativa, mas em um pulo respondeu:

– MOULIN ROUGE!

–Você enlouqueceu? O bairro é perigoso!

– Kath, pra você qualquer coisa que não tenha velhinhas simpáticas regando flores e pássaros cantando é perigoso – retruquei.

Tomamos banho e seguimos para a estação. Mittie e eu começamos a discutir sobre qual linha pegar, ela dizia que deveríamos descer na Blanche, o que era estupidez, pois se descêssemos na Pigalle era só virar a direita e seguir em linha reta. No fim ela desistiu de debater comigo. Além disso de fossemos pelo caminho dela passaríamos por inúmeros sex shops mal frequentados (não que um sex shop fosse um lugar decente para se frequentar, mas eu sinceramente preferia manter distância dos velhos tarados).

Na Place Pigalle seguimos à direita como eu havia dito para fazermos. A rua estava mal iluminada e repleta de pessoas de aparência que me fazia questionar a sanidade e a honestidade das mesmas.

– Eu disse que era o caminho errado!

– Mittie pare de escândalo, estamos quase chegando! – revirei os olhos, irritada.

Passamos perto de um beco com adolescentes comprando drogas.

– Ah, claro. Estamos chegando - imitou a minha voz gesticulando com as mãos. - Tanto que já consigo ouvir o barulho de música, ah não, espera, isso são só um grupo fazendo racha alguns quarteirões daqui.

– Eles podiam passar por essa rua e te atropelar.

– Vocês duas parem de brigar! Já não basta o fato de estarmos completamente perdidas em um bairro perigoso!- Kath tentou reestabelecer a paz.

– Nós não estamos perdi... - fui interrompida por um senhor, que assim como toda a população noturna do bairro, parecia de caráter questionável.

– Les dames sont perdus? (As senhoritas estão perdidas?) – senti o hálito forte com cheiro de álcool.

– Non, nous ne sommes pas (Não, não estamos) - retruquei de forma rude.

– Sim nós estamos graças a você! – Dessa vez quem falou foi Mittie. – Vous savez où le Moulin Rouge? (O senhor sabe onde fica o Moulin Rouge?).

– Suivez cette rue et voir le moulin (Sigam esta rua e verão o moinho) – Ele apontou para a direção oposta a que estávamos seguindo.

– Eu te disse que deveríamos pegar a Blanche! – se dirigindo ao senhor sua expressão mudou para uma que ela quase pareceu meiga. Quase. - Merci (Obrigada).

– Trois euros (Três euros) – o velho disse estendendo a mão.

– N'ont pas changé (Não temos trocado).

– Ensuite, vous devrez payer autrement (Então terão que pagar de outra forma).

– O que ele disse? - perguntei para Kath com rosto franzido em nojo.

Kath encarou-o incrédulo e fez algo inesperado, ela deu um tapa na cara do senhor e se virou indignada:

– Vous n'avez pas le minimum d'éducation! (Você não tem o mínimo de educação!)

O homem nos encarou furioso e começou a andar em nossa direção xingando em francês.

– O que está acontecendo?

As duas me ignoraram (Como é ótimo ser a que menos entende francês) e eu as segui bufando.

Começamos a correr até encontrarmos um albergue de aparência decadente e entrarmos rapidamente já que era o lugar mais próximo para onde podíamos escapar.

A atendente nos encarou de forma sonolenta.

– Ce qu'ils veulent? (O que desejam?)

– Où est la salle de bain? (Onde é o banheiro?) – Kath questionou ofegante.

– Dernière porte sur la droite. (Última porta à direita.)

Corremos e nos trancamos no banheiro, tratava-se de um cômodo estreito, bolorento e mal cheiroso.

– Precisamos de um plano - disse Kath.

– Vamos ficar escondidas aqui – respondi.

– Não podemos passar a noite toda em um banheiro de albergue!

– Alguma ideia melhor?

– Pagamos um quarto e logo pela manhã voltamos ao nosso hotel – Mittie se intrometeu.

– Concordo – Kath opinou.

Não tinha escolha, eram duas contra uma. As batidas da porta interromperam nossa discussão, Mittie abriu e uma mulher baixinha e gorda adentrou xingando, assim que se fechou no Box, um irritante barulho de torneira começou.

– Sério? –murmurei incrédula.

– Vamos – as duas garotas disseram juntas.

Saímos do banheiro e pedimos a atendente um quarto para três pessoas.

– Como uma estadia de um dia nessa porcaria de lugar pode ser mais de duzentos euros?! - explodiu Mittie. Agradeci mentalmente por ela ter falado em um idioma que a mulher não conhecia.

– Huh - Kath suspirou frustrada e voltou-se para o balcão, iniciando uma conversando em francês com a atendente.

Alguns minutos depois Kath voltou dizendo que a atendentee disse que havia um com cinco camas que não estava completamente ocupado, e era mais barato. Era pegar ou largar.

Maravilhoso! Dividiríamos o quarto com duas pessoas que possuíam 90 por cento de chance de serem estupradores ou assassinos. Infelizmente, era tudo que podíamos pagar com o que deveria permitir nossa entrada no Moulin Rouge.

***

Assim que adentramos o quarto fomos recepcionadas por uma nuvem de poeira e um dos hóspedes que nos encarou ligeiramente surpreso.

– Bem vindas ao belo Hostel Vintage! – ele disse em francês estranhamente bem humorado.

Os cabelos em tom de caramelo estavam bagunçados e os olhos azuis revelavam uma personalidade alegre, a barba por fazer dava um ar sexy/desleixado ao garoto que em hipótese alguma tinha mais de 21 anos. Kath suspirou ao meu lado enquanto Mittie o encarava perplexa.

–Erm... Onde é minha, que dizer nossas camas?- Mittie parecia tão nervosa que até esqueceu de falar com o cara em francês.

– Oh! Vocês são americanas - sorriu falando em inglês com um sotaque carregado - A beliche e a cama ao lado. Meu nome é Alex.

Nos olhamos surpresas por ele falar inglês.

– M-Mittie.

– Kath – a loira estava corada.

– Callie.

Preparamos-nos para dormir em uma espelunca com um desconhecido. Mas se aquele era o estuprador, eu mal podia esperar para ver o assassino, e algo me diz que Kath e Mittie estavam tão ansiosas quanto eu.


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Notas finais do capítulo

[QueenD]: Um trio de assanhadas, depois falam do pobre e inocente velho que só queria ajudar, tsc.